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sábado, 9 de julho de 2016

"LIÇÕES DO TEMPO"

Todos nós, na terra, encarnados e  desencarnados, com vínculo no Planeta, estamos no educandário da evolução.
De um modo ou de outro, todos somos discípulos na escola do progresso.
Se te vês ao lado de companheiros ,em dificuldades maiores que as tuas, compadece-te deles e auxilia-os nas bases do entendimento e da abnegação.  Quase sempre no plano físico, semelhantes amigos se nos caracterizam na imagem de parentes ou companheiros outros , que as ligações do dia-a dia nos colocaram juntos nesta  existência. Entretanto, diante da Espiritualidade maior, são colegas de aprendizado, em aulas difíceis nas lições do tempo.
No passado próximo ou remoto, dilapidaram a própria forma, em atos conscientes de auto destruição e renasceram, mostrando no corpo que usufruem as marcas dos gestos lastimáveis, perpetrados por eles contra eles mesmos. Entregaram-se em existências outras, a traumas de ódio e delinquências , complicando os  caminhos dos semelhantes e retornaram ao berço terrestre, assinalados por enfermidades de longo curso, em que lhes sanam, gradativamente, as chagas mentais, adquiridas em processos  culposos, nos quais se viram incursos. Em estradas do pretérito abusaram de corações sensíveis , arrastando-os a calamidades passionais e agora, reaparecem no mundo, suportando conflitos psicológicos que exigem muito tempo para a eliminação necessária. Em climas sociais, de muito extintos, cultivaram hábitos perniciosos e ressurgem  agora, na arena terrestre, inclinados desde a juventude, para costumes infelizes que os impulsionam a perigos constantes. Renderam-se a tentações, em experiências que já se foram, instalados entre companhias lamentáveis, que os induziram a comprida vivência nas sombras da insanidade e reencarnam agora, seguidos por largos séqüitos de irmãos transviados na perturbação, que se lhe erigem, nas estradas humanas em adversários persistentes.
Se contas com bastante discernimento para ajuizar, quanto a situação dos companheiros em problemas e obstáculos maiores que os teus, nos bancos escolares da vida, compadece-te deles, ofertando-lhes o amparo de que disponhas.
E se trazes ao mundo um fardo  de provações tão grande de que não possam com teu apoio, atenuar o rigor do currículo, de provas em que se matricularam, auxilia-os como possas e, longe de reprova-los ante o sofrimento ou a perturbação em que se mergulharam, ora por eles e confia-os a Deus, e tenhas certeza de que Deus, velando por todos nós, saberá como, quando e onde fará por todos eles o mais e o melhor.
CHICO XAVIER. Pelo Espírito: “Emmanuel”

  

sexta-feira, 8 de julho de 2016

“ESCOLHA PROFISSIONAL NA VISÃO ESPÍRITA”

