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terça-feira, 27 de setembro de 2011

"COM ESTOICISMO"

O verdadeiro sentido psicológico da existência na Terra é o encontro com a consciência, através da mente esclarecida e do sentimento harmônico de paz.
Insistir-se no trabalho interno de perseverança da harmonia constitui o grande desafio existencial, especialmente considerando-se a azáfama tormentosa que conduz aos desvios dos objetivos saudáveis e relevantes.
Não raro, a inquietação deste momento decorrente da falta de reflexão faculta o surgimento de compromissos que não se encontram na pauta dos deveres pessoais, gerando situações complicadas para o futuro.
Detivesse-se o indivíduo em análise cuidadosa das próprias possibilidades, assim como das alternativas proporcionadas pela jornada humana, mais facilmente seria a eleição das condutas compatíveis com a sua evolução.
O tempo sem tempo da atualidade faz com que as pessoas atulhem a mente com preocupações secundárias e vazias de sentido, em detrimento dos legítimos significados existenciais.
A falsa necessidade de acompanhar todos os acontecimentos globais, participando da sementeira da futilidade e das tragédias do cotidiano, vem empurrando o ser humano para os abismos do stress, do medo, decorrentes da ansiedade por tudo desejar, assim, como do amortecimento dos interesses elevados em relação ao próximo e a si mesmo.
Na desenfreada correria na busca do exterior, o vazio interior instala-se, enquanto vergasta a emoção com os tormentos da angústia, da insatisfação, da perda dos objetivos pelos quais se deve lutar.
Há escassez de tempo e de tranqüilidade para a auto-análise, para a avaliação das legítimas necessidades emocionais na viagem do autoconhecimento.
A inquietação, a insegurança que se avolumam sob vários aspectos, as ambições do ter e do poder, aturdem o indivíduo e levam-no ao desfalecimento e ao derrotismo, proporcionando-lhe o tombo infeliz na depressão.
Face a esses fatores de perturbação, a indiferença e o cansaço dão-se as mãos, e o automatismo das atividades rouba o colorido, defluente do prazer idealístico, enriquecedor.
O trabalho, antes estimulante e cheio de viço, proporcionando as emoções confortadoras, torna-se causticante, monótono, destituído de significação superior, abrindo espaço para a instalação do tédio, da amargura.
O pessimismo que consome os mais fracos, lentamente, contamina os menos resistentes e avança na direção dos fortes, na condição de morbo perigoso.
É necessário que te mantenhas em atitude estoica em relação a essas ocorrências, perseverando a coragem da fé e o entusiasmo na luta.
Inevitavelmente, a existência física é um aprendizado de longo e exaustivo curso, sob todos os aspectos considerados. Desse modo, os conflitos internos que ressumam do passado ou que se originam no presente, quando, periodicamente, pareçam dominar as tuas ações, diminuindo-te o ardor, o entusiasmo necessário à vitória, analisa-os com tranqüilidade e dilui-os, um a um, com lógica e razão, sem irritação nem desequilíbrio de qualquer natureza.
Por outro lado, quando esse fenômeno ocorrer, desajustando-te, busca o reforço divino através da oração e mergulha o pensamento nas augustas fontes do Excelso Amor.
Se procederes desse modo, superarás as situações conflitivas e seguirás em paz.
Narra-se que Gerson, chanceler merovíngio, enunciou, oportunamente, que Deus, em nossa vida, olha mais para os advérbios que para os verbos.
