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domingo, 18 de outubro de 2015

"NA BARCA DO CORAÇÃO"


Quando as nuvens negras dos pensamentos tormentosos cobrirem com escuro véu o horizonte de tuas esperanças e a barca de teu coração agitar-se, desgovernada, sobre as ondas... 
Quando as obrigações diárias, as dificuldades e os problemas, as surpresas - nem sempre agradáveis -, levarem-te a dizer: - que dia! 
Lembra-te... 
Caía a tarde e a multidão ainda estava reunida na praia. 
Desde que o Sol surgira, Jesus atendera as incontáveis súplicas daqueles que o buscavam. Mãos e lágrimas roçavam-lhe o rosto e a túnica - antes tão limpa e alva - e agora, toda manchada de lamentos. 
Finalmente, chegara às margens do lago, vencendo a dor e as tristezas dos sofredores. Aqueles que O viram deixando atrás de si um rastro confortador de estrelas, perguntavam-se: - quem será este homem, a quem as dores obedecem? 
O céu acendia as cores da noite quando a barca de Pedro recolheu preciosa carga. 
Jamais Jesus mostrara na face sinais tão evidentes de cansaço. Acomodado sobre uma almofada de couro, Sua majestosa cabeça pendeu sobre o peito, como um girassol real despedindo-se ao poente. 
Seus lábios deixaram escapar um longo suspiro antes de adormecer. Seus amigos pescadores não ousaram perturbar-lhe o merecido sono, manejando remos com cuidado, auxiliados pelos sussurros de doce brisa. 
O lago de Genesaré assemelhava-se a gigantesco espelho de prata ao luar, tranqüilo e sereno como o Mestre adormecido. 
Faltava pouco para completar a travessia, quando tudo transformou-se. 
O tempo irou-se, sem aviso. Adensadas, as nuvens de gaze leve tornaram-se tenebrosa tempestade, e o lago esqueceu a calmaria, encrespando-se, açoitado pelo vento. 
Para a barca, vencer a tormenta era como lutar contra vigoroso e invencível Titã. 
Pedro usou toda a sua força e sabedoria nos remos, gritando ordens que se perdiam entre as gargalhadas dos trovões e dos relâmpagos. 
Os discípulos assustados correram a acordar Jesus que ainda dormia. 
- Mestre! - exclamaram em coro desesperado - pereceremos!
Jesus, assim desperto, levantou-se prontamente, equilibrando o corpo cansado muito ereto, apesar da barca que por pouco não naufragava. 
Sua majestosa silhueta parecia estar envolta em misteriosa luz, quando ergueu os braços, ordenando à tempestade: 
- Calai-vos! E voltando-se para os amigos:- acalmai-vos! Homens, onde está a vossa fé? 
Os ventos emudeceram e o lago baixou suas ondas, aplacado por misterioso imperativo. 
Os discípulos olhavam-se, num misto de surpresa e alívio. 
Envergonhados, voltaram-se para os remos. No compasso ritmado avançava a barca, ao compasso do coração daqueles homens que se perguntavam: quem será este homem, a quem os ventos obedecem? 
Quando as nuvens negras dos pensamentos tormentosos cobrirem com escuro véu o horizonte de tuas esperanças, e a barca de teu coração agitar-se, desgovernada, sobre as ondas... 
Quando as obrigações diárias, as dificuldades e os problemas, as surpresas - nem sempre agradáveis -, levarem-te a dizer: - que dia! 
Lembra-te...da mensagem do Cristo adormecida em ti e... Acalma-te!

sábado, 17 de outubro de 2015

"A VIDA DEPOIS DA VIDA".

