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terça-feira, 31 de maio de 2016

“COMUNICAÇÃO DOS ESPÍRITOS”

Algumas pessoas têm estranhos conceitos a respeito dos Espíritos.
Acreditam que, após a morte, todos se tornam anjos de pureza e sabedoria.
É comum se ter notícias de pessoas famosas. Muitos artistas que vêm dizer das suas atividades no mundo espiritual. Falam de garra, de luta.
E as pessoas se deixam iludir. Não se dão conta do estilo de vida daquelas criaturas. E nem do gênero de morte.
Temos ouvido elogios às mensagens de um ou de outro.
Criaturas que, durante a vida física, se permitiram toda sorte de prazeres: álcool, fumo, sexo, drogas.
Alguns até perderam o corpo de carne por suicídio indireto e direto.
Porém, vem dizer que estão bem. Que continuam a compor, que está tudo legal com eles. Falam até em serem protetores de alguns dos seus fãs.
A crermos serem verdadeiras tais mensagens, é de nos perguntarmos: Onde a justiça de Deus?
Pois o homem de bem anda no reto dever a vida toda e estará bem no mundo espiritual. O inconsequente e leviano também?
Vigilância! Bom senso! Não nos deixemos seduzir por tolices.
A cada um será dado segundo as suas obras. A afirmativa é do Cristo.
Vamos convir assim que os que na Terra dilapidaram o tesouro do corpo, se encontrarão no mundo espiritual doentes, necessitados de auxílio, confusos.
Seres que necessitarão da Misericórdia Divina. De tempo para se equilibrarem.
Nenhuma chance imediata de se tornarem anjos da guarda ou Espíritos guias.
Falando das penas e recompensas, os Espíritos asseveraram: a felicidade dos Espíritos é sempre proporcional à sua elevação.
Para os que delinquiram no mundo, as penas proporcionais: o avarento fica às voltas com coisas materiais, que já não pode gozar.
O devasso com as orgias de que ainda deseja participar.
O orgulhoso inveja as honras que não mais recebe. Enfim, cada um vive no mundo espiritual o que viveu na Terra.
A morte a ninguém transforma.
Seres angélicos só os que na carne serviram no bem, doaram-se e realizaram o que era bom.
Os que cultivaram o belo, continuarão a fazê-lo. Os que criaram o desequilíbrio, a desarmonia, prosseguirão a fazê-lo.
Um dia despertarão. Nesse dia, iniciarão seu curso para o reequilíbrio, que é sempre lento.
Afinal, a natureza não dá saltos, não há varinha mágica para transformar um mau em bom, altruísta, benevolente.
Em 1969, o Espírito Irmão X entrevistou o Espírito de Marilyn Monroe.
Ela morreu por ingestão de pílulas. Suicídio indireto, pois não buscava a morte. Só desejava dormir um pouco.
Acerca dos seus planos para o futuro, falou:
À condição de doente, quero melhorar. Em seguida, como aluna no educandário da vida, preciso repetir as lições e provas em que fali... Por agora, não devo e nem posso ter outro objetivo que reencarnar, lutar, sofrer e reaprender.
Redação do Momento Espírita, com base no cap. 1,
do livro Estante da vida, pelo Espírito Irmão X, psicografia de
Francisco Cândido Xavier, ed. FEB e no cap. 2, pt. 4, de

O livro dos Espíritos, de Allan Kardec, ed. FEB.

segunda-feira, 30 de maio de 2016

"JUÍZO FINAL NA VISÃO ESPÍRITA"

