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segunda-feira, 10 de abril de 2017

“TRATAMENTO ESPIRITUAL DAS DOENÇAS FÍSICAS. ”

A história nos narra que a crença na capacidade do homem em interagir no processo de saúde e doença vem de longe. Os magos da Caldéia e os brâmanes da Índia buscavam curar pela aplicação do olhar, estimulando o sono e a letargia. No templo da deusa Isis, às margens do Nilo, a imposição das mãos era usada pelos sacerdotes iniciados, para tentar aliviar o sofrimento de milhares de pessoas. Os gregos, que incluíram no seu modo de vida muita coisa do Egito, usavam a fricção das mãos no tratamento dos doentes. O Pai da medicina moderna, Hipócrates também cita a imposição das mãos.
Quando observamos a tradição judaico-cristã, é interessante notar o contraste. No novo testamento algo em torno de 30 referências à curas feitas por Jesus, seja impondo as mãos, seja soprando, usando barro, deixando sair energia (virtude), etc, mas no antigo testamento, estranhamento somente uma referência de cura por imposição das mãos feita por Naamã, que nem judeu era, conforme nos narra o excelente Pastor Caio Fábio.
Claro está que Kardec, o grande codificador do espiritismo, não inventou nada ao falar de mediunidade, de cura, de energia, de influência espiritual, mas somente organizou, catalogou, usou a razão e extirpou as idiossincrasias existentes nas crenças superficiais. Mas o que é mais importante, a cura pela transferência de energia entre pessoas sempre existiu no mundo.
A questão não é mais acreditar. Esse tempo já passou! A questão é como utilizar esse conhecimento na nossa própria saúde e no auxílio ao próximo. Manter a descrença nesses fatos é uma escolha dolorosa, que limita a forma como buscamos o equilíbrio energético e espiritual.
Estudamos nesse artigo o tratamento espiritual das doenças físicas, mas não restringimos o tratamento ao processo de envolvimento energético comumente feito por médiuns no centro espírita, aqui nos referimos ao conceito amplo, onde qualquer atitude positiva, volitiva de doação de energia positiva, com ou sem a interferência de trabalhadores espirituais ocorra.
É possível curar o corpo físico atuando energeticamente?
Os inúmeros exemplos de todas as crenças religiosas, seja no passado ou atualmente, nos mostram que é possível.
Sobre isso, Kardec discorre com clareza no capítulo XIV da gênese:
“18. - O pensamento do encarnado atua sobre os fluidos espirituais, como o dos desencarnados, e se transmite de Espírito a Espírito pelas mesmas vias e, conforme seja bom ou mau, saneia ou vicia os fluidos ambientes.
19. Sendo o perispírito dos encarnados de natureza idêntica à dos fluidos espirituais, ele os assimila com facilidade, como uma esponja se embebe de um líquido. Esses fluidos exercem sobre o perispírito uma ação tanto mais direta, quanto, por sua expansão e sua irradiação, o perispírito com eles se confunde.”
Com estudo, disciplina e perseverança, é possível treinar nossa capacidade de irradiar energia em prol do outro, momentaneamente mais necessitado.
É aconselhável curar o corpo físico atuando energeticamente?
