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sábado, 15 de abril de 2017

“A DOR DA PERDA DE ENTES QUERIDOS. ”

A dor causada pela perda dos entes amados atinge a todos nós com a mesma intensidade. É a lei da vida a que estamos sujeitos. Quando nascemos, nossa única certeza absoluta no transcorrer da vida será a de que um dia morreremos. Não há como fugir a esta realidade.
A morte não faz parte de nossas preocupações imediatas. Vamos levando a vida sem pensarmos que um dia morreremos, aí, quando menos esperamos, ela nos bate à porta arrebatando-nos um ser amado e então, sentimo-nos impotentes diante dela e o pensamento de que ”nunca mais o verei”, aumenta mais nossa dor.
Algumas pessoas sentem com maior intensidade a perda do ente amado, demorando a se recuperar da dor pela partida daquele ente querido. Principalmente, se a morte ocorreu repentinamente, de uma forma brusca, como acontece em desastres ou através da violência. Existem também pais que perdem seus filhos em tenra idade, quando começavam a sonhar para eles um futuro promissor.
Com a perda vem a tristeza e a revolta: “Por que meu filho morreu tão cedo? Era preferível a morte ter me levado no lugar dele, pois já vivi muito enquanto ele não teve tempo de viver”, e por aí seguem tantas outras exclamações contra a partida daquele ser tão querido. Então, vem a procura, a busca de um consolo que possa realmente acalmar e levar um pouco de tranquilidade ao espírito, e vem a indagação que tanta angústia traz ao coração: “Onde meu filho estará agora? Só queria saber se ele está bem, como se sente.”. Começa, então, a procura por notícias, o afã de saber o paradeiro daquele que se foi para nunca mais, segundo a visão acanhada que se tem de “vida” e de “morte”.
A possibilidade da comunicação com o ser querido leva muitas pessoas a desejarem, a todo custo, uma mensagem, uma palavra que possa proporcionar-lhes a aceitação do ocorrido ou que lhes minore a enorme saudade que sentem.
É muito gratificante, através do intercâmbio espiritual, sabê-los felizes, certificando-se, através de relatos deles próprios com detalhes de sua nova existência, que eles continuam ligados aos familiares pelos laços indestrutíveis das afeições sinceras.
No entanto, é necessário precaver-se contra a urgência desenfreada de se obter, a qualquer custo, principalmente em pouco tempo de desencarnação dos entes queridos, a comunicação tão desejada com o intuito de acalmar o coração saudoso.
Sabemos que a comunicação em pouco tempo de desencarne não é totalmente impossível, mas não é recomendável, visto o espírito encontrar-se num estado de adaptação a sua nova vida e de sentir-se ainda fortemente ligado às vibrações materiais. A precaução deve ser necessária, pois, no afã de obtê-las a qualquer custo, corre-se o risco de procurar-se meios indevidos para tais comunicações, que, não os colocando em sintonia com os seres amados, mais tempo os afastarão deles.
O cuidado é necessário, pois no desejo de obter-se a comunicação, a pessoa incauta pode ser vítima de mistificações de falsos médiuns, devendo por isso mesmo, certificar-se da idoneidade das pessoas para que tal comunicação se dê a contento.
A mediunidade não deve ser encarada como um dom nosso, e sim, um dom, a nós, dado por Deus, uma ferramenta de trabalho em benefício não só do próximo como do próprio médium, pois se bem utilizada é uma ponte para a evolução de nosso ser.
Mas a paciência para se obter a comunicação deve ser levada em conta, pois existem barreiras dos dois lados que podem adiar por um bom tempo o tão sonhado intercâmbio.
A desencarnação requer um período de adaptação ao mundo espiritual a que o espírito se submete com a ajuda de amigos espirituais abnegados. E se ele estiver ainda no estágio de adaptação, tais comunicações poderão mostrar-se inadequadas para o momento que ele atravessa, portanto, requerendo um período bem maior para que possa realizar-se com mais eficácia.
Em casos extremos, pode acontecer do desencarnado, ao ver o estado de sofrimento dos familiares com a sua partida, pedir aos espíritos responsáveis por sua adaptação ao mundo espiritual para ir acalmar-lhes os corações.
O tempo também é diferente entre as duas dimensões, ou seja, segundo os espíritos eles não sentem o tempo como nós, podendo um período de dois anos tornar-se um tempo longo para os familiares ao desejarem a comunicação, enquanto para os espíritos, levando-se em conta, principalmente, a evolução espiritual dos mesmos, ser um tempo bastante curto.