Segundo o Espiritismo, o planeta Terra não terá um fim, como descreve o mito cristão do Juízo Final, mas uma transformação, na época de sua regeneração, em que o nosso planeta atingirá mais uma etapa evolutiva, subindo um degrau a mais na sua evolução material e moral, semelhante à que ocorreu no planeta Capela, há milhares de anos atrás, e semelhante às etapas de regeneração que ocorrem constantemente nos milhares de outros planetas habitados do Universo. Na fase de regeneração do planeta Terra, os seus habitantes que ainda não tiverem atingido o nível de adiantamento moral adequado à sua nova etapa evolutiva, não mais reencarnarão aqui, mas em outros planetas de níveis semelhantes ou inferiores ao do planeta Terra. Isto, porém, não é o fim do mundo, mas o início de uma nova era para o planeta Terra, uma era de mais união, amor, paz e fraternidade entre os seus habitantes. Na nova fase evolutiva da Terra, repito, só reencarnarão nela espíritos mais evoluídos do que a grande maioria dos atuais habitantes dela, os quais serão exilados para outros planetas de nível semelhante ou inferior ao de nosso atual planeta Terra. Nesse sentido, reflitamos agora sobre o Juízo Final, na visão espírita, conforme os lúcidos esclarecimentos fornecidos por Allan Kardec, o codificador da Doutrina dos Espíritos: Chegado o momento em que, pelo progresso moral de seus habitantes, o globo terráqueo tem de ascender na hierarquia dos mundos, interdito será ele, como morada, a encarnados e desencarnados que não hajam aproveitado os ensinamentos que uns e outros se achavam em condições de aí receber. Serão exilados para mundos inferiores, como o foram outrora para a Terra os da raça adâmica, vindo substituí-los Espíritos melhores. Essa separação é que se acha figurada por estas palavras sobre o juízo final: “Os bons passarão à minha direita e os maus à minha esquerda.” A doutrina de um juízo final, único e universal, pondo fim para sempre à Humanidade, repugna à razão, por implicar a inatividade de Deus, durante a eternidade que precedeu à eternidade da Terra e durante a eternidade que se seguirá à sua destruição. Que utilidade teriam então o Sol, a Lua e as estrelas que, segundo a Gênese, foram feitos para iluminar o mundo? Causa espanto que tão imensa obra se haja produzido para tão pouco tempo e a benefício de seres votados de antemão, em sua maioria, aos suplícios eternos. Materialmente, a ideia de um julgamento único seria, até certo ponto, admissível para os que não procuram a razão das coisas, quando se cria que a Humanidade toda se achava concentrada na Terra e que para seus habitantes fora feito tudo o que o Universo contém. É, porém, inadmissível, desde que se sabe que há milhares de milhares de mundos semelhantes, que perpetuam as Humanidades pela eternidade em fora e entre as criando um blog quais a Terra é dos menos consideráveis, simples ponto imperceptível. O juízo, pelo processo da emigração, conforme ficou explicado acima, é racional; funda-se na mais rigorosa justiça, visto que conserva para o Espírito, eternamente, o seu livre-arbítrio; não constitui privilégio para ninguém; a todas as suas criaturas, sem exceção alguma, concede Deus igual liberdade de ação para progredirem; o próprio aniquilamento de um mundo, acarretando a destruição do corpo, nenhuma interrupção ocasionará à marcha progressiva do Espírito. Tais as consequências da pluralidade dos mundos e da pluralidade das existências. Segundo essa interpretação, não é exata a qualificação de juízo final, pois que os Espíritos passam por análogas fieiras a cada renovação dos mundos por eles habitados, até que atinjam certo grau de perfeição. Não há, portanto, juízo final propriamente dito, mas juízos gerais em todas as épocas de renovação parcial ou total da população dos mundos, por efeito das quais se operam as grandes emigrações e imigrações de Espíritos. (KARDEC, A Gênese, cap. 17, n. 63- 67)

