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terça-feira, 9 de agosto de 2016

"A GRANDE TRANSIÇÃO"

Opera-se, na Terra, neste largo período, a grande transição anunciada pelas Escrituras e confirmada pelo Espiritismo. O planeta sofrido experimenta convulsões especiais, tanto na sua estrutura física e atmosférica, ajustando as suas diversas camadas tectônicas, quanto na sua constituição moral. Isto porque, os espíritos que o habitam, ainda caminhando em faixas de inferioridade, estão sendo substituídos por outros mais elevados que o impulsionarão pelas trilhas do progresso moral, dando lugar a uma era nova de paz e de felicidade.
Os espíritos renitentes na perversidade, nos desmandos, na sensualidade e vileza, estão sendo recambiados lentamente para mundos inferiores onde enfrentarão as consequências dos seus atos ignóbeis, assim renovando-se e predispondo-se ao retorno planetário, quando recuperados e decididos ao cumprimento das leis de amor.
Por outro lado, aqueles que permaneceram nas regiões inferiores estão sendo trazidos à reencarnação, de modo a desfrutarem da oportunidade de trabalho e de aprendizado, modificando os hábitos infelizes a que se têm submetido, podendo avançar sob a governança de Deus.
Caso se oponham às exigências da evolução, também sofrerão um tipo de expurgo temporário para regiões primárias entre as raças atrasadas, tendo o ensejo de serem úteis e de sofrer os efeitos danosos da sua rebeldia.
Concomitantemente, espíritos nobres que conseguiram superar os impedimentos que os retinham na retaguarda, estarão chegando, a fim de promoverem o bem e alargarem os horizontes da felicidade humana, trabalhando infatigavelmente na reconstrução da sociedade, então fiel aos desígnios divinos.
Da mesma forma, missionários do amor e da caridade, procedentes de outras Esferas estarão revestindo-se da indumentária carnal para tornar essa fase de luta iluminativa mais amena, proporcionando condições dignificantes que estimulem ao avanço e à felicidade. Não serão apenas os cataclismos físicos que sacudirão o planeta, como resultado da lei de destruição, geradora desses fenômenos, como ocorre com o outono que derruba a folhagem das árvores, a fim de que possam enfrentar a invernia rigorosa, renascendo exuberantes com a chegada da primavera, mas também os de natureza moral, social e humana que assinalarão os dias tormentosos, que já se vivem.
Os combates apresentam-se individuais e coletivos, ameaçando de destruição a vida com hecatombes inimagináveis.
A loucura, decorrente do materialismo dos indivíduos, atira-os no abismos da violência e da sensatez, ampliando o campo do desespero que se alarga em todas as direções.
Esfacelam-se os lares, desorganizam-se os relacionamentos afetivos, desestruturam-se as instituições, as oficinas de trabalho convertem-se em áreas de competição desleal, as ruas do mundo transformam-se em campos de lutas perversas, levando de roldão os sentimentos de solidariedade e de respeito, de amor e de caridade...
A turbulência vence a paz, o conflito domina o amor, a luta desigual substitui a fraternidade.
... Mas essas ocorrências são apenas o começo da grande transição.
A fatalidade da existência humana é a conquista do amor que proporciona plenitude. Há, em toda a parte, uma destinação inevitável, que expressa a ordem universal e a presença de uma Consciência Cósmica atuante.