A comunicação mediúnica para atender irmãos desencarnados, sofredores ou não, requer um preparo todo especial para o seu desempenho, tanto na dimensão material quanto na espiritual. Desde cedo, os irmãos responsáveis para que tais comunicações se processem, já começam o preparo, com antecedência, dos médiuns que irão atender aos espíritos, baseando-se principalmente na sintonia espiritual existente entre encarnados e desencarnados, ligando cada espírito ao médium que melhor possa se adequar à comunicação.
Por isso não é fácil, para quem é médium, dar notícias desse ou daquele desencarnado para as pessoas que os procurem para obter a comunicação.
Muitas vezes, os espíritos dos entes queridos vêm nos visitar e nós não damos por isso, ou mesmo, durante o sono, nosso espírito vai se encontrar com o dele, vai visitá-lo, e não guardamos lembrança de nada, a não ser uma saudade, uma lembrança dele que não sabemos nem porque nos vem tão repentinamente.
O que sabemos através dos ensinamentos espirituais, é que todos nós ao fecharmos nossos olhos para a vida material e nos transferirmos para a vida espiritual, ficaremos num sono, numa espécie de torpor, recebendo todo o amparo e ajuda de equipes espirituais para nos desfazermos das vibrações materiais com maior rapidez.
Então, esse período para o espírito é de fundamental importância, requer daqueles que ficaram, o amparo da prece e de vibrações de amor e de que seus sofrimentos não ultrapassem aquele da saudade, sem extrapolar para a revolta com os desígnios de Deus.
O importante é atentarmos que o desencarnado requer um tempo para se reconhecer. Muitas vezes eles não se sentem mortos, sentem-se como se estivessem num sonho; ficam sem entender o estado em que estão, sentem-se diferentes, não se enxergam sem o corpo físico e ficam desorientados.
Esse estado de perturbação acontece principalmente com quem desencarna de forma abrupta ou violenta, como costuma ser em casos de desastre. Mas, esses irmãos não ficam sozinhos nunca. É preciso que saibamos disso: os espíritos responsáveis por eles estão junto esperando que as vibrações materiais mais grosseiras se desfaçam, cuidando com todo o carinho para que eles possam se adaptar ao novo estado.
A adaptação em maior ou menor tempo para os espíritos, depende da evolução ou do conhecimento que tenham tido das realidades espirituais, pois aquele que em vida já tenha se libertado de muitos “apegos” da matéria, conseguirá uma adaptação e um despertar mais rápido do que aquele que vivia preso às coisas materiais e sem o conhecimento da realidade espiritual.
De qualquer forma, o que proporcionará realmente uma lucidez rápida a todos é o dever cumprido, é saber que procurou ou tentou fazer alguma coisa e o que fizemos de útil em favor do próximo e do mundo onde passamos nossa existência como encarnados.
Quando os desencarnados despertam realmente, ficam surpresos com as “novas coisas“ desse mundo onde recomeçam daí por diante sua caminhada. Então, ainda se adaptando ao mundo em que para alguns era improvável existir e sem o corpo físico para a perfeita comunicação de suas ideias, sentem-se perdidos e não sabem como poderão se comunicar adequadamente com seus familiares para dizer-lhes que continuam mais “vivos” do que nunca.
As primeiras comunicações de quase todos os espíritos desencarnados requerem sempre a ajuda de um amigo que os acompanhe no mundo espiritual. Muitas vezes, esses amigos é que os ajudam com as palavras a serem transmitidas aos seus familiares.
Muitos deles podem se sentir fracos e requerem todo o amparo dos amigos para seu intento. A vibração material também se torna um incômodo para eles, pois ao contato com ela, as emoções que, até então se encontravam num estado mais equilibrado, sofrem a influência do ambiente. Por isso é necessário um médium equilibrado para que a transmissão possa ocorrer sem problemas; é preciso todo cuidado, principalmente se as comunicações se processam através da psicofonia, que é a mediunidade da fala ou, como é comumente denominada, da incorporação, onde o médium chega às vezes a sentir com bastante intensidade dores e sensações “físicas” experimentadas pelos espíritos.

