Seguidores

terça-feira, 24 de abril de 2012

"O MUNDO DA VERDADE"

Estando de volta ao Mundo da Verdade, o Espírito não tem como se livrar de suas colheita dos frutos podres da sua semeadura negativa.
Além disso,  estarão  ao seu encalço muitas entidades que foram suas vítimas e que, no seu atraso espiritual ainda não foram capazes de aprenderem a perdoar, e deixar a Justiça entregue aos gabinetes Divino.
 Milhões de criaturas que estiveram na aparente condição de vítimas se levantam todos os dias clamando por vingança contra seus algozes e desejando retribuir o sofrimento  com mais sofrimento. Então, como também estas criaturas são o fruto doloroso do algoz, correspondem ao patrimônio acumulado de seus erros e atos de agressão, o que as coloca no mesmo padrão vibratório e, em conseqüência , o agente do mal tem de receber, também, o espólio do seu investimento, multiplicado pelos juros da revolta e do ódio acumulado por muito tempo no coração dos que feriu.
A perseguição das vítimas é outro item desse cenário de dificuldades que é enfrentado pelo espírito que chega no porto da verdade sem carregar maiores recursos que não a bagagem de lágrimas e decepções, sangue e tristezas que espalhou na Terra em troca de alguns momentos de  gozo e prazer, poder e luxo, ostentação e grandeza.
No lado espiritual da vida, a presença de entidades inteligentes mas cruéis, possibilita que os espíritos sem méritos e que se tenham permitido vibrar nas mesmas condições inferiores, sejam igualmente fustigados, perseguidos e escravizados por seus antigos sócios de delitos, pelos quais se haviam acumpliciados com eles enquanto estavam servindo aos interesses mesquinhos ainda no corpo físico.
Dessa maneira, também as entidades umbralinas que foram os antigos comparsas e, porventura, estejam a mais tempo na vasta região das sombras que circunda a crosta terrestre, se associam nas dores de seu associado de desatinos para manter-se no domínio de sua personalidade vulnerável  e fraca, prolongando o poder que exerciam sobre ele.
Como se vê, amigo leitor, O Mundo da Verdade revelará aos incautos seguidores da grande maioria dos que dormem e que estão acomodados, o cortejo de lágrimas e sofrimentos que os esperam, sem que consigam alegar qualquer das tolices e das honrarias humanas como fator de atenuação.
Só o sentimento de nobreza, o Bem que se pratica sem desejo de realce, o Amor que se espalha por sinceridade e devotamento, a renúncia e o sacrifício dos próprios interesses, os atos que levaram esperança aos aflitos, a fome, o frio, o cansaço que se enfrentaram para que os outros comessem, se alimentassem ou descansassem, corresponderão aos fatores atenuantes de nossos erros a se levantarem como os nossos defensores no tribunal da Verdade incorruptível do mundo espiritual.
Não se trata de nenhum  privilégio de Deus a garantir a recepção luminosa para alguns e esquecer outros nas profundezas da dor. Cada qual se elevou no caminho que quis ou se projetou no abismo que escolheu.

ANDRE LUIZ RUIZ. Pelo Espírito “Lúcius”.
Da obra: “A FORÇA DA BONDADE”   

segunda-feira, 23 de abril de 2012

"EXPIAÇÃO E RESGATE"