1 – A vocação profissional é fruto da escolha do Espírito antes de reencarnar?
Pode ser. Há Espíritos que planejam cuidadosamente as atividades que pretendem desenvolver. Desde a infância revelam preferência por determinada profissão, envolvendo a opção feita. O menino que estima brincar de médico, bem como a menina que aprecia imitar a professora, oferecem pistas reveladoras dos compromissos que assumiram.
2 – Há escolas no plano espiritual?
Há escolas em todos os planos da Criação. A educação é o maior de todos os recursos evolutivos. Em cidades como Nosso Lar, segundo André Luiz, no livro homônimo, psicografia de Francisco Cândido Xavier, enfatiza-se o preparo dos Espíritos para a reencarnação, envolvendo, dentre outros aspectos, a atividade profissional.
3 – Existe uma adequação física para a profissão escolhida?
Isso é fundamental. O professor deve ter fluência, facilidade de expressão; o neurocirurgião, habilidade manual, sistema nervoso bem ajustado; ouvido afinado o músico; mãos fortes o trabalhador braçal; pernas ágeis o jogador de futebol. Tudo isso pode ser preparado na estrutura perispiritual e na combinação dos elementos hereditários, a partir da interferência de técnicos da espiritualidade, quando ocorre a fecundação do óvulo, dando início ao processo reencarnatório.
4 – A facilidade para determinada atividade sempre indica uma profissão escolhida na espiritualidade?
É indicativo de que a pessoa tem experiência no ramo. Encontramos excelentes profissionais em determinada área, que revelam vocação para atividades alheias à sua profissão: um médico muito hábil em lidar com marcenaria ou engenheiro que é excelente músico. Significa que já estiveram vinculados a essas atividades. Hoje, a própria dinâmica da evolução impõe que diversifiquem suas experiências, adquirindo novas aptidões.
5 – Por que a maior parte dos jovens encontra grande dificuldade para escolher uma profissão?
É que não chegaram a defini-la previamente, na Espiritualidade. Deverão vincular-se a determinada atividade que guarde compatibilidade com suas tendências, desejos e experiências anteriores.
6 – Quem reencarna com planejamento prévio não é um protegido?
Semelhante tendência é característica das sociedades humanas. Na espiritualidade prevalece sempre o merecimento. Se alguém tem a oportunidade de um melhor preparo para a reencarnação, deva-se aos seus méritos e à natureza da tarefa que pretende desempenhar. Considere-se, também, que sua responsabilidade será maior, já que, como ensina Jesus, mais será pedido àquele que mais recebeu.
7 – Os Espíritos que reencarnam com uma profissão definida não levam vantagem, não obterão maiores facilidades?
Digamos que é o corredor que sai na frente, mas a jornada é longa. O que pesa mesmo é a dedicação, o esforço, a vontade de vencer. Como diz Amado Nervo, nem sempre o que mais corre a meta alcança, nem mais longe o mais forte o disco lança, mas o que, certo em si, vai firme e em frente, com a decisão firmada em sua mente.
8 – Como enfrentar essa fase de incertezas, em que o jovem deve optar por uma profissão que ainda não definiu?
Infelizmente essa opção tem que ser feita na faixa dos dezesseis aos dezoito anos, período de muitas incertezas para o Espírito reencarnado. Podem ajudá-lo os testes vocacionais, o contato com as atividades profissionais (sei de um jovem que descobriu sua vocação trabalhando como voluntário em grupo de assistência a hospitais; outro optou pelo magistério, a partir de uma experiência com evangelização infantil), o debate com professores e, sobretudo, a confiança em Deus e a oração. Quem ora contrito, consciente da presença divina, sempre colherá a orientação precisa do que deve fazer, que caminhos deve trilhar em relação a todas as atividades humanas. Isso inclui a profissão.


RICHARD SIMONETTI

quinta-feira, 7 de julho de 2016

“O PERISPÍRITO E SUAS MODELAÇÕES”

Como será o tecido sutil da espiritual roupagem que o homem envergará, sem o corpo de carne, além da morte?
Tão arrojada é a tentativa de transmitir informes sobre a questão aos companheiros encarnados, quão difícil se faria esclarecer à lagarta com respeito ao que será ela depois de vencer a inércia da crisálida.
Colado ao chão ou à folhagem, arrastando-se, pesadamente, o inseto não desconfia que transporta consigo os germes das próprias asas.
O perispírito é, ainda, corpo organizado que, representando o molde fundamental da existência para o homem, subsiste, além do sepulcro, demorando-se na região que lhe é própria, de conformidade com o seu peso específico.
Formado por substâncias químicas que transcendem a série estequiogenética conhecida até agora pela ciência terrena, é aparelhagem de matéria rarefeita, alterando-se, de acordo com o padrão vibratório do campo interno.
Organismo delicado, com extremo poder plástico, modifica-se sob o comando do pensamento.
É necessário, porém, acentuar que o poder apenas existe onde prevaleçam a agilidade e a habilitação que só a experiência consegue conferir.
Nas mentes primitivas, ignorantes e ociosas, semelhante vestimenta se caracteriza pela feição pastosa, verdadeira continuação do corpo físico, ainda animalizado ou enfermiço.
O progresso mental é o grande doador de renovação ao equipamento do espírito em qualquer plano de evolução.
Note-se, contudo, que não nos reportamos aqui ao aperfeiçoamento interior.
O crescimento intelectual, com intensa capacidade de ação, pode pertencer a inteligências perversas.
Daí a razão de encontrarmos, em grande número, compactas falanges de entidades libertas dos laços fisiológicos, operando nos círculos da perturbação e da crueldade, com admiráveis recursos de modificação nos aspectos em que se exprimem.
Não possuem meios para a ascese imediata, mas dispõem de elementos para dominar no ambiente em que se equilibram.
Não adquiriram, ainda, a verticalidade do Amor que se eleva aos santuários divinos, na conquista da própria sublimação, mas já se iniciaram na horizontalidade da Ciência com que influenciam aqueles que, de algum modo, ainda lhes partilham a posição espiritual.
Os “anjos caídos” não passam de grandes gênios intelectualizados com estreita capacidade de sentir.
Apaixonados, guardam a faculdade de alterar a expressão que lhes é própria, fascinando e vampirizando nos reinos inferiores da natureza.
Entretanto, nada foge à transformação e tudo se ajusta, dentro do Universo, para o geral aproveitamento da vida. 
A ignorância dormente é acordada e aguilhoada pela ignorância desperta.
A bondade incipiente é estimulada pela bondade maior.
O perispírito, quanto à forma somática, obedece a leis de gravidade, no plano a que se afina.
Nossos impulsos, emoções, paixões e virtudes nele se expressam fielmente.
Por isso mesmo, durante séculos e séculos nos demoraremos nas esferas da luta carnal ou nas regiões que lhes são fronteiriças, purificando a nossa indumentária e embelezando-a, a fim de preparar, segundo o ensinamento de Jesus, a nossa veste nupcial para o banquete do serviço divino.
Emmanuel