Autor: Guilhermina Batista Cruz

“COMO SABER SE UMA PESSOA DESENCARNADA ESTÁ BEM OU MAL NO PLANO ESPIRITUAL? ”

Para responder essa pergunta é preciso esclarecer que não existe “estar bem” ou “estar mal” no plano espiritual. O estado positivo ou negativo nos planos imateriais é um reflexo da natureza de uma alma e do seu estado de elevação e libertação. No plano físico a ideia de estar bem ou estar mal faz sentido.
Reconhecemos que estar bem é estar devidamente servido em quesitos básicos de sobrevivência, como ter estabilidade material, dinheiro, conforto, fazer o que gosta, ter saúde física e mental, ter nossas necessidades supridas e estar satisfeito com a vida que se leva. Todas essas são condições físicas que nos sustentam materialmente, nos dão conforto e estabilidade para vivermos nossa vida. No entanto, no plano incorpóreo, não existem condições externas que dão suporte ao espírito.
Ao atravessar o limiar da vida e da morte, a alma perde todos os alicerces externos e passa a ser exatamente aquilo que ela é. Sua natureza interna aparece com toda a clareza e ela passa a manifestar aquilo que estava oculto. No plano físico existem muitas formas de uma pessoa dissimular seu interior.
Um homem arrogante pode fingir ser humilde; um homem egoísta pode fingir ser muito caridoso e doar grandes somas em dinheiro para instituições; um homem pode fingir honestidade e ser ladrão e mentiroso; pode também fingir felicidade diante de todos, mas sentir-se profundamente infeliz.
Podemos enganar outras pessoas quando estamos no mundo, mas jamais podemos mascarar qualquer coisa e ludibriar alguém após a morte. No plano espiritual ninguém pode dissimular nada: as almas manifestam com total limpidez aquilo que são. Por isso, a pergunta que se faz sobre a alma estar bem ou mal no plano espiritual não faz sentido. O espírito se encontrará bem se ele for bom, e se encontrará mal se ele for mau. Ele será luz se existir luz em si, e será escuridão caso seu interior seja obscuro. Ele estará bem se for uma alma pura, e estará em sofrimento se for uma alma atormentada. A alma expressará exatamente aquilo que ela é e o que plantou em suas múltiplas existências terrenas.
Após a morte, a alma não pode jamais sentir-se bem se não tem esse bem dentro de si. Nos termos da Psicologia, podemos dizer que o inconsciente e o consciente passam a ser um só, não havendo mais divisão entre ambos. Por esse motivo, ao chegarem no plano espiritual e sentirem exatamente como são, as almas anseiam pela reencarnação para que possam se purificar e aprender. Esse inclusive é um estímulo muito importante para que a alma manifeste seu intento de retornar e refazer sua vida, para que possa se depurar e eliminar todas as impurezas do seu ser.
Diante dessas explicações, aqueles que desejam saber como está seu ente querido ou amigo após a morte, basta que se lembrem de como ele foi em vida, que tipo de pessoa ele era e qual o grau de pureza, simplicidade e desprendimento de sua alma.

(Hugo Lapa)

sexta-feira, 14 de abril de 2017

"QUEM FORAM OS ESPÍRITOS QUE HOJE FOGEM DA SÍRIA E OS QUE ATUALMENTE HABITAM O HAITI?"


“EXISTEM ANIMAIS NO MUNDO ESPIRITUAL? ”