Em O Livro dos Médiuns, os espíritos esclarecem a Kardec que eles se ocupam de boa vontade com a saúde daqueles que lhe interessam. Ou seja, sempre que houver merecimento, positividade, e um propósito bom na cura, ela ocorrerá.
Chico Xavier, no livro Plantão de Respostas, que descreve as respostas dada pelo excelente médium às perguntas ao vivo, feitas no programa pinga-fogo, nos fala que:
“...muitas vezes uma doença física, ou determinada provação em nossa vida doméstica, nos poupa de acidentes afetivos ou acidentes materiais, ou de fenômenos extremamente desagradáveis em nossa vida...”
O resultado dessa equação só não é mais positiva porque insistimos na cura automática, sem rever valores, conceitos e principalmente atitudes, e exigimos a cura rápida para que voltemos a cometer as mesmas atrocidades de antes.
A origem espiritual das doenças.
De forma geral, podemos dizer que o padrão da nossa energia espiritual determina tendências para saúde ou doença, numa tentativa contínua do espírito verter para a carne as anomalias energéticas que se traduzem em doenças físicas, numa forma direta e rápida de harmonizar aquilo que estragamos em outras vidas. As exceções dizem respeito às doenças que procuramos nessa vida, por exemplo, câncer após anos de cigarro, infarto após crise de estresse, diabetes relacionada ao excesso de peso e hábitos de vida inconsequentes.
A forma como essa energia adulterada do corpo espiritual atinge nosso corpo físico, obedece à hierarquia espiritual que se inicia no espírito, caminha pelo corpo mental, atua no perispírito, influenciando o duplo etérico e o corpo físico.
Entre todos esses corpos, o ponto de ligação se faz por centros de forças eletromagnéticas, também chamados de chacras, que no corpo físico se ligam, cada chacra principal a uma glândula endócrina e ao cérebro, alterando assim a homeostase corpórea.
O papel do terapeuta
Entender a nossa pequenez nesse processo de cura aonde ainda não compreendemos nada, e somos somente agentes da misericórdia divina atuando através do amor que cura.
Não julgar nunca. Lembrar que somos contra atitudes negativas e equivocadas, mas nunca contra as pessoas que as praticam.
Assumir o conceito espírita de saúde-doença, deixando de lado os atavismos que nos fazem enxergar um Deus sádico que brinca com as pessoas e passando a entender que tudo está certo, na hora certa e passamos por aquilo que melhor nos convém frente a imensidão de coisas que ainda precisamos melhorar.
Treinar-nos na capacidade de identificar padrões de comportamento que levam a doenças físicas e espirituais. Somente mudando a essência, a raiz do problema é que conseguiremos nos transformar.
Referências
01 – Pastor Caio Fábio - A imposição de mãos: uma rápida história e reflexão.
02 – Allan Kardec – A gênese.
03 – Allan Kardec – O livro dos médiuns.
04 – Francisco Xavier – Plantão de respostas. Pinga-fogo II.
05 – Allan Kardec – O livro dos espíritos.
06 – André Luiz (Chico Xavier) – Evolução em dois mundos.
07 – Ernesto Bozzano – Pensamento e vontade.
08 – Emmanuel (Chico Xavier) – Roteiro.
09 – Marlene Nobre – A alma da matéria.
10 - André Luiz (Chico Xavier) – Nos domínios da mediunidade.
11 - André Luiz (Chico Xavier) – Missionários da luz.
11 - André Luiz (Chico Xavier) – Entre o céu e a terra.