“Roteiro” - Psicografia de Francisco Cândido Xavier

quarta-feira, 6 de julho de 2016

“O ERRO”

Quem é que nunca fez nada de errado?
Naturalmente, todos nós, algumas vezes na vida, cometemos erros, seja intencionalmente ou não.
O erro faz parte do aprendizado.
Por trás de todo erro está a ignorância, o orgulho, ou o egoísmo.
O ignorante erra por desconhecer, o orgulhoso por se julgar mais importante do que as demais pessoas e o egoísta por pensar somente em si.
O que caracteriza o erro não são os padrões sociais ou as diretrizes éticas estabelecidas, mas sim suas consequências sobre o indivíduo e a sociedade.
O que torna algum gesto desacertado são os seus efeitos malignos.
Erramos quando nossos atos ferem alguém. Quando invadimos o direito à felicidade do próximo. Quando destruímos, ao invés de construir.
Numa palavra, erramos sempre que geramos sofrimento para os outros ou para nós mesmos.
Por estar vinculado ao sofrimento, vemos que o erro não é um bom negócio.
Entretanto, se formos sábios, saberemos tirar frutos dele.
De uma forma muito especial, Deus sempre cuida para que, dos nossos equívocos, tiremos algo de bom.
Isto acontece por meio da Lei de Causa e Efeito, que faz com que todo o bem, como todo o mal realizado retorne ao seu realizador.
No campo dos sofrimentos isto se chama expiação.
Mas para tornar o processo menos penoso, podemos recorrer ao arrependimento e à reparação.
Arrepender-se é, portanto, o primeiro passo na correção de um desatino.
Existem pessoas que só se arrependem dos seus erros quando estão colhendo as consequências.
Quanto mais demoramos a nos arrepender, mais sofremos.
O arrependimento deve provocar um desejo de reparação, que consiste em fazer o bem a quem se havia feito mal.
Mas nem todas as faltas implicam em prejuízos diretos e efetivos.
Quer dizer, nem sempre teremos de expiar, ou sofrer.
Nesses casos, a reparação se opera fazendo-se o que deveria e foi negligenciado. Cumprindo deveres desprezados, missões não preenchidas.
Quem tem sido orgulhoso, buscará tornar-se humilde. O rude procurará ser amável. O ocioso passará a ser útil e o egoísta, caridoso.
Costuma-se dizer que errar é humano.
Nós poderíamos inverter o raciocínio dizendo que corrigir erros é que é humano, pois o homem não pode desprezar a sua fantástica capacidade de racionalização ao persistir em atitudes que somente o infelicitam.
Reconhece-se, então, o homem de bem pela capacidade com que ele substitui seus defeitos por virtudes superiores.
Os efeitos dos nossos atos se estendem, muitas vezes, para além da existência atual.
Isso explica os sofrimentos atuais, cujas causas não se encontram no presente.
Várias vezes estamos recebendo hoje os efeitos de nossos atos de vidas passadas.
Nenhum Espírito atinge a perfeição, sem antes reparar os erros do seu caminho evolutivo.
Por isso, hoje é o dia de fazer o melhor!