Há muitas coisas no Universo que não se explicam, são ainda incompreensíveis para nós, porém podemos percebê-las.
Acreditando na reencarnação, que o mundo não se acaba nesta vida, acredito da mesma forma que os animais também partem daqui para o mundo espiritual, para seu progresso.
Posso não entender os mecanismos, mas sei que alguns animais reencarnam imediatamente, voltando ou não para a proximidade daqueles a quem amou. Partem em novas jornadas na Terra, por vezes convivendo com pessoas evoluídas, às vezes tendo de sofrer e ensinar lições de resignação e tolerância. Ainda há aqueles que são menos evoluídos e demonstram alguma distonia quanto ao comportamento e desequilíbrio suas relações.
Frequentemente, videntes conseguem visualizar próximo ao médium os mais diversos animais, como cães, gatos, acompanhando seus trabalhos. E nos terreiros de Umbanda, são percebidos junto aos caboclos águias, lobos, tigres e panteras, trabalhando na proteção e no patrulhamento.
Não se trata de licantropia (espíritos humanos que retrocedem e adquirem forma animal), são realmente espíritos de animais que de alguma maneira evoluíram e compreendem sua tarefa de lutar contra as trevas, penetrando os portais de regiões lúgubres, localizando junto aos espíritos guardiões aqueles que precisam ser resgatados.
Estão junto aos tarefeiros nos seus trabalhos, no seu dia a dia, sempre avançando na frente, sempre protegendo a retaguarda, dando a visão ampliada quando é um espírito de águia por exemplo, sempre emprestando a força e agilidade quando é um tigre ou uma pantera, a coragem e a perspicácia quando é um lobo. Acredite quem quiser, mas em contato com alguns médiuns, tenho certeza que estes relatos são reais, trabalhando com caboclos daqui, caboclos do hemisfério norte, espíritos do Oriente.
Comprovações através da literatura espírita:
L. dos Espíritos – Pergunta 600 – “A alma do animal depois da morte é classificado pelos espíritos a quem incumbe essa tarefa e é utilizado quase imediatamente.”
L. dos Médiuns – Pergunta 283 – “Depois da morte do animal o principio inteligente que nele havia se acha em estado latente e é logo utilizado, por Espíritos incumbidos disso, para animar novos seres, em os quais continua a obra de sua elaboração, assim , no mundo dos espíritos não há errantes Espíritos de animais, porem unicamente Espíritos humanos.”
Nosso Lar – André Luiz – ”Aves de plumagens policromas cruzavam os ares e de quando em quando pousavam agrupadas nas torres muitas alvas…”
“Os cães são auxiliares preciosos nas regiões escuras do Umbral”
“Animais que mesmo de longe pareciam iguais aos muares terrestres”
L. dos Espíritos – Pergunta 602 – “Os animais progridem como o homem, por ato da própria vontade, ou pela força das coisas? – Pela força das coisas, razão por que não estão sujeitos à expiação.”
Revista Espírita março de 1864 – “Há uma lei geral que rege os seres da criação, animados ou inanimados; é a lei do progresso. Os espíritos estão submetidos a ela pela força das coisas.”
Marcel Benedeti – “Os animais principalmente os domésticos, aprendem conosco, que somos, além de irmãos, seus professores. Durante o tempo em que permanecem conosco, passam por várias experiências, como encarnados, e quando já for o suficiente, provavelmente ele reencarnará em outra família e em outra localidade onde aprenderá coisas que não podemos oferecer. Mas em geral retornam varias vezes ao mesmo lar.”