Por.: Dr. Sérgio Vencio

Fonte.: REVISTA CRISTÃ DE ESPIRITISMO

“SONHOS PREMONITÓRIOS SEGUNDO O ESPIRITISMO”

Existem importantes observações na literatura espírita sobre os sonhos premonitórios. É fundamental conhecê-las para que se possa construir uma base sólida e clara sobre o assunto. Tanto nas obras da codificação como em outras complementares, ressalta-se o discernimento que devemos ter em suas diferentes manifestações. Vejamos algumas dessas citações com o objetivo de compreender melhor os seus significados, sem nos prender em más interpretações.
Codificação espírita
A pergunta 404 de O Livro dos Espíritos diz: “Que se deve pensar das significações atribuídas aos sonhos? Os sonhos não são verdadeiros como o entendem os ledores de buena-dicha, pois fora absurdo crer-se que sonhar com tal coisa anuncia tal outra. São verdadeiros no sentido de que apresentam imagens que para o Espírito têm realidade, porém que, frequentemente, nenhuma relação guardam com o que se passa na vida corporal. São também, como atrás dissemos, um pressentimento do futuro, permitido por Deus, ou a visão do que no momento ocorre em outro lugar a que a alma se transporta”.
Prossegue ainda na pergunta 405: “Acontece com frequência verem-se em sonho coisas que parecem pressentimento, que, afinal, não se confirma. A que se deve atribuir isto? Pode suceder que tais pressentimentos venham a confirmar-se apenas para o Espírito. Quer dizer que este viu aquilo que desejava, foi ao seu encontro. É preciso não esquecer que, durante o sono, a alma está mais ou menos sob influência da matéria e que, por conseguinte, nunca se liberta completamente de suas ideias terrenas, donde resulta que as preocupações do estado de vigília podem dar ao que se vê a aparência do que se deseja, ou do que se teme. A isto é que, em verdade, cabe chamar-se efeito da imaginação. Sempre que uma ideia nos preocupa fortemente, tudo o que vemos se nos mostra ligado a essa ideia”.
A Gênese, também se refere ao tema. Relata que José, pai de Jesus, foi advertido por um anjo em sonhos para que fugisse para o Egito com o menino. O capítulo XV da obra faz uma reflexão sobre as advertências que podem ser feitas por intermédio dos sonhos e que fazem parte dos livros sagrados de todas as religiões. Salienta ainda que o fenômeno nada tem de anormal, já que durante o sono o espírito se desliga dos laços da matéria para entrar momentaneamente na vida espiritual, porém adverte que nem sempre se pode deduzir que os sonhos são avisos ou tenham significado específico.
Além das obras de Allan Kardec, há citações sobre o tema em outros livros de cunho espírita. O livro Recordações da Mediunidade – da médium Yvonne A. Pereira, orientado pelo espírito de Bezerra de Menezes, diz: “Existem vários processos pelos quais o homem poderá ser informado de um ou outro acontecimento futuro importante da sua vida. Comumente, se ele fez jus a essa advertência, ou lembrete, pois isso implica certo mérito, ou ainda certo desenvolvimento psíquico, de quem o recebe, é um amigo do Além, um parente, o seu espírito familiar ou o próprio guardião maior que lhe comunicam o fato a realizar-se, preparando-o para o evento, que geralmente é grave, doloroso, fazendo-se sempre em linguagem encenada, ou figurada, como de uso no Invisível, e daí o que chamais “avisos pelo sonho”, ou seja, sonhos premonitórios...
