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quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

“ESTRUTURA DO CORPO ESPIRITUAL E DEFORMIDADES ESPIRITUAIS. ”

Inicialmente, para que tenhamos uma visão mais clara do mecanismo da encarnação, faz-se necessário reportarmos ao estudo do corpo espiritual.
Quando as entidades espirituais se nos tornam visíveis, seja pela simples vidência mediúnica, seja pelo fenômeno de materialização ectoplasmática, observamos que elas possuem um corpo semelhante ao nosso corpo físico. No fenômeno da materialização, tão estudado pelo famoso físico inglês Willian Crookes[1] e pelo prêmio Nobel de Medicina e Fisiologia, Charles Richet, os espíritos tornam-se visíveis e palpáveis a todos os presentes à sessão de estudos. São percebidos e tocados em seus corpos espirituais.
Inegável é, sem dúvida, que existem alhures, fraudes conscientes e inconscientes; no entanto a grande frequência dos fenômenos e o elevado nível cultural e ético das pessoas, seriamente envolvidas em determinados casos, atestam a sua realidade.
Embora a essência espiritual não tenha forma, pois é o princípio inteligente, os espíritos de mediana evolução, ou seja, aqueles relacionados ao nosso planeta, possuem um corpo espiritual anatomicamente definido e com uma fisiologia própria da dimensão extrafísica.
Dos planos espirituais temos notícia, por inúmeros médiuns confiáveis, como Francisco Cândido Xavier (Chico) e Divaldo Pereira Franco, da organização de comunidades sociais que os espíritos constituem, comunidades essas às vezes semelhantes às terrestres.
A energia cósmica universal ou fluido cósmico que permeia todo o universo é a matéria-prima que o comando mental dos espíritos utiliza para a construção dos objetos por eles manuseados. As primeiras informações mais detalhadas foram dadas a Kardec em O Livro dos Médiuns[2], no capítulo: “Do Laboratório do Mundo Invisível”.
O corpo dos espíritos, já mencionado pelo apóstolo Paulo e conhecido nas diferentes religiões com os mais diferentes nomes, como perispírito, corpo astral, psicossoma  e outros, é também constituído de um tipo de matéria derivada do fluido cósmico universal. Assim nos informam as entidades espirituais.
O corpo espiritual apresenta-se moldável conforme as emanações mentais do espírito. Cada espírito apresenta seu perispírito com aspecto correspondente ao seu estado psíquico. A maior elevação intelecto-moral vai determinar como consequência uma sutilização do próprio corpo espiritual. Em contrapartida, os espíritos, cujas vibrações mentais são mais inferiores, determinam inconscientemente que seu corpo espiritual se apresente mais denso e obscurecido, não tendo a irradiação luminosa dos primeiros.
Conforme se tem notícia por meio de inúmeros autores espirituais, o perispírito apresenta-se estruturado por aparelhos ou sistemas que se constituem de órgãos; esses órgãos são formados por tecidos que, por sua vez, são constituídos por células.
As células do corpo espiritual, em nível mais profundo, são formadas por moléculas constituídas de átomos. Os átomos do perispírito são formados por elementos químicos nossos conhecidos, além de outros desconhecidos do homem encarnado. Elementos aquém do Hidrogênio e além do Urânio, que na Terra representam os limites da matéria atômica conhecida.
Nas obras de Gustave Geley[3] e Jorge Andréa, encontramos referências a essas afirmações.
Os átomos e moléculas que constituem as células do perispírito possuem uma energia cinética própria que é a força determinante de sua vibração constante. Quanto mais evoluída a entidade espiritual, maior a velocidade com que vibram os átomos do perispírito.
