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sexta-feira, 21 de abril de 2017

“O REMORSO NA VISÃO ESPÍRITA”

Muitas pessoas imaginam que não há grandes diferenças entre o remorso e o arrependimento. No livro Aborto à Luz do Espiritismo, Eliseu Florentino da Mota Jr., escreve que “dentre as causas determinantes das anomalias psíquicas, é indubitável que o remorso assume especial relevância, porquanto, ao contrário do arrependimento, que é o primeiro passo para a reabilitação diante de um erro cometido, ele determina o surgimento do complexo de culpa, levando a pessoa que eventualmente tenha errado a crises nervosas, chegando mesmo à loucura”.
Dessa forma, podemos entender claramente essa diferença, deixando para reflexão o quanto o remorso é prejudicial para o indivíduo.
No livro O Céu e o Inferno, capítulo VI, intitulado “Criminosos Arrependidos”, Allan Kardec descreve o contato feito com um jovem padre de nome Verger que havia assassinado em 3 de janeiro de 1857, Monsenhor Sibour, arcebispo de Paris, quando saia da Igreja de Saint-Étienne-du-Mont. Verger foi condenado à morte e em 30 de janeiro executado. Em nenhum momento mostrou-se arrependido do seu crime. Ele foi evocado no mesmo dia de sua execução e três dias depois. Nestes contatos, quando Verger foi indagado “Qual a vossa punição?”, ele respondeu: “sou punido por que tenho consciência da minha falta, e para ela peço perdão a Deus; sou punido porque reconheço a minha descrença nesse Deus, sabendo agora que não devemos abreviar os dias de vida de nossos irmãos; sou punido pelo remorso de haver adiado o meu progresso, enveredando por caminho errado, sem ouvir o grito da própria consciência que me dizia não ser pelo assassínio que alcançaria o meu desiderato. Deixei-me dominar pela inveja e pelo orgulho; enganei-me e arrependo-me, pois o homem deve esforçar-se sempre por dominar as más paixões – o que, aliás, não fiz”.
Quando tiramos a vida de alguém estamos retardando nossa evolução e a do outro, se ele não souber perdoar. Além do mais, é muito triste chegar ao Mundo Espiritual e sentir na consciência a dor e a vergonha de saber que mais uma oportunidade de crescimento foi perdida.
Apesar de tudo, de tantas e tantas quedas, Deus nos dá a oportunidade de reparação dos erros cometidos através das vidas sucessivas, porque Ele espera de nós, pacientemente, que aprendamos a colocar em prática os ensinamentos morais de Jesus. Esses ensinamentos se iniciam no lar, no seio da família, onde existem personalidades diversas, entendimentos diversos para um mesmo assunto, espíritos comprometidos com a lei de amor que solicitaram na espiritualidade a chance de reconciliação e reparação de faltas no aprendizado do perdão. Por fim, aprendemos a duras penas que todo ato indigno de nossa parte contra nossos irmãos termina sendo prejudicial a nós mesmos.
André Luiz no livro Nosso Lar, descreve as palavras de consolo do benfeitor Clarêncio: “Aproveita os tesouros do arrependimento, guarda a bênção do remorso, embora tardio, sem esquecer que a aflição não resolve problemas”.
Elizeu Florentino cita em seu livro que uma pessoa que cometeu aborto, por exemplo, e está profundamente arrependida desse ato, pode ser levada, pelo arrependimento, à ação benéfica de trabalhos beneficentes em prol de crianças carentes e até mesmo à adoção, o que faz com que melhore sua autoestima e sua situação junto à Lei divina, enquanto que o remorso, sem levar a criatura a agir, acaba por criar nela anomalias psíquicas graves.
No livro “Pensamento e Vida” (2), o Benfeitor Espiritual Emmanuel discorre sobre a Culpa, esclarecendo-nos: “Quando fugimos ao dever, precipitamo-nos no sentimento de culpa, do qual se origina o remorso, com múltiplas manifestações, impondo-nos brechas de sombra aos tecidos sutis da alma.”.
Quer dizer o Benfeitor que quando nos deixamos levar pelo erro e passamos a caminhar pelos descaminhos da vida infringimos as Leis Naturais, e como estas leis estão inscritas em nossa consciência, imediatamente nossa consciência se intranquiliza gerando desconforto espiritual proporcional ao nosso entendimento em relação à Justiça Divina.