O estudo da lei de causa e efeito é matemática, infalível, concreta, para a observação das entidades espirituais de ordem elevada, e, assim sendo, ele se comunicará com o seu pupilo terreno através da intuição, do pressentimento, da premonição, do sonho etc. O estudo da matemática de causa e efeito é mesmo indispensável, como que obrigatório, às entidades prepostas à carreira transcendente de guardiães, ou guias espirituais. Estudo profundo, científico, que se ampliará até prever o futuro remoto da própria Humanidade e dos acontecimentos a se realizarem no globo terráqueo, como hecatombes físicas ou morais, guerras, fatos célebres etc., daí então advindo a possibilidade das profecias quando o sensitivo, altamente dotado de poderes supranormais, comportar o peso da transmissão fiel aos seus contemporâneos.”.
Devemos encarar com naturalidade
O livro Conduta Espírita, ditado por André Luiz ressalta algumas observações a respeito da postura que se deve assumir diante dos sonhos e suas revelações: “Encarar com naturalidade os sonhos que possam surgir durante o descanso físico, sem preocupar-se aflitivamente com quaisquer fatos ou ideias que se reportem a eles. Há mais sonhos na vigília que no sono natural.
Extrair sempre os objetivos edificantes desse ou daquele painel entrevisto em sonho. Em tudo há sempre uma lição. Repudiar as interpretações supersticiosas que pretendam correlacionar os sonhos com jogos de azar e acontecimentos mundanos, gastando preciosos recursos e oportunidades da existência em preocupação viciosa e fútil. Objetivos elevados, tempo aproveitado. Acautelar-se quanto às comunicações intre vivos, no sonho vulgar, pois, conquanto o fenômeno seja real, a sua autenticidade é bastante rara. O espírito encarnado é tanto mais livre no corpo denso, quanto mais escravo se mostre aos deveres que a vida lhe preceitua.
Não se prender demasiadamente aos sonhos de que recorde ou às narrativas oníricas de que se faça ouvinte, para não descer ao terreno baldio da extravagância. A lógica e o bom senso devem presidir a todo raciocínio.
Preparar um sono tranquilo pela consciência pacificada nas boas obras, acendendo a luz da oração, antes de entregar-se ao repouso normal. A inércia do corpo não é calma para o Espírito aprisionado à tensão. Admitir os diversos tipos de sonhos, sabendo, porém, que a grande maioria deles se originam de reflexos psicológicos ou de transformações relativas ao próprio campo orgânico. O Espírito encarnado e o corpo que o serve respiram em regime de reciprocidade no reino das vibrações”.
O importante colaborador da doutrina espírita, Léon Denis, na obra No Invisível, faz relevantes comentários sobre os sonhos premonitórios no capítulo XIII que reproduzimos alguns trechos para melhor entendimento: “Os sonhos em suas variadas formas, têm uma causa única: a emancipação da alma. Esta se desprende do corpo carnal durante o sono e se transporta a um plano mais ou menos elevado do Universo, onde percebe, com o auxílio de seus sentidos próprios, os seres e as coisas desse plano.
Algumas vezes, quando suficientemente purificada, a alma, conduzida por espíritos angélicos, chega em seus transportes alcançar as esferas divinas, o mundo em que se geram as causas. Aí paira, sobranceira ao tempo, e vê desdobrarem-se o passado e o futuro. Se acaso comunica ao invólucro humano um reflexo das sensações  colhidas, poderão estas constituir o que se denomina sonhos proféticos.
Nos casos importantes, quando o cérebro vibra com demasiada lentidão para que possa registrar as impressões intensas ou sutis percebidas pelo Espírito, e este quer conservar, ao despertar, a lembrança das instruções que recebeu, cria então, pela ação da vontade, quadros, cenas figurativas das imagens fluídicas, adaptadas à capacidade vibratória do cérebro material, sobre o qual, por um efeito sugestivo, as projeta energicamente. E, conforme a necessidade, se é inábil para isso, recorrerá ao auxílio dos Espíritos mais adiantados, e assim revestirá o sonho uma forma alegórica”.