Redação do Momento Espírita.



terça-feira, 5 de julho de 2016

“COMO CRIAR UM DELIQUENTE”

Quando se fala em delinquência, muitos pais sofrem só em pensar no que esse termo representa.
Alguns de nós pensamos e repensamos em como pode uma criança cordata, amável durante a infância, tornar-se um delinquente na adolescência ou na juventude.
Nós não nos damos conta que somos, enquanto educadores, muitas vezes os responsáveis pela delinquência que vige no mundo.
O Departamento de Polícia de Houston, Texas, elaborou uma lista enumerando algumas maneiras fáceis de como criar um delinquente. A lista é a seguinte:
1 - Comece, na infância, a dar ao seu filho tudo o que ele quiser. Assim, quando crescer, acreditará que o mundo tem obrigação de lhe dar tudo o que deseja.
2 - Quando ele disser palavrões, ache graça. Isso o fará considerar-se interessante.
3 - Nunca lhe dê orientação religiosa. Espere até que ele chegue aos vinte e um anos, e "decida por si mesmo".
4 - Apanhe tudo o que ele deixar jogado: livros, sapatos, roupas. Faça tudo por ele, para que aprenda a jogar sobre os outros toda a responsabilidade.
5 - Discuta com frequência na presença dele. Assim não ficará muito chocado quando o lar se desfizer mais tarde.
6 - Dê-lhe todo o dinheiro que quiser. Nunca o deixe ganhar seu próprio dinheiro. Por que terá ele de passar pelas mesmas dificuldades que você passou?
7 - Satisfaça todos os seus desejos de comida, bebida e conforto. (Negar pode acarretar frustrações prejudiciais).
8 - Tome o partido dele contra vizinhos e policiais. (Todos têm má vontade para com o seu filho).
9 - Quando se meter em alguma encrenca séria, dê esta desculpa: "Nunca consegui dominá-lo."
Aja assim e prepare-se para uma vida de desgosto. É o seu merecido destino. 
Quando nos queixamos do desgosto por que nos fazem passar os filhos, normalmente esquecemos todos esses detalhes enumerados pela polícia de Houston.
Enquanto ainda são crianças, imaginamos que jamais venham a delinquir. Em verdade é esse o nosso mais profundo desejo.
No entanto, é bem possível que nos equivoquemos procurando acertar. Procurando fazer o melhor para esses seres tão queridos aos nossos corações.
Se temos a intenção de fazer de nossos filhos cidadãos responsáveis e dignos, comecemos a prestar mais atenção na forma de educação que lhes damos.
Ensinar-lhes a tolerar frustrações, estabelecer regras a serem respeitadas, limites a serem observados, é sempre importante.
Consideremos que nossos filhos são Espíritos reencarnados e como tais, trazem consigo a bagagem de erros e acertos conquistados ao longo das existências.
Consideremos, ainda, que todos nascemos para galgar degraus na escala evolutiva e sejamos os impulsionadores daqueles a quem Deus nos confiou a educação.
Dessa forma, de nada teremos que nos arrepender mais tarde.
É na adolescência que o Espírito retoma a bagagem de experiências acumuladas ao longo da sua caminhada evolutiva.
É que na adolescência o corpo e o psiquismo já estão preparados para receber essas informações.
Não é outro o motivo pelo qual muitos pais desconhecem os filhos, que passam a ser outra pessoa, dizem, quando chegam à adolescência.
Até aos sete anos de idade a criança é mais suscetível aos ensinamentos.
Por isso devemos nos esmerar para dar-lhes uma educação efetiva, de forma que esta possa suplantar as informações equivocadas que porventura traga o nosso filho, de existências anteriores.