Da mesma forma, conforme o adiantamento moral do espírito, maior o afastamento entre as moléculas que compõem o perispírito, por sua vibração, daí a menor densidade de seu corpo espiritual.
 Uma analogia: a água em estado líquido, quando fervida, transforma-se em vapor pela maior energia cinética de suas moléculas, determinando um afastamento entre elas decorrente da vibração mais intensa que passa a ter. Neste exemplo simples nós mentalizamos o porquê da leveza do corpo espiritual das entidades cujo padrão vibratório é mais elevado.
No livro Mecanismos da Mediunidade[4], de André Luiz, psicografado por Francisco Cândido Xavier, encontramos elementos complementares a respeito dessa informação. Espíritos de alta hierarquia moral possuem vibrações de alta frequência. Isto é, as ondas que emitem ou irradiam são “finas”, ou de pequeno comprimento de onda.
As energias emanadas pelas vibrações das moléculas perispirituais se traduzem também por uma irradiação luminosa com cores típicas. Os espíritos são vistos pelos videntes ou descritos nas obras psicografadas emitindo cores e tons bastante peculiares ao seu grau de adiantamento.
Quanto mais primitivas forem as entidades espirituais, mais escuros os tons das cores e mais opacos se apresentam. À medida que galgam mais degraus na escada do progresso, mais sábios e amorosos, as entidades espirituais passam a emitir uma luminosidade mais clara e cada vez mais brilhante.
  Salientamos, no entanto, que transitoriamente pela postura mental adotada, decorrente de situações momentâneas, as vibrações se aceleram ou se desaceleram, determinando modificações na estrutura do corpo espiritual, e todo o conjunto se altera. São descritos casos de zoantropia ou licantropia[5], em que as formas perispirituais tornam-se profundamente modificadas. 
Exemplos práticos de modificações profundas e graves, no capítulo das patologias do corpo astral, seriam os casos descritos como os de zoantropia ou licantropia. Nessas situações as formas perispirituais se animalizam pela postura de ódio recalcitrante ou outros sentimentos inferiores, sentimentos que se tornam agentes deformantes do corpo espiritual. 
  Denomina-se zoantropia (zôo=animal e anthropos=homem) aos casos em que o corpo espiritual, pela deformação progressiva, passa a se assemelhar a um animal. Licantropia (lican=lobo e anthropos=homem) aos casos em que o corpo espiritual, pela alteração degenerativa da forma, lembra a figura de um lobo, o que nos remete à lenda do lobisomem que, talvez, tenha sua origem no fato de que, pelo fenômeno da vidência mediúnica, tenham sido vistos espíritos com esse tipo de deformidade anatômica no seu corpo astral.
Naturalmente, que essas deformidades são transitórias e relativas ao tempo em que a entidade espiritual ainda se mantém na atitude mental de ódio.
O tratamento reparador dessas deformidades efetua-se por meio de uma energização adequada dos Espíritos, de acordo com o que temos observado nas lides mediúnicas em que participamos.
Ousamos, inclusive, a criar o verbeteperispiritoplastia para nos referir ao processo de recuperação anatômica observado nas entidades tratadas e recuperadas, em seu aspecto morfológico, nos grupos mediúnicos. Tanto energias do plano extrafísico, bem como energias extraídas da natureza, além de ectoplasma dos médiuns, fizeram parte da matéria-prima utilizada por nós, nessa restauração anatômica do perispírito licantropizado das entidades tratadas. Todavia, lembramos que nesse trabalho nós estamos, constantemente, sendo assistidos pelos mentores espirituais que nos amparam.
Ricardo Di Bernardi
FONTE; Medicina e Espiritualidade.