A rebeldia que predomina no comportamento humano elegeu a violência como instrumento para conseguir o prazer que lhe não chega de maneira espontânea, gerando lamentáveis consequências, que se avolumam em desaires contínuos.
É inevitável a colheita da sementeira por aqueles que a fez, tornando-se rico de grãos abençoados ou de espéculos venenosos.
Como as leis da vida não podem ser derrogadas, toda objeção que lhes faz converte-se em aflição, impedindo a conquista do bem-estar.
Da mesma forma, como o progresso é inevitável, o que não seja conquistado através do dever, selo-a pelos impositivos estruturais de que o mesmo se constitui.
A melhor maneira, portanto, de compartilhar conscientemente da grande transição é através da consciência de responsabilidade pessoal, realizando as mudanças íntimas que se tornem próprias para a harmonia do conjunto.
Nenhuma conquista exterior será lograda se não proceder das paisagens íntimas, nas quais estão instalados os hábitos. Esses, de natureza perniciosa, devem ser substituídos por aqueles que são saudáveis, portanto, propiciatórios de bem-estar e de harmonia emocional.
Na mente está a chave para que seja operada a grande mudança. Quando se tem domínio sobre ela, os pensamentos podem ser canalizados em sentido edificante, dando lugar a palavras corretas e a atos dignos.
O indivíduo, que se renova moralmente, contribui de forma segura para as alterações que se vêm operando no planeta.
Não é necessário que o turbilhão dos sofrimentos gerais o sensibilize, a fim de que possa contribuir eficazmente com os espíritos que operam em favor da grande transição.
Dispondo das ferramentas morais do enobrecimento, torna-se cooperador eficiente, em razão de trabalhar junto ao seu próximo pela mudança de convicção em torno dos objetivos existenciais, ao tempo em que se transforma num exemplo de alegria e de felicidade para todos.
O bem fascina todos aqueles que o observam e atrai quantos se encontram distantes da sua ação, o mesmo ocorrendo com a alegria e a saúde.
São eles que proporcionam o maior contágio de que se tem notícia e não as manifestações aberrantes e afligentes que parecem arrastar as multidões. Como escasseiam os exemplos de júbilo, multiplicam-se os de desespero, logo ultrapassados pelos programas de sensibilização emocional para a plenitude.
A grande transição prossegue, e porque se faz necessária, a única alternativa é examinar lhe a maneira de como se apresenta e cooperar para que as sombras que se adensam no mundo sejam diminuídas pelo Sol da imortalidade.
Nenhum receio deve ser cultivado, porque, mesmo que ocorra a morte, esse fenômeno natural é veículo da vida que se manifestará em outra dimensão.
A vida sempre responde conforme as indagações morais que lhe são dirigidas.
As aguardadas mudanças que se vêm operando trazem uma ainda não valorizada contribuição, que é a erradicação do sofrimento das paisagens espirituais da Terra.
Enquanto viceje o mal, no mundo, o ser humano tornasse-lhe vítima preferida, em face do egoísmo em que se estorcega, apenas por eleição espiritual.
A dor momentânea que o fere, convida-o por outro lado, à observância das necessidades de seguir a correnteza do amor no rumo do oceano da paz.
Logo passado o período de aflição, chegará o da harmonia.
Até lá, que todos os investimentos sejam de bondade e de ternura, de abnegação e de irrestrita confiança em Deus.