É compreensível que assim seja, porque os verbos expressam ações, enquanto que os advérbios informam o modo como as ações são praticadas.
A Divindade considera mais o modo enobrecido com que as ações são praticadas do que elas, em si mesmas.
Não são poucas as ações dignas que se apresentam em expressões agressivas, em formas primitivas, perdendo em significado tudo quanto desejariam em realização.
Se alguém oferece um diamante atirando-o na face do outro, o gesto que fere e surpreende produz sentimento reacionário, mas se o envolve em tecido delicado ou o coloque em um invólucro bem elaborado, antes de ofertá-lo, produz alegria, entusiasmo, gratidão.
Há pessoas que acreditam no poder da oração, não se preocupando, porém, com a forma de expressar-se. Algumas fazem as suas preces mediante automatismos verbais, mentais, sem vinculação emocional com as palavras, nem mesmo com a unção de que o ato deve revestir-se.
Desse modo, os advérbios que enobrecem e dignificam tem por objetivo embelezar as ações.
É importante, sem dúvida, atuar-se realizando o trabalho do bem, sem quaisquer fronteiras impeditivas, responsáveis pelas paixões inferiores. A maneira como se deve realizá-lo, atribuindo qualificação emocional superior, constitui o melhor recurso para lograr-se o êxito em uma existência desafiadora.
O mundo está referto de idealistas que apresentam o seu pensamento, agindo dentro das suas formulações. Apesar disso, a qualidade secundária e perturbadora do mesmo tem facultado o surgimento de filosofias derrotistas e asselvajadas, de violência e de astúcia, de incredulidade em Deus, de erotismo e de drogadição, que assolam todo planeta, dando lugar a sofrimentos inenarráveis.
Torna-se inadiável uma revisão de comportamento íntimo em relação aos valores abraçados.
A releitura da conduta no tecido social soberbo e enganoso dos dias atuais torna-se de caráter urgente.
Quando a ciência ameniza a dor de um jaez, em vitória incontestável, o sofrimento ressurge com outras características e este século, que se propunha a tornar-se a Era de Ouro da humanidade, ainda prossegue envolto em brumas afligentes e expectativas danosas.
Que se tem feito da lição incomparável das bem-aventuranças, no que diz respeito à sua aplicação no dia-a-dia da existência terrena?
Qual a conduta cristã diferenciada daquelas outras extravagantes e doentias?
Certamente, o amor prossegue no seu messianato, porém calçado com sandálias de veludo, a fim de não chamar a atenção, enquanto a extravagância e a permissividade alardeiam em trombetas as suas mensagens infelizes, aplaudidas e aceitas.
Prossegue tu, porém, com estoicismo e valor, vivendo a crença que te libertou da ignorância do primarismo.
Não importa que sejas uma voz que clama no deserto. Logo mais, outras vozes unir-se-ão à tua e a canção da imortalidade será entoada em toda a Terra.
A vida seleciona sempre o melhor entre qualidade e quantidade.
Faze-te exemplo, mesmo que contestado ou não considerado pelos teus contemporâneos. Isso não é importante, mas significativa é a tua maneira de viver e ensinar pelos verbos e advérbios.
Jesus, embora sendo a Estrela Polar que veio à Terra apagar a escuridão da ignorância, não encontrou a merecida ressonância no Seu tempo, nem mesmo hoje, mas assinalou a Sua passagem de maneira iniludível, iniciando, estoico, a Era do Amor que, em breve, se há de instalar no mundo.
Faze, pois, como Ele e avança confiante no rumo da auto-iluminação.
Joanna de Angelis
Página recebida pelo médium Divaldo Pereira Franco

