Quando morreu, no século XIX, Victor Hugo arrastou nada menos que dois milhões de acompanhantes em seu cortejo fúnebre, em plena Paris. Lutador das causas sociais, defensor dos oprimidos, divulgador do ensino e da educação. O genial literato deixou textos inéditos que, por sua vontade, somente foram publicados após a sua morte. Um deles fala exatamente do homem e da imortalidade e se traduz mais ou menos nas seguintes palavras:
A morte não é o fim de tudo. Ela não é senão o fim de uma coisa e o começo de outra. Na morte o homem acaba, e a alma começa.
 Que digam esses que atravessam a hora fúnebre, a última alegria, a primeira do luto. Digam se não é verdade que ainda há ali alguém, e que não acabou tudo?
 Eu sou uma alma. Bem sinto que o que darei ao túmulo não é o meu eu, o meu ser. O que constitui o meu eu, irá além.
 O homem é um prisioneiro. O prisioneiro escala penosamente os muros da sua masmorra. Coloca o pé em todas as saliências e sobe até ao respiradouro.
 Aí, olha, distingue ao longe a campina, Aspira o ar livre, vê a luz.
 Assim é o homem. O prisioneiro não duvida que encontrará a claridade do dia, a liberdade. Como pode o homem duvidar se vai encontrar a eternidade à sua saída?
 De que o nosso corpo humano não pode ser senão um esboço grosseiro? Por que não possuirá ele um corpo sutil, etéreo.
 É por demais pesado para esta terra. A alma tem sede do absoluto e o absoluto não é deste mundo.
 Os nossos olhos carnais só vêem a noite. O mundo luminoso é o mundo invisível. O mundo do luminoso é o que não vemos.
 A alma, que estava vestida de sombra, vai ser vestida de luz.   A morte é uma mudança de vestimenta.
 Na morte o homem fica sendo imortal. A vida é o poder que tem o corpo de manter a alma sobre a terra, pelo peso que faz nela.
 A morte é uma continuação. Para além das sombras, estende-se o brilho da eternidade.
 As almas passam de uma esfera para outra, tornam-se cada vez mais luz. Aproximam-se cada vez mais e mais de Deus.
O ponto de reunião é no infinito. Aquele que dorme e desperta, desperta e vê que é homem. Aquele que é vivo e morre, desperta e vê que é Espírito”.
 Muitos consideram que o falecimento de uma pessoa amada é verdadeira desgraça, quando, em verdade, morrer não é finar-se nem consumir-se, mas libertar-se. Assim, diante dos que partiram na direção da morte, assuma o compromisso de preparar-se para o reencontro com eles na vida espiritual.
 Prossegue em sua jornada na Terra sem adiar as realizações superiores que lhe competem. Pois elas serão valiosas, quando você fizer a grande viagem, rumo à madrugada clarificadora da eternidade. Que Deus nos ilumine hoje e sempre!

- Victor Hugo

sexta-feira, 16 de outubro de 2015

"ILUSÃO DO REFLEXO."