Joanna de Ângelis

(Mensagem psicografada pelo médium Divaldo Pereira Franco, no dia 30 de Julho de 2006, no Rio de Janeiro, RJ. Publicada na revista ‘Presença Espírita’, Setembro/Outubro 2006, Nº 256, pági

segunda-feira, 8 de agosto de 2016

"JESUS VENCEU A MORTE'

Os homens crucificaram Jesus. A inveja e a maldade urdiram esquemas e mataram o Homem, pensando matar o Ideal de que Ele era portador.
A gratidão de uma mulher Lhe enxugou a face, no rumo do Calvário.
Um amigo sincero, esquecendo da segurança de sua própria vida, resgatou-Lhe o corpo, junto às autoridades.
Descido da cruz, Seu corpo foi envolvido em lençol de linho, às pressas, e foi depositado em sepulcro jamais utilizado e que pertencia a um amigo.
Mulheres piedosas, num domingo de luz, foram ao sepulcro para honrar, com o devido preparo, o Seu corpo.
Encontraram a pedra da entrada removida, o sepulcro vazio.
Dois jovens de vestes radiantes lhes disseram que o Senhor não estava mais ali.
No local onde o corpo fora depositado, jazia o lençol. O pano com que tinham coberto a cabeça de Jesus, estava dobrado, com cuidado.
Depois disso, Ele se fez reconhecer pela mulher de Magdala, que O procurava, aflita. E lhe disse que fosse dar a boa notícia aos demais: Ele estava vivo.
Apóstolos que seguiam à cidade de Emaús, distante onze quilômetros de Jerusalém, O encontram e realizam a viagem com Ele. Não O reconhecem a princípio, mas se encantam com a Sua interpretação das escrituras.
Ao cair da tarde, chegando a Emaús, O convidam para cear e, então, quando Ele abençoa o pão e o parte, dão-se conta que é o Mestre Jesus.
Em Jerusalém, Ele Se permite tocar pelo Apóstolo incrédulo, mostrando-lhe as chagas que trazia.
Durante quarenta dias, Ele permanece com os Apóstolos e seguidores. Come com eles, aguarda-os na praia com o fogo aceso e assa alguns peixes que trazem da pesca.
Ele vive! Senhor dos Espíritos! Senhor da Imortalidade!
Na estrada de Damasco resgata um rabino da escola do grande Gamaliel, trazendo-o para suas fileiras.
Na via Ápia, conversa com Simão Pedro, que acabara de deixar a prisão, em Roma.
Pleno de luz, dirige os passos para a capital do Império Romano, dizendo ir ao encontro dos corações que sofriam o cárcere e a injustiça, por amor do Seu nome.
Jesus permaneceu na cruz durante algumas horas, entregando o Espírito ao Pai.
Ao terceiro dia, ressurgiu, atestando a Imortalidade do Espírito, conforme sempre ensinara.
Convive com os amigos, orienta, faz-Se visível aqui, ali. Demonstra que a vida prossegue, vibrante.
A Sua é a mensagem da vida que nunca morre.
Não é estranho que ainda O mentalizemos, tantas vezes, pregado à cruz?
Poucos O lembramos como vencedor da morte. Raros Lhe recordamos a ascensão, na Galileia, sob o olhar dos quinhentos discípulos ali reunidos.
Pensemos nisso!
O Senhor Jesus nos legou a mensagem da Imortalidade. Todo Seu ensino é de vitória sobre o mundo das formas.
Meditemos a respeito e O recordemos glorioso, no encontro com Maria de Magdala, com os Apóstolos.
Recordemos sobretudo que Ele nos disse: Não vos deixarei órfãos. Eu sou o Bom Pastor.
E abracemos a esperança, certos de que, como Ele, todos nós venceremos a morte.

Redação do Momento Espírita.

domingo, 7 de agosto de 2016

"OS ESPÍRITOS PODEM REALIZAR CIRURGIAS OU TRATAMENTOS DE CURA ATRAVÉS DE MÉDIUNS?"

O funcionamento do organismo humano está subordinado a uma direção espiritual, uma vez que a saúde ou a enfermidade reflete o panorama interior do Espírito. Disso se conclui que a alma retém todos os recursos curadores definitivos.
Todos somos dotados de uma energia, um magnetismo ou fluido natural, específico, denominado fluido vital. É o princípio da vida material e pode ser de melhor ou pior qualidade dependendo da ação de nosso pensamento sobre ele. Tal fluido tem a capacidade de atuar na intimidade celular, alterando as estruturas moleculares. Fazendo parte da estrutura orgânica do ser, pode ser doado ou recebido por intermédio da nossa vontade. Algumas pessoas não têm a capacidade de secar uma planta ou adoecer uma criança através de um simples olhar mal-intencionado? Outros não nos dão a sensação de bem-estar apenas nos tocando ou olhando? São fenômenos naturais da emanação do fluido vital e fonte de muito conhecimento ainda obscuro no campo da ciência oficial.
Tal fluido, vindo do médium, pode ter sua capacidade voltada para a cura, quando auxiliado por um bom Espírito. Ambos podem dar-lhe um determinado fim que o faz adquirir propriedades novas, facultando-lhe a possibilidade de substituir moléculas doentes por sadias, proporcionando assim a cura das enfermidades físicas. Desta forma é que ocorrem as cirurgias ou tratamentos espirituais, que se utilizam destes fluidos com capacidade curadora através das qualidades morais que lhe são impostas.
Tais procedimentos podem ser realizados pela simples imposição das mãos, ou simplesmente do pensamento dirigido ao enfermo.
As práticas de cura mediúnica em que são utilizados instrumentos de corte e ou receitas não são recomendados, inclusive pela ilegitimidade legal das mesmas em nossa sociedade. Estas, muitas vezes legítimas, têm apenas a finalidade de promover ou despertar a atenção dos incrédulos acerca dos fenômenos espirituais.
Assim, uma grande força fluídica, aliada à soma das qualidades morais de quem a utiliza, pode operar verdadeiros prodígios sobre as enfermidades, ressaltando que a ocorrência destes está ligada ao merecimento e a fé dos enfermos.
"E ele lhe disse: Tem bom ânimo, filha, a tua fé te salvou; vai em paz" - (Lucas 8.48).
"E Deus, pelas mãos de Paulo, fazia milagres extraordinários, a ponto de levarem aos enfermos lenços e aventais do seu uso pessoal, diante dos quais as enfermidades fugiam das suas vítimas, e os Espíritos malignos se retiravam" - (Atos, 19 - 11, 12).

