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sábado, 24 de setembro de 2016

“A VIDA NA TERRA”

Muitos irmãos de caminhada na atual existência, perguntam-se angustiados diante dos embates da estrada, qual o verdadeiro sentido da vida.
Até mesmos muitos dos cientistas, dos nossos dias, quando interrogados sobre o assunto, respondem que a vida é um ponto de interrogação, onde não se pode afirmar absolutamente nada.
Diversos poetas em se reportando ao tema, afirmam que a vida não passa de uma sucessão de despedidas.
Muitos indivíduos, ainda imaturos na compreensão dos desígnios superiores, interpretam a finalidade da vida como sendo a oportunidade que temos de aproveitar para desfrutá-la em festas sucessivas, no gozo dos prazeres imediatos da carne.
Alguns mais pessimistas asseguram que tudo na vida é regido pelo acaso, como se do acaso se pudesse esperar alguma coisa inteligente; Jogando sobre a responsabilidade da sorte as alegrias ou tristezas que o indivíduo terá durante sua vida física na Terra.
Nós, seguidores da doutrina espírita, sabemos que a Terra é na verdade uma escola de vida e, nas múltiplas classes em que se subdivide, cada aluno sendo um “espírito imortal” recebe um corpo físico com a finalidade de alcançar determinados fins.
Alguém nasceu para aprender ensinando; outro chegou para dirigir o trabalho; outro ainda se integra nos quadros da subalternidade a fim de burilar-se; aquele é repetente de lições nas quais faliu em outra época; outro é chamado à revisão do próprio comportamento; e aquele outro ainda é trazido ao reencontro de amigos que um dia transformou em adversários, a fim de rearticular com eles a harmonia necessária à construção do bem.
Assim sendo, procura entender, caro irmão, enquanto é tempo, que a reencarnação nos felicita com a oportunidade de refazer nossa história, diante das realidades que nos presidem os caminhos evolutivos e observarás a sabedoria que nos rege a existência em qualquer plano do Universo.
O lar é a tua casa de entrada no educandário em que chegas para estagiar, com o núcleo familiar que te fará dispor das oportunidades que necessitas para crescer e progredir, diante das pessoas certas, com os problemas que te dizem respeito.
Na comunidade social em que circulas tens a paisagem de serviço que te solicita demonstrações de vontade no aproveitamento e valorização das chances que te são oportunizadas para te reabilitar perante as Leis Divinas.
Nas provas e dificuldades do dia-a-dia está definido teu papel nas tarefas de melhoria e elevação, que somente tu podes empreender por serem de tua inteira responsabilidade.
Tens em tuas tendências e disposições, os sinais inequívocos dos teus sentimentos, e podes com clareza identificar que matéria te exige aplicação mais intensa.
Observa com atenção todos em tua volta e reconhecerás os verdadeiros amigos de tua caminhada, que quase sempre são os companheiros mais íntimos, com os quais deves construir e aprender, servir e trabalhar.
Encara a existência terrestre como sendo escola educativa, dentro da vida imperecível e, através dos obstáculos do cotidiano, perceberás que te vês em temporário curso de aprendizagem, a te credenciar através das experiências evolutivas comuns a todo ser humano, no caminho de regresso ao Lar Maior, onde te aguardam as luzes do Eterno Alvorecer.
Fonte: Rede Amigo Espírita.
Autor: Francisco Rebouças (Niterói/RJ)

Pós-graduado em Administração de Recursos Humanos, Professor, Escritor, Articulista de diversos órgãos de divulgação do espiritismo no Brasil. Presidente do Conselho Fiscal da UMEN - União da Mocidade Espírita de Niterói/RJ. Expositor espírita

quinta-feira, 22 de setembro de 2016

"SUICÍDIO: QUANDO ALGUÉM SE MATA E PERCEBE QUE NÃO MORREU!"

A terra é o lugar onde se experimentam os elementos e aspectos da condição humana - que não podem ser vivenciados em nenhum outro lugar.
É um lugar de crescimento - e crescer não é fácil. A maioria das pessoas vivas hoje está constantemente pressionada por desafios de sobrevivência.
Somos bombardeados com preocupações de ordem financeira, profissional, emocional, por problemas de saúde. Muitas dessas preocupações estão associadas com sentimentos de autodestruição.
A certa altura, acreditamos: "Não posso suportar isso!" ou "É melhor morrer!".
A maioria das pessoas tem impulsos suicidas, pelo menos uma vez na vida. No entanto, esse tipo de impulso vem e vai embora, de acordo com a situação.
O tipo de personalidade obcecada com a ideia de autodestruição - pessoas que fazem várias tentativas de por fim à vida - pertence, geralmente, a uma das seguintes categorias :
1. Uma pessoa com uma personalidade controladora e que de repente perde o controle dos acontecimentos.
2. Uma pessoa abalada por uma autoimagem excessivamente negativa. Essa pessoa acha que não tem valor algum, nem contribui em nada para a sociedade. Ela chega a acreditar que planeta estaria melhor sem ela.
3. Aqueles que sofrem de uma enfermidade em estado terminal e não querem suportar mais sofrimento e dor, até a morte.
4. Aqueles que estão mentalmente doentes ou que sofrem algum desequilíbrio bioquímico.
É compreensível que, por conta de determinados sentimentos, circunstâncias e crenças, alguém encontre uma forte razão para se matar. Entretanto, do ponto de vista espiritual, isso não está certo.
Cada um de nós tem um destino para o qual nascemos. Nosso destino cármico pode durar um mês, apenas, ou trinta e cinco, ou mesmo oitenta anos.
Antes de retornarmos ao plano terreno, nos imbuímos de um fortíssimo desejo de nascer, de usufruir da experiência física, e entramos neste mundo com uma espécie de mecanismo de tempo instalado em nosso complexo psíquico.
Quando a vida é cortada, nosso corpo deixa de existir, mas restam sempre laços magnéticos, ainda ativos, de tudo o que deixamos no plano terreno.
Esses laços completam sua missão apenas quando percorremos integralmente o tempo predeterminado para nós no plano terreno. Como está escrito: Cada estação tem seu tempo.
Quando alguém se mata, uma das primeiras coisas de que se conta é que, na verdade, não está morto. Persiste na pessoa uma sensação pesada; porque os laços com o plano terreno continuam, como parte de sua natureza.
De certo modo, podemos dizer que essa alma não está totalmente livre. A personalidade mortal se vai, mas não a alma.
A alma imortal continua existindo, estacionada entre o mundo físico e o espiritual - viva, mas incapaz de comunicar-se com seus entes queridos ou com qualquer um.
A alma sente-se culpada, sofre, fica angustiada, depois de pôr fim à vida. Descobre que seu destino poderia ter sido significativo, que teria muito a dar ao mundo, se tivesse permanecido viva.
No estado espiritual, torna-se consciente de que deveria ter passado justamente por aquelas experiências que acabaram levando-a ao suicídio. E, ainda, pressente a dor e a raiva que deixou naqueles que ficaram.
O pior de tudo é que se encontra numa espécie de região do limbo. Não está apta a avançar para o reino eterno, nem pode retornar para o mundo físico.
Está parada, imobilizada numa espécie de terra-de-ninguém, atormentada incessantemente pela lembrança do terrível ato que cometeu. Revê sua morte, vezes sem conta, como se fosse um filme velho, um filme muito ruim. Está presa numa armadilha, não há como sair.
Alguns espíritos de suicidas têm consciência do que fizeram. Mas muitos outros podem não estar cientes do que ocorreu.
Por isso, revivem ininterruptamente seu momento de morte, como se fosse um círculo vicioso - que pode acabar tornando-se um tormento horrível.
Eventualmente, o espírito acaba por convencer-se de que não pertence mais ao plano terreno.

Postado por ANA MARIA TEODORO MASSUCI 

quarta-feira, 21 de setembro de 2016

"A MORTE E/OU DESENCARNAÇÃO DOEM?"