No livro “O Consolador”, Emmanuel responde a pergunta acima dizendo que “O remorso é a força que prepara o arrependimento, como este é a energia que precede o esforço regenerador”, ou seja, o remorso é a primeira reação que se dá na mente do espírito, e por isso mesmo continua o Benfeitor: “Choque espiritual nas suas características profundas, o remorso é o interstício para a luz, através do qual recebe o homem a cooperação indireta de seus amigos do Invisível, a fim de retificar seus desvios e renovar seus valores morais, na jornada para Deus.”.
Esta reação produzirá um segundo sentimento, que é o Arrependimento, e Emmanuel, ainda em “Pensamento e Vida” nos diz que “o arrependimento, incessantemente fortalecido pelos reflexos de nossa lembrança amarga, transforma-se num abscesso mental, envenenando-nos, pouco a pouco, e expelindo, em torno, a corrente miasmática de nossa vida íntima, intoxicando o hausto espiritual de quem nos desfruta o convívio.”.
Depreende-se, das respostas do Benfeitor, que o choque espiritual, na condição de remorso, é benção para a renovação, que se dará com a ajuda dos amigos espirituais, mas a permanência no estado de remorso ou arrependimento pode aprofundar a crise deflagrada, produzindo efeitos funestos em nós e no entorno social.
Falando de arrependimento não poderíamos deixar de buscar a opinião dos espíritos encarregados da Codificação e em “O Livro dos Espíritos” encontramos, na questão de número novecentos e noventa, a seguinte indagação de Allan Kardec: “O arrependimento se dá na vida física ou na espiritual?” Ao que os Espíritos Superiores respondem: “Na vida espiritual; mas também pode ocorrer na física, quando chegais a compreender a diferença entre o bem e o mal.”.
O arrependimento, portanto, será mais ou menos profundo consoante o entendimento moral do espírito, esteja ele encarnado ou desencarnado.
Em sequência, na questão novecentos e noventa e um, o Codificador aprofunda o assunto: “Qual a consequência do arrependimento na vida espiritual?” e a resposta é a seguinte: “O desejo de uma nova encarnação para se purificar. O Espírito compreende as imperfeições que o impedem de ser feliz e por isso anseia por uma nova existência em que poderá reparar suas faltas.”.
Completando o assunto, Allan Kardec refere-se à vida física perguntando na questão novecentos e noventa e dois: “E o arrependimento ainda na vida física?” obtendo a seguinte resposta: “É um começo de progresso, já na vida presente, se houver tempo de reparar suas faltas. Quando a consciência aponta um erro e mostra uma imperfeição, sempre se pode melhorar.”.
O remorso pode ser entendido, então, como o primeiro sinal de que algo inadequado foi perpetrado. E, como a lei de ação e reação se encarrega de apresentar o resultado do erro ao seu produtor para que seja corrigido em todas as suas consequências, o melhor a se fazer é criar, de imediato, as condições de reparo enquanto se tem as possibilidades nas mãos, evitando-se a necessária corrigenda, em futuro indefinido, permanecendo na consciência a condição de devedor e a consequente intranquilidade íntima sempre traduzida por estado de infelicidade.
O tempo de que dispomos em uma existência não é eterno e amanhã pode ser muito tarde para tentarmos corrigir as faltas cometidas. Devemos ter em mente que o momento de agir é agora e que quanto mais tarde acordarmos para a necessidade do perdão, mais comprometidos com a Lei divina estaremos no futuro. Vitor Ronaldo Costa, em seu livro Gerenciando as Emoções, explica que “se alguém alimenta um sentimento de culpa, em decorrência de um mal cometido intencionalmente, o bom-senso recomenda que se busque a solução do impasse na prática inadiável de uma atitude enobrecida. A anulação do remorso sugere a tomada de duas providências essenciais: o cultivo da humildade e o pedido de perdão”.
Pensemos nisso
Antonio Carlos Navarro-.-Rede Amigo Espírita