Artigo publicado na Revista Cristã de Espiritismo, edição especial 08.

“OS MUNDOS INTERMEDIÁRIOS OU TRANSITÓRIOS. ”

Viu-se, por uma das respostas narradas no artigo precedente, que haveria, ao que parece, mundos destinados aos Espíritos errantes. A ideia desses mundos não estava no pensamento de nenhum dos assistentes, e ninguém não a imaginara sem a revelação espontânea de Mozart, nova prova de que as comunicações espíritas podem ser independentes de toda opinião preconcebida. Com o objetivo de aprofundar essa questão, submetemo-la a um outro Espírito, fora da Sociedade e por intermédio de um outro médium, que disso não tinha nenhum conhecimento.
1. (A Santo Agostinho.) Existem, como nos foi dito, mundos que servem aos Espíritos errantes de estação e de ponto de repouso? - R. Há-os, mas não graduados; quer dizer que ocupam posições intermediárias entre os outros mundos, segundo a natureza dos Espíritos que podem aí chegar, e que neles gozam de um bem-estar maior ou menor.
2. Os Espíritos que habitam esses mundos podem deixá-los à vontade? - R. Sim; os Espíritos que se acham nesses mundos podem se desligar deles para irem onde devem ir. Figurai-vos aves de arribação abatendo-se sobre uma ilha à espera de recuperar forças para alcançar o seu destino.
3. Os Espíritos progridem durante suas estações nos mundos intermediários? - R. Certamente; aqueles que assim se reúnem, fazem-no com o objetivo de se instruírem e de poderem, mais facilmente, obter a permissão de alcançarem lugares melhores, e atingir a posição que os eleitos obtêm.
4. Esses mundos são perpetuamente, e por sua natureza especial, destinados aos Espíritos errantes? - R. Não; sua posição não é senão transitória.
5. São eles, ao mesmo tempo, habitados por seres corpóreos? - R. Não.
6. Têm uma constituição análoga à dos outros planetas? - R. Sim, mas a superfície é estéril.
7. Por que essa esterilidade? - R. Aqueles que os habitam de nada necessitam.
8. Essa esterilidade é permanente e prende-se à sua natureza especial? - R. Não, eles são estéreis por transição.
9. Esses mundos devem, então, estar desprovidos de belezas naturais? - R. A Natureza se traduz pelas belezas da imensidão que não são menos admiráveis daquilo que chamais as belezas naturais.
10. Há desses mundos no nosso sistema planetário? - R. Não.
11. Uma vez que seu estado é transitório, nossa Terra será um dia desse número? - R. Ela o foi.
12. Em qual época? - R. Durante a sua formação.
Nota. - Essa comunicação confirma, uma vez mais, essa grande verdade que nada é inútil na Natureza; cada coisa tem seu objetivo, sua destinação; nada está no vazio, tudo está habitado, a vida está por toda parte. Assim, durante a longa série de séculos que escoaram antes da aparição do homem na Terra, durante esses lentos períodos de transição atestados pelas camadas geológicas, antes mesmo da formação dos primeiros seres orgânicos; sobre essa massa informe, nesse árido caos onde os elementos estavam confundidos, não havia ausência de vida; seres que não tinham nem nossas necessidades, nem nossas sensações físicas aí encontravam refúgio. Deus quis que, mesmo nesse estado imperfeito, ela servisse para alguma coisa. Quem, pois, ousaria dizer que entre esses milhares de mundos que circulam na imensidão, um só, um dos menores, perdido na multidão, tivesse o privilégio exclusivo de ser povoado. Qual seria, pois, a utilidade dos outros? Deus não os teria feito senão para recrear nossos olhos? Suposição absurda, incompatível com a sabedoria que brilha em todas as suas obras. Ninguém contestará que há, nessa idéia de mundos ainda impróprios para a vida material, e todavia povoados por seres vivos apropriados a esse meio, alguma coisa de grande e sublime onde se encontra, talvez, a solução de mais de um problema.