Perguntam-nos muitas vezes: “COMO PODEM A EXPIAÇÃO E O RESGATE DAS FALTAS PASSADAS SER MERITÓRIOS E FECUNDOS PARA O ESPÍRITO REENCARNADO, SE ESTE, ESQUECIDO E INCONSCIENTE DAS CAUSAS QUE O OPRIMEM, IGNORA ATUALMENTE O FIM E A RAZÃO DE SER DE SUAS PROVAÇÕES?”
Vimos que o sofrimento não é forçosamente uma expiação. Toda a Natureza sofre; tudo o que vive a planta, o animal e o homem, está sujeito à dor. O sofrimento é principalmente um meio de evolução, de educação; mas, no caso em questão, é preciso lembrar que se deve estabelecer distinção entre a inconsciência atual e a consciência virtual do destino no Espírito reencarnado.
Quando o Espírito compreende, à luz intensa do Além, que lhe é absolutamente necessária uma vida de provações para apagar os lamentáveis resultados de suas existências anteriores, esse mesmo Espírito, num movimento de plena inteligência e plena liberdade, escolhe ou aceita espontaneamente a reencarnação futura com todas as conseqüências que ela acarreta, aí compreendido o esquecimento do passado, que se segue ao ato da reencarnação. Essa vista inicial, clara e completa, do seu destino no momento preciso em que o Espírito aceita o renascimento, basta amplamente para estabelecer a consciência, a responsabilidade e o mérito dessa nova vida. Dela o conserva neste mundo a intuição velada, o instinto adormecido, que a menor reminiscência, o menor sonho, bastam para acordar e fazer reviver.
É por esse laço invisível, mas real e possante, que a vida atual se liga à vida anterior do mesmo ser e constitui a unidade moral e a lógica implacável de seu destino. Se, já o demonstramos, não nos lembramos do passado, é porque, as mais das vezes, nada fazemos para despertar as recordações adormecidas; mas a ordem das coisas não deixa por isso de subsistir, nenhum elo da cadeia magnética do destino se obliterou e, ainda menos, se quebrou.
O homem de idade madura não se lembra do que fez na meninice. Deixa por isso de ser a criancinha de outrora e de lhe realizar as promessas? O grande artista que, ao entardecer de um dia de labor, cede ao cansaço e adormece, não retém durante o sonoo plano virtual, a visão íntima da obra que vai prosseguir, que vai continuar, assim que acordar? Acontece o mesmo com o nosso destino, que é uma lide constante entrecortada, muitas vezes, em seu curso, por sonos, que são, na realidade, atividades de formas diferentes, abrilhantadas por sonhos de luz e beleza!
A vida do homem é um drama lógico e harmônico, cujas cenas e decorações mudam, variam ao infinito, mas não se apartam nunca, um só instante, da unidade do objetivo nem da harmonia do conjunto. Só quando voltarmos para o mundo invisível é que compreenderemos o valor de cada cena, o encadeamento dos atos, a incomparável harmonia do todo em suas ligações com a vida e a unidade universais.
Sigamos, pois, com fé e confiança, a linha traçada pela Mão Infalível. Dirijamo-nos aos nossos fins, como os rios se dirigem para o mar – fecundando a terra e refletindo o céu.

Léon Denis
Livro: O problema do ser, do destino e da dor.

"EXPIAÇÃO E RESGATE"