O fenômeno da morte e/ou desencarnação constitui uma fatalidade da qual nenhum ser humano consegue escapar. A morte sobrevindo a cada instante nas células, que igualmente se revigoram, chega o momento em que a desoxigenação encefálica se incumbe de interromper as funções do tronco cerebral, obstruindo a ocorrência biológica da vida carnal.
No processo da morte pesquisadores afirmam que genes permanecem vivos nos defuntos. Asseguram que alguns genes humanos estão ativos por pelo menos 12 horas após a morte biológica. A descoberta deixa para a academia a definição de "morte física" mais emblemática. Cada vez fica mais claro que desencarnar e ou “morrer” é um longo processo, que começa bem antes da data da certidão de óbito e termina muito depois dela.
A certeza da vida além-túmulo não elimina as inquietações humanas quanto à morte e/ou desencarnação. Há muitos que temem não precisamente a vida futura, mas o momento da extinção do corpo. Será ele traumático? Em verdade a morte e/ou desencarnação não são iguais para todos, visto que ilimitados são os comportamentos adotados pelos encarnados.
Apesar de utilizarmos como sinônimos os termos morte e desencarnação, a rigor estes são fenômenos distintos. De fato, é rara a coincidência temporal das durações de ambos os processos. É muito mais frequente o processo de morte propriamente dita ser concluído muito antes da desencarnação.
A desencarnação para alguns poucos pode ser rápida, proporcionando uma certa liberdade, até mesmo antes da extinção corporal. Comumente, a separação da alma é feita gradativamente , pois o Espírito se desprende vagarosamente dos laços que o prendem, de forma que as condições de encarnado ou desencarnado, no momento do desenlace, se confundem e se tocam, sem que haja uma linha divisória entre as duas.
Porém, observando-se a tranquilidade de alguns moribundos e as comoções assombrosas de outros, pode-se de antemão ajuizar que as impressões experimentadas durante a morte e/ou desencarnação nem sempre são iguais.
Para as pessoas espiritualizadas a desencarnação se completa antes da morte, ou seja, tendo o corpo ainda vida orgânica, o Espírito já penetra na vida espiritual, ficando apenas ligado à matéria por elo tão tênue que se desata suavemente com o derradeiro pulsar do coração. Porém, para os algemados aos apelos carnais os laços materiais são vigorosos e quando a morte se aproxima o desprendimento demanda contínuos esforços. As convulsões da agonia são indícios da luta do Espírito, que às vezes procura romper os elos resistentes e outras vezes se agarra ao cadáver, do qual uma força irresistível o arrebata com violência, molécula por molécula.
No livro “Voltei”, Irmão Jacob (Espírito) descreve na condição de testemunha sobre tais situações, explicando que quando foi “cortado” o chamado “cordão prateado” entre o corpo e seu perispírito durante o seu velório, o impacto que ele (Jacob) sentiu foi tão intenso que achou que “estava morrendo por segunda vez”. E logo após esse processo de rompimento do “cordão prateado”, a deterioração do cadáver se acentuou significativamente, conta o autor.
Os religiosos ingênuos que creem poder comprar o ingresso no “reino celestial” à custa de dinheiro (dízimos), serão surpreendidos e ficarão decepcionados com realidade do além-túmulo que os aguarda. Da mesma forma os suicidas, considerando inclusive as atenuantes e agravantes do suicídio, depararão com imensa frustração por não lograrem matar a própria vida e sofrerão enormemente os efeitos inevitáveis da suprema rebeldia às leis do Criador. Nas mortes violentas, tais como nos acidentes, o desprendimento inicia após a morte biológica, e sua consumação não ocorre instantaneamente. O Espírito fica preso ao corpo aturdido, não compreende seu estado, permanecendo na ilusão de que vive materialmente por período mais ou menos longo, conforme seu nível de consciência espiritual.
Na maioria das vezes, tendemos a ignorar o fato de nossa mortalidade, e é somente quando um amigo próximo ou parente querido está morrendo que, intuitivamente, reconhecemos nosso próprio e inevitável roteiro em direção à morte. Há milhares de anos esse assunto tem sido uma questão central para o debate teológico e filosófico, mais do que para a exploração científica e objetiva; entretanto, como observamos acima, a ciência começou a ampliar a compreensão sobre o que acontece quando morremos, tanto no aspecto genético do cadáver quão do aspecto psicológico da alma enquanto mente humana.

Jorge Hessen

terça-feira, 20 de setembro de 2016

“ANJOS GUARDIÕES. ESPÍRITOS SIMPÁTICOS OU PROTETORES.”