Emanuel – Chico Xavier – “Chico, pare e preste atenção neste cãozinho. É o Dom Pedrito que está voltando para você!”
A Questão Espiritual dos animais – Irvênia Prada – “A reencarnação pode favorecer o reencontro afetivo entre animais e homens para continuarem juntos o aprendizado de amor
Revista Espírita – Março de 1860 – “Pode (um animal) aperfeiçoar-se a ponto de se tornar um Espírito Humano? – Ele pode, mas depois de passar por muitas existências animais, seja no nosso planeta terrestre, seja em outros.”
“Nossos benfeitores espirituais nos esclarecem que é preciso que todos consideremos que os animais diversos, a nós rodearem a existência de seres humanos em evolução no planeta Terra, são nossos irmãos menores, desenvolvendo em si mesmo o próprio princípio inteligente.(…) Eles, os animais aspiram ser, num futuro distante, homens e mulheres inteligentes e livres. Assim sendo, nós podemos nos considerar como irmãos mais velhos e o mais experimentado dos animais. (…) Tudo isso se resume em graves responsabilidades para os seres humanos; a angústia, o medo e o ódio que provocamos nos animais lhe altera o equilíbrio natural de seus princípios espirituais, determinando ajustamentos em posteriores existências (…) A responsabilidade maior recairá sempre nos desvios de nós mesmos, que não soubemos guiar os animais no caminho do Amor e do Progresso, seguindo a Verdade de Deus” – Chico Xavier – Mandato de Amor.
Na verdade, tanto estudamos os seres vivos, sabemos de micromoléculas, sabemos de ultraestruturas, mas não sabemos da essência dos seres vivos, dos animais, de nós mesmos. E desta maneira, isto leva ao desrespeito à vida, e é necessário se refletir sobre isto. Que temos de reservar um tempo em nossas atribuladas agendas para refletir sobre o que somos, o que são estes animais que nos cercam, que nos alimentam, nos confortam, nos fazem companhia, nos protegem, às vezes, nos amedrontam, pois não os conhecemos. Entender seu valor, o porque estão aqui, assim como nós mesmos, entendermos porque aqui estamos e o que fazemos . Isto dará um sentido maior no relacionamento com o que está ao nosso redor.
Temos de ter uma atitude de reverência com o que nos cerca, toda a Natureza, mesmo o que parece inanimado, está vibrando, a água que corre, as estrelas que brilham, as flores que abrem, a chuva que cai, os animais que se manifestam cada um com seu jeito de ser, os seres humanos tão diversos entre si, todos e tudo vibrando ao nosso redor. Merece nossa atenção, nosso respeito, nosso cuidado, na mesma medida que queremos isso para nós. E assim teremos sempre um sentido, uma razão de Ser, uma direção, e uma justificativa para aqui estarmos, e entenderemos melhor a presença dos animais da Espiritualidade, a missão dos espíritos, e muito mais coisas que se encontram além do véu das infinitas dimensões paralelas.
Não vemos as ondas eletromagnéticas, mas sabemos que ali estão; não vemos o Rx, nem a energia atômica, mas podem estar presentes. Então por quê teimamos em achar que só o que percebemos com nossos limitados sentidos são as coisas reais? Vamos seguir com serenidade, em equilíbrio, sem entrar em fanatismos ou acrobacias mentais, mas vamos refletir, deixar fluir nossa intuição, o que nos sopram nossos guias, vamos aumentar nosso padrão de consciência, nossa percepção, abrindo as portas para a compreensão, que nos trará mais Harmonia e Luz.