SOMENTE O PROGRESSO MORAL PODE REGENERAR A HUMANIDADE O progresso intelectual realizado até ao presente, nas mais largas proporções, constitui um grande passo e marca uma primeira fase no avanço geral da Humanidade; impotente, porém, ele é para regenerá-la. Enquanto o orgulho e o egoísmo o dominarem, o homem se servirá da sua inteligência e dos seus conhecimentos para satisfazer às suas paixões e aos seus interesses pessoais, razão por que os aplica em aperfeiçoar os meios de prejudicar os seus semelhantes e de os destruir. Somente o progresso moral pode assegurar aos homens a felicidade na Terra, refreando as paixões más; somente esse progresso pode fazer que entre os homens reinem a concórdia, a paz, a fraternidade. Será ele que deitará por terra as barreiras que separam os povos, que fará caiam os preconceitos de casta e se calem os antagonismos de seitas, ensinando os homens a se considerarem irmãos que têm por dever auxiliarem-se mutuamente e não destinados a viver à custa uns dos outros. Será ainda o progresso moral que, secundado então pelo da inteligência, confundirá os homens numa mesma crença fundada nas verdades eternas, não sujeitas a controvérsias e, em consequência, aceitáveis por todos. A unidade de crença será o laço mais forte, o fundamento mais sólido da fraternidade universal, obstada, desde todos os tempos pelos antagonismos religiosos que dividem os povos e as famílias, que fazem sejam uns, os dissidentes, vistos, pelos outros, como inimigos a serem evitados, combatidos, exterminados, em vez de irmãos a serem amados. A geração que desaparece levará consigo seus erros e prejuízos; a geração que surge, retemperada em fonte mais pura, imbuída de ideias mais sãs, imprimirá ao mundo ascensional movimento, no sentido do progresso moral que assinalará a nova fase da evolução humana. (A Gênese, cap. 18, n. 18-20)

Concluindo, só na visão espírita o Juízo Final tem uma explicação racional.

Ana Maria Teodoro Massuci

domingo, 29 de maio de 2016

“BAGAGEM PARA A MORTE”

Naqueles dias, as manchetes alardearam a morte de personalidade internacional famosa. Por quase uma semana, elas ocuparam as páginas dos principais jornais, estiveram nas rádios e nas emissoras de TV.
O mundo inteiro tomou conhecimento dos detalhes do funeral, amplamente coberto pela imprensa.
Uma das curiosidades registradas foi mencionada por um dos familiares do falecido, que informou que, a pedido dele, fora colocado nos bolsos do paletó que vestia ao ser enterrado, algumas moedas, um maço de cigarros de sua marca favorita, um isqueiro e uma garrafa de especial bebida alcoólica, de seu hábito.
Tais notícias nos levaram a pensar sobre o que realmente podemos levar conosco ao morrermos.
A citada personalidade não é a primeira a manifestar desejos  de levar objetos para o túmulo, nem foram os objetos almejados os mais estranhos.
O que causa estranheza é nos encontrarmos tão avançados em tecnologia e ciência, e tão ignorantes ainda da nossa condição de Espíritos.
Servimo-nos dos bens da Terra e nos vinculamos a eles de tal maneira, que os desejamos portar conosco para toda a eternidade.
Objetos de estimação. Imprescindíveis. Tais são as expressões como são referendadas as últimas vontades de jamais se separar deles. Nem na morte.
Contudo, a morte nos remete para outra realidade. O mundo espiritual, onde tais apetrechos materiais de nada servirão ao Espírito, senão para o manter aprisionado à carne, ao mundo que acabou de abandonar. Impedem-lhe, pois, a verdadeira libertação.
Quando se trata de objetos que traduzem os nossos vícios, cria-se um vínculo ainda maior, no sentido de que se parte para o mundo espiritual com a certeza de prosseguir nos mesmos desatinos da Terra.
O dito popular expressa que só se leva da vida a vida que se leva.
E tem razão. As únicas coisas que nos haverão de servir na Espiritualidade, finda a vida corpórea, serão as ações praticadas e as conquistas espirituais.
Somente elas partem conosco e se constituirão em nossas alegrias ou em nossas desditas, no mundo para o qual nos deslocamos ao morrer.
Na Grécia Antiga era costume se enterrarem os mortos com suas joias e vestimentas.
Os exageros eram tão grandes que um legislador estabeleceu que se reduzisse ao máximo de três o número de vestimentas a seguirem com o cadáver.
Na Roma Antiga era hábito se alimentar, periodicamente, os que haviam partido com leite, carne e frutas. Acreditavam então que o morto necessitaria de tudo aquilo na nova vida que iria viver.
Convenhamos que, após o advento de Jesus e Sua lição de Imortalidade, cabe-nos abraçar a verdade, abandonar a ignorância e viver como Espíritos imortais que somos, preparando-nos de forma digna para o retorno à pátria espiritual, quando soar a nossa hora. 