Perguntam-nos muitas vezes: “COMO PODEM A EXPIAÇÃO E O RESGATE DAS FALTAS PASSADAS SER MERITÓRIOS E FECUNDOS PARA O ESPÍRITO REENCARNADO, SE ESTE, ESQUECIDO E INCONSCIENTE DAS CAUSAS QUE O OPRIMEM, IGNORA ATUALMENTE O FIM E A RAZÃO DE SER DE SUAS PROVAÇÕES?”
Vimos que o sofrimento não é forçosamente uma expiação. Toda a Natureza sofre; tudo o que vive a planta, o animal e o homem, está sujeito à dor. O sofrimento é principalmente um meio de evolução, de educação; mas, no caso em questão, é preciso lembrar que se deve estabelecer distinção entre a inconsciência atual e a consciência virtual do destino no Espírito reencarnado.
Quando o Espírito compreende, à luz intensa do Além, que lhe é absolutamente necessária uma vida de provações para apagar os lamentáveis resultados de suas existências anteriores, esse mesmo Espírito, num movimento de plena inteligência e plena liberdade, escolhe ou aceita espontaneamente a reencarnação futura com todas as conseqüências que ela acarreta, aí compreendido o esquecimento do passado, que se segue ao ato da reencarnação. Essa vista inicial, clara e completa, do seu destino no momento preciso em que o Espírito aceita o renascimento, basta amplamente para estabelecer a consciência, a responsabilidade e o mérito dessa nova vida. Dela o conserva neste mundo a intuição velada, o instinto adormecido, que a menor reminiscência, o menor sonho, bastam para acordar e fazer reviver.
É por esse laço invisível, mas real e possante, que a vida atual se liga à vida anterior do mesmo ser e constitui a unidade moral e a lógica implacável de seu destino. Se, já o demonstramos, não nos lembramos do passado, é porque, as mais das vezes, nada fazemos para despertar as recordações adormecidas; mas a ordem das coisas não deixa por isso de subsistir, nenhum elo da cadeia magnética do destino se obliterou e, ainda menos, se quebrou.
O homem de idade madura não se lembra do que fez na meninice. Deixa por isso de ser a criancinha de outrora e de lhe realizar as promessas? O grande artista que, ao entardecer de um dia de labor, cede ao cansaço e adormece, não retém durante o sonoo plano virtual, a visão íntima da obra que vai prosseguir, que vai continuar, assim que acordar? Acontece o mesmo com o nosso destino, que é uma lide constante entrecortada, muitas vezes, em seu curso, por sonos, que são, na realidade, atividades de formas diferentes, abrilhantadas por sonhos de luz e beleza!
A vida do homem é um drama lógico e harmônico, cujas cenas e decorações mudam, variam ao infinito, mas não se apartam nunca, um só instante, da unidade do objetivo nem da harmonia do conjunto. Só quando voltarmos para o mundo invisível é que compreenderemos o valor de cada cena, o encadeamento dos atos, a incomparável harmonia do todo em suas ligações com a vida e a unidade universais.
Sigamos, pois, com fé e confiança, a linha traçada pela Mão Infalível. Dirijamo-nos aos nossos fins, como os rios se dirigem para o mar – fecundando a terra e refletindo o céu.

Léon Denis
Livro: O problema do ser, do destino e da dor.

domingo, 22 de abril de 2012

"SÃO CHEGADOS OS TEMPOS"