Portal do Espírito-Grupo de Estudo Bezerra de Menezzes

sábado, 6 de agosto de 2016

"CARTA DE UM PORTADOR DE ALZHEIMER"

Julia está casada há mais de 50 anos. Ao longo destas décadas, seu marido Tadeu foi seu grande companheiro e seu primeiro e único amor. Entre alicerces de certeza, tudo desmoronou faz alguns poucos anos. Júlia não sai do lado de seu amado, mas ela já não sabe quem ele é. Nos últimos tempos, suas conversas não fazem sentido e seu olhar está quase sempre distante. Ela sente saudades estranhas, de alguém que está vivo e presente.
Durante intermináveis dias e noites, os dois percorrem juntos mundos ora reais, ora fantasiosos. O casal idoso caminha numa corda bamba, balançando entre o ontem e o hoje, e sem saber como será o amanhã. Júlia chora, mas sabe que precisa aceitar esta terrível realidade: Tadeu tem Alzheimer. Se em alguns dias ele se lembra da família e de todos os anos juntos, noutros a doença o traga para um buraco negro esvaziado de seu ser.
Porém, justamente num destes dias em que Tadeu não sabe em que cama acordou, Júlia ganha um inesperado presente. Ela está limpando a casa, quando encontra a seguinte carta escondida na mesinha de cabeceira:
Querida Júlia:
Eu estou te escrevendo agora, enquanto você dorme, caso amanhã não seja eu que acorde a seu lado.
Nessas viagens de ida e volta, eu passo cada vez mais tempo do outro lado, e em uma delas, quem sabe? Eu temo que não tenha retorno.
Caso amanhã eu não seja capaz de saber o que está acontecendo comigo. Caso amanhã eu não possa mais te dizer o quanto eu aprecio e admiro sua integridade, este seu empenho em estar ao meu lado, tentando me fazer feliz, apesar de tudo, como de costume.
Caso amanhã eu não tenha mais consciência do que você faz. Quando você coloca pedaçinhos de papel na porta para que eu não confunda a cozinha com o banheiro; quando você consegue me fazer rir por ter colocado os sapatos sem meias; quando você insiste em continuar a conversa mesmo que eu me perca a cada frase; quando você se aproxima disfarçadamente e sussurra no meu ouvido o nome de um dos nossos netos; quando você reage com ternura aos meus ataques esporádicos de ira, como se algo dentro de mim se rebelasse contra este destino que me tem como prisioneiro.
Por essas e por tantas outras coisas. Caso amanhã eu não me lembre mais do seu nome, nem do meu.
Caso amanhã eu não possa dizer obrigado.
Caso amanhã, Júlia, eu não seja capaz de dizer, ainda que uma última vez, EU TE AMO.
Sempre seu.
T.A.M.R “
É quase impossível ler estas palavras sem deixar escapar ao menos uma lágrima. Esta carta é uma linda prova de amor, apesar da tristeza e do esquecimento trazidos pela doença. Aos familiares de alguém com Alzheimer, cabe seguir lembrando de quem é aquela pessoa, mesmo que ela mesma já não saiba mais.
Porém, não apenas os afetados por este problema deveriam seguir este caminho. Valorizar aqueles que estão perto de nós e nos amam é um exercício a ser feito todos os dias. Se postergamos e esquecemos, de repente pode ser tarde demais. Compartilhe este artigo com sua família e amigos. Aproveite a oportunidade para dizer o quanto eles são importantes! Vida longa ao amor!