[1] William Crookes – químico e físico inglês.
[2] KARDEC, Allan. O Livro dos Médiuns. FEB, 1960, p.413.
[3] Gustave Geley – médico e pesquisador espírita francês.
[4] XAVIER, Francisco Cândido. Mecanismos da Mediunidade. FEB, 1959, p.188.
[5] Tipo de deformidade presente no corpo espiritual em que a forma chega a parecer não-humana.

Postado por Sérgio Vencio às sexta-feira, dezembro 02, 2011

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

"DISSERTAÇÕES DE ALÉM-TÚMULO.""

Pobres homens que poucos conheceis os fenômenos mais comuns que fazem vossa vida! Credes ser bem sábios, credes possuir uma vasta erudição, e a esta pergunta de todas as crianças: Que fazemos quando dormimos? O que são os sonhos? Permaneceis interditados. Não tenho a pretensão de vos fazer compreender o que vou vos explicar, porque há coisas às quais vosso Espírito não pode ainda se submeter, não admitindo senão o que compreende.
O sono liberta inteiramente a alma do corpo. Quando se dorme, se está, momentaneamente, no estado em que se acha de um modo fixo depois da morte. Os Espíritos que são logo desligados da matéria em sua morte, tiveram sonos inteligentes; aqueles, quando dormem, juntam-se à sociedade de outros seres superiores a eles: viajam, conversam e se instruem com eles; trabalham mesmo em obras que encontram prontas quando morrem. Isso deve nos ensinar, uma vez mais, a não temermos a morte, porque morreis todos os dias, segundo a palavra de um santo.
É assim para os Espíritos elevados; mas para a massa dos homens que na morte devem permanecer longas horas nessa perturbação, nessa incerteza da qual vos falaram, aqueles vão, seja em mundos inferiores à Terra, onde antigas afeições o chamam, seja procurar prazeres talvez ainda mais baixos que aqueles que têm aqui; vão haurir doutrinas mais vis, mais ignóbeis, mais nocivas do que aquelas que professam em vosso meio. E o que faz a simpatia na Terra não é outra coisa senão esse fato, que se sente ao despertar, de se aproximar pelo coração daqueles com quem viemos de passar oito ou nove horas de felicidade ou de prazer. O que explica essas antipatias invencíveis, é que se sabe, no fundo de seu coração, que aquelas pessoas têm uma outra consciência que a nossa porque são conhecidas sem tê-las jamais visto com os olhos. É ainda o que explica a indiferença, uma vez que não se deseja fazer novos amigos, quando se sabe que existem outros que vos amam e que vos querem. Em uma palavra, o sono influi mais que pensais em vossa vida.
Pelo efeito do sono, os Espíritos encarnados estão sempre em relação com o mundo dos Espíritos, e é o que faz que os Espíritos superiores consintam, sem muita repulsa, se encarnarem entre vós. Deus quis que, durante seu contato com o vício, eles possam ir se retemperarem nas fontes do bem, para eles mesmos não falirem, eles que vêm instruir os outros. O sono é a porta que Deus lhes abre até os amigos do céu; é a recreação depois do trabalho, na espera da grande libertação, a liberação final que deverá devolvê-los ao seu verdadeiro meio.
O sonho é a lembrança daquilo que vosso Espírito viu durante o sono, mas notai que não sonhais sempre, porque não vos lembrais sempre do que vistes, ou de tudo o que vistes. Vossa alma não está em todo desenvolvimento; não é, frequentemente, senão a lembrança de uma perturbação que acompanha vossa partida ou vossa reentrada, à qual se junta a do que fizestes ou do que vos preocupou no estado de vigília; sem isso, como explicaríeis esses sonhos absurdos que têm os mais sábios como os mais simples? Os maus Espíritos se servem também dos sonhos para atormentar as almas fracas e pusilânimes.
De resto, vereis em pouco se desenvolver uma nova espécie de sonho; ela é tão antiga quanto a que conheceis, mas a ignorais. O sonho de Joana, o sonho de Jacó o sonho dos profetas judeus e de alguns adivinhos indianos; aquele sonho é a lembrança da alma inteiramente desligada do corpo, a lembrança dessa segunda vida, da qual vos falei ainda há pouco.
Procurai distinguir bem essas duas espécies de sonho dos quais vos lembrareis, sem isso cairíeis nas contradições e nos erros, que seriam funestos à vossa fé.
Nota. – O Espírito que ditou esta comunicação, instado a dar seu nome, respondeu: “Para quê? Credes, pois, que não haja senão os Espíritos de vossos grandes homens que vêm dizer-vos coisas boas? Contai, pois, por nada todos aqueles que não conheceis ou que não têm nome sobre a vossa Terra? Sabei que muitos não tomam um nome senão para vos contentar.”
Revista Espírita, dezembro de 1858

“ALIMENTAÇÃO CARNÍVORA E ESPIRITISMO” “ATÉ QUANDO EXISTIRÃO MATADOUROS E FRIGORÍFICOS NA TERRA? ”