Nosso globo está, como todos os outros, sujeito à lei do progresso; progride "fisicamente, pela transformação dos elementos que o compõem" e, de modo paralelo, "moralmente, pela depuração dos Espíritos encarnados e desencarnados que o povoam"; quando a Humanidade se torna "madura para subir um degrau, pode dizer-se que são chegados os tempos marcados por Deus". As leis de Deus são imutáveis porque Seu pensamento "que em tudo penetra, é a força inteligente e permanente que mantém a harmonia em tudo". O Universo é "um mecanismo imensurável" onde atuam incontáveis inteligências subordinadas ao Criador, sob Suas vistas e de acordo com a grande lei de unidade.
Inicia-se para os homens o período em que deverão fazer "que entre si reinem a caridade, a fraternidade, a solidariedade, que lhes assegurem o bem-estar moral". Para tanto é necessário, mais que inteligência, a elevação do sentimento, com a destruição do egoísmo e do orgulho que ainda subsiste. "Trata-se de um movimento universal a operar-se no sentido do progresso moral". Tal movimento causará luta de idéias e não cataclismos materiais.As transformações da Humanidade podem ocorrer de modo gradual, perceptíveis somente após épocas consecutivas, ou mediante crises penosas, dolorosas, que "arrebatam consigo as gerações e instituições, mas são sempre seguidas de uma fase de progresso material e moral". Há mais de dois séculos ocorre esse trabalho de transformação do mundo dos encarnados, com a interação dos desencarnados, "até que haja outra vez estabilizado em novas bases", quando estarão mudados os costumes, caráter, leis, crenças, "numa palavra: todo o seu estado social".Os astros influenciam uns aos outros durante seu movimento de translação pelo espaço, podendo causar perturbações que coincidam "pelo encadeamento e a solidariedade das causas e dos efeitos" com os "períodos de renovação da Humanidade", causando fenômenos como tremores de terra e flagelos diversos, sendo interpretados pelos ignorantes como "sinais no céu".
Encontra-se portanto a Humanidade num período de crescimento moral, chegando ao estado adulto, onde a razão amadurece e lhe dá consciência de um destino mais amplo além das limitações da vida corpórea; perscruta o passado e projeta-se no futuro "a fim de descobrir num e noutro o mistério da sua existência e de adquirir uma consoladora certeza".
O Espiritismo "abre à Humanidade uma estrada nova e lhe desvenda os horizontes do infinito". Leva à certeza na imortalidade da alma, a alternância entre a vida espiritual e a corpórea para a realização do progresso até chegar à perfeição, muito mais digna da justiça do Criador, evidenciando a aberração do pensamento materialista que circunscreve a vida humana em apenas uma existência. Prega a fraternidade assentada na fé racional, ou seja, nos princípios fundamentais: Deus, alma, futuro, progresso individual indefinido, perpetuidade das relações entre os seres.O progresso intelectual já alcançado representa "uma primeira fase no avanço geral da Humanidade", porém a felicidade na Terra somente ocorrerá com o progresso moral, pois, "enquanto o orgulho e o egoísmo o dominarem, o homem se servirá da sua inteligência" "para satisfazer às suas paixões e aos seus interesses pessoais". Então cairão por terra "as barreiras que separam os povos", os antagonismos de seitas, e os homens aprenderão a viver como irmãos unidos numa mesma crença - "fundamento mais sólido da fraternidade universal".Sinais desta transformação já são evidentes com a criação de inúmeras "instituições protetoras, civilizadoras e emancipadoras" propiciando reformas que se consolidarão à medida de uma "predisposição moral mais generalizada", com a predominância da "caridade, fraternidade, benevolência para com todos". A aceitação às idéias espiritualistas em detrimento das materialistas é outro sinal que vem refletir "a necessidade de respirar um ar mais vivificante".
O Espiritismo nasceu no exato momento em que a Humanidade se encontrava cansada da dúvida e da incerteza sendo acolhido pelos homens progressistas "como âncora de salvação e consolação suprema". A velha geração materialista cede lugar à geração nova, cuja madureza promoverá a renovação social, cabendo ao Espiritismo, com sua tendência progressista e poder moralizador, secundar tal movimento de regeneração.

“A Gênese” Alann Kardec


"SÃO CHEGADOS OS TEMPOS"