489. Há Espíritos que se ligam a um indivíduo em particular para o proteger?
— Sim, o irmão espiritual; é o que chamais o bom Espírito ou o bom gênio.
490. Que se deve entender por anjo da guarda?
— O Espírito protetor de uma ordem elevada.
491. Qual a missão do Espírito protetor?
— A de um pai para com os filhos: conduzir o seu protegido pelo bom caminho, ajudá-lo com os seus conselhos, consolá-lo nas suas aflições sustentar sua coragem nas provas da vida.
492. O Espírito protetor é ligado ao indivíduo desde o seu nascimento?
— Desde o nascimento até a morte, e frequentemente o segue depois da morte, na vida espírita, e mesmo através de numerosas experiências corpóreas porque essas existências não são mais do que fases bem curtas da vida do Espírito.
493. A missão do Espírito protetor é voluntária ou obrigatória?
— O Espírito é obrigado a velar por vós porque aceitou essa tarefa mas pode escolher os seres que lhe são simpáticos. Para uns, isso é um prazer; para outros, uma missão ou um dever.
493 – a) Ligando-se a um pessoa, o Espírito renuncia a proteger outros
indivíduos?
— Não, mas o faz de maneira mais geral.
494. O Espírito protetor está fatalmente ligado ao ser que foi confiado à sua guarda?           
—Acontece frequentemente que certos Espíritos deixam sua posição pura cumprir diversas missões, mas nesse caso são substituídos.
495. O Espírito protetor abandona, às vezes, o protegido, quando este se mostra rebelde às suas advertências?
— Afasta-se quando vê que os seus conselhos são inúteis e que é mais forte a vontade do protegido em submeter-se à influência dos Espíritos inferiores, mas não o abandona completamente e sempre se faz ouvir. É o homem quem lhe fecha os ouvidos. Ele volta, logo que chamado.
Há uma doutrina que deveria converter os mais incrédulos, por seu encanto e por sua doçura: a dos anjos da guarda. Pensar que tendes sempre ao vosso lado seres que vos são superiores, que estão sempre ali para vos aconselhar, vos sustentar, vos ajudar a escalar a montanha escarpada do bem, que são amigos mais firmes e mais devotados que as mais íntimas ligações que se possam contrair na Terra, não é essa uma ideia bastante consoladora? Esses seres ali estão por ordem de seu Deus, que os colocou ao vosso lado; ali estão por seu amor, e cumprem junto a vos todos uma bela mas penosa missão. Sim, onde quer que estiverdes, vosso anjo estará convosco: nos cárceres, nos hospitais, nos antros do vício, na solidão, nada vos separa desse amigo que não podeis ver, mas do qual vossa alma recebe os mais doces impulsos e ouve os mais sábios conselhos.
Ah!, por que não conheceis melhor esta verdade? Quantas vezes ela vos ajudaria nos momentos de crise; quantas vezes ela vos salvaria dos maus Espíritos! Mas no dia decisivo este anjo de bondade terá muitas vezes de vos dizer: “Não te avisei disso? E não afizeste! Não te mostrei o abismo? E nele te precipitaste! Não fiz soar na tua consciência a voz da verdade, e não seguiste os conselhos da mentira?”. Ah!, interpelai vossos anjos da guarda, estabelecei entre vós e eles essa terna intimidade que reina entre os melhores amigos! Não penseis em lhes ocultar nada, pois eles são os olhos de Deus e não os podeis enganar! Considerai o futuro; procurai avançar nesta vida, e vossas provas serão mais curtas, vossas existências mais felizes. Vamos, homens, coragem! Afastai para longe de vós, de uma vez por todas, preconceitos e segundas intenções! Entrai na nova via que se abre diante de vós, marchai, marchai! Tendes guias, segui-os; a meta não vos pode faltar porque essa meta é o próprio Deus.
Aos que pensassem que é impossível a Espíritos verdadeiramente elevados se restringirem a uma tarefa tão laboriosa e de todos os instantes, diremos que influenciamos as vossas almas, embora estando a milhões de léguas de distância: para nós o espaço não existe, e mesmo vivendo em outro mundo os nossos Espíritos, conservam sua ligação convosco. Gozamos de faculdades que não podeis compreender, mas estais certos de que Deus não vos impôs uma tarefa acima de vossas forças, nem vos abandonou sozinhos sobre a Terra, sem amigos e sem amparo.
Cada anjo da guarda tem o seu protegido e vela por ele como um pai vela pelo filho. Sente-se feliz quando o vê no bom caminho; chora quando os seus conselhos são desprezados.
Não temais fatigar-nos com as vossas perguntas; permanecei, pelo contrário, sempre em contato conosco: sereis então mais forte e mais felizes. São essas comunicações de cada homem com seu Espírito familiar que fazem médiuns a todos os homens, médiuns hoje ignorados, mas que mais tarde se manifestarão, derramando-se como um oceano sem bordas para fazer refluir a incredulidade e a ignorância. Homens instruídos, instruí; homens de talento, educai vossos irmãos. Não sabeis que a obra assim realizais: é a do Cristo, a que Deus vos impõe. Por que Deus vos concedeu a inteligência e a ciência, senão para as repartirdes com vossos irmãos, para os adiantar na senda da ventura e da eterna bem aventurança?
São Luis, Santo Agostinho.
Comentário de Kardec: A doutrina dos anjos da guarda, velando pelos protegidos apesar da distância que separa os mundos, nada tem que deva surpreender, pelo contrário, é grande e sublime. Não vemos sobre a Terra um pai velar pelo filho, ainda que esteja distante, e ajuda-lo com seus conselhos através da correspondência? Que haveria de admirar em que os Espíritos possam guiar, de um mundo ao outro, os que tomaram sob sua proteção, pois se, para eles, a distância que separa os mundos é menor que a que divide os continentes da Terra? Não dispõem eles do fluido universal que liga a todos os mundos e os torna solidários, veículo imenso da transmissão do pensamento, como o ar é para nós o veículo da transmissão do som?
496. O Espírito que abandona o seu protegido, não mais lhe fazendo o bem, pode fazer-lhe mal?
— Os bons Espíritos jamais fazem o mal; deixam que o façam os que lhes tomam o lugar, e então acusais a sorte pelas desgraças que vos oprimem, enquanto a falta é vossa.
497. O Espírito protetor pode deixar o seu protegido à mercê de um Espírito que o quisesse mal?
— Existe a união dos maus Espíritos para neutralizar a ação dos bons, mas, se o protegido quiser, dará toda força ao seu bom Espírito. Esse talvez encontre, em algum lugar, uma boa vontade a ser ajudada, e a aproveita, esperando o momento de voltar junto ao seu protegido.
498. Quando o Espírito protetor deixa o seu protegido se extraviar na vida, é por impotência para enfrentar os Espíritos maléficos?
— Não é por impotência, mas porque ele não o quer: seu protegido sai das provas mais perfeito e instruído, e ele o assiste com os seus conselhos, pelos bons pensamentos que lhe sugere, mas que infelizmente nem sempre são ouvidos. Não é senão a fraqueza, o desleixo ou o orgulho do homem que dão força aos maus Espíritos. Seu poder sobre vós só provém do fato de não lhes opordes resistência.
499.0 Espírito está constantemente com o protegido? Não existe alguma circunstância em que, sem o abandonar, o perca de vista?
— Há circunstâncias em que a presença do Espírito protelar não é necessária, junto ao protegido.
500. Chega um momento em que o Espírito não tem mais necessidade do anjo da guarda?
— Sim, quando se torna capaz de guiar-se por si mesmo, como chega um momento em que o estudante não mais precisa de mestre. Mas isso não acontece na Terra.
501. Por que a ação dos Espíritos em nossa vida é oculta, e por que, quando eles nos protegem, não o fazem de maneira ostensiva?
— Se contásseis com o seu apoio, não agiríeis por vós mesmos e o vosso Espírito não progrediria. Para que ele possa adiantar-se, necessita de experiência e em. geral é preciso que adquira à sua custa; é necessário que exercite as suas forças, sem o que seria como uma criança a quem não deixam andar sozinha. A ação dos Espíritos que vos querem bem é sempre de maneira a vos deixar o livre-arbítrio, porque se não tivésseis responsabilidade não vos adiantaríeis na senda que vos deve conduzir a Deus. Não vendo quem o ampara, o homem se entrega às suas próprias forças; não obstante, o seu guia vela por ele e de quando em quando o adverte do perigo. 
502. O Espírito protetor que consegue conduzir o seu protegido pelo bom caminho experimenta com isso algum bem para si mesmo?
— É um mérito que lhe será levado em conta, seja para o seu próprio adiantamento, seja para sua felicidade. Ele se sente feliz quando vê os seus cuidados coroados de sucesso; é para ele um. triunfo, como um preceptor triunfa com os sucessos do seu discípulo.
502 – a) É ele responsável, quando não o consegue?
— Não, pois fez o que dele dependia.
503. O Espírito protetor que vê o seu protegido seguir um mau caminho, apesar dos seus avisos, não sofre com isso e não vê, assim, perturbada a sua felicidade?
— Sofre com os seus erros e os lamenta mas essa aflição nada tem das angústias da paternidade terrena, porque ele sabe que há remédio para o mal, e que o que hoje não se fez, amanhã se fará.
504. Podemos sempre saber o nome do nosso Espírito protetor ou anjo da guarda?
— Como quereis saber nomes que não existem para vós? Acreditais, então, que só existem os Espíritos que conheceis?
504 – a) Como então o invocar, se não o conhecemos?
— Dai-lhe o nome que quiserdes, o de um Espírito superior pelo qual tendes simpatia e veneração; vosso protetor atenderá a esse apelo, porque todos os bons Espíritos são irmãos e se assistem mutuamente.
505. Os Espíritos protetores que tomam nomes comuns são sempre os de pessoas que tiveram esses nomes?