Texto original publicado na Revista Internacional de Espiritismo, edição nº 02, ano 2002.

“OBSESSÃO DURANTE O SONO”

Certa vez Chico Xavier disse: ”Os espíritos obsessores, muitos deles, são altamente treinados na técnica de hipnotizar: quase sempre eles hipnotizam as suas vítimas quando elas se retiram do corpo no momento do sono. Por este motivo, muita gente acorda mal humorada e violenta. Se soubéssemos o que nos espera no além, não dormiríamos sem recorrer aos benefícios da prece. Os espíritos que são nossos desafetos nos espreitam; se não tivermos defesa, eles farão conosco o que bem entenderem. Há obsessões terríveis que são programados durante o sono; toda noite é uma sessão de hipnose. De repente, é uma agressão violenta dentro de casa, um crime inexplicável.”
Observando cuidadosamente as palavras de Chico Xavier, podemos perceber a importância da prece, é como dizem “Orar e vigiar” a todo momento, é sempre importante entender que nada acontece por acaso, infelizmente, alguns espíritos não conseguem uma evolução pessoal, são movidos pela raiva, pelo ódio, egoísmo, e passam a eternidade espiritual a fim de atormentar os encarnados.
Todos nós que reencarnamos, temos uma história no passado, e que muitas vezes não foi tão bom assim, porque somos humanos e falhos, porém, temos a oportunidade de reparar nossos erros, quitar nossas dívidas do pretérito, no intuito de nos aperfeiçoarmos, contudo, as pessoas com quem tivemos desavenças no passado pode não ter superado os fatos, carregar consigo um ódio pela eternidade e assim virar “nosso obsessor particular”, eles fazem questão de se aperfeiçoarem nas técnicas do “submundo” para conseguirem saciar essa sede de vingança, que sabemos que pode durar por vários e vários anos, até que eles tenham a consciências de seus atos e procurem seu caminho dentro da luz. É como muitos espíritos bem feitores dizem, os seres de luz são muito inteligentes e tem todo suporte para nos auxiliar, mas, os espíritos de pouca luz também possuem inteligência para nos persuadir e nos obsidiar.
Como sabemos, os métodos para nos tornar alvo é por meio de uma vida desregrada, a falta de ética e caráter e moral do nosso corpo e mente, e a falta da prece, a prece é uma grande arma para fortalecer nossa alma e afastar as almas de vibração inferior, a prece nos conecta com o divino, e a luz espanta a sombra, parece até besteira por ser muito óbvio, mas como seres falhos que somos, esquecemos desse detalhe o tempo todo, por isso não é incomum ser “vítima” de obsessores e vampiros espirituais.
Pensando nisso, precisamos criar um hábito da prece antes de dormir, quando crianças, a maioria pelo menos aprende orações antes de dormir, e quando crescemos, infelizmente vamos perdendo esse hábito que é tão bonito.
Eu sempre digo que uma prece não precisa ser necessariamente decorada, ou seja, um Pai nosso, Ave Maria etc. Não estou dizendo que não deva praticar essas orações, ao contrário, se gostam orem dessa maneira, o que estou dizendo é que ela não é a única ferramenta de prece, algumas pessoas realmente não gostam de orar um pai nosso, até porque uma grande parte reza o pai nosso sem nem ao menos prestar atenção no que está dizendo, é tão automático que não captamos a essência da oração, nesses casos, uma conversa sincera com Deus, um minuto de gratidão vale muito mais do que rezar um pai nosso rapidinho sem prestar atenção nas palavras pronunciadas.
Felizmente, Deus com sua infinita bondade e sabedoria, nos deu a chance da escolha, o direito de decidir para onde queremos ir, por quanto tempo ficar e quando voltar, então meus queridos, façam a prece conforme for tocado em seus corações, e lembrem-se sempre, uma conversa com Deus, a gratidão também é uma prece e das boas, pois expõem nossos sentimentos mais profundos.
E, se caso queira uma oração antes de dormir, deixo essas como sugestão:
Prece 1: – Minha alma vai estar por alguns instantes com os outros Espíritos. Venham os bons ajudar-me com seus conselhos. Faze, meu anjo guardião, que, ao despertar, eu conserve durável e salutar impressão desse convívio.
Prece 2: Para afastar os maus espíritos.
Em nome de Deus Todo-Poderoso, afastem-se de mim os maus Espíritos, servindo-me os bons de antemural contra eles. Espíritos malfazejos, que inspirais maus pensamentos aos homens; Espíritos velhacos e mentirosos, que os enganais; Espíritos zombeteiros, que vos divertis com a credulidade deles, eu vos repilo com todas as forças de minha alma e fecho os ouvidos às vossas sugestões; mas, imploro para vós a misericórdia de Deus.

