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sábado, 31 de dezembro de 2016
‘FAMÍLIA ESPIRITUAL”
É comum se
escutar, em especial por parte dos adolescentes e jovens, queixas a respeito de
sua família.
Afinal, a
família do amigo, do vizinho é sempre melhor. A mãe do amigo é compreensiva, o
pai ouve o filho.
Alguns
chegam a dizer que se sentem estranhos no seu lar, que prezariam imensamente
serem filhos dessa ou daquela família.
E levam tão
a sério suas afirmativas, que não é raro se encontrar meninos e meninas a
passar dias e dias em casa de amigos. Porque é lá, naquele ambiente, que se
sentem muito bem.
Por que isso
acontece? Primeiro, temos que considerar que os pais, como responsáveis pela
educação dos seus rebentos, de contínuo estão a chamar a sua atenção para os
seus deveres, suas obrigações.
É a escola,
o dever de casa, as pequenas tarefas do lar, a limpeza do quarto.
Tais
questões habitualmente fazem que o jovem se sinta pressionado em seu lar,
enquanto no do amigo, nada lhe é exigido, desde que ele é visita.
E visita
merece tratamento especial, mesmo porque a sua educação não é dever dos seus
anfitriões.
Outro
detalhe a se considerar é que alguns de nós, verdadeiramente nascemos em
famílias não muito simpáticas a nós.
Tal ocorre
como parte do nosso aprendizado, dentro da lei de causa e efeito, pois que,
provavelmente em anteriores experiências na carne, descuramos dos afetos
familiares, menosprezamos o seu convívio.
Retornamos
assim, para viver entre seres indiferentes ou até antipáticos.
Mas, se
imaginam que, em tais circunstâncias, deve-se desconsiderar a família atual,
enganam-se.
Para nossa
própria edificação, é importante que essa família, hoje somente unida pelos
laços corporais, se transforme em uma família verdadeira, unida pelos laços do
afeto.
Cabe-nos,
portanto, trabalhar para isto. Quando a situação parecer meio difícil, dentro
do lar, recorrer à oração.
Se a
conversa se encaminha para uma discussão, sair um pouco, esfriar a cabeça e
retornar depois para um diálogo ameno.
Se um ou
outro membro da família nos é antipático, meditemos que não é o acaso que nos
reúne, que motivos muito graves nos levaram a estar juntos no hoje e comecemos
a olhá-lo, buscando descobrir suas virtudes.
Se, ao
sairmos desta vida, pudermos levar como trunfo em nossa bagagem espiritual, o
termos conquistado um ou mais membros da nossa família, com certeza teremos
realizado algo muito proveitoso para nossa vida, como Espíritos eternos.
Porque
conquistar um Espírito indiferente ou antipático, transformando-o em amigo é
algo que jamais se perderá.
A
fraternidade é sol para as almas e um roteiro para a vida.
Ela começa
sempre no lugar onde estamos, para que possamos alcançar a região que
desejamos.
Exercitar a
fraternidade é deixar-se envolver pela lição de amor de Jesus Cristo,
libertando o Espírito e enriquecendo os sentimentos.
Redação do
Momento Espírita, utilizando, ao final, pensamento
extraído do
livro Repositório de sabedoria, verbete Fraternidade, pelo
Espírito
Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. LEAL.
Disponível
no livro Momento Espírita, v. 6. ed. FEP.
Em 9.1.2014
“DESENCARNAÇÃO”
A existência terrena é delimitada por dois extremos:
O nascimento e a morte.
O primeiro corresponde à chegada do Espírito no plano físico.
Os homens preocupam-se muito com esse instante.
Enxovais são preparados, quartos são arrumados, as famílias se engalanam para receber seus novos membros.
Isso é bom e correto, pois o ressurgimento na esfera carnal constitui uma bendita oportunidade de trabalho e progresso para aquele que nasce e para a família que o recebe.
Em geral, não se trata exatamente de um novo membro, mas de um antigo e querido companheiro de lutas que retorna.
Já o que se chama morte é o retorno do Espírito ao seu ambiente de origem.
Todo homem é um Espírito que habita temporariamente um corpo.
O organismo físico se desgasta, envelhece, adoece e morre.
Mas o Espírito vive e evolui para sempre.
A verdadeira pátria corresponde ao plano espiritual.
Toda existência terrena é eminentemente transitória.
Estranhamente, ao contrário do que se dá com o nascimento, em regra há pouco preparo para o fenômeno da morte, ou desencarnação, como chamamos.
Esse tema é envolto em tabus e fantasias, como se não fosse algo natural.
E constitui um fato inexorável.
Toda criatura, mais cedo ou mais tarde, verá seu corpo físico perecer.
Não há providência possível contra isso.
Por ser um fenômeno natural, deve ser tratado com naturalidade e calma.
Como todos morrerão um dia, nenhuma separação é definitiva.
O ente querido que morre apenas retorna antes ao verdadeiro lar.
Embora se trate de algo natural, isso não implica negar a sua gravidade.
Ao nascer, o Espírito traz uma programação de vida, voltada ao seu progresso e burilamento.
Ao término da existência, ele faz um balanço de seu comportamento, de suas vitórias e fracassos.
O momento do encontro com a própria consciência pode ser terrível ou maravilhoso.
Tudo depende do comportamento adotado durante a existência terrena.
O corpo físico amortece enormemente as percepções e os sentimentos do Espírito.
Após a desencarnação, tudo se torna muito mais vívido.
A alegria de um Espírito pelo dever bem cumprido possui uma intensidade inimaginável para quem permanece vinculado à matéria.
Mas também o remorso e a vergonha que experimenta por erros cometidos atingem proporções lancinantes.
A ingenuidade humana muitas vezes afirma que a pessoa descansa ou se liberta ao morrer.
Mas é difícil avaliar o que significa esse pretenso descanso para quem se permitiu semear dores e misérias na vida alheia.
Do mesmo modo, quem gastou o tempo enredando-se em vícios e maldades não experimenta qualquer libertação ao término da existência.
Quem morre não vai para o céu e nem para o inferno.
O céu e o inferno são estados de consciência, que cada qual cria para si com o próprio proceder.
A cada um conforme as suas obras, disse o Mestre Divino.
A lição é cristalina e não permite enganos.
O fenômeno da morte é natural, mas muito grave.
Ele constitui um momento de balanço, de aferição de méritos ou deméritos.
Assim, importa tratar do tema com serenidade e maturidade.
Não há qualquer milagre ou favor envolvido.
Pense nisso.
Para passar com tranquilidade por esse momento, importa viver reta e dignamente.
Redação do Momento Espírita, com base no cap. 30
do livro Para uso diário, do Espírito Joanes,
psicografia de Raul Teixeira, ed. Fráter.
Em 27.08.2008.
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