— Não, mas Espíritos que lhes são simpáticos e que, muitas vezes, vêm por sua ordem. Necessitais de um nome: então, eles tomam um que vos inspire confiança. Quando não podeis cumprir pessoalmente uma missão, enviais alguém de vossa confiança que age em vosso nome.
506. Quando estivermos na vida espírita reconheceremos nosso Espírito protetor?
— Sim, pois frequentemente o conhecestes antes da vossa encarnação.
507. Os Espíritos protetores pertencem todos à classe dos Espíritos superiores? Podem ser encontrados entre os da classe média? Um pai, por exemplo, pode tornar-se Espírito protetor de seu filho?
— Pode, mas a proteção supõe um certo grau de elevação, e um poder e uma virtude a mais, concedidos por Deus. O pai que protege o filho pode ser assistido por um Espírito mais elevado.
508. Os Espíritos que deixaram a Terra em boas condições podem sempre proteger os que os amaram e lhes sobreviveram?
— Seu poder é mais ou menos restrito; a posição em que se encontram não lhes permite inteira liberdade de ação.
509. Os homens no estado selvagem ou de inferioridade moral têm igualmente seus Espíritos protetores, e nesse caso esses Espíritos são de uma ordem tão elevada como os dos homens adiantados?
— Cada homem tem um Espírito que vela por ele, mas as missões são relativas ao seu objeto. Não dareis a uma criança que aprende a ler um professor de filosofia. O progresso do Espírito familiar segue o do Espírito protegido. Tendo um Espírito superior que vela por vós, podeis também vos tornardes o protetor de um Espírito que vos seja inferior, e o progresso que o ajudardes afazer contribuirá para o vosso adiantamento. Deus não pede ao Espírito mais do que aquilo que a sua natureza e o grau a que tenha atingido possam comportar.
510. Quando o pai que vela pelo filho se reencarna, continua ainda a velar por ele?
— Isso é mais difícil, mas ele pede, num momento de desprendimento, que um Espírito simpático o assista nessa missão. Aliás, os Espíritos não aceitam senão as missões que podem cumprir até o fim.
O Espírito encarnado, sobretudo nos mundos onde a existência é material, é demasiado sujeito ao corpo para poder devotar-se inteiramente a outro, ou seja, assisti-lo pessoalmente. Eis porque os não suficientemente elevados estão sob a assistência de Espíritos que lhes são superiores, de tal maneira que, se um faltar, por um motivo qualquer, será substituído por outro.
511. Além do Espírito protetor, um mau Espírito é ligado a cada indivíduo com o fim de impulsioná-lo ao mal e de lhe propiciar uma ocasião de lutar entre o bem e o mal?
— Ligação não é bem o termo. É bem verdade que os maus Espíritos procuram desviar o homem do bom caminho quando encontra ocasião, mas quando um deles se liga a um indivíduo o faz por si mesmo, porque espera ser escutado; então haverá luta entre o bom e o mau e vencerá aquele a cujo domínio o homem se entregar.
512. Podemos ter muitos Espíritos protetores?
— Cada homem tem sempre Espíritos simpáticos, mais ou menos elevados, que lhe dedicam afeição e se interessam por ele, como há, também, os que o assistem no mal.
513. Agem os Espíritos simpáticos em virtude de uma missão?
—Às vezes podem ter uma missão temporária mas em geral são apenas solicitados pela similitude de pensamentos e de sentimentos, no bem como no mal.
513 – a) Parece resultar daí que os Espíritos simpáticos podem ser bons ou maus? 
— Sim, o homem encontra sempre Espíritos que simpatizam com ele qualquer que seja o seu caráter.
514. Os Espíritos familiares são a mesma coisa que os Espíritos Simpáticos ou os Espíritos protetores?
— Há muitas gradações na proteção e na simpatia. Dai-lhes os nomes que quiserdes. O Espírito familiar é antes de tudo o amigo da casa.
Comentário de Kardec: Das explicações acima e das observações feitas sobre a natureza dos Espíritos que se ligam ao homem podemos deduzir o seguinte:
O Espírito protetor, anjo da guarda ou bom gênio, é aquele que tem por missão seguir o homem na vida e o ajudar a progredir. É sempre de uma natureza superior à do protegido.
Os Espíritos familiares se ligam a certas pessoas por meio de laços mais ou menos duráveis, com o fim de ajudá-las na medida de seu poder, frequentemente bastante limitado. São bons, mas às vezes pouco adiantados e mesmo levianos, ocupam-se voluntariamente de pormenores da vida íntima e só agem por ordem ou com permissão dos Espíritos protetores.
Os Espíritos simpáticos são os que atraímos a nós por afeições particulares e uma certa semelhança de gostos e de sentimentos, tanto no bem como no mal. A duração de suas relações é quase sempre subordinada às circunstâncias.
O mau gênio é um Espírito imperfeito ou perverso que se liga ao homem com o fim de o desviar do bem, mas age pelo seu próprio impulso e não em virtude de uma missão. Sua tenacidade está na razão do acesso mais fácil ou mais difícil que encontre. O homem é sempre livre de ouvir a sua voz ou de a repelir.
515. Que se deve pensar dessas pessoas que parecem ligar-se a certos indivíduos para levá-los fatalmente à perdição ou para guiá-los no bom caminho?
— Algumas pessoas exercem um efeito sobre outras, uma espécie de fascinação que parece irresistível. Quando isso acontece para o mal são maus Espíritos, de que se servem outros maus Espíritos, para melhor subjugarem as suas vítimas. Deus pode permiti-lo para vos experimentar.
516. Nosso bom e nosso mau gênios poderiam encarnar-se para nos acompanharem na vida de maneira mais direta?
— Isso acontece algumas vezes, mas frequentemente, também, eles encarregam dessa missão outros espíritos encarnados que lhes são simpáticos.
517. Há Espíritos que se ligam a toda uma família para protegê-la?
—Alguns Espíritos se ligam aos membros de uma mesma família, que vivem juntos e são unidos por afeição, mas não acrediteis em Espíritos protetores do orgulho das raças.
 518. Sendo os Espíritos atraídos aos indivíduos por simpatia, serão igualmente a reuniões de indivíduos, por motivos particulares?
— Os Espíritos vão de preferência aonde estão os seus semelhantes, pois nesses lugares podem estar à vontade e mais seguros de ser ouvidos. O homem atrai os Espíritos em razão de suas tendências, quer esteja só ou constitua um todo coletivo, como uma sociedade, uma cidade ou um povo. Há, pois, sociedades, cidades e povos que são assistidos por Espíritos mais ou menos elevados, segundo o seu caráter e as paixões que os dominam. Os Espíritos imperfeitos se afastam dos que os repelem e disso resulta que o aperfeiçoamento moral de um todo coletivo, como o dos indivíduos, tende a afastar os maus Espíritos e a atrair os bons, que despertam e mantêm o sentimento do bem nas massas, da mesma maneira por que outros podem insuflar-lhes as más paixões.
519. As aglomerações de indivíduos, como as sociedades, as cidades, as nações têm o seus Espíritos protetores especiais?
— Sim, porque essas reuniões são de individualidades coletivas que marcham para um objetivo comum e têm necessidade de uma direção superior.
520. Os Espíritos protetores das massas são de natureza mais elevada que a dos que se ligam aos indivíduos?
— Tudo é relativo ao grau de adiantamento das massas como dos indivíduos.
521. Alguns Espíritos podem ajudar o progresso das Artes, protegendo os que delas se ocupam?
— Há Espíritos especiais e que assistem aos que os invocam, quando os julgam dignos; mas que quereis que eles façam com os que creem ser o que não são? Eles não podem fazer ver os cegos nem ouvir os surdos.
Comentário de Kardec: Os antigos haviam feito desses Espíritos divindades especiais. As Musas eram a personificação alegórica dos Espíritos protetores das Ciências e das Artes, como designavam pelos nomes de lares e penates os Espíritos protetores da família. Entre os modernos, as artes, as diferentes indústrias, as cidades, os países têm também seus patronos ou protetores, que são os Espíritos superiores, mas sob outros nomes.
Cada homem tendo os seus Espíritos simpáticos, disso resulta que em todas as coletividades a generalidade dos Espíritos simpáticos está em relação com a generalidade dos indivíduos; que os Espíritos estranhos são para elas atraídos pela identidade de gostos e de pensamentos; em uma palavra, que essas aglomerações, tão bem como os indivíduos, são mais ou menos bem envolvidas, assistidas e influenciadas segundo a natureza dos pensamentos da multidão.
Entre os povos, as causas de atração dos Espíritos são os costumes, os hábitos, o caráter dominante, as leis, sobretudo, porque o caráter da nação se reflete nas suas leis. Os homens que fazem reinar a justiça entre eles combatem a influência dos maus Espíritos. Por toda parte onde a lei consagra as coisas injustas, contrárias à Humanidade, os bons Espíritos estão em minoria e a massa dos maus, que para ali afluem, entretém a nação nas suas ideias e paralisam as boas influências parciais, que ficam perdidas na multidão, como espigas isoladas em meio de espinheiros. Estudando-se os costumes dos povos, ou de qualquer reunião de homens, é fácil, portanto, fazer ideia da população oculta que se imiscui nos seus pensamentos e nas suas ações(1).
(1) Neste comentário às respostas dos Espíritos, Kardec nos oferece duas indicações importantes: a primeira, referente à interpretação espírita da mitologia, que modifica tudo quanto os estudos puramente humanos do assunto firmaram a respeito, até hoje, pois mostra que os deuses mitológicos realmente existiam, como Espíritos; a segunda, referente à Sociologia, que à luz do Espiritismo reveste-se também de novo aspecto, exigindo o estudo da interação das coletividades espirituais e humanas para a boa compreensão dos processos sociais. (N. do T.)