Bons Espíritos que vos dignais de assistir-me, dai-me a força de resistir à influência dos Espíritos maus e as luzes de que necessito para não ser vítima de suas tramas. Preservai-me do orgulho e da presunção; isentai o meu coração do ciúme, do ódio, da malevolência, de todo sentimento contrário à caridade, que são outras tantas portas abertas ao Espírito do mal.

“A TAREFA DA REGENERAÇÃO DA TERRA. ”

Os benfeitores espirituais fazem questão de deixar bem claro, que a terra já se encontra na fase de renovação, ou seja, ela já abriga muitos espíritos dedicados ao bem, que vieram para promover a reforma moral e espiritual em nosso planeta, a fim de que ele se transforme no mundo regenerado que todos desejam, onde possa reinar a boa-vontade em detrimento de tanto desamor dos dias atuais. Mas eles também nos advertem que, enquanto não houver a transformação da maioria da população de nosso planeta , vivenciando uma verdadeira fraternidade e livres das influências negativas dos espíritos perturbadores ou recalcitrantes no mal, ele sofrerá por um certo tempo as consequências nefastas dessa violência e desamor, e não poderá ser considerado ainda, mundo de regeneração. Eles nos dizem que os espíritos recalcitrantes só serão transferidos totalmente da terra para outros mundos mais compatíveis com o atraso moral em que se encontram, quando os homens de bem e de boa vontade se constituírem a maioria da população de nosso planeta.
A vinda de Jesus, considerado o Governador de nosso Orbe, teve como finalidade principal o despertar da consciência humana, mostrando-nos qual era o caminho a seguir para que pudéssemos chegar mais perto de Deus, já que na época em que ele aqui esteve, os homens andavam imersos na ignorância espiritual. Antes de sua vinda, alguns emissários aqui tinham estado para o início de tão importante missão que seria desenvolvida plenamente pelo nosso mestre maior, Jesus Cristo. O breve período em que o Cristo aqui esteve conosco foi um período fértil para o desenvolvimento moral e espiritual do homem. Seus ensinamentos, exemplos e atitudes estavam sempre revestidos pela Lei Universal do Amor, lei essa que vigora com toda a sua força em mundos mais adiantados que o nosso e que se constitui e constituirá sempre no elo de ligação entre todos os seres do universo. A vivência de seu Evangelho de luz ajuda o homem a subir menos penosamente os degraus de sua evolução. Muitos séculos após a sua vinda, a vida na terra já obteve um grande impulso moral e espiritual e o homem já começa a vivenciar conceitos mais elevados sobre o amor e a fraternidade. Mas, ainda não se constituem em maioria para que ocorra uma modificação expressiva das energias deletérias que ainda cercam nosso planeta, e nos façam respirar uma atmosfera mais amena e benéfica para todos.