Redação do Momento Espírita, com base no artigo O que Sinatra levou consigo, publicado na Revista Isto é, nº 1496.
Disponível no CD Momento Espírita, v. 17, ed. Fep.

Em 03.11.2010.

sábado, 28 de maio de 2016

“AS REENCARNAÇÕES DE JOANA DE ÂNGELIS”

Um Espírito que irradia ternura e sabedoria, despertando-nos para a vivência do amor na sua mais elevada expressão, mesmo que, para vivê-lo, seja-nos imposta grande soma de sacrifícios. Trata-se do Espírito que se faz conhecido pelo nome Joanna de Ângelis , e que, nas estradas dos séculos, vamos encontrá-la na mansa figura de Joanna de Cusa , numa seguidora de Francisco de Assis, na grandiosa Sóror Juana Inés De La Cruz  e na intimorata Joana Angélica de Jesus 
Conheça agora um pouco dessas personalidades que marcaram a história com o seu exemplo de humildade e heroísmo.
JOANA DE CUSA
Joana de Cusa, segundo informações de Humberto de Campos, no livro “Boa Nova”, era alguém que possuía verdadeira fé.
Narra o autor que: “Entre a multidão que invariavelmente acompanhava Jesus  nas pregações do lago, achava-se sempre uma mulher de rara dedicação e nobre caráter, das mais altamente colocadas na sociedade de Cafarnaum. Tratava-se de Joana, consorte de Cusa, intendente de Ântipas, na cidade onde se conjugavam interesses vitais de comerciantes e de pescadores”.
O seu esposo, alto funcionário de Herodes, não lhe compartilhava os anseios de espiritualidade, não tolerando a doutrina daquele Mestre que Joana seguia com acendrado amor. Vergada ao peso das injunções domésticas, angustiada pela incompreensão e intolerância do esposo, buscou ouvir a palavra de conforto de JESUS que, ao invés de convidá-la a engrossar as fileiras dos que o seguiam pelas ruas e estradas da Galileia, aconselhou-a a segui-lo a distância, servindo-o dentro do próprio lar, tornando-se um verdadeiro exemplo de pessoa cristã, no atendimento ao próximo mais próximo: seu esposo, a quem deveria servir com amorosa dedicação, sendo fiel a Deus, amando o companheiro do mundo como se fora seu filho.
Jesus  traçou-lhe um roteiro de conduta que lhe facultou viver com resignação o resto de sua vida.
Mais tarde, tornou-se mãe. Com o passar do tempo, as atribuições  foram se avolumando. O esposo, após uma vida tumultuada e inditosa, faleceu, deixando Joana sem recursos e com o filho para criar.
Corajosa, buscou trabalhar. Esquecendo “o conforto da nobreza material, dedicou-se aos filhos de outras mães, ocupou-se com os mais subalternos afazeres domésticos, para que seu filhinho tivesse pão”. Trabalhou até a velhice.
Já idosa, com os cabelos embranquecidos, foi levada ao circo dos martírios, juntamente com o filho moço, para testemunhar o amor por Jesus , o Mestre que havia iluminado a sua vida acenando-lhe com esperanças de um amanhã feliz.
Narra Humberto de Campos, no livro citado:
“Ante o vozerio do povo, foram ordenadas as primeiras flagelações. 
- Abjura!… – excalama um executor das ordens imperiais, de olhar cruel e sombrio.
A antiga discípula do Senhor contempla o céu, sem uma palavra de negação ou de queixa. Então o açoite vibra sobre o rapaz seminu, que exclama, entre lágrimas:
- “Repudia a Jesus , minha mãe!… Não vês que nós perdemos?!
- Abjura!… por mim, que sou teu filho!…”
Pela primeira vez, dos olhos da mártir corre a fonte abundante das lágrimas. As rogativas do filho são espadas de angustia que lhe retalham o coração.