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"COM ESTOICISMO"

O verdadeiro sentido psicológico da existência na Terra é o encontro com a consciência, através da mente esclarecida e do sentimento harmônico de paz.
Insistir-se no trabalho interno de perseverança da harmonia constitui o grande desafio existencial, especialmente considerando-se a azáfama tormentosa que conduz aos desvios dos objetivos saudáveis e relevantes.
Não raro, a inquietação deste momento decorrente da falta de reflexão faculta o surgimento de compromissos que não se encontram na pauta dos deveres pessoais, gerando situações complicadas para o futuro.
Detivesse-se o indivíduo em análise cuidadosa das próprias possibilidades, assim como das alternativas proporcionadas pela jornada humana, mais facilmente seria a eleição das condutas compatíveis com a sua evolução.
O tempo sem tempo da atualidade faz com que as pessoas atulhem a mente com preocupações secundárias e vazias de sentido, em detrimento dos legítimos significados existenciais.
A falsa necessidade de acompanhar todos os acontecimentos globais, participando da sementeira da futilidade e das tragédias do cotidiano, vem empurrando o ser humano para os abismos do stress, do medo, decorrentes da ansiedade por tudo desejar, assim, como do amortecimento dos interesses elevados em relação ao próximo e a si mesmo.
Na desenfreada correria na busca do exterior, o vazio interior instala-se, enquanto vergasta a emoção com os tormentos da angústia, da insatisfação, da perda dos objetivos pelos quais se deve lutar.
Há escassez de tempo e de tranqüilidade para a auto-análise, para a avaliação das legítimas necessidades emocionais na viagem do autoconhecimento.
A inquietação, a insegurança que se avolumam sob vários aspectos, as ambições do ter e do poder, aturdem o indivíduo e levam-no ao desfalecimento e ao derrotismo, proporcionando-lhe o tombo infeliz na depressão.
Face a esses fatores de perturbação, a indiferença e o cansaço dão-se as mãos, e o automatismo das atividades rouba o colorido, defluente do prazer idealístico, enriquecedor.
O trabalho, antes estimulante e cheio de viço, proporcionando as emoções confortadoras, torna-se causticante, monótono, destituído de significação superior, abrindo espaço para a instalação do tédio, da amargura.
O pessimismo que consome os mais fracos, lentamente, contamina os menos resistentes e avança na direção dos fortes, na condição de morbo perigoso.
É necessário que te mantenhas em atitude estoica em relação a essas ocorrências, perseverando a coragem da fé e o entusiasmo na luta.
Inevitavelmente, a existência física é um aprendizado de longo e exaustivo curso, sob todos os aspectos considerados. Desse modo, os conflitos internos que ressumam do passado ou que se originam no presente, quando, periodicamente, pareçam dominar as tuas ações, diminuindo-te o ardor, o entusiasmo necessário à vitória, analisa-os com tranqüilidade e dilui-os, um a um, com lógica e razão, sem irritação nem desequilíbrio de qualquer natureza.
Por outro lado, quando esse fenômeno ocorrer, desajustando-te, busca o reforço divino através da oração e mergulha o pensamento nas augustas fontes do Excelso Amor.
Se procederes desse modo, superarás as situações conflitivas e seguirás em paz.
Narra-se que Gerson, chanceler merovíngio, enunciou, oportunamente, que Deus, em nossa vida, olha mais para os advérbios que para os verbos.
É compreensível que assim seja, porque os verbos expressam ações, enquanto que os advérbios informam o modo como as ações são praticadas.
A Divindade considera mais o modo enobrecido com que as ações são praticadas do que elas, em si mesmas.
Não são poucas as ações dignas que se apresentam em expressões agressivas, em formas primitivas, perdendo em significado tudo quanto desejariam em realização.
Se alguém oferece um diamante atirando-o na face do outro, o gesto que fere e surpreende produz sentimento reacionário, mas se o envolve em tecido delicado ou o coloque em um invólucro bem elaborado, antes de ofertá-lo, produz alegria, entusiasmo, gratidão.
Há pessoas que acreditam no poder da oração, não se preocupando, porém, com a forma de expressar-se. Algumas fazem as suas preces mediante automatismos verbais, mentais, sem vinculação emocional com as palavras, nem mesmo com a unção de que o ato deve revestir-se.
Desse modo, os advérbios que enobrecem e dignificam tem por objetivo embelezar as ações.
É importante, sem dúvida, atuar-se realizando o trabalho do bem, sem quaisquer fronteiras impeditivas, responsáveis pelas paixões inferiores. A maneira como se deve realizá-lo, atribuindo qualificação emocional superior, constitui o melhor recurso para lograr-se o êxito em uma existência desafiadora.
O mundo está referto de idealistas que apresentam o seu pensamento, agindo dentro das suas formulações. Apesar disso, a qualidade secundária e perturbadora do mesmo tem facultado o surgimento de filosofias derrotistas e asselvajadas, de violência e de astúcia, de incredulidade em Deus, de erotismo e de drogadição, que assolam todo planeta, dando lugar a sofrimentos inenarráveis.
Torna-se inadiável uma revisão de comportamento íntimo em relação aos valores abraçados.
A releitura da conduta no tecido social soberbo e enganoso dos dias atuais torna-se de caráter urgente.
Quando a ciência ameniza a dor de um jaez, em vitória incontestável, o sofrimento ressurge com outras características e este século, que se propunha a tornar-se a Era de Ouro da humanidade, ainda prossegue envolto em brumas afligentes e expectativas danosas.
Que se tem feito da lição incomparável das bem-aventuranças, no que diz respeito à sua aplicação no dia-a-dia da existência terrena?
Qual a conduta cristã diferenciada daquelas outras extravagantes e doentias?
Certamente, o amor prossegue no seu messianato, porém calçado com sandálias de veludo, a fim de não chamar a atenção, enquanto a extravagância e a permissividade alardeiam em trombetas as suas mensagens infelizes, aplaudidas e aceitas.
Prossegue tu, porém, com estoicismo e valor, vivendo a crença que te libertou da ignorância do primarismo.
Não importa que sejas uma voz que clama no deserto. Logo mais, outras vozes unir-se-ão à tua e a canção da imortalidade será entoada em toda a Terra.
A vida seleciona sempre o melhor entre qualidade e quantidade.
Faze-te exemplo, mesmo que contestado ou não considerado pelos teus contemporâneos. Isso não é importante, mas significativa é a tua maneira de viver e ensinar pelos verbos e advérbios.
Jesus, embora sendo a Estrela Polar que veio à Terra apagar a escuridão da ignorância, não encontrou a merecida ressonância no Seu tempo, nem mesmo hoje, mas assinalou a Sua passagem de maneira iniludível, iniciando, estoico, a Era do Amor que, em breve, se há de instalar no mundo.
Faze, pois, como Ele e avança confiante no rumo da auto-iluminação.
Joanna de Angelis
Página recebida pelo médium Divaldo Pereira Franco

