A disseminação dos temas relativos a evolução e ao crescimento do ser é importante para conscientizar o homem de que os ensinamentos atuais e que visam a sua transformação individual, nos estão sendo repassados desde a vinda do Cristo, mas, até hoje, ainda relutamos em aceitá-los plenamente. É claro que, pela intercessão das forças do bem, que há muito batalham em nosso planeta para promover sua ascensão para um mundo melhor, nós já conseguimos realizar, com mais resignação e coragem, nossa escalada evolutiva, amparados pela Luz divina do Cristo a nos guiar, através de seu evangelho de amor. Segundo o que nos diz Chico Xavier: “Toda essa eclosão de notícias, de mensagens, de avisos da vida espiritual, devem significar para o homem, domiciliado na Terra do presente século, a urgência do aproveitamento das lições de Jesus. Elas deverão ser apreciadas em si mesmas, e examinadas igualmente no exemplo e no ensinamento de todos aqueles que, em variados setores culturais, políticos e filosóficos do globo – lhe traduzem a vontade divina, que na essência é sempre a nossa jornada para o Supremo Bem.”(Revista Boa Vontade -Outubro de 1956).
A evolução de nosso mundo ensejou para a sociedade atual um grande desenvolvimento material e social , proporcionando para todos uma melhor qualidade de vida. Porém, essa evolução, como não veio acompanhada na mesma intensidade pela evolução moral e espiritual do ser, impediu que a terra tivesse, na mesma proporção, uma melhoria na condição moral de seus habitantes. Por sermos seres constituídos de Espírito e Matéria, com a prevalência e subsistência do Espírito, enquanto não cuidarmos da parte essencial de nosso ser, que é nosso Espírito imortal, não poderemos alavancar o crescimento mais harmônico de nosso planeta e desfrutarmos de um mundo mais justo e menos sofrido para todos. Até que se complete a regeneração verdadeira do mundo em que vivemos, haveremos de passar ainda por várias transformações materiais, sociais, morais e espirituais. Os ensinamentos repassados pelos espíritos nos dizem que, todo aquele que conseguir superar as injustiças e inferioridades do mundo atual, no esforço incessante do autoburilamento, procurando melhorar-se a cada dia, serão poupados de muitos resgates reparadores e poderão ascender mais facilmente a mundos mais compatíveis com seu desenvolvimento espiritual. Não terão mais que travar lutas acérrimas para vencer sentimentos como a inveja, o ciúme, o orgulho e tantos outros sentimentos prejudiciais que ainda imperam em nosso mundo.
Os Espíritos nos dizem que o mundo de regeneração ainda não será totalmente isento das paixões humanas, mas, elas não terão mais o poder destruidor que hoje ainda possuem. Embora sujeitos às leis materiais, elas não serão mais tão preponderantes e destrutivas como as atuais. Haverá uma reformulação geral dos princípios básicos, com leis mais justas e de respeito ao direito de cada um, em detrimento de interesses individualistas e mesquinhos. Uma das preocupações essenciais será com a educação, que será encarada por todos como fundamental para a evolução individual do ser, inclusive não só em relação ao aprendizado intelectual, mas principalmente, no aperfeiçoamento moral dos indivíduos, preparando-os para exercerem uma moral mais elevada de respeito e amor pelo próximo. Esse mundo, que aos poucos vem sendo implantado em nosso planeta, se constituirá num oásis de paz para a renovação de nosso ser, sem as aflições e a violência que açoita diariamente nossa vida no mundo atual, e nele, poderemos mais eficazmente, nos prepararmos melhor para ascendermos a mundos cada vez mais ditosos.
Paz e Luz a todos.