Revista Espírita, maio de 1859

domingo, 9 de abril de 2017

"COMO DEVEMOS NOS COMPORTAR EM UM VELÓRIO"

Como se trata de um evento muito delicado para o desencarnante, gostaríamos de relacionar alguns comportamentos para todos aqueles que se dirigirem a um velório:
- Orar com sinceridade em favor do desencarnante e de sua família, compreendendo que mais cedo ou mais tarde chegará a nossa hora e que, então, constataremos o gigantesco valor da prece a nós dirigida em situações como a desencarnação;
- Esforçar-se para não lembrar episódios infelizes envolvendo o desencarnante, compreendendo que todo pensamento tem elevada repercussão espiritual;
- Estar sempre disponível para o chamado “atendimento fraterno” com os irmãos presentes, mas não esquecer que o velório não é uma situação adequada a debates de natureza filosófico-religiosa;
- Respeitar a religião de todos os presentes e os cultos correspondentes a essas crenças, buscando contribuir efetivamente para a psicosfera de solidariedade do ambiente mesmo que em silêncio;
- Não perder o foco do objetivo maior da presença no velório, que é o auxílio espiritual ao desencarnante e aos familiares, assim como aos Espíritos desencarnados que estejam no local necessitando de auxílio através da oração para contribuir no desligamento do desencarnante;
- Se convidado a enunciar prece ou algumas palavras de homenagem ao desencarnante, tomar o cuidado de manter sempre a brevidade, a objetividade e o otimismo, evitando quaisquer imagens negativas que possam ser sugeridas por nossas palavras em relação aos irmãos presentes, sejam eles encarnados ou desencarnados;
- Aproveitar a ocasião para refletir sobre a impermanência de todas as situações materiais da vida física, fortalecendo o nosso desejo de amar e servir durante o tempo que ainda nos resta no corpo físico.