Nosso globo está, como todos os outros, sujeito à lei do progresso; progride "fisicamente, pela transformação dos elementos que o compõem" e, de modo paralelo, "moralmente, pela depuração dos Espíritos encarnados e desencarnados que o povoam"; quando a Humanidade se torna "madura para subir um degrau, pode dizer-se que são chegados os tempos marcados por Deus". As leis de Deus são imutáveis porque Seu pensamento "que em tudo penetra, é a força inteligente e permanente que mantém a harmonia em tudo". O Universo é "um mecanismo imensurável" onde atuam incontáveis inteligências subordinadas ao Criador, sob Suas vistas e de acordo com a grande lei de unidade.
Inicia-se para os homens o período em que deverão fazer "que entre si reinem a caridade, a fraternidade, a solidariedade, que lhes assegurem o bem-estar moral". Para tanto é necessário, mais que inteligência, a elevação do sentimento, com a destruição do egoísmo e do orgulho que ainda subsiste. "Trata-se de um movimento universal a operar-se no sentido do progresso moral". Tal movimento causará luta de idéias e não cataclismos materiais.As transformações da Humanidade podem ocorrer de modo gradual, perceptíveis somente após épocas consecutivas, ou mediante crises penosas, dolorosas, que "arrebatam consigo as gerações e instituições, mas são sempre seguidas de uma fase de progresso material e moral". Há mais de dois séculos ocorre esse trabalho de transformação do mundo dos encarnados, com a interação dos desencarnados, "até que haja outra vez estabilizado em novas bases", quando estarão mudados os costumes, caráter, leis, crenças, "numa palavra: todo o seu estado social".Os astros influenciam uns aos outros durante seu movimento de translação pelo espaço, podendo causar perturbações que coincidam "pelo encadeamento e a solidariedade das causas e dos efeitos" com os "períodos de renovação da Humanidade", causando fenômenos como tremores de terra e flagelos diversos, sendo interpretados pelos ignorantes como "sinais no céu".
Encontra-se portanto a Humanidade num período de crescimento moral, chegando ao estado adulto, onde a razão amadurece e lhe dá consciência de um destino mais amplo além das limitações da vida corpórea; perscruta o passado e projeta-se no futuro "a fim de descobrir num e noutro o mistério da sua existência e de adquirir uma consoladora certeza".
O Espiritismo "abre à Humanidade uma estrada nova e lhe desvenda os horizontes do infinito". Leva à certeza na imortalidade da alma, a alternância entre a vida espiritual e a corpórea para a realização do progresso até chegar à perfeição, muito mais digna da justiça do Criador, evidenciando a aberração do pensamento materialista que circunscreve a vida humana em apenas uma existência. Prega a fraternidade assentada na fé racional, ou seja, nos princípios fundamentais: Deus, alma, futuro, progresso individual indefinido, perpetuidade das relações entre os seres.O progresso intelectual já alcançado representa "uma primeira fase no avanço geral da Humanidade", porém a felicidade na Terra somente ocorrerá com o progresso moral, pois, "enquanto o orgulho e o egoísmo o dominarem, o homem se servirá da sua inteligência" "para satisfazer às suas paixões e aos seus interesses pessoais". Então cairão por terra "as barreiras que separam os povos", os antagonismos de seitas, e os homens aprenderão a viver como irmãos unidos numa mesma crença - "fundamento mais sólido da fraternidade universal".Sinais desta transformação já são evidentes com a criação de inúmeras "instituições protetoras, civilizadoras e emancipadoras" propiciando reformas que se consolidarão à medida de uma "predisposição moral mais generalizada", com a predominância da "caridade, fraternidade, benevolência para com todos". A aceitação às idéias espiritualistas em detrimento das materialistas é outro sinal que vem refletir "a necessidade de respirar um ar mais vivificante".
O Espiritismo nasceu no exato momento em que a Humanidade se encontrava cansada da dúvida e da incerteza sendo acolhido pelos homens progressistas "como âncora de salvação e consolação suprema". A velha geração materialista cede lugar à geração nova, cuja madureza promoverá a renovação social, cabendo ao Espiritismo, com sua tendência progressista e poder moralizador, secundar tal movimento de regeneração.

“A Gênese” Alann Kardec


sábado, 21 de abril de 2012

"PARA QUE SERVE A RELIGIÃO"?



 