Autor: Guilhermina Batista Cruz

quinta-feira, 20 de abril de 2017

"LIBERTAÇÃO ESPIRITUAL"

Às vezes me preocupava o mecanismo das leis cármicas. Pensava eu que a série de ações e reações se estendesse em espirais infinitas pelo tempo a fora. E isso me parecia contrário à ideia que sempre formulei da justiça divina.
Se ontem, num momento infeliz de desvario, estrangulei um irmão, alguém teria que me estrangular no futuro, para que se cumprisse a lei. Mas, o novo crime haveria de gerar, fatalmente, uma nova reação, abrindo outro ciclo e assim por diante, “ad infinitum”. De mais a mais, não havia, também, a dureza do “olho por olho, dente por dente”?
Acontece, porém, que as leis divinas são muito mais sábias e perfeitas do que sonhamos. Ao descer até nós, vindo das mais elevadas esferas espirituais, o Divino Mestre nos trouxe a mensagem da verdade suprema da vida – o amor. E como Ele próprio dizia, não vinha destruir a lei, mas fazê-la cumprir. Não se alterava a substância dos postulados cármicos; ficavam eles, porém, esvaziados do seu conteúdo de inexorabilidade, para adquirirem o suave colorido da reparação.
Ensinava o Amigo Sublime que só uma atitude poderia quebrar o círculo vicioso: o amor. Na verdade, colocou tão alto o conceito e a prática do amor entre as criaturas, que fez disso a nota dominante, o tema, o “leit motiv” de toda a sua insuperável pregação. A certa altura da vida, com o poder de síntese e de acuidade de que era dotado, no mais alto grau, como se quisesse deixar, numa só ideia, toda a sabedoria da vida – disse simplesmente: “Amai-vos uns aos outros, como eu vos amei.” Já meditou o amigo leitor, com seriedade, na beleza e na profundidade daquela simples frase? Ela contém, não somente o mandamento supremo da lei – que séculos antes havia sido transmitido a Moisés –, como, também, a afirmação de que Ele, o Cristo, viera demonstrar e praticar a verdade do amor e não somente pregá-la. Aqueles que vivessem tal filosofia da vida estariam cumprindo a lei e seguindo os ensinos revelados pelos profetas através das idades.
Estava o Mestre oferecendo, a cada um de nós, os recursos necessários para que nós mesmos nos libertássemos das imposições do “olho por olho”.
Bastava amar. Quando nos pedissem para caminhar mil passos, caminhássemos mais dois mil por nossa conta. Se nos batessem em uma face, oferecêssemos a outra. Era lícito perdoar sete vezes? Perguntaram-lhe. Não sete, mas setenta vezes sete, foi a resposta.
Aí está o ponto onde se quebra a corrente cármica, se o desejarmos: na prática do amor e do perdão. Bem sabemos que é mais fácil falar que praticar, enquanto estivermos contidos pela nossa imperfeição, mas se perdoamos àquele que em nós feriu a lei e o ajudamos a recuperar-se, estaremos, por nossas próprias mãos, partindo o círculo de ferro. Se ainda não atingimos a perfeição moral de oferecer a outra face, caminhemos pelo menos a outra milha, os outros dois mil passos, para oferecer a nossa prece em favor daquele que nos ofendeu. Esse gesto talvez represente, nas telas infinitas do tempo, o progresso e a libertação de irmãos aos quais provavelmente devemos tantas outras reparações.
Graças a Deus, a despeito dos desacertos da época em que vivemos, há bastante beleza moral neste mundo. Muitos espíritos se deixaram impregnar de tal forma por esse perfume de amor e perdão, que imprimiram a marca de sua passagem na História.
Francisco de Assis, num transbordamento de amor incontido, pregava tanto aos homens como aos humildes seres da criação, procurando atrair todos para a luz. Tereza d’Ávila, em transportes de amor sublimado pelo Mestre, vivia entre este mundo e o outro. Joana d’Arc, sob a pressão desencadeada do poder terreno, não cessou de amar e perdoar. Gandhi, na fragilidade física, era um gigante de força espiritual e moral no seu amor pacifista pelos irmãos deserdados. Albert Schweitzer, mergulhado no coração da selva africana, cura, ensina, educa, ampara, sem outra paga que a satisfação de exercer o amor pelo ser humano.
Conhecemos, pois, o caminho da recuperação, aquele que leva para o Alto. É preciso rogar forças para que saibamos segui-lo; pedir a Jesus que nos amplie a capacidade de amar e compreender. Não que essa atitude seja de passividade inútil. Não. Amar, no mais puro sentido, é um programa de ação, é um roteiro de lutas, porque implica, em primeiro lugar, o combate ao nosso comodismo através dos milênios. Esse egoísmo cego talvez fosse necessário quando, na meia luz da consciência que despontava em nosso ser, nos distantes períodos encarnatórios, ainda não sabíamos que a vida continua depois da morte. Vivíamos, então, agarrados ferozmente ao corpo físico e às coisas da matéria, e por ela lutávamos, matávamos e roubávamos. Hoje não. Iluminados pela verdade superior, sabemos que o corpo é mero instrumento – e dos mais nobres – de trabalho e de evolução e, por estranho que pareça, quanto mais trabalhamos para os outros, mais realizamos para nós mesmos. Vemos, assim, que o egoísmo se sublimou numa forma superior de sentimento, pois que, por amor a nós mesmos e ao nosso progresso espiritual, somos levados a amar os outros. Então, isto tudo não é belo e maravilhosamente perfeito?
E quando dizemos que o amor é um programa de trabalho e de luta é porque temos que exercê-lo ativamente, esclarecendo, pelejando contra o erro, ajudando aos que precisam de ajuda, tolerando, enfim, porque essa é a lei que nos oferece a chave da libertação.
Só o amor cobre uma multidão de pecados. “Divaldo Franco”
João Marcus

MARCUS, João. "Candeias na noite escura". Pseudônimo de Hermínio C. Miranda. Rio de Janeiro, RJ: FEB. 1992. Cap. 4. Fonte: site "Fórum Espírita"