Redação do Momento Espírita, com base em mensagem volante atribuída à polícia de Houston, Texas.

segunda-feira, 4 de julho de 2016

“AS NOSSAS DIVERSAS ENCARNAÇÕES EM DIFERENTES MUNDOS”

As nossas diversas existências corporais se verificam todas na Terra?
“Não; vivemo-las em diferentes mundos. As que aqui passamos não são as primeiras, nem as últimas; são, porém, das mais materiais e das mais distantes da perfeição. ”
A cada nova existência corporal a alma passa de um mundo para o outro, ou pode ter muitas no mesmo globo?
“Pode viver muitas vezes no mesmo globo, se não se adiantou bastante para passar a um mundo superior. ”
Podemos então reaparecer muitas vezes na Terra?
“Certamente. ”
Podemos voltar a este, depois de termos vivido em outros mundos?
“Sem dúvida. É possível que já tenhais vivido algures e na Terra. ”
Tornar a viver na Terra constitui uma necessidade?
“Não; mas, se não progredistes, podereis ir para outro mundo que não valha mais do que a Terra e que talvez até seja pior do que ela. ”
Haverá alguma vantagem em voltar-se a habitar a Terra?
“Nenhuma vantagem particular, a menos que seja em missão, caso em que se progride aí como em qualquer planeta. ”
Não se seria mais feliz permanecendo na condição de Espírito?
“Não, não; estacionar-se-ia e o que se quer é caminhar para Deus. ”
Depois de haverem encarnado noutros mundos, podem os Espíritos encarnar neste, sem que jamais aí tenham estado?
“Sim, do mesmo modo que vós em outros. Todos os mundos são solidários: o que não se faz num faz-se noutro. ”
Assim, homens há que estão na Terra pela primeira vez?
“Muitos, e em graus diversos de adiantamento. ” 
Pode-se reconhecer, por um indício qualquer, que um Espírito está pela primeira vez na Terra?
“Nenhuma utilidade teria isso. ”
Para chegar à perfeição e à suprema felicidade, destino final de todos os homens, tem o Espírito que passa pela fieira de todos os mundos existentes no Universo?
“Não, porquanto muitos são os mundos correspondentes a cada grau da respectiva escala e o Espírito, saindo de um deles, nenhuma coisa nova aprenderia nos outros do mesmo grau. ”
Como se explica então a pluralidade de suas existências em um mesmo globo?
“De cada vez poderá ocupar posição diferente das anteriores e nessas diversas posições se lhe deparam outras tantas ocasiões de adquirir experiência. ”
Podem os Espíritos encarnar em um mundo relativamente inferior a outro onde já viveram?
“Sim, quando em missão, com o objetivo de auxiliarem o progresso, caso em que aceitam alegres as tribulações de tal existência, por lhes proporcionar meio de se adiantarem. ”
Mas, não pode dar-se também por expiação? Não pode Deus degredar para mundos inferiores Espíritos rebeldes?
“Os Espíritos podem conservar-se estacionários, mas não retrogradam. Em caso de estacionamento, a punição deles consiste em não avançarem, em recomeçarem, no meio conveniente à sua natureza, as existências mal-empregadas. ”
Quais os que têm de recomeçar a mesma existência?
“Os que faliram em suas missões ou em suas provas. ”
Os seres que habitam cada mundo hão todos alcançado o mesmo nível de perfeição?
“Não; dá-se em cada um o que ocorre na Terra: uns Espíritos são mais adiantados do que outros. ” 
Passando deste planeta para outro, conserva o Espírito a inteligência que aqui tinha?
“Sem dúvida; a inteligência não se perde. Pode, porém, acontecer que ele não disponha dos mesmos meios para manifestá-la, dependendo isto da sua superioridade e das condições do corpo que tomar. ”
Os seres que habitam os diferentes mundos têm corpos semelhantes aos nossos?
“É fora de dúvida que têm corpos, porque o Espírito precisa estar revestido de matéria para atuar sobre a matéria. Esse envoltório, porém, é mais ou menos material, conforme o grau de pureza a que chegaram os Espíritos. É isso o que assinala a diferença entre os mundos que temos de percorrer, porquanto muita morada há na casa de nosso Pai, sendo, conseguintemente, de muitos graus essas moradas. Alguns o sabem e desse fato têm consciência na Terra; com outros, no entanto, o mesmo não se dá. ”
É possível conhecer exatamente o estado físico e moral dos diferentes mundos?