No ser humano cria-se um conflito entre o princípio do prazer e o princípio do dever. O princípio do prazer é o desejo de satisfazer as necessidades humanas e o princípio do dever, ou princípio da realidade é o que impede ou proíbe ao homem satisfazer algumas de suas necessidades.
Há no homem uma carga energética que necessita de uma derivante, uma descarga. Quando essa descarga não se realiza, para que ele possa se satisfazer, porque a realidade o frustra, necessita de um meio para a sua realização que é a fantasia alucinatória.
O indivíduo se alucina e faz de conta que satisfaz essas necessidades ou que as pode satisfazê-las no além. Será compensado no além pelos sofrimentos, pelas privações e injustiças que teve que padecer e suportar nesta vida. Sofrer na terra será acumular méritos para receber um prêmio maior no céu. Quanto mais insatisfação tenha, quanto mais energia fique sem descarga, tanto maior a glória que ele receberá no céu. O indivíduo que não pode satisfazer suas necessidades na realidade, separa-se do mundo exterior e cria um mundo interior próprio para nele satisfazer, de forma ideal, todos os seus desejos.
O indivíduo fica num conflito dialético entre a necessidade de satisfazer os seus impulsos individuais e a inclinação para satisfazer o bem comum, na sociedade. Essa situação lhe traz um grau de insatisfação muito grande, porque para satisfazer determinadas necessidades individuais na sociedade em que vive, ele tem que reconhecer as suas limitações e renunciar a algumas das suas necessidades.
Para Freud, a religião cumpre a função de ajudar o ser humano a satisfazer na imaginação o que na realidade ele não se atreve ou não pode realizar na vida real. A religião, em suas palavras, seria um erro grave e como erro, toda a ambigüidade entre signos, símbolos e realidade é grande demais para ser real. Trata-se de um delírio da verdade.
Para satisfazer essas necessidades, o indivíduo se identifica com um intermediário que lhe permite a satisfação das mesmas, e então, ele terá um sentido, um objetivo, uma meta para continuar com o seu sofrimento e viver na sociedade. Dessa maneira, o indivíduo assim se expressa: Eu sofro, mas através de Cristo os meus sofrimentos serão recompensados.
Para Wilber (1977), a diversidade das religiões exotéricas refletem a diversidade das ideologias, idiossincrasias e paradigmas culturais.
As religiões derivaram-se de interpretações personificadas, que fizeram com que surgissem em todas as partes do planeta, ramos religiosos que se diferenciam pelos nomes dados ao Inominado. Todas pretendem a mesma coisa: a evolução espiritual. Todas pregam a mesma coisa: a prática do bem. Todas condenam a mesma coisa: o exercício do mal. Todas afirmam que somos irmãos, somos iguais, que devemos nos amar e unir. Mas todas brigam entre si em nome do amor do seu Deus.
No filme americano Coração Satânico (Angel Heart) há um diálogo entre o detetive Harry Angel e o misterioso homem chamado Louis Cyphre, que profere a seguinte expressão: "Dizem que há religiões suficiente no mundo para os homens se odiarem uns aos outros, mas não para que se amem".
Moisés foi incumbido de libertar os judeus, "o povo de Deus", o que queria dizer que os egípcios eram o povo de um outro Deus, e mais tarde Deus afogou milhares de egípcios para salvar o seu povo. Como foi isso possível ? E isso, até hoje, ainda é ensinado nas escolas, nos cultos !
Jesus era judeu, foi morto pelos romanos e, em seguida, criou-se a Igreja Católica Apostólica Romana que apossou-se dele e passou a acusar os judeus de terem matado o filho do "seu" Deus. E, assim, o Deus dos judeus virou o Deus dos católicos. Muitos afirmam que Jesus vai voltar, mas se ele voltar como voltará: judeu, americano, mulçumano, árabe, branco, negro, ou índio?
Para aqueles que experimentaram a experiência da "presença de Deus em si mesmos" , cada um deles, utilizaram ao expressar essa experiência diferenças nas elaborações simbólicas aparecidas em suas mentes. Schoedinger, utilizou os termos da teoria física; Cristo, os da teologia hebraica; Shankara, os da antologia hindu. Contudo a realidade dessa experiência, em cada um deles, continuou sendo uma e a mesma. Por esse motivo dir-se-ia que o nível de consciência do Ego (personalidade) é o nível das várias religiões exotéricas, e que o nível de consciência da Alma, é o nível da unidade transcendente da religião esotérica.