“ANJOS GUARDIÕES. ESPÍRITOS SIMPÁTICOS OU PROTETORES.”

489. Há Espíritos que se ligam a um indivíduo em particular para o proteger?
— Sim, o irmão espiritual; é o que chamais o bom Espírito ou o bom gênio.
490. Que se deve entender por anjo da guarda?
— O Espírito protetor de uma ordem elevada.
491. Qual a missão do Espírito protetor?
— A de um pai para com os filhos: conduzir o seu protegido pelo bom caminho, ajudá-lo com os seus conselhos, consolá-lo nas suas aflições sustentar sua coragem nas provas da vida.
492. O Espírito protetor é ligado ao indivíduo desde o seu nascimento?
— Desde o nascimento até a morte, e frequentemente o segue depois da morte, na vida espírita, e mesmo através de numerosas experiências corpóreas porque essas existências não são mais do que fases bem curtas da vida do Espírito.
493. A missão do Espírito protetor é voluntária ou obrigatória?
— O Espírito é obrigado a velar por vós porque aceitou essa tarefa mas pode escolher os seres que lhe são simpáticos. Para uns, isso é um prazer; para outros, uma missão ou um dever.
493 – a) Ligando-se a um pessoa, o Espírito renuncia a proteger outros
indivíduos?
— Não, mas o faz de maneira mais geral.
494. O Espírito protetor está fatalmente ligado ao ser que foi confiado à sua guarda?           
—Acontece frequentemente que certos Espíritos deixam sua posição pura cumprir diversas missões, mas nesse caso são substituídos.
495. O Espírito protetor abandona, às vezes, o protegido, quando este se mostra rebelde às suas advertências?
— Afasta-se quando vê que os seus conselhos são inúteis e que é mais forte a vontade do protegido em submeter-se à influência dos Espíritos inferiores, mas não o abandona completamente e sempre se faz ouvir. É o homem quem lhe fecha os ouvidos. Ele volta, logo que chamado.
Há uma doutrina que deveria converter os mais incrédulos, por seu encanto e por sua doçura: a dos anjos da guarda. Pensar que tendes sempre ao vosso lado seres que vos são superiores, que estão sempre ali para vos aconselhar, vos sustentar, vos ajudar a escalar a montanha escarpada do bem, que são amigos mais firmes e mais devotados que as mais íntimas ligações que se possam contrair na Terra, não é essa uma ideia bastante consoladora? Esses seres ali estão por ordem de seu Deus, que os colocou ao vosso lado; ali estão por seu amor, e cumprem junto a vos todos uma bela mas penosa missão. Sim, onde quer que estiverdes, vosso anjo estará convosco: nos cárceres, nos hospitais, nos antros do vício, na solidão, nada vos separa desse amigo que não podeis ver, mas do qual vossa alma recebe os mais doces impulsos e ouve os mais sábios conselhos.
Ah!, por que não conheceis melhor esta verdade? Quantas vezes ela vos ajudaria nos momentos de crise; quantas vezes ela vos salvaria dos maus Espíritos! Mas no dia decisivo este anjo de bondade terá muitas vezes de vos dizer: “Não te avisei disso? E não afizeste! Não te mostrei o abismo? E nele te precipitaste! Não fiz soar na tua consciência a voz da verdade, e não seguiste os conselhos da mentira?”. Ah!, interpelai vossos anjos da guarda, estabelecei entre vós e eles essa terna intimidade que reina entre os melhores amigos! Não penseis em lhes ocultar nada, pois eles são os olhos de Deus e não os podeis enganar! Considerai o futuro; procurai avançar nesta vida, e vossas provas serão mais curtas, vossas existências mais felizes. Vamos, homens, coragem! Afastai para longe de vós, de uma vez por todas, preconceitos e segundas intenções! Entrai na nova via que se abre diante de vós, marchai, marchai! Tendes guias, segui-os; a meta não vos pode faltar porque essa meta é o próprio Deus.
Aos que pensassem que é impossível a Espíritos verdadeiramente elevados se restringirem a uma tarefa tão laboriosa e de todos os instantes, diremos que influenciamos as vossas almas, embora estando a milhões de léguas de distância: para nós o espaço não existe, e mesmo vivendo em outro mundo os nossos Espíritos, conservam sua ligação convosco. Gozamos de faculdades que não podeis compreender, mas estais certos de que Deus não vos impôs uma tarefa acima de vossas forças, nem vos abandonou sozinhos sobre a Terra, sem amigos e sem amparo.
Cada anjo da guarda tem o seu protegido e vela por ele como um pai vela pelo filho. Sente-se feliz quando o vê no bom caminho; chora quando os seus conselhos são desprezados.
Não temais fatigar-nos com as vossas perguntas; permanecei, pelo contrário, sempre em contato conosco: sereis então mais forte e mais felizes. São essas comunicações de cada homem com seu Espírito familiar que fazem médiuns a todos os homens, médiuns hoje ignorados, mas que mais tarde se manifestarão, derramando-se como um oceano sem bordas para fazer refluir a incredulidade e a ignorância. Homens instruídos, instruí; homens de talento, educai vossos irmãos. Não sabeis que a obra assim realizais: é a do Cristo, a que Deus vos impõe. Por que Deus vos concedeu a inteligência e a ciência, senão para as repartirdes com vossos irmãos, para os adiantar na senda da ventura e da eterna bem aventurança?
São Luis, Santo Agostinho.
Comentário de Kardec: A doutrina dos anjos da guarda, velando pelos protegidos apesar da distância que separa os mundos, nada tem que deva surpreender, pelo contrário, é grande e sublime. Não vemos sobre a Terra um pai velar pelo filho, ainda que esteja distante, e ajuda-lo com seus conselhos através da correspondência? Que haveria de admirar em que os Espíritos possam guiar, de um mundo ao outro, os que tomaram sob sua proteção, pois se, para eles, a distância que separa os mundos é menor que a que divide os continentes da Terra? Não dispõem eles do fluido universal que liga a todos os mundos e os torna solidários, veículo imenso da transmissão do pensamento, como o ar é para nós o veículo da transmissão do som?
496. O Espírito que abandona o seu protegido, não mais lhe fazendo o bem, pode fazer-lhe mal?
— Os bons Espíritos jamais fazem o mal; deixam que o façam os que lhes tomam o lugar, e então acusais a sorte pelas desgraças que vos oprimem, enquanto a falta é vossa.
497. O Espírito protetor pode deixar o seu protegido à mercê de um Espírito que o quisesse mal?
— Existe a união dos maus Espíritos para neutralizar a ação dos bons, mas, se o protegido quiser, dará toda força ao seu bom Espírito. Esse talvez encontre, em algum lugar, uma boa vontade a ser ajudada, e a aproveita, esperando o momento de voltar junto ao seu protegido.
498. Quando o Espírito protetor deixa o seu protegido se extraviar na vida, é por impotência para enfrentar os Espíritos maléficos?
— Não é por impotência, mas porque ele não o quer: seu protegido sai das provas mais perfeito e instruído, e ele o assiste com os seus conselhos, pelos bons pensamentos que lhe sugere, mas que infelizmente nem sempre são ouvidos. Não é senão a fraqueza, o desleixo ou o orgulho do homem que dão força aos maus Espíritos. Seu poder sobre vós só provém do fato de não lhes opordes resistência.
499.0 Espírito está constantemente com o protegido? Não existe alguma circunstância em que, sem o abandonar, o perca de vista?
— Há circunstâncias em que a presença do Espírito protelar não é necessária, junto ao protegido.
500. Chega um momento em que o Espírito não tem mais necessidade do anjo da guarda?
— Sim, quando se torna capaz de guiar-se por si mesmo, como chega um momento em que o estudante não mais precisa de mestre. Mas isso não acontece na Terra.
501. Por que a ação dos Espíritos em nossa vida é oculta, e por que, quando eles nos protegem, não o fazem de maneira ostensiva?
— Se contásseis com o seu apoio, não agiríeis por vós mesmos e o vosso Espírito não progrediria. Para que ele possa adiantar-se, necessita de experiência e em. geral é preciso que adquira à sua custa; é necessário que exercite as suas forças, sem o que seria como uma criança a quem não deixam andar sozinha. A ação dos Espíritos que vos querem bem é sempre de maneira a vos deixar o livre-arbítrio, porque se não tivésseis responsabilidade não vos adiantaríeis na senda que vos deve conduzir a Deus. Não vendo quem o ampara, o homem se entrega às suas próprias forças; não obstante, o seu guia vela por ele e de quando em quando o adverte do perigo. 
502. O Espírito protetor que consegue conduzir o seu protegido pelo bom caminho experimenta com isso algum bem para si mesmo?
— É um mérito que lhe será levado em conta, seja para o seu próprio adiantamento, seja para sua felicidade. Ele se sente feliz quando vê os seus cuidados coroados de sucesso; é para ele um. triunfo, como um preceptor triunfa com os sucessos do seu discípulo.
502 – a) É ele responsável, quando não o consegue?
— Não, pois fez o que dele dependia.
503. O Espírito protetor que vê o seu protegido seguir um mau caminho, apesar dos seus avisos, não sofre com isso e não vê, assim, perturbada a sua felicidade?
— Sofre com os seus erros e os lamenta mas essa aflição nada tem das angústias da paternidade terrena, porque ele sabe que há remédio para o mal, e que o que hoje não se fez, amanhã se fará.
504. Podemos sempre saber o nome do nosso Espírito protetor ou anjo da guarda?
— Como quereis saber nomes que não existem para vós? Acreditais, então, que só existem os Espíritos que conheceis?
504 – a) Como então o invocar, se não o conhecemos?
— Dai-lhe o nome que quiserdes, o de um Espírito superior pelo qual tendes simpatia e veneração; vosso protetor atenderá a esse apelo, porque todos os bons Espíritos são irmãos e se assistem mutuamente.
505. Os Espíritos protetores que tomam nomes comuns são sempre os de pessoas que tiveram esses nomes?
— Não, mas Espíritos que lhes são simpáticos e que, muitas vezes, vêm por sua ordem. Necessitais de um nome: então, eles tomam um que vos inspire confiança. Quando não podeis cumprir pessoalmente uma missão, enviais alguém de vossa confiança que age em vosso nome.
506. Quando estivermos na vida espírita reconheceremos nosso Espírito protetor?
— Sim, pois frequentemente o conhecestes antes da vossa encarnação.
507. Os Espíritos protetores pertencem todos à classe dos Espíritos superiores? Podem ser encontrados entre os da classe média? Um pai, por exemplo, pode tornar-se Espírito protetor de seu filho?
— Pode, mas a proteção supõe um certo grau de elevação, e um poder e uma virtude a mais, concedidos por Deus. O pai que protege o filho pode ser assistido por um Espírito mais elevado.