A cada dia que passa, recebemos mais notícias a respeito de movimentos em defesa dos animais. Muitos, inclusive, contrários ao antigo hábito da humanidade de fazer uso deles na alimentação, como o Vegetarianismo, e também às demais formas de sua utilização por nós, como o Veganismo.
O Vegetarianismo é uma prática alimentar que faz uso, exclusivamente, de alimentos de origem vegetal, sem incluir os de origem animal. Algumas definições mais abrangentes dessa prática consideram vegetariano, também, aqueles que consomem produtos de origem animal, porém que não envolvam diretamente a morte de nenhum ser, como o ovo e o leite, por exemplo.
O Veganismo é uma ideologia cuja base é a convicção de que os animais, como os humanos, têm direitos fundamentais e que, devido a isso, nenhum deles deve ser vítima de exploração por parte da humanidade. Baseado nesse modo de pensar, o vegano evita produtos e atividades em que os animais são explorados e/ou mortos. Sendo assim, ele adota, como regime alimentar, o Vegetarianismo estrito (sem nada que venha de animais, nem mesmo leite e ovos), não usa roupas de origem animal, se abstém de produtos que foram testados em animais – no limite de suas possibilidades – e também boicota circos com animais, rodeios, zoológicos etc.
O crescimento desses movimentos sociais nos leva às seguintes questões: o que nos ensina o Espiritismo a respeito de como devemos nos relacionar com os animais? É correto nos alimentarmos deles?
Para respondermos a essas perguntas, vamos começar pelas primeiras orientações dos Espíritos sobre esse tema, seguindo uma ordem cronológica, que – veremos – será importante para compreendê-las adequadamente:
Em 1857, O Livro dos Espíritos dizia, na questão 723, que "a carne nutre a carne, do contrário o homem perece" e, na 734, que "o homem tem direito de destruição sobre os animais, porém limitado e regulado pela necessidade de prover à sua alimentação e segurança".
Na questão 888 do mesmo livro, recebemos a seguinte recomendação: "sede dóceis e benevolentes para com todos (...), assim como em relação aos seres mais ínfimos da Criação, e tereis obedecido à Lei de Deus". Na 963, nos é comunicado: "Deus se ocupa de todos os seres que criou, por menores que sejam; nada é demasiado pequeno para a sua bondade".
Percebemos, assim, já pelos ensinamentos do Livro dos Espíritos (1857), que devemos ser afáveis e bondosos com os animais, e fazer uso deles como alimento apenas quando realmente necessário.
Mas, desde a publicação deste livro, a Ciência da Nutrição evoluiu muito e, como Allan Kardec havia esclarecido que "o Espiritismo é uma revelação progressiva, que assimila as descobertas da Ciência" (A Gênese, cap. I, item 55), o conteúdo das mensagens espirituais foi se desenvolvendo, de acordo com a capacidade da humanidade de recebê-lo, acompanhem:
AS OPINIÕES DOS BENFEITORES ESPIRITUAIS
O benfeitor Emmanuel, mentor espiritual de Chico Xavier, nos diz em 1938: "Os animais têm a sua linguagem, os seus afetos, a sua inteligência rudimentar, com atributos inumeráveis. São eles os irmãos mais próximos do homem, merecendo, por isso, a sua proteção e amparo." (...) "Recebei como obrigação sagrada o dever de amparar os animais. (...) Estendei até eles a vossa concepção de solidariedade e o vosso coração compreenderá, mais profundamente, os grandes segredos da evolução, entendendo os maravilhosos e doces mistérios da vida." (Livro Emmanuel, psicografia de Chico Xavier, cap. XVII: "Sobre os animais").
Emmanuel, ainda, quando questionado se é um erro nos alimentarmos com a carne dos animais, responde, em 1941: "É um erro de enormes consequências. (...) É de lastimar semelhante situação, mesmo porque, se o estado de materialidade da criatura exige a cooperação de determinadas vitaminas, esses valores nutritivos podem ser encontrados nos produtos de origem vegetal, sem a necessidade absoluta de matadouros e frigoríficos." (Livro O Consolador, psicografia de Chico Xavier, resposta à pergunta 129).
Aniceto, instrutor de André Luiz, orienta-nos contra a matança de animais, em 1944: "Cooperemos no despertar dos homens, nossos irmãos, relativamente ao nosso débito para com a Natureza maternal. (...) Ajudemo-los a compreender, para que se organize uma era nova. Auxiliemo-los a amar a terra, antes de explorá-la no sentido inferior; a valer-se da cooperação dos animais, sem os recursos do extermínio! Nessa época, o matadouro será convertido em local de cooperação..." (Livro Os Mensageiros, psicografia de Chico Xavier, cap. 42: "Evangelho no Ambiente Rural").