Um rei tinha presenteado sua filha, a princesa, com um belo colar de diamantes.
O colar foi roubado e as pessoas do reino procuraram por toda a parte sem conseguir encontrar.
Alguém disse que um pássaro poderia tê-lo levado, fascinado pelo brilho.
O rei então pediu a todos que voltassem a procurá-lo e anunciou uma recompensa de $50.000 para quem encontrasse.
Um dia um rapaz caminhava de volta para casa ao longo de um rio ao lado de uma área industrial.
O rio estava completamente poluído, sujo e com um mau cheiro terrível.
Enquanto andava, o rapaz viu algo brilhar no rio e quando olhou viu o colar de diamantes.
Decidiu tentar pega-lo de forma que pudesse receber os $50.000 da recompensa.
Pôs sua mão no rio imundo e agarrou o colar, mas de alguma forma o perdeu e não pegou.
Tirou a mão para fora e olhou outra vez e o colar estava lá, imóvel.
Recomeçou, desta vez entrou no rio imundo, emporcalhou sua calça e afundou seu braço inteiro para pegar o colar.
Mas estranhamente, ele perdeu o colar novamente!
Saiu e começou a ir embora, sentindo-se deprimido.
Então, outra vez ele viu o colar, bem ali. Desta vez ele estava determinado a pega-lo, não importava como.
Decidiu mergulhar no rio, embora fosse algo repugnante de fazer, tal a sujeira do rio e seu corpo inteiro tornou-se imundo. Mergulhou e mergulhou e procurou por toda a parte pelo colar, mas fracassou novamente.
Desta vez ele ficou realmente aturdido e saiu sentindo-se mais deprimido ainda já que, sem conseguir pegar o colar, não receberia os $50.000.
Um velho que passava por ali, o viu e perguntou-lhe o que estava havendo.
O rapaz não quis compartilhar o segredo com o velho, pensando que o velho poderia tomar-lhe o colar, então recusou-se a explicar a situação para o velho.
Mas o velho pôde perceber que o rapazinho estava incomodado e, sendo compassivo, outra vez pediu ao rapaz que lhe contasse qual o problema e ainda prometeu que não contaria nada para ninguém.
O rapaz reuniu alguma coragem e, como já dava o colar como perdido, decidiu pôr alguma fé no velho.
Contou sobre o colar e como ele tentou e tentou pegá-lo, mas não conseguia de maneira alguma.
O velho então lhe disse que talvez ele devesse tentar olhar para cima, em direção aos galhos da árvore, em vez de olhar para o rio imundo.
O rapaz olhou para cima e, para sua surpresa, o colar estava pendurado no galho de uma árvore.
Tinha, o tempo todo, tentado capturar um simples reflexo do colar.
A felicidade material é exatamente como o rio poluído e imundo; porque é um mero reflexo da felicidade verdadeira no mundo espiritual.
Não alcançaremos a felicidade plena que procuramos na vida material, não importa o quanto nos esforcemos.
Em vez disso, devemos “olhar para cima”, em direção a Deus, que é a fonte da felicidade real, e parar de perseguir o reflexo desta felicidade no mundo material.
Esta felicidade espiritual é a única coisa que pode nos satisfazer completamente.
Autor desconhecido


""A PALAVRA NÃO CONTROLADA"


Uma vez desencadeada pela boca uma frase que deveria obedecer ao pensamento de prudência , as conseqüências daí decorrentes são incontroláveis.
Enquanto guardamos os pensamentos na elaboração mais sábia de nossas reflexões, amadurecendo-os com os temperos da calma, da intuição superior, da convivência fraterna, do objetivo elevado, estamos burilando a pedra preciosa que poderia encantar os olhos e ouvidos alheios pela beleza das luzes que reflete.
Todavia, quando nos deixamos dominar pelos impulsos notadamente nos momentos em que as discussões escravizam os sentimentos, quando nossa língua se transforma em uma arma para os que estão do outro lado da fronteira do nosso eu, passamos a agir como delinqüentes emocionais, mais preocupados em retribuir as ofensas em grau mais baixo do que a agressão recebida e, por isso, abdicamos da capacidade de controlar os nossos destinos e, ao invés de pensarmos com os neurônios cerebrais, passamos a raciocinar pelo fígado, com suas descargas amargas de fel, a saírem pelas nossas bocas dirigidas ao demais.
Nesses momentos, atirando a esmo sem a condição de equilíbrio que o pensamento controlado nos permite, acabamos por piorar todas as coisas, tornando mais cheios de buracos o caminho que tínhamos de percorrer, aumentado os antagonismos que já nos causavam problemas, ferindo aqueles de quem iremos precisar, cedo ou tarde, abrindo brechas de desequilíbrio nas nossas vibrações, a nos provocar enfermidades físicas e permitindo que instalem em nós e à nossa volta, entidades necessitadas que partilharão das nossas emoções raivosas, das descargas de hormônios que os estimulam, mantendo o ambiente à nossa volta impregnado de densidade desagregadora.
Tudo isso por causa da palavra não controlada pelo raciocínio sereno, usada como veiculo de agressão, de cinismo, de ironia,de sarcasmo, de diversão ou separação.
Controlar a maneira de expressar-se representa para às pessoas evoluídas , uma verdadeira vitória sobre si mesmo, fechando assim todas as brechas por meio das quais, ao invés de ser senhor das próprias emoções e de controlar as suas manifestações tem sido ele escravo delas, usando-as de maneira irrefletida e percebendo, tardiamente, o quanto as suas explosões fazem vítima de inúmeras desditas.
Portanto, saiba esperar a hora certa para fazer valer a sua vontade.
ANDRÉ LUIZ RUIZ. Pelo Espírito: Lucius

quinta-feira, 15 de outubro de 2015

"O VOO DA LIBERDADE"