(Estudo Espírita-Cristão Amigos de Chico Xavier)

“PODEMOS EVITAR A MORTE DE ALGUÉM? ”

É comum as pessoas me procurarem perguntando sobre a morte de entes queridos. Uma das perguntas mais comuns é se elas poderiam ter feito algo para evitar a morte das pessoas que amam, pois sentem muito sua falta.
A resposta a essa pergunta é simples… não. Elas não poderiam evitar, em hipótese alguma. Mas por que não seria possível evitar a morte de uma pessoa? A morte não pode ser evitada porque ela já está determinada desde quando a pessoa nasceu. Tão logo o espírito encarnado cumpra determinadas tarefas e viva certas experiências na matéria, sua existência material passa a se tornar desnecessária e o espírito deve ir embora.
O ser humano prefere acreditar que tem poder para intervir em tudo. Ele quer acreditar que é poderoso e que suas ações podem mudar as coisas do mundo. Ele quer acreditar que é o senhor do seu destino e, e não apenas isso, mas também que é o senhor do destino de outras pessoas. Sem a ideia do poder, o ser humano sentir-se-ia enfraquecido e perdido. No entanto, é preciso compreender que o poder que temos não é o poder material; não é o poder da carne; não é o poder para interferir nos acontecimentos do mundo. O único poder que temos é sobre nós mesmos.
Não adianta tentar mudar algo externamente; não adianta buscar evitar ou provocar certas circunstâncias; não é possível acreditar que temos o poder de salvar ou deixar uma pessoa morrer. Quando uma pessoa desencarna, a hora dela chegou e nada pode ser feito para evitar isso. Não importa o quanto você seja forte; não importa o quanto você seja sábio; não importa as influências políticas que você tem; não importa quantos médicos você conhece e tampouco quanto dinheiro você tem. Quando conseguimos “salvar” a vida de alguém, por exemplo, de um afogamento, só fomos bem sucedidos no resgate porque ainda não era a hora do seu desencarne. Caso fosse o momento dela ir embora, nenhum poder humano seria capaz de salva-la.
Pelo contrário. Supondo que uma pessoa precisasse morrer e nos fosse dado o poder de intervir e mante-la na matéria por mais tempo, isso a prejudicaria imensamente. Vamos imaginar que uma pessoa está indo embora de um país para trabalhar em outro país. Ela precisa daquele emprego, pois vai incrementar seu currículo, ela terá um experiência inédita e muito preciosa para sua carreira, além de ganhar mais e assim poder comprar sua casa própria. Agora imagine que existe uma pessoa apegada a ela e que não deseja essa distância. O que aconteceria se essa pessoa queimasse as passagens e a impedisse de ir? Ela estaria destruindo uma oportunidade valiosa de crescimento profissional de alguém que ama.
O mesmo ocorre com aqueles que tentam impedir a morte de alguém cuja estadia na matéria já se findou. Ela estaria prejudicando agudamente aquele espírito de seguir sua jornada evolutiva, ir a outras regiões cósmicas mais sutis para trabalhar, aprender, se desenvolver, ter novas experiências, etc. Portanto, nosso egoísmo em desejar prender alguém que precisa ir pode atrapalhar consideravelmente a evolução do seu espírito, da mesma forma que os pais podem atravancar o desenvolvimento do filho quando obstam sua saída de casa para morar sozinho. O ser humano muitas vezes se comporta como uma criança mimada, que bate o pé e grita quando suas vontades não são atendidas. Os mestres sempre ensinaram que devemos seguir a vontade de Deus, como fez Jesus quando disse: “Pai, que seja feita a Sua vontade e não a minha”.
Muitas pessoas se culpam por não terem evitado a morte de um parente. Elas acreditam que, se tivessem levado a pessoa antes a um hospital; se tivessem socorrido mais rápido; se tivessem prestado mais atenção; se tivessem certos conhecimentos de primeiros socorros; se não tivessem sido negligentes com a pessoa; se fossem mais espertas, mais inteligentes, mais dinâmicas em algum momento, teriam sido capazes de salvar a pessoa. A grande verdade, que poucos desejam aceitar, é que ninguém salva ninguém; cada pessoa se salva por si só. É imenso o número de pessoas que perdem suas vidas tentando salvar outras pessoas e acabam esquecendo de si mesmas. Passam suas vidas tentando resgatar o outro do abismo em que ele se encontra, e acabam caindo nesse mesmo abismo, não salvando o outro e ainda perdendo a si mesmas por puro apego.
É preciso deixar o outro viver a sua vida da forma como ele deseja viver, de acordo com suas escolhas e seus objetivos. Mesmo que o outro aparentemente fique mal, perca tudo, fique doente, se destrua… se isso ocorreu, é porque precisava ocorrer. A autodestruição era necessária para seu avanço espiritual, com base em suas escolhas. Vamos entender de uma vez por todas que não é algo ruim as pessoas sofrerem as consequências de suas escolhas. Ao contrário, é algo extremamente positivo, pois quem padece no futuro de acordo com o que escolheu no passado vai aprender e se purificar. Seria o mesmo que queimar uma plantação de jiló que nosso filho semeou alegando que o jiló não lhe trará renda. Se ele escolheu plantar o jiló, é necessário permitir que ele colha o jiló. Se ele não colher, não enfrentará as consequências de seus próprias atos e não aprenderá certas lições. Isso não é algo a se evitar, até porque não pode ser evitado. É algo que deve ser aceito como parte da nossa evolução.
Portanto, não se culpe por não ter conseguido salvar alguém de sua morte ou mesmo salvar alguém em vida. O momento da morte não vem por acaso. Era para ocorrer exatamente daquela forma. Aquele acidente que a pessoa sofreu e que a levou, precisava acontecer; aquela doença que ceifou sua vida, precisava vir e purifica-la; aquele caminhão que a atropelou precisava atropela-la para ela se libertar; aquela queda que o levou a morte era necessária a sua elevação; se não fosse necessária, acredite, não teria ocorrido, pois nada, absolutamente nada em todo o cosmos ocorre por acaso. O acaso é mera ilusão de nossa mente que ainda não compreende a vida.
O acaso não existe em todo o universo; se algo ocorreu, é porque precisava ocorrer. Ninguém deve se culpar por não ter conseguido evitar algo. A culpa é o efeito de um delírio de grandeza e poder. Acreditamos que somos poderosos suficientes para decidir sobre a vida e a morte de alguém; acreditamos que sabemos melhor do que Deus quando alguém deve morrer ou quando alguém deve continuar na matéria. Nada além de uma fantasia humana de onipotência; a mesma fantasia que fez o ser humano cair na matéria e que o mantém até hoje sofrendo.