Na essência, todas as religiões são esotéricas, significando com isso, que o Cristianismo não é o único caminho.
Cristo viu que o seu Ser não é o tempo, nem tampouco pode ser encontrado no espaço e, assim, de maneira alguma pode Ele ser feito propriedade de nenhuma religião determinada ( Ver Coríntios 12, 4-6 . . . os dons são diversos, mas o Espírito é o mesmo. E também há diversidade nos serviços, mas o Senhor é o mesmo. E há dificuldade nas realizações, mas o mesmo Deus é quem opera tudo em todos).
Diante desses fatos podemos dizer que o homem é o instrumento e o terreno adequado onde a relação dinâmica, Espírito-Matéria, pode se desenvolver, pois é nele, e somente nele, que a Vida Divina tem condições de se transformar em consciência e individualizar-se tornando-se consciente de si mesmo.
Dessa forma, o ciclo humano, representa um estágio de transição e transformação, um fase de preparação para um novo reino ( Ver Jo. 14, 1-3, . . . Na casa de meu PAI há muitas moradas) , o dos Homens Verdadeiros (Ver Lc. 13, 23-30, . . . muitos procurarão entrar, e não poderão) completamente despertos ( Ver Lc. 9, 50-60, . . . Deixai os mortos o cuidado de enterrar seus mortos . . . ) que poderão promover a manifestação da Vontade Divina.
O homem vive numa situação aparentemente paradoxal, pois participa de duas dimensões, a consciente e a inconsciente.
Ele serve de ponte entre o Céu e a Terra e vive em si mesmo, primeiramente, como conflito, e, a seguir, como oportunidade de transformação e evolução.
Esta posição do homem constitui seu maior problema, mas também seu privilégio, pois lhe confere o encargo de reunir em si mesmo Espírito e Matéria, Inconsciente e Consciente, Alpha e Omega, Infinito e Finito.
Ele é o microcosmo e o macrocosmo e pode fazer experiência direta, em sua consciência, da realidade transcendente, além de reviver em si mesmo a Unidade e a Harmonia.
O homem, tal como ele é agora, é um ser de transição que, por meio de suas lutas, sofrimentos, maturações e tomadas de consciência, fará brotar de si mesmo o ser novo ( Ver Jo. 3, 1-12, . . . aquele que não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus ) .
Entende-se dessa forma, porque a evolução da humanidade é muito lenta e gradual e se desenvolve ao longo de milênios e milênios, abarcando muitas vidas com vária fases e níveis.
Estudando a Psicanálise Transcendental o homem pode penetrar pouco a pouco as camadas mais sutis do inconsciente e encontrar o ser oculto que se revela ao Self, que está ali contido no Self e que é o próprio Self.
Segundo os estudos espiritualistas, o Self é o centro da consciência do homem, o núcleo mais profundo do ser, o Homem Cósmico, o Avatar, o Pai, é o homem que penetrou a consciência logóica ( a Consciência do Logos, a Consciência de Deus) e que está contido no Todo ( o Todo é Deus) onde "o Todo é Um e o Um é o Todo". Com isso, quero dizer que o Self é o Pai ( Eu e o Pai somos Um, disse Jesus) ; é a estrutura ainda inconsciente do Homem Verdadeiro. E que todo o trabalho espiritual ou psicanalítico tem o mesmo objetivo, despertar no homem comum a sua verdadeira essência, que é a expressão integral do Self. Entendemos, então, que o oculto (o que é espiritual) é o inconsciente revelado (Ver Lc. 8, 16-17 . . . não há coisa oculta que não haja de manifestar-se, nem escondida que não haja de saber-se e vir à luz) .
A psicanálise transcendental é a ciência do inconsciente, e portanto, do oculto, uma ciência dos estudos espirituais, onde se encontra a necessidade da revelação do oculto, que em certo sentido é o mesmo que a revelação do que está no inconsciente.
Renato Coutinho

𝗖𝗢𝗠𝗢 𝗢𝗦 𝗥𝗘𝗟𝗔𝗖𝗜𝗢𝗡𝗔𝗠𝗘𝗡𝗧𝗢𝗦 𝗙𝗜𝗖𝗔𝗠 𝗔𝗧𝗥𝗘𝗟𝗔𝗗𝗢𝗦 𝗡𝗔𝗦 𝗥𝗘𝗘𝗡𝗖𝗔𝗥𝗡𝗔𝗖̧𝗢̃𝗘𝗦.

Os ajustes dos relacionamentos problemáticos de outras existências. Pelas reencarnações os espíritos têm a oportunidade de reestabelecer os ...