508. Os Espíritos que deixaram a Terra em boas condições podem sempre proteger os que os amaram e lhes sobreviveram?
— Seu poder é mais ou menos restrito; a posição em que se encontram não lhes permite inteira liberdade de ação.
509. Os homens no estado selvagem ou de inferioridade moral têm igualmente seus Espíritos protetores, e nesse caso esses Espíritos são de uma ordem tão elevada como os dos homens adiantados?
— Cada homem tem um Espírito que vela por ele, mas as missões são relativas ao seu objeto. Não dareis a uma criança que aprende a ler um professor de filosofia. O progresso do Espírito familiar segue o do Espírito protegido. Tendo um Espírito superior que vela por vós, podeis também vos tornardes o protetor de um Espírito que vos seja inferior, e o progresso que o ajudardes afazer contribuirá para o vosso adiantamento. Deus não pede ao Espírito mais do que aquilo que a sua natureza e o grau a que tenha atingido possam comportar.
510. Quando o pai que vela pelo filho se reencarna, continua ainda a velar por ele?
— Isso é mais difícil, mas ele pede, num momento de desprendimento, que um Espírito simpático o assista nessa missão. Aliás, os Espíritos não aceitam senão as missões que podem cumprir até o fim.
O Espírito encarnado, sobretudo nos mundos onde a existência é material, é demasiado sujeito ao corpo para poder devotar-se inteiramente a outro, ou seja, assisti-lo pessoalmente. Eis porque os não suficientemente elevados estão sob a assistência de Espíritos que lhes são superiores, de tal maneira que, se um faltar, por um motivo qualquer, será substituído por outro.
511. Além do Espírito protetor, um mau Espírito é ligado a cada indivíduo com o fim de impulsioná-lo ao mal e de lhe propiciar uma ocasião de lutar entre o bem e o mal?
— Ligação não é bem o termo. É bem verdade que os maus Espíritos procuram desviar o homem do bom caminho quando encontra ocasião, mas quando um deles se liga a um indivíduo o faz por si mesmo, porque espera ser escutado; então haverá luta entre o bom e o mau e vencerá aquele a cujo domínio o homem se entregar.
512. Podemos ter muitos Espíritos protetores?
— Cada homem tem sempre Espíritos simpáticos, mais ou menos elevados, que lhe dedicam afeição e se interessam por ele, como há, também, os que o assistem no mal.
513. Agem os Espíritos simpáticos em virtude de uma missão?
—Às vezes podem ter uma missão temporária mas em geral são apenas solicitados pela similitude de pensamentos e de sentimentos, no bem como no mal.
513 – a) Parece resultar daí que os Espíritos simpáticos podem ser bons ou maus? 
— Sim, o homem encontra sempre Espíritos que simpatizam com ele qualquer que seja o seu caráter.
514. Os Espíritos familiares são a mesma coisa que os Espíritos Simpáticos ou os Espíritos protetores?
— Há muitas gradações na proteção e na simpatia. Dai-lhes os nomes que quiserdes. O Espírito familiar é antes de tudo o amigo da casa.
Comentário de Kardec: Das explicações acima e das observações feitas sobre a natureza dos Espíritos que se ligam ao homem podemos deduzir o seguinte:
O Espírito protetor, anjo da guarda ou bom gênio, é aquele que tem por missão seguir o homem na vida e o ajudar a progredir. É sempre de uma natureza superior à do protegido.
Os Espíritos familiares se ligam a certas pessoas por meio de laços mais ou menos duráveis, com o fim de ajudá-las na medida de seu poder, frequentemente bastante limitado. São bons, mas às vezes pouco adiantados e mesmo levianos, ocupam-se voluntariamente de pormenores da vida íntima e só agem por ordem ou com permissão dos Espíritos protetores.
Os Espíritos simpáticos são os que atraímos a nós por afeições particulares e uma certa semelhança de gostos e de sentimentos, tanto no bem como no mal. A duração de suas relações é quase sempre subordinada às circunstâncias.
O mau gênio é um Espírito imperfeito ou perverso que se liga ao homem com o fim de o desviar do bem, mas age pelo seu próprio impulso e não em virtude de uma missão. Sua tenacidade está na razão do acesso mais fácil ou mais difícil que encontre. O homem é sempre livre de ouvir a sua voz ou de a repelir.
515. Que se deve pensar dessas pessoas que parecem ligar-se a certos indivíduos para levá-los fatalmente à perdição ou para guiá-los no bom caminho?
— Algumas pessoas exercem um efeito sobre outras, uma espécie de fascinação que parece irresistível. Quando isso acontece para o mal são maus Espíritos, de que se servem outros maus Espíritos, para melhor subjugarem as suas vítimas. Deus pode permiti-lo para vos experimentar.
516. Nosso bom e nosso mau gênios poderiam encarnar-se para nos acompanharem na vida de maneira mais direta?
— Isso acontece algumas vezes, mas frequentemente, também, eles encarregam dessa missão outros espíritos encarnados que lhes são simpáticos.
517. Há Espíritos que se ligam a toda uma família para protegê-la?
—Alguns Espíritos se ligam aos membros de uma mesma família, que vivem juntos e são unidos por afeição, mas não acrediteis em Espíritos protetores do orgulho das raças.
 518. Sendo os Espíritos atraídos aos indivíduos por simpatia, serão igualmente a reuniões de indivíduos, por motivos particulares?
— Os Espíritos vão de preferência aonde estão os seus semelhantes, pois nesses lugares podem estar à vontade e mais seguros de ser ouvidos. O homem atrai os Espíritos em razão de suas tendências, quer esteja só ou constitua um todo coletivo, como uma sociedade, uma cidade ou um povo. Há, pois, sociedades, cidades e povos que são assistidos por Espíritos mais ou menos elevados, segundo o seu caráter e as paixões que os dominam. Os Espíritos imperfeitos se afastam dos que os repelem e disso resulta que o aperfeiçoamento moral de um todo coletivo, como o dos indivíduos, tende a afastar os maus Espíritos e a atrair os bons, que despertam e mantêm o sentimento do bem nas massas, da mesma maneira por que outros podem insuflar-lhes as más paixões.
519. As aglomerações de indivíduos, como as sociedades, as cidades, as nações têm o seus Espíritos protetores especiais?
— Sim, porque essas reuniões são de individualidades coletivas que marcham para um objetivo comum e têm necessidade de uma direção superior.
520. Os Espíritos protetores das massas são de natureza mais elevada que a dos que se ligam aos indivíduos?
— Tudo é relativo ao grau de adiantamento das massas como dos indivíduos.
521. Alguns Espíritos podem ajudar o progresso das Artes, protegendo os que delas se ocupam?
— Há Espíritos especiais e que assistem aos que os invocam, quando os julgam dignos; mas que quereis que eles façam com os que creem ser o que não são? Eles não podem fazer ver os cegos nem ouvir os surdos.
Comentário de Kardec: Os antigos haviam feito desses Espíritos divindades especiais. As Musas eram a personificação alegórica dos Espíritos protetores das Ciências e das Artes, como designavam pelos nomes de lares e penates os Espíritos protetores da família. Entre os modernos, as artes, as diferentes indústrias, as cidades, os países têm também seus patronos ou protetores, que são os Espíritos superiores, mas sob outros nomes.
Cada homem tendo os seus Espíritos simpáticos, disso resulta que em todas as coletividades a generalidade dos Espíritos simpáticos está em relação com a generalidade dos indivíduos; que os Espíritos estranhos são para elas atraídos pela identidade de gostos e de pensamentos; em uma palavra, que essas aglomerações, tão bem como os indivíduos, são mais ou menos bem envolvidas, assistidas e influenciadas segundo a natureza dos pensamentos da multidão.
Entre os povos, as causas de atração dos Espíritos são os costumes, os hábitos, o caráter dominante, as leis, sobretudo, porque o caráter da nação se reflete nas suas leis. Os homens que fazem reinar a justiça entre eles combatem a influência dos maus Espíritos. Por toda parte onde a lei consagra as coisas injustas, contrárias à Humanidade, os bons Espíritos estão em minoria e a massa dos maus, que para ali afluem, entretém a nação nas suas ideias e paralisam as boas influências parciais, que ficam perdidas na multidão, como espigas isoladas em meio de espinheiros. Estudando-se os costumes dos povos, ou de qualquer reunião de homens, é fácil, portanto, fazer ideia da população oculta que se imiscui nos seus pensamentos e nas suas ações(1).