Após recordar sua existência inteira, responde:
“- Cala-te, meu filho!
- Jesus era puro e não desdenhou o sacrifício. Saibamos sofrer na hora dolorosa, porque, acima de todas as felicidades transitórias do mundo, é preciso ser fiel a Deus!”
Logo em seguida, as labaredas consomem o seu corpo envelhecido, libertando-a para a companhia do seu Mestre, a quem tão bem soube servir e com quem aprendeu a sublimar o amor.
UMA DISCÍPULA DE FRANCISCO DE ASSIS
Séculos depois, Francisco, o “Pobrezinho de Deus”, o “Sol de Assis”, reorganiza o “Exército de Amor do Rei Galileu”, ela também se candidata a viver com ele a simplicidade do Evangelho de Jesus, que a tudo ama e compreende, entoando a canção da fraternidade universal. Torna-se então, uma das discípulas de Clara de Assis .
SÓROR JUANA INÉS DE LA CRUZ
No século XVII ela reaparece no cenário do mundo, para mais uma vida dedicada ao Bem.
Renasce em 1651 na pequenina San Miguel Nepantla, a uns oitenta quilômetros da cidade do México, com o nome de Juanna De Asbaje y Ramirez De Santillana , filha de pai basco e mãe indígena.
Após 3 anos de idade, fascinada pelas letras, ao ver sua irmã aprender a ler e escrever, engana a professora e diz-lhe que sua mãe mandara pedir-lhe que a alfabetizasse. A mestra, acostumada com a precocidade da criança, que já respondia ás perguntas que a irmã ignorava, passa a ensinar-lhe as primeiras letras.
Começou a fazer versos aos 5 anos. Aos 6 anos, Juana dominava perfeitamente o idioma pátrio, além de possuir habilidades para costura e outros afazeres comuns às mulheres da época.
Soube que existia no México uma Universidade e empolgou-se com a ideia de no futuro, poder aprender mais e mais entre os doutores. Em conversa com o pai, confidenciou suas perspectivas para o futuro. Dom Manuel, como um bom espanhol, riu-se e disse gracejando: 
-”Só se você se vestir de homem, porque lá só os rapazes ricos podem estudar.” Juana ficou surpresa com a novidade, e logo correu à sua mãe solicitando insistentemente que a vestisse de homem desde já, pois não queria, em hipótese alguma, ficar fora da Universidade.
Na Capital, aos 12 anos, Juana aprendeu latim em 20 aulas, e português, sozinha. Além disso, falava nahuatl, uma língua indígena. O Marquês de Mancera, querendo criar uma corte brilhante, na tradição europeia, convidou a menina-prodígio de 13 anos para dama de companhia de sua mulher.
Na Corte encantou a todos com sua beleza, inteligência e graciosidade, tornando-se conhecida e admirada pelas suas poesias, seus ensaios e peças bem-humoradas. Um dia, o Vice-rei resolveu testar os conhecimentos da vivaz menina e reuniu 40 especialistas da Universidade do México para interrogá-la sobre os mais diversos assuntos. A plateia assistiu, pasmada, àquela jovem de 15 anos responder, durante horas, ao bombardeio das perguntas dos professores.
E tanto a plateia como os próprios especialistas aplaudiram-na, ao final, ficando satisfeito o Vice-rei. Mas, a sua sede de saber era mais forte que a ilusão de prosseguir brilhando na Corte.
A fim de se dedicar mais aos seus estudos e penetrar com profundidade no seu mundo interior, numa busca incessante de união com o divino, ansiosa por compreender Deus através de sua criação, resolveu ingressar no Convento das Carmelitas Descalças, aos 16 anos de idade.