Rasgando as vestes carnais que o prendia ao corpo físico, o Espírito, como um pássaro que foge da gaiola, voa então o voo da liberdade rumo ao infinito.
Porém, como um pássaro, prisioneiro por tanto tempo, tem dificuldade em recomeçar uma nova vida, assim também, os Espírito não preparados, recém libertos das amarras que o prendiam a matéria, demoram em entender e aceitar a sua nova condição.
Perdidos num labirinto de semelhanças entre o mundo físico e o mundo Espiritual, ficam totalmente desorientados.
Pelas ruas das grandes cidades, pelos corredores de hospitais, até mesmo em templos religiosos, Espíritos, confusos, vagueiam à procura de informações, fazendo perguntas sem respostas.
Não creem estarem mortos, e realmente não estão. Pois a morte não existe.
- Se morri, porque tenho o mesmo corpo físico, perguntam?
- Onde está o céu...o inferno de que tanto me falavam?
-Onde está Deus...afinal sempre fui religioso...sempre frequentei a igreja...quantas missas assisti.!
-Se não morri, onde estou? Será um sonho? Um pesadelo? -Se não morri, exijo que meus direitos sejam respeitados, afinal, eu sou uma pessoa importante, tenho bons relacionamentos...
São horas, dias, meses...muitos passam anos neste tormento.
E quando entendem o que aconteceu muitos não aceitam sua nova condição.
-Sou Jovem, tinha uma vida inteira pela frente. Não podia ter acontecido isso comigo.
-E eu! Trabalhei tanto para construir meu patrimônio, agora que poderia colher os frutos do meu trabalho...outros, usufruirão do dinheiro que economizei.
Não entendem que não somos donos de nada. A nossa vida, não nos pertence. Tudo que temos nos foi emprestado e pode ser tirado a qualquer momento. Por isso, temos que fazer bom uso dos bens que nos foi confiado por que um dia teremos que prestar contas a quem confiou em nós.
Disse Jesus: “ Orai e Vigiai porque não sabeis o dia nem a hora”.
Percebemos que nem todos que adentram ao mundo espiritual estão preparados para ganhar a liberdade.
Ninguém muda de caráter, ninguém muda de personalidade após a noite do túmulo.
Se não nos desvencilharmos das amarras do egoísmo, do ódio, da ganância, do orgulho das paixões desenfreadas ainda no corpo físico, dificilmente teremos paz no mundo espiritual.
Só aquele que entendeu o recado do Mestre, que viemos a este mundo para servir e não para sermos servidos. Só aquele que amou a todos sem distinção de raça, cor, religião, situação sócio econômica, que viu em cada irmão que cruzou o seu caminho, a imagem e semelhança do Cristo; este sim, está preparado para o voo da liberdade. Este sim, está preparado para voar ao encontro de Deus.
Sabino Rodrigues

𝗖𝗢𝗠𝗢 𝗢𝗦 𝗥𝗘𝗟𝗔𝗖𝗜𝗢𝗡𝗔𝗠𝗘𝗡𝗧𝗢𝗦 𝗙𝗜𝗖𝗔𝗠 𝗔𝗧𝗥𝗘𝗟𝗔𝗗𝗢𝗦 𝗡𝗔𝗦 𝗥𝗘𝗘𝗡𝗖𝗔𝗥𝗡𝗔𝗖̧𝗢̃𝗘𝗦.

Os ajustes dos relacionamentos problemáticos de outras existências. Pelas reencarnações os espíritos têm a oportunidade de reestabelecer os ...