“QUEM FOI O ESPÍRITO MEIMEI?” Biografia”

Homenageada por tantas casas espíritas, que adotam o seu nome; autora de vários livros psicografados por Chico Xavier, entre eles: "Pai Nosso", "Amizade", "Palavras do Coração", "Cartilha do bem", "Evangelho em Casa", "Deus Aguarda", "Mãe" etc... e, no entanto, tão pouco conhecida pelos testemunhos que teve de dar quando em vida, Irma de Castro - seu nome de batismo - foi um exemplo de resignação ante a dor, que lhe ceifou todos os prazeres que a vida poderia permitir a uma jovem cheia de sonhos e de esperanças. Meimei nasceu em 22 de outubro de 1922, na cidade de Mateus Leme - MG e transferiu residência para Belo Horizonte em 1934, onde conheceu Arnaldo Rocha, com quem se casou aos 22 anos de idade, tornando-se então, Irma de Castro Rocha. O casamento durou apenas dois anos, pois veio a falecer com 24 anos de idade, no dia 01 de Outubro de 1946, na cidade de Belo Horizonte-MG, por complicações generalizadas devidas a uma nefrite crônica.
A Origem da Doença
Durante toda a infância Meimei teve problemas em suas amígdalas. Tinha sua região glútea toda marcada por injeções. Logo após o casamento, voltou a apresentar o quadro, tendo que se submeter a uma cirurgia para extração dessas glândulas. Infelizmente, após a operação, um pequeno pedaço permaneceu em seu corpo, dando origem a todo o drama que viria a ter que enfrentar, pois o quadro complicou-se com perturbações renais que culminaram com hipertensão arterial e craniana.
O Sofrimento
Devido à hipertensão, passou a apresentar complicações oculares, perdendo progressivamente a visão e tendo que ficar dia e noite em um quarto escuro, sendo que nos dois últimos dias de vida já estava completamente cega. Durante os últimos dias de vida, o sofrimento aumentou. Tinha de fazer exames de urina, sangue e punções na medula, semanalmente. Segundo Arnaldo Rocha, seu marido, Meimei viveu esse período com muita resignação, humildade e paciência.
O Desencarne
Os momentos finais foram muito dolorosos. Seus pulmões não resistiram, apresentando um processo de edema agudo, fazendo com que ela emitisse sangue pela boca. Seus últimos trinta minutos de vida foram de desespero e aflição. Mas, no final deste quadro, com o encerramento da vida física, seu corpo voltou a apresentar a expressão de calma que sempre a caracterizou. Meimei foi enterrada no cemitério do Bonfim, em Belo Horizonte.
Surge Chico Xavier
Aproximadamente cinqüenta dias após a desencarnação da esposa, Arnaldo Rocha, profundamente abatido, acompanhado de seu irmão Orlando, que era espírita, descia a Av. Santos Dumont, em Belo Horizonte, quando avistou o médium Chico Xavier. Arnaldo não era espírita e nunca privara da companhia do médium até aquele momento. Quase dez anos atrás haviam-no apresentado a ele, muito rapidamente. Ele devia ter pouco mais de doze anos. O que aconteceu ali, naquele momento, mudou completamente sua vida. E é ele mesmo quem narra o ocorrido: "Chico olhou-me e disse: "Ora gente, é o nosso Arnaldo, está triste, magro, cheio de saudades da querida Meimei"... Afagando-me, com a ternura que lhe é própria, foi-me dizendo: "Deixe-me ver, meu filho, o retrato de nossa Meimei que você guarda na carteira." E, dessa forma, após olhar a foto que Arnaldo lhe apresentara, Chico lhe disse: - Nossa querida princesa Meimei quer muito lhe falar!"
E, naquela noite, em uma reunião realizada em casa de amigos espíritas de Belo Horizonte, Meimei deixou sua primeira mensagem psicografada. E, com o passar dos anos, Chico foi revelando aos amigos mais chegados que Meimei era a mesma Blandina, citada por André Luiz na obra "Entre a Terra e o Céu" (capítulos 9 e 10), que morava na cidade espiritual "Nosso Lar"; disse, também, que ela é a mesma Blandina, filha de Taciano e Helena, que Emmanuel descreve no romance "Ave Cristo", e que viveu no terceiro século depois de Jesus.
Enfim, para concluir, resta apenas dizer que "Meimei" era um apelido carinhoso que o casal Arnando-Irma passou a usar, após a leitura de um conto chamado "Um Momento em Pequim", de autor americano. Ambos passaram a se tratar dessa forma: "Meu Meimei". E, segundo Arnaldo, Chico não poderia saber disso.
(Meimei - expressão chinesa que significa "amor puro")
Materialização de Meimei
"Uma noite, sentimos um delicioso perfume. Intimamente, achei que era o mesmo que Meimei costumava usar. Surpreendi-me quando percebi que o corredor ia se iluminando aos poucos, como se alguém caminhasse por ele portando uma lanterna. Subitamente, a luminosidade extinguiu-se. Momentos depois, a sala iluminou-se novamente. No centro dela, havia como que uma estátua luminescente. Um véu cobria-lhe o rosto. Ergueu ambos os braços e, elegantemente, etereamente, o retirou, passando as mãos pela cabeça, fazendo cair uma cascata de lindos cabelos pretos, até a cintura. Era Meimei. Olhou-me, cumprimentou-me e dirigiu-se até onde eu estava sentado. Sua roupagem era de um tecido leve e transparente. Estava linda e donairosa! Levantei-me para abraçá-la e senti o bater de seu coração espiritual. Beijamo-nos fraternalmente e ela acariciou o meu rosto e brincou com minhas orelhas, como não podia deixar de ser. Ao elogiar sua beleza, a fragrância que emanava, a elegância dos trajes, em sua tênue feminilidade, disse-me: - "Ora, meu Meimei, aqui também nos preocupamos com a apresentação pessoal! A ajuda aos nossos semelhantes, o trabalho fraterno fazem-nos mais belos e, afinal de contas, eu sou uma mulher! Preparei-me para você, seu moço! Não iria gostar de uma Meimei feia!"
Texto de Arnaldo Rocha. Trecho do livro "Chico Xavier - Mandato de Amor