(1) Neste comentário às respostas dos Espíritos, Kardec nos oferece duas indicações importantes: a primeira, referente à interpretação espírita da mitologia, que modifica tudo quanto os estudos puramente humanos do assunto firmaram a respeito, até hoje, pois mostra que os deuses mitológicos realmente existiam, como Espíritos; a segunda, referente à Sociologia, que à luz do Espiritismo reveste-se também de novo aspecto, exigindo o estudo da interação das coletividades espirituais e humanas para a boa compreensão dos processos sociais. (N. do T.)

segunda-feira, 19 de setembro de 2016

“AS DOENÇAS MENTAIS À LUZ DA DOUTRINA ESPÍRITA”

O que são e quais são as deficiências mentais?
São significativas dificuldades de desenvolver raciocínios, organizar ideias, manifestar sentimentos ou a aparente impossibilidade de expressar sentimentos e raciocínios. São inúmeras!!! Poderemos detalhar mais adiante.
O que são e quais são os transtornos mentais?
Considero que são dificuldades súbitas ou secundárias a outros fatores, de expressar pensamentos e sentimentos. São inúmeros, dependendo da personalidade de cada pessoa, portanto, das peculiaridades de cada indivíduo.
Qual a origem destes transtornos sob a óptica da medicina tradicional e sob a óptica espírita?
Não consigo raciocinar nem entender as deficiências mentais ou transtornos sem incluir o raciocínio espírita, mas, poderia dizer que surgem quando um indivíduo sente-se agredido por um factor externo o qual bloqueia seu raciocínio ou sua sensibilidade psíquica. É muito comum que um fato tenha ocorrido muitos anos atrás, na infância por exemplo, e um fato novo, muitas vezes simples e sem gravidade, seja associado, até inconscientemente, com fatos anteriores trazendo à tona questões antigas.
Do ponto de vista espiritual, onde e quando se originam?
A origem é sempre espiritual, pois o cérebro não pensa, quem pensa é o espírito. O cérebro retransmite o que pensamos. O cérebro, também, não produz sentimentos, apenas reproduz sentimentos da alma. Nossos arquivos perispirituais contém registros de inúmeras encarnações que muitas vezes jazem adormecidos a espera do estímulo para serem corrigidos, burilados e reorganizados de forma equilibrada. Todo o raciocínio acima ,da medicina tradicional, é aceito pela visão espírita, apenas é ampliado pelo conhecimento do espírito. E, isto vale para todas as questões nesta área.
Sob o ponto de vista médico, e espírita quais as causas ou origens das deficiências mentais?
Existem do ponto de vista médico:
1. As que se manifestam pelo encontro de genes do pai e da mãe, genes que trazem determinação para defeitos ou doenças;
2. As que se manifestam por erros na separação ou distribuição de cromossomas no óvulo e ou espermatozóide;
3. As congénitas ou seja as que aparentemente surgem por problemas durante a gestação como provocadas pela rubéola e outras doenças;
4. As que se manifestam por traumas de parto, como por exemplo falta de oxigenação cerebral, determinando paralisia cerebral etc.
5. As adquiridas após o nascimento, ocasionadas por :
a) Acidentes graves;
b) Infecções que afectam o sistema nervoso central tipo encefalites e outras:
c) Desequilíbrios hormonais como doenças da tiróide e outras,
d) Intoxicações graves por venenos,
e) Senilidade ou seja envelhecimento do sistema nervoso central.
f) Doenças Degenerativas do cérebro, como Alzeimer.
g) Acidentes Vasculares cerebrais, AVC (derrames, tromboses cerebrais).
h) E muitas outras...
Na visão espírita, o corpo espiritual, (corpo astral, psicossoma, perispírito...) traz, de outras encarnações, alterações energéticas ou desequilíbrios que vibram em uma determinada frequência e, por isto, sintonizam, favorecem, ou atraem estas situações de distúrbios mentais. Há, também, situações decorrentes da actual existência, assim: O espírito quando produz, constantemente, pensamentos ou expressa sentimentos de baixo nível ou seja , doentios, estes são veiculados pelo perispírito e manifestam-se no corpo gerando graves problemas e alterações no corpo físico modificando a expressão de ideias, pensamentos e sentimentos..
Quais as finalidades ou objetivos espirituais das deficiências físicas e mentais? Débitos? Resgates?
As finalidades são, sempre, gerar benefícios, ou oportunidades de crescimento para o espírito. São consequências do automatismo da Lei Perfeita do Universo. Nunca são punições ou castigos. A LEI UNIVERSAL é automática. Deus é omnipresente e, portanto, está dentro de nós. Quando o Mestre disse: "Vós sois deuses, Deus está em vós" , quis nos dizer : Deus não é um ser emocional e externo a nós, que tenha uma personalidade mutável... a Lei está escrita na nossa consciência, no nosso espírito. A LEI Universal, não pune, não premia, não castiga e não perdoa, simplesmente é a LEI DE AMOR E JUSTIÇA... Como estamos mergulhados na Energia Divina, tudo que pensamos, sentimos ou fazemos retorna para nós, é a Lei de Ação e Reação. Automaticamente, há o retorno como há a liberdade em semear mas a obrigatoriedade (automatismo) da colheita. No entanto, cabe-nos continuar a semear para colher ainda nesta vida melhoras importantes. Isto é o mais importante!
Existe alguma deficiência mental e/ou física que não tenha causas espirituais? Toda deficiência física e mental é decorrente da ação do espírito? Somos espíritos encarnados, tudo que ocorre no corpo biológico decorre de fragilidades e tendências ( que podem ser amenizadas, tratadas ou evitadas ) do nosso corpo espiritual as quais, por sua vez, refletem as tendências e fragilidades da essência espiritual. Até mesmo acidentes ocorrem devido a predisposições espirituais do indivíduo. Predisposições não são fatos ou situações que são determinadas, repito, são tendências a serem evitadas ou tratadas. Lembro que podem ser, também, predisposições ou atitudes do espírito tomadas na vida atual.
Os transtornos mentais podem surgir subitamente em pessoas maduras?
Aparentemente sim, mas sabemos que os computadores do perispírito trazem não uma determinação mas uma fragilidade ou tendência neste sentido. A manifestação pode ser evitada conforme seu modo de vida ou conforme as atitudes desta pessoa ou poderão não ser evitadas conforme seu modo de agir nesta encarnação.
As deficiências e ou transtornos mentais manifestam-se em estágios? É possível alguém ser portador de uma deficiência mental de manifestação tão subtil que permite o ser desfrutar de uma vida normal? Elas podem ser hereditárias? Podem aparecer em fases da vida, de um momento para o outro? Quais os motivos?
Há uma autoprogramação nos nossos "computadores" perispirituais no sentido de que o indivíduo expresse uma tendência ou dificuldade na época mais adequada para a eliminação do corpo espiritual dessa deficiência.. Tudo que fizemos em vidas anteriores está nos nossos arquivos. Somos constituídos de triliões de núcleos de energia. Tudo que somos, inclusive as questões que ainda não superamos constituem-se em registros ou núcleos de energia. Tais núcleos pulsam, irradiam vibrações que partem da profundidade do nosso espírito e atingem nosso corpo. Como continuamos pensando e emitindo sentimentos, estamos refazendo nosso destino e portanto com pensamentos de amor e harmonia neutralizando alguns núcleos, higienizando outros ou mantendo-os, e até estimulando novos registros. Problemas eclodem em certas épocas da vida dependendo das tendências anteriores, e das atitudes atuais. Há também registros que se exteriorizam na faixa etária correspondente a mesma idade que ocorreram no passado. É a nova oportunidade de refazermos o que fizemos de forma equivocada.
No âmbito do perispírito, como podemos entender as deficiências físicas e mentais? São sempre provas?
Não, são muitas vezes oportunidades que pedimos para desenvolver novas habilidades, novas percepções, novas sensibilidades. Um grande missionário entre cegos solicitou que antes deste trabalho pudesse reencarnar como cego para associar todo seu amor e sabedoria a experiência de, também, ter sido cego. Associar teoria, amor, sabedoria e vivência prática.
Os processos obsessivos prolongados podem resultar em danos mentais permanentes?
Sim, podem. Lembremos, no entanto, que esta história tem antecedentes. Ninguém está sendo obsidiado sem uma longa história anterior que precisa ser detalhada, conhecida, analisada com amor e sabedoria.
Explique a síndrome de Down.