Desacostumada com a rigidez ascética, adoeceu e retornou à Corte.
Seguindo orientação de seu confessor, foi para a ordem de São Jerônimo da Conceição, que tem menos obrigações religiosas, podendo dedicar-se às letras e à ciência. Tomou o nome de Sóror  Juana Ignés De La Cruz .
Na sua confortável cela, cercada por inúmeros livros, globos terrestres, instrumentos musicais e científicos, Juana estudava, escrevia seus poemas, ensaios, dramas, peças religiosas, cantos de Natal e música sacra. Era frequentemente visitada por intelectuais europeus e do Novo Mundo, intercambiando conhecimentos e experiências.
A linda monja era conhecida e admirada por todos, sendo os seus escritos popularizados não só entre os religiosos, como também entre os estudantes e mestres das Universidades de vários lugares. Era conhecida como a “Monja da Biblioteca”.
Se imortalizou também por defender o direito da mulher de ser inteligente, capaz de lecionar e pregar livremente.
Em 1695 houve uma epidemia de peste na região. Juana socorreu durante o dia e a noite as suas irmãs religiosas que, juntamente com a maioria da população, estavam enfermas. Foram morrendo, aos poucos, uma a uma das suas assistidas e quando não restava mais religiosas, ela, abatida e doente, tombou vencida, aos 44 anos de idade.
SÓROR JOANA ANGÉLICA DE JESUS
Passados 66 anos do seu regresso à Pátria Espiritual, retornou, agora na cidade de Salvador na Bahia, em 1761, como Joana Angélica , filha de uma abastada família.
Aos 21 anos de idade ingressou no Convento da Lapa, como franciscana, com o nome de Sóror Joana Angélica de Jesus , fazendo profissão de Irmã das Religiosas Reformadas de Nossa Senhora da Conceição. 
Foi irmã, escrivã e vigária, quando, e, 1815, tornou-se Abadessa e, no dia 20 de fevereiro de 1822, defendendo corajosamente o Convento, a casa do Cristo, assim como a honra das jovens que ali moravam, foi assassinada por soldados que lutavam contra a Independência do Brasil.
Nos planos divinos, já havia uma programação para esta sua vida no Brasil, desde antes, quando reencarnara no México como Sóror Juana Inés de La Cruz. Daí, sua facilidade estrema para aprender português.
É que, nas terras brasileiras, estavam reencarnados, e reencarnariam brevemente, Espíritos ligados a ela, almas comprometidas com a Lei Divina, que faziam parte de sua família espiritual e aos quais desejava auxiliar.
Dentre esses afeiçoados a Joanna de Ângelis, destacamos Amélia Rodrigues, educadora, poetisa, romancista, dramaturga, oradora e contista que viveu no fim do século passado ao início deste.
JOANNA NA ESPIRITUALIDADE
Quando, na metade do século passado, “as potências do Céu” se abalaram, e um movimento de renovação se alastrou pela América e pala Europa, fazendo soar aos “quatro cantos” a canção da esperança com a revelação da vida imortal, Joanna de Ângelis integrou a equipe do Espírito de Verdade, para o trabalho de implantação do Cristianismo redivivo, do Consolador prometido por Jesus.   
E ela, no livro “Após a Tempestade”, em sua última mensagem, referindo-se aos componentes de sua equipe de trabalho diz:
“Quando se preparavam os dias da Codificação Espírita, que ando se convocavam trabalhadores dispostos à luta, quando se anunciavam as horas preditas, quando se arregimentavam seareiros para Terra, escutamos o convite celeste e nos apressamos a oferecer nossas parcas forças, quanto nós mesmos, a fim de servir, na ínfima condição de sulcadores do solo onde deveriam cair as sementes de luz do Evangelho do Reino.”