Fonte-Grupo de Estudos Allan Kardec

"SERÁ QUE JÁ CHEGAMOS NO AUGE DA CRISE?"

Ainda não! Segundo os benfeitores espirituais, esse processo de decadência moral não tem fundo, como uma escada que não tem o último degrau, sempre se pode descer um pouco mais, no entanto nessa descida dos valores éticos morais a perda de sentido humano nos fará tão amargurados que a única alternativa é ascender... é libertar-se dos miasmas, dos pântanos, dos vales sombrios por onde temos andado, na direção dos planaltos da fé... faz 280 anos aproximadamente que um pensador inglês Thomas Heart anunciava "O ser humano perdeu o endereço de Deus" há sua época, eu tomaria emprestada essa frase e diria que o ser humano perdeu o endereço de si mesmo, o indivíduo perdeu as opções, passou as opções aligeiradas, aos prazeres imediatos, ao desfrutar do tempo agora, olvidando que o agora, ao iniciar-se o prazer também já é passado... e essa sede que faz lembrar a sede da água do mar, sempre se sorve mais, esta levando-nos a buscar uma água diferente, a da tranquilidade e harmonia que evangelho de jesus nos pode dar.. a fazer este homem que é nosso modelo e guia, voltar a comungar conosco , tirá-lo da cruz e coloca-lo ao nosso lado como amigo que conversa e participa das nossas dores e que nos introjetaremos de tal forma que ele reflita na nossa palavra no nosso comportamento e consiga mimetizar outros...
Divaldo Franco

𝗖𝗢𝗠𝗢 𝗢𝗦 𝗥𝗘𝗟𝗔𝗖𝗜𝗢𝗡𝗔𝗠𝗘𝗡𝗧𝗢𝗦 𝗙𝗜𝗖𝗔𝗠 𝗔𝗧𝗥𝗘𝗟𝗔𝗗𝗢𝗦 𝗡𝗔𝗦 𝗥𝗘𝗘𝗡𝗖𝗔𝗥𝗡𝗔𝗖̧𝗢̃𝗘𝗦.

Os ajustes dos relacionamentos problemáticos de outras existências. Pelas reencarnações os espíritos têm a oportunidade de reestabelecer os ...