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domingo, 25 de setembro de 2011

"CAMINHOS RETOS"

"E ele lhes disse: Lançai a rede para a banda direita do barco e achareis." - (JOÃO, 21.6.)

A vida deveria constituir, por parte de todos nós, rigorosa observância dos sagrados interesses de Deus.
Freqüentemente, porém, a criatura busca sobrepor-se aos desígnios divinos.
Estabelece-se, então, o desequilíbrio, porque ninguém enganará a Divina Lei. E o homem sofre, compulsoriamente, na tarefa de reparação.
Alguns companheiros desesperam-se no bom combate pela perfeição própria e lançam-se num verdadeiro inferno de sombras interiores. Queixam-se do destino, acusam a sabedoria criadora, gesticulam nos abismos da maldade, esquecendo o capricho e a imprevidência que os fizeram cair.
Jesus, no entanto, há quase vinte séculos, exclamou:
"Lançai a rede para a banda direita do barco e achareis."
Figuradamente, o espírito humano é um "pescador" dos valores evolutivos, na escola regeneradora da Terra. A posição de cada qual é o "barco". Em cada novo dia, o homem se levanta com a sua "rede" de interesses. Estaremos lançando a nossa "rede" para a "banda direita"? Fundam-se nossos pensamentos e atos sobre a verdadeira justiça?
Convém consultar a vida interior, em esforço diário, porque o Cristo, nesse ensinamento, recomendava, de modo geral, aos seus discípulos: "Dedicai vossa atenção aos caminhos retos e achareis o necessário."
(Do livro "Caminho, Verdade e Vida", Emmanuel, Francisco Cândido Xavier)


"CAMINHOS RETOS"

"E ele lhes disse: Lançai a rede para a banda direita do barco e achareis." - (JOÃO, 21.6.)

A vida deveria constituir, por parte de todos nós, rigorosa observância dos sagrados interesses de Deus.
Freqüentemente, porém, a criatura busca sobrepor-se aos desígnios divinos.
Estabelece-se, então, o desequilíbrio, porque ninguém enganará a Divina Lei. E o homem sofre, compulsoriamente, na tarefa de reparação.
Alguns companheiros desesperam-se no bom combate pela perfeição própria e lançam-se num verdadeiro inferno de sombras interiores. Queixam-se do destino, acusam a sabedoria criadora, gesticulam nos abismos da maldade, esquecendo o capricho e a imprevidência que os fizeram cair.
Jesus, no entanto, há quase vinte séculos, exclamou:
"Lançai a rede para a banda direita do barco e achareis."
Figuradamente, o espírito humano é um "pescador" dos valores evolutivos, na escola regeneradora da Terra. A posição de cada qual é o "barco". Em cada novo dia, o homem se levanta com a sua "rede" de interesses. Estaremos lançando a nossa "rede" para a "banda direita"? Fundam-se nossos pensamentos e atos sobre a verdadeira justiça?
Convém consultar a vida interior, em esforço diário, porque o Cristo, nesse ensinamento, recomendava, de modo geral, aos seus discípulos: "Dedicai vossa atenção aos caminhos retos e achareis o necessário."
(Do livro "Caminho, Verdade e Vida", Emmanuel, Francisco Cândido Xavier)


sexta-feira, 23 de setembro de 2011

"ANJOS E DEMÔNIOS"