Fonte internet.

sexta-feira, 5 de agosto de 2016

“TATUAGENS, PIERCINGS E OUTROS ADEREÇOS SOB O PONTO DE VISTA ESPÍRITA”

Alguém nos questionou se se usar uma tatuagem na pele teria influência sobre o períspirito. Há dirigentes de casas espíritas advertindo que todas as pessoas que fizeram ou pensam em gravar tatuagens ou usar piercings, automaticamente estarão em processo de obsessão. Alguns cristãos baseiam-se nas Antigas Escrituras, onde encontramos advertência aos israelitas de “que não deveriam marcar o corpo, fazer cicatrizes com açoites como autoflagelo, por nenhum motivo.”.(1)
Conhecemos líderes espíritas convictos de que pessoas que tatuam o corpo inteiro ou o enchem de piercings são espíritos primários que ainda carregam lembranças intensas de experiências pretéritas, sobretudo dos tempos dos bárbaros, quando belicosos e cruéis serviam-se dessas marcas na pele para se impor ante os adversários.
Positivamente não identificamos pontos de caráter prático no uso de tatuagens, especialmente se a lesão imposta ao próprio corpo for por mero capricho. Isso sim, refletirá invariavelmente no períspirito, já que, sendo o corpo físico (templo da alma) um consentimento divino para nossas provas e expiações, devemos mantê-lo dignamente protegido e saudável. Entretanto, será que o uso de piercings e tatuagens sobrepujam qualidades morais? Quem pode penetrar na intimidade do semelhante e saber o que aí ocorre?
Sob a percepção histórica, a tatuagem é uma técnica ancestral que se esvai na memória cultural das civilizações. Antigamente eram aplicadas para marcar o corpo de um escravo com o símbolo do proprietário. Gravavam-se os corpos das prostitutas com o emblema de um reino, governo ou estado. Servia também para estigmatizar o corpo da mulher adúltera. Ainda hoje é tradição o seu uso no corpo de príncipes de tribos beduínas, africanas e das ilhas do pacífico.
Presentemente, servem para marcar o corpo de membros de gangues, grupos de atletas esportistas (surfe, motociclismo), "beatniks" (movimento sociocultural nos anos 50 e princípios dos anos 60 que subscreveram um estilo de vida antimaterialista, na sequência da 2.ª Guerra Mundial.), hippies, roqueiros e alastrados principalmente entre jovens comuns dos dias de hoje.
Os que se tatuam devem procurar identificar seus motivos íntimos. Recordemos que o corpo é o templo do Espírito e não nos pertence, portanto, é importante preservá-lo contra agressões que possam mutilar a sua composição natural. Há os que usam vários brincos, piercings e outros adereços. Haveria a mutilação espiritual por causa desses apetrechos? Talvez sim, provavelmente não! O certo é que o períspirito é efetivamente lesado pela defecção moral, desequilíbrio emocional que leva a suicídios diretos e indiretos; vícios físicos e mentais, rancores, pessimismos, ambição, vaidade desmesurada, luxúria.
Esfola-se o corpo espiritual todas as vezes que se prejudica o semelhante através da maledicência, da agressividade, da violência de todos os níveis, da perfídia. Destarte, analisado por esse prisma, os adereços afetam menos o corpo períspirito. Principalmente porque na atualidade muitos desses adornos que ferem o corpo físico podem ser revertidos, já na atual encanação, e naturalmente não repercutirá no tecido Perispiritual.
André Luiz elucida que o períspirito não é reflexo do corpo físico; este é que reflete a alma. “As lesões do corpo físico só terão, pois, repercussão no corpo espiritual se houver fixação mental do indivíduo diante do acontecido ou se o ato praticado estiver em desacordo com as leis que regem a vida.”.(2) As tatuagens e as pequenas mutilações que alguns indivíduos elaboram como forma de demonstrar amor a exemplo de alguém que grava o nome do pai ou da mãe no corpo de modo discreto não trariam, logicamente, os mesmos efeitos que ocorreriam com aqueles que se tatuam de modo resoluto, movimentados por anseios mais grosseiros. Curiosamente, muitas pessoas, retornando ao plano espiritual, podem optar pelo uso dos adornos aqui discutidos. Segundo o autor do livro Nosso Lar, “os desencarnados podem, sob o ponto de vista fluídico, moldar mentalmente e de maneira automática, no mundo dos Espíritos, roupas e objetos de uso e gosto pessoal. Destarte, é perfeitamente possível, embora lamentemos, que um ser no além-túmulo permaneça condicionado aos vícios, modismos e tantas outras coisas frívolas da sociedade terrena.”.(3)