Em “O Evangelho Segundo o Espiritismo” vamos encontrar duas mensagens assinadas por “Um Espírito amigo”. A primeira, no Cap. IX, item 7 com o título “A paciência”, escrita em Havre, 1.862. A segunda no Cap. XVIII itens 13 e 15 intitulada “Dar-se-á àquele que tem”, psicografada no mesmo ano que a anterior, na cidade de Bordéus.
Se observarmos bem, veremos a mesma Joanna que nos escreve hoje, ditando no passado uma bela página, como o modelo das nossas atitudes, em qualquer situação.
No mundo Espiritual, Joanna estagia numa bonita região, próxima da Crosta terrestre.
Quando vários Espíritos ligados a ela, antigos cristãos equivocados se preparavam para reencarnar, reuniu a todos e planejou construir na Terra, sob o céu da Bahia no Brasil, uma cópia, embora imperfeita, da Comunidade onde estagiava no Plano Espiritual, com o objetivo de, redimindo os antigos cristãos, criar uma experiência educativa que demonstrasse a viabilidade de se viver numa comunidade, realmente cristã, nos dias atuais.
Espíritos gravemente enfermos, não necessariamente vinculados aos seus orientadores encarnados, viriam na condições de órfãos, proporcionando oportunidade de burilamento, ao tempo em que, eles próprios, se iriam liberando das injunções cármicas mais dolorosas e avançando na direção de Jesus. 
Engenheiros capacitados foram convidados para traçarem os contornos gerais dos trabalhos e instruírem os pioneiros da futura Obra.
Quando estava tudo esboçado, Joanna procurou entrar em contato com Francisco de Assis, solicitando que examinasse os seus planos e auxiliasse na concretização dos mesmos, no Plano Material.
O “Pobrezinho de Deus” concordou com a Mentora e se prontificou a colaborar com a Obra, desde que “nessa Comunidade jamais fosse olvidado o amor aos infelizes do mundo, ou negada a Caridade aos “filhos do Calvário”, nem se estabelecesse a presunção que é vérmina a destruir as melhores edificações do sentimento moral’.
Quase um século foi passado, quando os obreiros do Senhor iniciaram na Terra, em 1947, a materialização dos planos de Joanna, que inspirava e orientava, secundada por Técnicos Espirituais dedicados que espalhavam ozônio especial pela psicosfera conturbada da região escolhida, onde seria construída a “Mansão do Caminho”, nome dado à alusão à “Casa do Caminho” dos primeiros cristãos.  
Nesse ínterim, os colaboradores foram reencarnando, em lugares diversos, em épocas diferente, com instrução variada e experiências diversificadas para, aos poucos, e quando necessário, serem “chamados” para atender aos compromissos assumidos na espiritualidade.
Nem todos, porém, residiriam na Comunidade, mas, de onde se encontrassem, enviariam a sua ajuda, estenderiam a mensagem evangélica, solidários e vigilantes, ligados ao trabalho comum.
A Instituição crescendo sempre comprometida a assistir os sofredores da Terra, os tombados nas provações, os que se encontram a um passo da loucura e do suicídio.
Graças às atividades desenvolvidas, tanto no plano material como no plano espiritual, com a terapia de emergência a recém-desencarnados e atendimentos especiais, a “Mansão do Caminho” adquiriu uma vibração de espiritualidade que suplantas humanas vibrações dos que ali residem e colaboram.