 A palavra demônio não implica a idéia de Espírito mau, a não ser na sua acepção moderna, porque o termo grego dáimon. de que ela deriva, significa gênio, inteligência, e se aplicou aos seres incorpóreos, bons ou maus. sem distinção.
 Os demônios, segundo a significação vulgar do termo, seriam entidades essencialmente malfazejas: e seriam, como todas as coisas, criação de Deus. Mas Deus, que é eternamente justo e bom, não pode ter criado seres predispostos ao mal por sua própria natureza, e condenados pela eternidade. Se não fossem obra de Deus, seriam eternos como ele, e nesse caso haveria muitas potências soberanas.
 A primeira condição de toda doutrina é a de ser lógica; ora, a dos demônios, no seu sentido absoluto, falha neste ponto essencial. Que, na crença dos povos atrasados, que não conheciam os atributos de Deus, admitindo divindades malfazejas, também se admitissem os demônios, é concebível; mas para quem quer que faca da bondade de Deus um atributo por excelência, é ilógico e contraditório supor que ele tenha criado seres voltados ao mal e destinados a praticá-lo perpetuamente, porque isso seria negar a sua bondade. Os partidários do demônio se apóiam nas palavras do Cristo e não seremos nós que iremos contestar a autoridade dos seus ensinos, que desejaríamos ver mais no coração do que na boca dos homens; mas estariam bem certos do sentido que ele atribuía à palavra demônio? Não se sabe que a forma alegórica é uma das características da sua linguagem? Tudo o que o Evangelho contém deve ser tomado ao pé da letra? Não queremos outra prova, além desta passagem;
 “Logo após esses dias de aflição, o sol se obscurecerá e a lua não dará mais a sua luz, as estrelas cairão do céu e as potências celestes serão abaladas. Em verdade vos digo que esta geração não passará, antes que todas essas coisas se cumpram.” Não vimos a forma do texto bíblico contraditada pela Ciência no que se refere à criação e ao movimento da Terra? Não pode acontecer o mesmo com certas figuras empregadas pelo Cristo, que devia falar de acordo com o tempo e a região em que se achava? O Cristo não poderia ter dito conscientemente uma falsidade. Se, portanto, nessas palavras há coisas que parecem chocar a razão, é que não as compreendemos ou que as interpretamos mal.
 Os homens fizeram com os demônios o mesmo que com os anjos. Da mesma maneira que acreditam na existência de seres perfeitos desde toda a eternidade, tomaram também os Espíritos inferiores por seres perpetuamente maus. A palavra demônio deve, portanto, ser entendida como referente aos Espíritos impuros, que freqüentemente não são melhores que os designados por esse nome, mas com a diferença de ser o seu estado apenas transitório. São esses os Espíritos imperfeitos que protestam contra as suas provações e por isso as sofrem por mais tempo, mas chegarão por sua vez á perfeição, quando se dispuserem a tanto. Poderíamos aceitar a palavra demônio com esta restrição. Mas, como ela é agora entendida num sentido exclusivo, poderia induzir em erro, dando margem á crença na existência de seres criados especialmente para o mal.
A propósito de Satanás, é evidente que se trata da personificação do mal sob uma forma alegórica, porque não se poderia admitir um ser maligno lutando de igual para igual com a Divindade, e cuja única preocupação seria a de contrariar os seus desígnios. Como o homem necessita de imagens e figuras para impressionar a sua imaginação, pintou os seres incorpóreos com formas materiais dotadas de atributos que lembram as suas qualidades ou os seus defeitos Foi assim que os antigos, querendo personificar o Tempo, deram-lhe a figura de um velho com uma foice e uma ampulheta. Uma figura de jovem, nesse caso, seria um contra-senso. O mesmo se deu com as alegorias da Fortuna, da Verdade etc. Os modernos representaram os anjos, os Espíritos puros, numa figura radiosa, com asas brancas, símbolo da pureza, e Satanás, com chifres, garras e os atributos da bestialidade, símbolos das paixões. O vulgo, que toma as coisas ao pé da letra, viu nesses símbolos entidades reais, como outrora tinha visto Saturno na alegoria do Tempo.
Fonte: O Livro dos Espíritos. Allan Kardec


"ANJOS E DEMÔNIOS"