No que concerne às tatuagens especificamente, por ser um tipo de insígnia permanente, pode, sem dúvida, ocasionar conflitos mentais. A começar na atual encarnação, quando chega a ocasião em que o tatuado se arrepende, após ter mudado de ideia, em relação à finalidade da tatuagem. Concebamos que seja o apelido, sobrenome, o desenho ou algum emblema de alguma pessoa que já não estima, não ama ou qualquer outra silhueta que já não aceita em seu corpo. Então, o que era um mero enfeite, culmina cansando a estética e torna-se um problema particular de complexa solução.
Então, por que a pessoa se permite tatuar? Nas culturas primitivas se usavam tatuagens com finalidades mágicas, para evocar a interferência de divindades, para o bem ou o mal. Hoje é, para muitos indivíduos, uma espécie de ritual de passagem, envolvendo a integração num grupo. Pode ser também de identificação. Pela tatuagem a pessoa está dizendo algo de si mesma.
Nas estruturas dos códigos espíritas não há espaços para proibições. Não obstante, a Doutrina dos Espíritos oferece-nos subsídios para ponderação a fim de que decidamos racionalmente sobre o que, como, quando, onde fazer ou deixar de fazer (livre-arbítrio). Evidentemente que não é o uso de tatuagens que retratará a índole e o caráter de alguém. Todavia, não podemos perder de vista que alguns modelos de tatuagens, com pretextos sinistros, podem ser classificados (sem anátemas) como censuráveis e inadequados para um cristão de qualquer linhagem.
Nesse contexto, é importante compreender a pessoa de forma integral. As características anunciadas no corpo são resultados de seus estados mentais, reflexos das experiências culturais, aprendizados e interpretação de mundo. Como dissemos, o Espiritismo não proíbe nada e fornece-nos as explicações para os fenômenos psíquicos. Assim sendo, as recomendações doutrinárias não combatem, porém conscientizam! Não são indiferentes aos dramas existenciais e demonstram como edificar e marchar no mais acautelado caminho. Dissemos que o uso piercings e outros adereços e da própria tatuagem por si só não caracteriza alguém com ou sem moralidade. Investiguemos, porém, as causas dessas atitudes. Quais sãos os anseios, os sonhos, as crenças dos que cobrem seus corpos com tais marcas? Tatuagens, piercings, são estágios transitórios. Importa alcançar, porém, se tais indivíduos estão mutilados psíquica, emocional e espiritualmente. O que os conduz muitas vezes a despedaçar a barreira da ponderação e do juízo? Por que atentam contra si submetendo-se a dores e sofrimentos incompreensíveis? Para uns o motivo é o modismo. Outros, todavia, ainda se acham atrelados a costumes de outras existências físicas e trafegam do mundo inconsciente para o consciente, derivando na transfiguração do corpo biológico.
Perante questões controversas, as mensagens kardecianas buscam na intimidade do ser o seu real problema. Convidam-nos ao autoconhecimento e ao estágio do auto aprimoramento. Sugere-nos sensatez, autoestima, altivez, comedimento e a busca incessante de Deus, o Exclusivo Ente, que facultara-nos completar de contentamento e paz de consciência.
 Jorge Hessen

http://jorgehessen.net       

𝗖𝗢𝗠𝗢 𝗢𝗦 𝗥𝗘𝗟𝗔𝗖𝗜𝗢𝗡𝗔𝗠𝗘𝗡𝗧𝗢𝗦 𝗙𝗜𝗖𝗔𝗠 𝗔𝗧𝗥𝗘𝗟𝗔𝗗𝗢𝗦 𝗡𝗔𝗦 𝗥𝗘𝗘𝗡𝗖𝗔𝗥𝗡𝗔𝗖̧𝗢̃𝗘𝗦.

Os ajustes dos relacionamentos problemáticos de outras existências. Pelas reencarnações os espíritos têm a oportunidade de reestabelecer os ...