“Nós, Espíritos, só podemos responder de acordo com o grau de adiantamento em que vos achais. Quer dizer que não devemos revelar estas coisas a todos, porque nem todos estão em estado de compreendê-las e semelhante revelação os perturbaria. ”
À medida que o Espírito se purifica, o corpo que o reveste se aproxima igualmente da natureza espírita. Torna-se-lhe menos densa a matéria, deixa de rastejar penosamente pela superfície do solo, menos grosseiras se lhe fazem as necessidades físicas, não mais sendo preciso que os seres vivos se destruam mutuamente para se nutrirem. O Espírito se acha mais livre e tem, das coisas longínquas, percepções que desconhecemos. Vê com os olhos do corpo o que só pelo pensamento entrevemos.
Da purificação do Espírito decorre o aperfeiçoamento moral, para os seres que eles constituem, quando encarnados. As paixões animais se enfraquecem e o egoísmo cede lugar ao sentimento da fraternidade. Assim é que, nos mundos superiores ao nosso, se desconhecem as guerras, carecendo de objeto os ódios e as discórdias, porque ninguém pensa em causar dano ao seu semelhante. A intuição que seus habitantes têm do futuro, a segurança que uma consciência isenta de remorsos lhes dá, fazem que a morte nenhuma apreensão lhes cause. Encaram-na de frente, sem temor, como simples transformação. A duração da vida, nos diferentes mundos, parece guardar proporção com o grau de superioridade física e moral de cada um, o que é perfeitamente racional. Quanto menos material o corpo, menos sujeito às vicissitudes que o desorganizam. Quanto mais puro o Espírito, menos paixões a miná-lo. É essa ainda uma graça da Providência, que desse modo abrevia os sofrimentos. (A.K.)
Indo de um mundo para outro, o Espírito passa por nova infância?
“Em toda parte a infância é uma transição necessária, mas não é, em toda parte, tão obtusa como no vosso mundo. ”
Tem o Espírito a faculdade de escolher o mundo onde passe a habitar?
“Nem sempre. Pode pedir que lhe seja permitido ir para este ou aquele e pode obtê-lo, se o merecer, porquanto a acessibilidade dos mundos, para os Espíritos, depende do grau da elevação destes. ”
Se o Espírito nada pedir, que é o que determina o mundo em que ele reencarnará?
“O grau da sua elevação. ”
O estado físico e moral dos seres vivos é perpetuamente o mesmo em cada minuto?
“Não; os mundos também estão sujeitos à lei do progresso. Todos começaram, como o vosso, por um estado inferior e a própria Terra sofrerá idêntica transformação. Tornar-se-á um paraíso, quando os homens se houverem tornado bons. ”
É assim que as raças, que hoje povoam a Terra, desaparecerão um dia, substituídas por seres cada vez mais perfeitos, pois que essas novas raças transformadas sucederão às atuais, como estas sucederam a outras ainda mais grosseiras. (A.K.)
Haverá mundos onde o Espírito, deixando de revestir corpos materiais, só tenha por envoltório o perispírito?
“Há e mesmo esse envoltório se torna tão etéreo que para vós é como se não existisse. Esse o estado dos Espíritos puros. ” 
Parece resultar daí que, entre o estado correspondente às últimas encarnações e o de Espírito puro, não há linha divisória perfeitamente demarcada, não?
“Semelhante demarcação não existe. A diferença entre ume outro estado se vai apagando pouco a pouco e acaba por ser imperceptível, tal qual se dá com a noite às primeiras claridades do alvorecer. ”
A substância do perispírito é a mesma em todos os mundos?
“Não; é mais ou menos etérea. Passando de um mundo a outro, o Espírito se reveste da matéria própria desse outro, operando-se, porém, essa mudança com a rapidez do relâmpago. ”
Os Espíritos puros habitam mundos especiais, ou se acham no espaço universal, sem estarem mais ligados a um mundo do que a outros?
“Habitam certos mundos, mas não lhes ficam presos, como os homens à Terra; podem, melhor do que os outros, estar em toda parte. ”


Allan Kardec- Livro dos Espíritos

𝗖𝗢𝗠𝗢 𝗢𝗦 𝗥𝗘𝗟𝗔𝗖𝗜𝗢𝗡𝗔𝗠𝗘𝗡𝗧𝗢𝗦 𝗙𝗜𝗖𝗔𝗠 𝗔𝗧𝗥𝗘𝗟𝗔𝗗𝗢𝗦 𝗡𝗔𝗦 𝗥𝗘𝗘𝗡𝗖𝗔𝗥𝗡𝗔𝗖̧𝗢̃𝗘𝗦.

Os ajustes dos relacionamentos problemáticos de outras existências. Pelas reencarnações os espíritos têm a oportunidade de reestabelecer os ...