 A palavra demônio não implica a idéia de Espírito mau, a não ser na sua acepção moderna, porque o termo grego dáimon. de que ela deriva, significa gênio, inteligência, e se aplicou aos seres incorpóreos, bons ou maus. sem distinção.
 Os demônios, segundo a significação vulgar do termo, seriam entidades essencialmente malfazejas: e seriam, como todas as coisas, criação de Deus. Mas Deus, que é eternamente justo e bom, não pode ter criado seres predispostos ao mal por sua própria natureza, e condenados pela eternidade. Se não fossem obra de Deus, seriam eternos como ele, e nesse caso haveria muitas potências soberanas.
 A primeira condição de toda doutrina é a de ser lógica; ora, a dos demônios, no seu sentido absoluto, falha neste ponto essencial. Que, na crença dos povos atrasados, que não conheciam os atributos de Deus, admitindo divindades malfazejas, também se admitissem os demônios, é concebível; mas para quem quer que faca da bondade de Deus um atributo por excelência, é ilógico e contraditório supor que ele tenha criado seres voltados ao mal e destinados a praticá-lo perpetuamente, porque isso seria negar a sua bondade. Os partidários do demônio se apóiam nas palavras do Cristo e não seremos nós que iremos contestar a autoridade dos seus ensinos, que desejaríamos ver mais no coração do que na boca dos homens; mas estariam bem certos do sentido que ele atribuía à palavra demônio? Não se sabe que a forma alegórica é uma das características da sua linguagem? Tudo o que o Evangelho contém deve ser tomado ao pé da letra? Não queremos outra prova, além desta passagem;
 “Logo após esses dias de aflição, o sol se obscurecerá e a lua não dará mais a sua luz, as estrelas cairão do céu e as potências celestes serão abaladas. Em verdade vos digo que esta geração não passará, antes que todas essas coisas se cumpram.” Não vimos a forma do texto bíblico contraditada pela Ciência no que se refere à criação e ao movimento da Terra? Não pode acontecer o mesmo com certas figuras empregadas pelo Cristo, que devia falar de acordo com o tempo e a região em que se achava? O Cristo não poderia ter dito conscientemente uma falsidade. Se, portanto, nessas palavras há coisas que parecem chocar a razão, é que não as compreendemos ou que as interpretamos mal.
 Os homens fizeram com os demônios o mesmo que com os anjos. Da mesma maneira que acreditam na existência de seres perfeitos desde toda a eternidade, tomaram também os Espíritos inferiores por seres perpetuamente maus. A palavra demônio deve, portanto, ser entendida como referente aos Espíritos impuros, que freqüentemente não são melhores que os designados por esse nome, mas com a diferença de ser o seu estado apenas transitório. São esses os Espíritos imperfeitos que protestam contra as suas provações e por isso as sofrem por mais tempo, mas chegarão por sua vez á perfeição, quando se dispuserem a tanto. Poderíamos aceitar a palavra demônio com esta restrição. Mas, como ela é agora entendida num sentido exclusivo, poderia induzir em erro, dando margem á crença na existência de seres criados especialmente para o mal.
A propósito de Satanás, é evidente que se trata da personificação do mal sob uma forma alegórica, porque não se poderia admitir um ser maligno lutando de igual para igual com a Divindade, e cuja única preocupação seria a de contrariar os seus desígnios. Como o homem necessita de imagens e figuras para impressionar a sua imaginação, pintou os seres incorpóreos com formas materiais dotadas de atributos que lembram as suas qualidades ou os seus defeitos Foi assim que os antigos, querendo personificar o Tempo, deram-lhe a figura de um velho com uma foice e uma ampulheta. Uma figura de jovem, nesse caso, seria um contra-senso. O mesmo se deu com as alegorias da Fortuna, da Verdade etc. Os modernos representaram os anjos, os Espíritos puros, numa figura radiosa, com asas brancas, símbolo da pureza, e Satanás, com chifres, garras e os atributos da bestialidade, símbolos das paixões. O vulgo, que toma as coisas ao pé da letra, viu nesses símbolos entidades reais, como outrora tinha visto Saturno na alegoria do Tempo.
Fonte: O Livro dos Espíritos. Allan Kardec


𝗖𝗢𝗠𝗢 𝗢𝗦 𝗥𝗘𝗟𝗔𝗖𝗜𝗢𝗡𝗔𝗠𝗘𝗡𝗧𝗢𝗦 𝗙𝗜𝗖𝗔𝗠 𝗔𝗧𝗥𝗘𝗟𝗔𝗗𝗢𝗦 𝗡𝗔𝗦 𝗥𝗘𝗘𝗡𝗖𝗔𝗥𝗡𝗔𝗖̧𝗢̃𝗘𝗦.

Os ajustes dos relacionamentos problemáticos de outras existências. Pelas reencarnações os espíritos têm a oportunidade de reestabelecer os ...