Autor desconhecido

"SEMANA SANTA NA VISÃO ESPÍRITA"

Todo ano, a cena se repete. Chega a época dos feriados católicos da chamada "Semana Santa" e surgem as questões:
Como o Espiritismo encara a Páscoa;
Sexta-feira Santa"?;
Qual o procedimento do espírita no chamado "Sábado de aleluia" e "Domingo de Páscoa"?;
Como fica a questão do "Senhor Morto"?
Sabe que chego a surpreender-me com as perguntas. Não quando surgem de novatos na Doutrina, mas quando surgem de velhos espíritas, condicionados ao hábito católico, que aliás, respeitamos muito.
 É importante destacar isso: o respeito que devemos às práticas católicas nesta época, desde à chamada época, por nossos irmãos denominada de quaresma, até às lembranças históricas, na maioria das cidades revividas, do sacrifício e ressurgimento de Jesus. Só que embora o respeito devido, nada temos com isso no sentido das práticas relacionadas com a data.
São práticas religiosas merecedoras de apreço e respeito, mas distantes da prática espírita. É claro que há todo o contexto histórico da questão, os hábitos milenares enraizados na mente popular, o condicionamento com datas e lembranças e a obrigação católica de adesão a tais práticas.
Para a Doutrina Espírita, não há a chamada "Semana Santa", nem tão pouco o "Sábado de aleluia" ou o "Domingo de Páscoa" (embora nossas crianças não consigam ficar sem o chocolate, pela forte influência da mídia no consumismo aproveitador da data) ou o "Senhor Morto". Trata-se de feriado e prática católica e portanto, não existem razões para adesão de qualquer tipo ou argumento a tais práticas.
 É absolutamente incoerente com a prática espírita o desejar de "Feliz Páscoa!", a comemoração de Páscoa em Centros Espíritas ou mesmo alteração da programação espírita nos Centros, em virtude de tais feriados católicos. E vejo a preocupação de expositores ou articulistas em abordar a questão, por força da data... Não há porque fazer-se programas de rádio específicos sobre o assunto, palestras sobre o tema ou publicar artigos em jornais só porque estamos na referida data. É óbvio que ao longo do ano, vez por outra, abordaremos a questão para esclarecimento ou estudo, mas sem prender-se à pressão e força da data.
Há uma influência católica muito intensa sobre a mente popular, com hábitos enraizados, a ponto de termos somente feriados católicos no Brasil, advindos de uma época de dominação católica sobre o país, realidade bem diferente da que se vive hoje. E os espíritas, afinados com outra proposta, a do Cristo Vivo, não têm porque apegar-se ou preocupar-se com tais questões.
Respeitemos nossos irmãos católicos, mas deixemo-los agir como queiram, sem o stress de esgotar explicações. Nossa Doutrina é livre e deve ser praticada livremente, sem qualquer tipo de vinculação com outras práticas. Com isso, ninguém está a desrespeitar o sacrifício do Mestre em prol da Humanidade. Preferimos sim ficar com seus exemplos, inclusive o da imortalidade, do que ficar a reviver a tragédia a que foi levado pela precipitação humana.
Inclusive temos o dever de transmitir às novas gerações a violência da malhação do Judas, prática destoante do perdão recomendado pelo Mestre, verdadeiro absurdo mantido por mera tradição, também incoerente com a prática espírita.
A mesma situação ocorre quando na chamada quaresma de nossos irmãos católicos, espíritas ficam preocupados em comer ou não comer carne, ou preocupados se isto pode ou não. Ora, ou somos espíritas ou não somos! Compara-se isso a indagar se no Carnaval os Centros devem ou não abrir as portas, em virtude do pesado clima que se forma???!!!... A Doutrina Espírita nada tem a ver com isso. São práticas de outras religiões, que repetimos, respeitamos muito, mas não adotamos, sendo absolutamente incoerente com o espírita e prática dos Centros Espíritas, qualquer influência que modifique sua programação ou proposta de vida.
Esta abordagem está direcionada aos espíritas. Se algum irmão católico nos ler, esperamos nos compreenda o objetivo de argumentação da questão, internamente, para os próprios espíritas. Nada a opor ou qualquer atitude de crítica a práticas que julgamos extremamente importantes no entendimento católico e para as quais direcionamos nosso maior respeito e apreço.
Vemos com ternura a dedicação e a profunda fé católica que se mostram com toda sua força durante os feriados da chamada Semana Santa e é claro, nas demais atividades brasileiras que o Catolicismo desenvolve.
O objetivo da abordagem é direcionado aos espíritas que ainda guardam dúvidas sobre as três questões apresentadas no início do artigo. O Espiritismo encara a chamada Sexta-feira Santa como uma Sexta-feira normal, como todas as outras, embora reconhecendo a importância dela para os católicos. Também indica que não há procedimento algum para os dias desses feriados. E não há porque preocupar-se com o Senhor Morto, pois que Jesus vive e trabalha em prol da Humanidade.
E aqui, transcrevemos trecho do capítulo VIII de O Evangelho Segundo o Espiritismo, no subtítulo VERDADEIRA PUREZA, MÃOS NÃO LAVADAS (página 117 - 107ª edição IDE): "O objetivo da religião é conduzir o homem a Deus; ora, o homem não chega a Deus senão quando está perfeito; portanto, toda religião que não torna o homem melhor, não atinge seu objetivo; (...) A crença na eficácia dos sinais exteriores é nula se não impede que se cometam homicídios, adultérios, espoliações, calúnias e de fazer mal ao próximo em que quer que seja. Ela faz supersticiosos, hipócritas e fanáticos, mas não faz homens de bem. Não basta, pois, ter as aparências da pureza, é preciso antes de tudo ter a pureza de coração".
Não pensem os leitores que extraímos o trecho pensando nas práticas católicas em questão. Não! Pensamos em nós mesmos, os espíritas, que tantas vezes nos perdemos em ilusões, acreditando cegamente na assistência dos espíritos benfeitores, mas agindo com hipocrisia, fanatismo e pasmem, superstição .... quando não conhecemos devidamente os objetivos da Doutrina Espírita, que são, em última análise, a melhora moral do homem.