Divaldo Pereira Franco e Celeste Santos “A Veneranda Joanna de Ângelis”.


sexta-feira, 27 de maio de 2016

“PREPARANDO CRIANÇAS PARA REENCARNAR!”

Existe na espiritualidade um local de amor dedicado ao preparo de espíritos que desencarnaram como crianças e adolescentes e que precisam reencarnar. Esse local é chamado de Lar da criança menino Jesus e está localizado junto à Colônia Esperança, coordenada por Eurípedes Barsanulfo.
Desde 2003 nosso grupo mediúnico tem tido o prazer de poder visitar esse local durante o desdobramento consciente, e temos aprendido muito, além de nos trazer um imenso prazer poder interferir positivamente de alguma forma na vida desses pequenos.
O espírito não tem idade, esse ensinamento é óbvio, mas esses irmãozinhos acolhidos naquela casa de luz, permanecem ainda muito ligados à materialidade do planeta, e a maioria conserva a forma do momento do desencarne. Na sua maioria passaram por processos dolorosos, que buscaram sozinhos, recalcitrando no erro e na dor, ou por processos expiatórios necessários ao desenvolvimento de aspectos específicos, sempre visando a evolução espiritual, nosso desiderato final comum.
Gostaria de trazer dois aspectos que observamos com frequência na assistência amorosa a esses irmãos. Os mentores nos orientam sempre a trabalhar neles a diminuição da culpa e do remorso. Durante o preparo reencarnatório, quando as provações são discutidas e implementadas, o excesso de culpa pode atrapalhar, impondo sofrimentos desnecessários, exatamente como fazemos aqui na Terra, já reencarnados.
Os mestres sempre nos lembram que Deus é um Pai amoroso, misericordioso, e não aquela figura soturna e vingativa apresentada no velho testamento. Aquela interpretação era necessária naquele momento histórico, não mais. Dessa forma, hoje mesmo podemos estar nos sabotando, exigindo de forma muito rígida, atitudes que virão com o tempo, com a perseverança, mas de maneira leve. Temos uma urgência desnecessária em nos corrigir, e nos transformamos nos nossos piores obsessores.
O trabalho no Lar da criança nos mostra que tudo deve ser feito dentro de um equilíbrio. Há tempo de cobrança, de planejamento, de aprendizado, de execução. É Eclesiastes sempre presente nas nossas vidas. Sabedoria de Salomão.
Outro aspecto digno de nota é que todas as crianças sem exceção nos pedem para auxiliá-las a não ter facilidades excessivas. Quando ouvimos isso e vemos como as crianças de hoje são tratadas, fica bem claro o paradoxo. Hoje, criamos crianças folgadas e sem compromisso com a espiritualidade. Porém é exatamente o contrário que elas estão nos pedindo.
Imagine-se como um Pai ou Mãe que permanecesse na espiritualidade enquanto o filho de coração reencarna. O que você desejaria a ela? Suplicaria aos futuros Pais que o orientassem na honestidade e na ética? Pediria que eles tivessem uma orientação religiosa qualquer, sabedores que a vida eterna é a vida espiritual?
Bom, aqui estamos! Cabe a nós fazermos isso no hoje, aqui e agora. Esse é o melhor momento para colocar em prática aquilo que as crianças nos pedem antes de reencarnar. Elas querem ser tratadas com amor, carinho e respeito, mas não pedem facilidades excessivas, ganho sem mérito. Não vamos estragar a programação da espiritualidade, colocando em nossos filhos, sobrinhos, netos e amigos, conceitos que não se coadunam com a vida espiritual.
Vivemos temporariamente na carne, mas com objetivos espirituais. Tudo passará, menos aquilo que conquistarmos em espírito. Quando a situação for boa, desfrute-a. Quando a situação for ruim, transforme-a. Quando a situação não puder ser transformada, transforme-se.
Nilza Garcia

FONTE: MEDICINA E ESPIRITUALIDADE

𝗖𝗢𝗠𝗢 𝗢𝗦 𝗥𝗘𝗟𝗔𝗖𝗜𝗢𝗡𝗔𝗠𝗘𝗡𝗧𝗢𝗦 𝗙𝗜𝗖𝗔𝗠 𝗔𝗧𝗥𝗘𝗟𝗔𝗗𝗢𝗦 𝗡𝗔𝗦 𝗥𝗘𝗘𝗡𝗖𝗔𝗥𝗡𝗔𝗖̧𝗢̃𝗘𝗦.

Os ajustes dos relacionamentos problemáticos de outras existências. Pelas reencarnações os espíritos têm a oportunidade de reestabelecer os ...