(Hugo Lapa)

quinta-feira, 13 de abril de 2017

“VISÃO ESPÍRITA DA PÁSCOA”

Eis-nos, uma vez mais, às vésperas de mais uma Páscoa. Nosso pensamento e nossa emoção, ambos cristãos, manifestam nossa sensibilidade psíquica. Deixando de lado o apelo comercial da data, e o caráter de festividade familiar, a exemplo do Natal, nossa atenção e consciência espíritas requerem uma explicação plausível do significado da data e de sua representação perante o contexto filosófico-científico-moral da Doutrina Espírita.
Deve-se comemorar a Páscoa? Que tipo de celebração, evento ou homenagem é permitida nas instituições espíritas? Como o Espiritismo visualiza o acontecimento da paixão, crucificação, morte e ressurreição de Jesus?
Em linhas gerais, as instituições espíritas não celebram a Páscoa, nem programam situações específicas para “marcar” a data, como fazem as demais religiões ou filosofias “cristãs”. Todavia, o sentimento de religiosidade que é particular de cada ser-Espírito, é, pela Doutrina Espírita, respeitado, de modo que qualquer manifestação pessoal ou, mesmo, coletiva, acerca da Páscoa não é proibida, nem desaconselhada.
O certo é que a figura de Jesus assume posição privilegiada no contexto espírita, dizendo-se, inclusive, que a moral de Jesus serve de base para a moral do Espiritismo. Assim, como as pessoas, via de regra, são lembradas, em nossa cultura, pelo que fizeram e reverenciadas nas datas principais de sua existência corpórea (nascimento e morte), é absolutamente comum e verdadeiro lembrarmo-nos das pessoas que nos são caras ou importantes nestas datas. Não há, francamente, nenhum mal nisso.
Mas, como o Espiritismo não tem dogmas, sacramentos, rituais ou liturgias, a forma de encarar a Páscoa (ou a Natividade) de Jesus, assume uma conotação bastante peculiar. Antes de mencionarmos a significação espírita da Páscoa, faz-se necessário buscar, no tempo, na História da Humanidade, as referências ao acontecimento.
A Páscoa, primeiramente, não é, de maneira inicial, relacionada ao martírio e sacrifício de Jesus. Veja-se, por exemplo, no Evangelho de Lucas (cap. 22, versículos 15 e 16), a menção, do próprio Cristo, ao evento: “Tenho desejado ansiosamente comer convosco esta Páscoa, antes da minha paixão. Porque vos declaro que não tornarei a comer, até que ela se cumpra no Reino de Deus.” Evidente, aí, a referência de que a Páscoa já era uma “comemoração”, na época de Jesus, uma festa cultural e, portanto, o que fez a Igreja foi “aproveitar-se” do sentido da festa, para adaptá-la, dando-lhe um novo significado, associando-o à “imolação” de Jesus, no pós-julgamento, na execução da sentença de Pilatos.
Historicamente, a Páscoa é a junção de duas festividades muito antigas, comuns entre os povos primitivos, e alimentada pelos judeus, à época de Jesus. Fala-se do “pesah”, uma dança cultural, representando a vida dos povos nômades, numa fase em que a vinculação à terra (com a noção de propriedade) ainda não era flagrante. Também estava associada à “festa dos ázimos”, uma homenagem que os agricultores sedentários faziam às divindades, em razão do início da época da colheita do trigo, agradecendo aos Céus, pela fartura da produção agrícola, da qual saciavam a fome de suas famílias, e propiciavam as trocas nos mercados da época. Ambas eram comemoradas no mês de abril (nisan) e, a partir do evento bíblico denominado “êxodo” (fuga do povo hebreu do Egito), em torno de 1441 a.C., passaram a ser reverenciadas juntas. É esta a Páscoa que o Cristo desejou comemorar junto dos seus mais caros, por ocasião da última ceia.
Logo após a celebração, foram todos para o Getsêmani, onde os discípulos invigilantes adormeceram, tendo sido o palco do beijo da traição e da prisão do Nazareno.
Mas há outros elementos “evangélicos” que marcam a Páscoa. Isto porque as vinculações religiosas apontam para a quinta e a sexta-feira santas, o sábado de aleluia e o domingo de páscoa. Os primeiros relacionam-se ao “martírio”, ao sofrimento de Jesus – tão bem retratado neste último filme hollyodiano (A Paixão de Cristo, segundo Mel Gibson) –, e os últimos, à ressurreição e a ascensão de Jesus.