Dá um livro bem grande... São espíritos que estão, por amor, tendo uma oportunidade de drenarem algumas deficiências perispirituais para o novo corpo físico. Estão se libertando de deficiências no corpo espiritual através desta drenagem. Cada caso é um caso específico. Seus pais ou afins que convivem, tem um histórico que os une e uma oportunidade de crescimento. Nunca devemos pensar em castigo nem punição esta é uma ideia distorcida e de influência judaico-cristã medieval. Exemplificando na síndrome de Down (Mongolismo) como o fenómeno ocorre: Um espírito possui lesões no corpo astral, ao sintonizar as suas vibrações com a psicosfera materna, e com a chacra genésico materno, o seu magnetismo perispiritual determina, automaticamente, que a ovulação se faça de forma patológica. O óvulo ao ser formado ao invés de conter 1 cromossoma de cada par, (numero haplóide) levará um dos pares colados, (o par número 21 irá em número diplóide) não se separam na meiose ou seja no processo em que o óvulo divide cada par em sua metade (daí meio = meiose ) seus cromossomas. Antes de ser fecundado, este óvulo é envolvido pelas vibrações do espírito reencarnante reflectindo o distúrbio perispiritual. As vibrações do óvulo, que correspondem as vibrações do espírito, atrairão o espermatozóide cujos genes estão na frequência vibratória do merecimento ou necessidades evolutivas do espírito. Assim se oportuniza sejam drenadas os desequilíbrios energéticos para o corpo físico, visando libertar o corpo astral de campos energéticos ainda não harmonizados.
Há sofrimento para o portador de deficiência física ou mental acentuada, que não pode usar o livre arbítrio e é dependente integral de terceiros?
Depende de cada espírito, não se pode generalizar um conceito para todos os casos. Na realidade, o que importa é que está sendo muito beneficiado. Alguns (não todos!) podem estar nesta condição para serem protegidos de grandes equipes de perseguidores espirituais que o deixavam desesperado, outros estão, por amor, se exercitando para outras vidas, outros ainda drenando defeitos do perispírito, e outros se propondo a auxiliar os pais a vencerem dificuldades etc...
Os filhos de mães dependentes químicos podem ser afetados em sua génese fisio-psíquica e apresentarem deficiência mental ao nascer?
Sim.
Ambos estariam entrelaçados por provas e expiações comuns?
Sim.
Qual a situação do deficiente mental durante o sono físico? Seu espírito emancipa-se do corpo físico? Ele tem percepção de sua situação atual? Ele goza de lucidez? Mantém a deficiência mental ou liberta-se dela?
É variável. Às vezes é importante que ele fique preso ao corpo biológico para sua proteção dos obsessores, ás vezes se emancipa e retorna a consciência de seus conhecimentos, pois sua passagem aqui é para fins de experiência que solicitou. Às vezes é um espírito violento e , igualmente aos não-deficientes que são violentos, ao se libertar do corpo buscam companhias trevosas. Vejam, depende de cada caso. Não é possível generalizar.
Os deficientes mentais comunicam-se com o mundo espiritual?
Sim .
De que forma?
Pela emancipação da alma no sono, pela sintonia e influência dos protetores, pela sintonia e influência dos obsessores,
Como ocorrem suas vivências espirituais e emocionais? Como é a percepção deles destes fenómenos?
Depende de cada caso. Alguns buscam ou são levados durante o sono às colónias de tratamento na espiritualidade, outros guardam percepções de encontros em outras regiões, outros ainda, registram no seu espírito-perispírito e cérebro novas intuições ou estímulos para despertar pensamentos e sentimentos.
Ao desencarnar, o deficiente físico ou mental leva consigo, em seu perispírito, a deficiência experimentada na última existência?
A curto prazo, alguns sim, outros não.
A médio e longo prazo depende da mudança do padrão vibratório mental ou seja da natureza do seu pensamento e sentimento?
No seu futuro imediato ou longínquo, todos serão não-deficientes .
Uma encarnação é suficiente para curar uma deficiência mental grave?
Depende da mudança íntima do espírito.
Como entender a evolução do espírito perante a deficiência física e mental?
Cada indivíduo tem um histórico:
Em alguns, o desequilíbrio, consequência do passado, está sendo reequilibrado através da drenagem no corpo físico. É uma oportunidade, dada pela Lei de Amor, para que o espírito não permaneça no estágio de desequilíbrio;
Para outros é como um momento de repouso mental visando aliviar suas angústias ou seu desespero.
Nas famílias onde há portadores de deficiências físicas e mentais, é sempre prova para os pais de filhos portadores ou apenas para o reencarnante?
Geralmente todos ESTÃO envolvidos por um passado em comum. Lembro que este envolvimento pode ser, também, por amor, ou por se oferecerem para auxiliar, mas não há o "acaso" simplesmente.
Como podemos entender o caso de uma pessoa normal, que manifesta uma deficiência mental após ser vítima de um acidente, e fica tolhida do uso de seu livre arbítrio, já na idade adulta? Isto também é prova?
Já havia nos arquivos do seu corpo espiritual regiões em desarmonia que não foram trabalhadas e, permanecendo em baixa vibração, atraíram ou sintonizaram fatores ambientais que levaram ao acidente. Trata-se de uma consequência. Sempre será um aprendizado.
O espírito que reencarnará com deficiência mental recebe antecipadamente auxílio daqueles que serão seus pais?
Alguns sim, se os pais tem condições.
Outros tem pais que não possuem equilíbrio ou condições para tal, os protetores espirituais fazem este trabalho
Quais os aspectos do tratamento e da conduta do indivíduo que merecem maior ênfase, no caso dos transtornos mentais?
Disposição, na sua essência, para Reforma Íntima.
Existe algum processo fisiopsíquico que permita a restauração do psicossoma de um deficiente mental? Como funcionaria?
Sim. Há casos de desencarnados que tratamos nas nossas sessões espíritas. Iniciamos esta restauração, (tive a ousadia de criar o verbete perispiritoplastia para este processo) A maioria deles continua o processo nos hospitais da espiritualidade.
Funciona pela impregnação perispiritual no enfermo de energias dos presentes, ectoplasma, energias da natureza e auxílio dos mentores espirituais. Não é infalível, não depende só de nós, sobretudo depende da fruta estar madura para ser colhida. Mas é preciso existir quem possa colhê-la.
Quais as terapêuticas médica e espiritual indicada para o caso das deficiências mentais? E para os transtornos mentais?
Depende do cada tipo, melhor é associar várias frentes ou tratamento multidisciplinar com o espiritual.
Psicológico (espírita melhor ainda)
Médico Homeopático
Médico Clínico
Médico Psiquiátrico
Sessões de Desobsessão
Tratamento e apoio aos familiares
Serviço Social de Caso e de Grupo com Assistente social .
Educação
Educação Espírita
Reunião Semanal de Harmonização no Lar
A terapêutica do passe pode auxiliar no tratamento de cura das deficiências mentais? E no caso dos transtornos mentais?
Sim, a transfusão de energias pode auxiliar em qualquer situação. Como sempre, depende de sintonia, ambiente adequado, conhecimento melhor do problema e dedicação
Quais as recomendações práticas, ao paciente e aos familiares, para lidar com as deficiências físicas e mentais e com os transtornos mentais? Daria um livro bem grande... Resumindo: AMOR
Qual a importância da convivência social para os portadores de deficiências mentais e transtornos mentais (educação escolar, trabalho, desporto, etc.)?
Aprendizado constante, exercício constante, renovação constante, oportunidade constante.
A Casa Espírita, através da Doutrina Espírita poderia evangelizar os portadores de deficiência e/ou transtorno mentais?
Sim, porém, com trabalhos adequados e especializados.
Dr. Ricardo Di Bernardi.

Médico pediatra e homeopata geral. Presidente e fundador do Instituto de Cultura Espírita de Florianópolis e da AME SC – Associação Médico-Espírita de Santa Catarina, Brasil. Escritor e autor dos reconhecidos livros "Gestação sublime Intercâmbio", "Reencarnação e Evolução das Espécies", "Dos Faraós a Física Quântica", "Reencarnação em Xeque" e "Voo Livre – Um estudo sobre reencarnação".

𝗖𝗢𝗠𝗢 𝗢𝗦 𝗥𝗘𝗟𝗔𝗖𝗜𝗢𝗡𝗔𝗠𝗘𝗡𝗧𝗢𝗦 𝗙𝗜𝗖𝗔𝗠 𝗔𝗧𝗥𝗘𝗟𝗔𝗗𝗢𝗦 𝗡𝗔𝗦 𝗥𝗘𝗘𝗡𝗖𝗔𝗥𝗡𝗔𝗖̧𝗢̃𝗘𝗦.

Os ajustes dos relacionamentos problemáticos de outras existências. Pelas reencarnações os espíritos têm a oportunidade de reestabelecer os ...