Orson Peter Carrara

(Publicado no Boletim GEAE Número 390 de 02 de maio de 2000)

"A ÚLTIMA SEMANA DE JESUS NA TERRA"

A última semana que Jesus passou encarnado foi cheia de eventos, assim Jesus transmitiu seus últimos ensinamentos, mais com gestos do que com palavras, provando o seu grande brilho moral. Todos sabemos dos últimos eventos que aconteceu, mas vamos relembrar alguns pontos:
Jesus ensinou as pessoas coisas que elas desconheciam, dentre essas coisas o amor.
Para a maioria, e para mim também até pouco tempo, a última semana de Jesus aqui na Terra começou pelo Domingo de Ramos; no entanto, poucos sabem que este acontecimento se realizou entre os meses de Setembro e Outubro, pois é neste período que acontece o Tabernáculo, comemoração também chamada de Festa da Colheita para os Judeus; esta época do ano era o período da colheita, por isso tantos ramos. Nos tempos bíblicos, no primeiro dia da festa, o povo cortava os ramos das árvores mais bonitas, como os ramos das palmeiras mais cheias, dos salgueiros; e iam agitá-los na direção dos quatros cantos da Terra, cantando Hosana.
A explicação acima não tira o brilho deste momento, mas sim acrescenta e torna o fato mais de acordo com a realidade. Como a cultura se inicia pelo Domingo de Ramos, coloco esta linda passagem de início, pelo fato que foi aí que acontece a linda e arrebatadora atitude de Jesus, uma das mais significativas:
Ao entrar em Jerusalém Jesus provou que para conquistar e receber carinho do povo não é preciso ter poder, riqueza e ser rei, Ele entrou na cidade da maneira mais simples e mais incrível possível em um jumento, mostrando toda a sua humildade, e mostrando as pessoas que o reino Dele não é o reino material que governa a terra até hoje, em que é preciso ter as melhores coisas para ser respeitado e ter poder, mas um reino de simplicidade, que para demonstrar que se tem certo poder não é necessário cavalos  de guerra, nem roupas de lordes, nem um batalhão de soldados armados ao seu redor, e forçando o povo a contemplar um tal rei. Simplesmente ele precisou apenas de um jumento e entrar na cidade de Jerusalém para que as pessoas de livre e espontânea vontade contemplassem Ele, O recebesse de braços abertos, com saudações cheias de amor, acontecimento que nenhum rei conseguiu sem usar de violência.
A expulsão dos vendilhões do Templo prova toda a incredulidade que existe em ganhar dinheiro com o nome de Deus. Nos relatos existentes sobre Jesus nunca O vimos com raiva e indignação, este acontecimento tem muito para se meditar, vimos Jesus pela primeira vez ter raiva, colocando para fora os negociantes, e segundo relatos quebrando as barracas e as mercadorias, esta atitude incomum do nosso grande Mestre mostra o absurdo que é usar o nome de Deus para o materialismo. Daí de graça o que vos foi dado de graça, esta frase explica todo o acontecimento da expulsão do Templo.
“Daí, pois, a César o que é de César e a Deus o que é de Deus”. Ou seja, daí a César o que é material, pois nada do que é matéria é do reino de Deus. Deus não possuí nada referente ao materialismo, nada de dinheiro, nada de Templo. A Deus o que é de Deus é o amor, a caridade, a paz, o respeito mútuo e pensamentos elevados sempre, que permite conexão com o Divino.
Na ultima ceia Jesus sabendo exatamente o que iria acontecer dentro de poucas horas, não deixou se abater, não sofreu por antecedência, viveu o momento presente em confraternização com os amigos presentes. Esta é a grande lição da ultima ceia: viver o momento presente não se importando com as coisas ruins que estão por vim, não sofrer por antecedência, o que tiver de vim vai vim e não se pode mudar o fato, apenas viver as coisas boas que são ofertadas no momento.
O ato de lavar os pés, coisa que era feita apenas pelos escravos, assustou os discípulos. O mestre lavando os pés dos seus discípulos, é uma atitude de tirar o fôlego, é algo inenarrável que falta palavras para explicar, apenas mais uma atitude de humildade e amor. Há atitudes de Jesus que nos cala, apenas fica a razão dos seus ensinamentos na mente.
No jardim de Getsêmani Jesus viveu o ápice dos sentimentos humanos, com tamanha agonia em seu coração e sua alma profundamente triste. Ele estava tão tenso que chegou a sair sangue dos poros da Sua pele, isso acontece quando a pessoa passa por stress extremamente grande.
A negação de Pedro mostra a preocupação de Jesus com os amigos, que não incrimina, que sabe o tempo de evolução de cada ser humano, que aceita as pessoas como elas são, não apontando o dedo para mostrar os erros, não aceitando mais do que a pessoa pode dar no momento. Assim com um olhar a Pedro, Jesus transmitiu a ele toda a sua doçura e compreensão, dizendo que esperava a negação dele, mas que o perdoava, que o mais importante era o sentimento que os ligavam, de amizade e amor. Com um olhar Jesus falou tudo a Pedro, simplesmente um magnífico olhar em meio ao caos de um julgamento falso. Seus olhos falaram: Continuo a te amar, meu amigo.
É por essas atitudes dentre outras que Jesus é o maior Revolucionário que a humanidade conheceu, um gesto, um olhar bastou para arrebatar o coração de milhares sem esperança, que esperavam um Messias para libertá-los de todo o sofrimento causado por Roma, mas jamais precisou usar de violência e de falsidade, para conquistá-los. Verdade, verdade e verdade, acima de tudo, esse é Jesus, nosso magnífico mestre amado. Jesus inaugurou o amor e a caridade no nosso orbe Agradecemos a Deus por ter dado permissão para a vinda de Jesus ao nosso amado orbe.
Jesus o maior revolucionário de todos os tempos. O Revolucionário do Amor.
Fonte: Blog: Jardim do Amor


𝗖𝗢𝗠𝗢 𝗢𝗦 𝗥𝗘𝗟𝗔𝗖𝗜𝗢𝗡𝗔𝗠𝗘𝗡𝗧𝗢𝗦 𝗙𝗜𝗖𝗔𝗠 𝗔𝗧𝗥𝗘𝗟𝗔𝗗𝗢𝗦 𝗡𝗔𝗦 𝗥𝗘𝗘𝗡𝗖𝗔𝗥𝗡𝗔𝗖̧𝗢̃𝗘𝗦.

Os ajustes dos relacionamentos problemáticos de outras existências. Pelas reencarnações os espíritos têm a oportunidade de reestabelecer os ...