No que concerne à ressurreição, podemos dizer que a interpretação tradicional aponta para a possibilidade da mantença da estrutura corporal do Cristo, no post-mortem, situação totalmente rechaçada pela ciência, em virtude do apodrecimento e deterioração do envoltório físico. As Igrejas cristãs insistem na hipótese do Cristo ter “subido aos Céus” em corpo e alma, e fará o mesmo em relação a todos os “eleitos” no chamado “juízo final”. Isto é, pessoas que morreram, pelos séculos afora, cujos corpos já foram decompostos e reaproveitados pela terra, ressurgirão, perfeitos, reconstituindo as estruturas orgânicas, do dia do julgamento, onde o Cristo, separará justos e ímpios.
A lógica e o bom-senso espíritas abominam tal teoria, pela impossibilidade física e pela injustiça moral. Afinal, com a lei dos renascimentos, estabelece-se um critério mais justo para aferir a “competência” ou a “qualificação” de todos os Espíritos. Com “tantas oportunidades quanto sejam necessárias”, no “nascer de novo”, é possível a todos progredirem.
Mas, como explicar, então as “aparições” de Jesus, nos quarenta dias póstumos, mencionadas pelos religiosos na alusão à Páscoa?
A fenomenologia espírita (mediúnica) aponta para as manifestações psíquicas descritas como mediunidades. Em algumas ocasiões, como a conversa com Maria de Magdala, que havia ido até o sepulcro para depositar algumas flores e orar, perguntando a Jesus – como se fosse o jardineiro – após ver a lápide removida, “para onde levaram o corpo do Raboni”, podemos estar diante da “materialização”, isto é, a utilização de fluido ectoplásmico – de seres encarnados – para possibilitar que o Espírito seja visto (por todos). Igual circunstância se dá, também, no colóquio de Tomé com os demais discípulos, que já haviam “visto” Jesus, de que ele só acreditaria, se “colocasse as mãos nas chagas do Cristo”. E isto, em verdade, pelos relatos bíblicos, acontece. Noutras situações, estamos diante de uma outra manifestação psíquica conhecida, a mediunidade de vidência, quando, pelo uso de faculdades mediúnicas, alguém pode ver os Espíritos.
A Páscoa, em verdade, pela interpretação das religiões e seitas tradicionais, acha-se envolta num preocupante e negativo contexto de culpa. Afinal, acredita-se que Jesus teria padecido em razão dos “nossos” pecados, numa alusão descabida de que todo o sofrimento de Jesus teria sido realizado para “nos salvar”, dos nossos próprios erros, ou dos erros cometidos por nossos ancestrais, em especial, os “bíblicos” Adão e Eva, no Paraíso. A presença do “cordeiro imolado”, que cumpre as profecias do Antigo Testamento, quanto à perseguição e violência contra o “filho de Deus”, está flagrantemente aposta em todas as igrejas, nos crucifixos e nos quadros que relatam – em cores vivas – as fases da via sacra.
Esta tradição judaico-cristã da “culpa” é a grande diferença entre a Páscoa tradicional e a Páscoa espírita, se é que esta última existe. Em verdade, nós espíritas devemos reconhecer a data da Páscoa como a grande – e última lição – de Jesus, que vence as iniquidades, que retorna triunfante, que prossegue sua cátedra pedagógica, para asseverar que “permaneceria eternamente conosco”, na direção bussolar de nossos passos, doravante.
Nestes dias de festas materiais e/ou lembranças do sofrimento do Rabi, possamos nós encarar a Páscoa como o momento de transformação, a vera evocação de liberdade, pois, uma vez despojado do envoltório corporal, pôde Jesus retornar ao Plano Espiritual para, de lá, continuar “coordenando” o processo depurativo de nosso orbe. Longe da remissão da celebração de uma festa pastoral ou agrícola, ou da libertação de um povo oprimido, ou da ressurreição de Jesus, possa ela ser encarada por nós, espíritas, como a vitória real da vida sobre a morte, pela certeza da imortalidade e da reencarnação, porque a vida, em essência, só pode ser conceituada como o amor, calcado nos grandes exemplos da própria existência de Jesus, de amor ao próximo e de valorização da própria vida.
Nesta Páscoa, assim, quando estiveres junto aos teus mais caros, lembra-te de reverenciar os belos exemplos de Jesus, que o imortalizam e que nos guiam para, um dia, também estarmos na condição experimentada por ele, qual seja a de “sermos deuses”, “fazendo brilhar a nossa luz”.
Comemore, então, meu amigo, uma “outra” Páscoa. A sua Páscoa, a da sua transformação, rumo a uma vida plena.
Fonte> A Era do Espírito- Marcelo Henrique Pereira (*)
(*) Marcelo Henrique, Doutorando em Direito e Assessor Administrativo
da Associação Brasileira de Divulgadores do Espiritismo - ABRADE.


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