Outro instrutor de André Luiz que nos adverte quanto ao equívoco de nos alimentarmos de animais é Alexandre. Ele, em 1945, chama a atenção para nossa capacidade de encontrar nutrientes para nossos corpos sem recorrer às "indústrias da morte". Vejamos: "A pretexto de buscar recursos proteicos, exterminávamos frangos e carneiros, leitões e cabritos incontáveis. (...) Encarecíamos, com toda a responsabilidade da Ciência, a necessidade de proteínas e gorduras diversas, mas esquecíamos de que a nossa inteligência, tão fértil na descoberta de comodidade e conforto, teria recursos de encontrar novos elementos e meios de incentivar os suprimentos proteicos ao organismo, sem recorrer às indústrias da morte." (...) "Tempos virão, para a humanidade terrestre, em que o estábulo, como o lar, será também sagrado."
Continuando com suas sábias palavras, Alexandre nos mostra a incoerência de rogarmos proteção aos superiores benevolentes e, ao mesmo tempo, permanecermos infringindo a lei divina de auxílios mútuos: "Se não protegemos, nem educamos, aqueles que o Pai nos confiou, como gérmens frágeis de racionalidade nos pesados vasos do instinto; se abusamos largamente de sua incapacidade de defesa e conservação, como exigir o amparo de superiores benevolentes e sábios, cujas instruções mais simples são para nós difíceis de suportar, pela nossa lastimável condição de infratores da lei de auxílios mútuos?" (...) "Devemos prosseguir no trabalho educativo, acordando os companheiros encarnados, mais experientes e esclarecidos." (...) "Sem amor para com nossos inferiores, não podemos aguardar a proteção dos superiores." (Livro Missionários da Luz, psicografia de Chico Xavier, cap. 4: "Vampirismo").
ALERTA DO ESPÍRITO HUMBERTO DE CAMPOS
Podemos encontrar ainda, entre as obras psicografadas por Chico Xavier, este alerta, em 1958, do Espírito Humberto de Campos (o Irmão X): "Os homens que se julgam distantes da harmonia orgânica sem o sacrifício de animais, são defrontados por gênios invisíveis que se acreditam incapazes de viver sem o concurso deles. (...) Quem devora os animais, incorporando-lhes as propriedades ao patrimônio orgânico, deve ser apetitosa presa dos seres que se animalizam. Os semelhantes procuram os semelhantes. Esta é a Lei." (Livro Contos e Apólogos, psicografia de Chico Xavier, cap. 15: "O Enigma da Obsessão").
Neste trecho de outra obra, Humberto de Campos também nos estimula à renovação dos hábitos alimentares, em 1967: "Comece a renovação de seus costumes pelo prato de cada dia. Diminua, gradativamente, a volúpia de comer a carne dos animais. O cemitério na barriga é um tormento depois da grande transição. O lombo de porco ou o bife de vitela, temperados com sal e pimenta, não nos situam muito longe dos nossos antepassados, os tamoios e os caiapós, que se devoravam uns aos outros." (Livro Cartas e Crônicas, psicografia de Chico Xavier, cap. 4: "Treino para a Morte").
Hoje, a Ciência já constatou que os nutrientes contidos nas carnes, e mesmo no leite ou em ovos, podem ser substituídos pelos de origem vegetal. Esta é a declaração, sobre o tema, da principal organização científica mundial especializada em Nutrição – a Academy of Nutrition and Dietetics: "Dietas vegetarianas apropriadamente planejadas – incluindo dietas vegetarianas estritas ou veganas – são saudáveis, nutricionalmente adequadas e podem prover benefícios à saúde, na prevenção e tratamento de certas doenças. São apropriadas para indivíduos durante todos os estágios da vida, incluindo gravidez, lactação, infância e adolescência, e para atletas”.
CONCLUSÃO
Diante destas tão claras manifestações de nobres espíritos, por meio da confiável mediunidade de Chico Xavier, e da evolução da Ciência da Nutrição, cabe o questionamento: por que nós, espíritas, não iniciamos essa nova era a que se referem os mentores? Não é hora de modificarmos nossos hábitos diários para que deixemos de causar sofrimentos desnecessários aos nossos irmãos animais?
As informações sobre como substituir os alimentos vindos de animais pelos de origem vegetal já estão disponíveis para todos, seja em livros, revistas especializadas, internet ou com nutricionistas e nutrólogos atualizados. Compete a cada um de nós assumirmos a responsabilidade que temos perante nossos irmãos de outras espécies, nos informarmos e modificarmos essas práticas que já não condizem com os conhecimentos adquiridos. Só assim os matadouros e frigoríficos poderão se tornar "página virada" na história da humanidade.
Correio Espírita.


terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

"O VÔO DA LIBERDDE"


 Rasgando as vestes carnais que o prendia ao corpo físico, o Espírito, como um pássaro que foge da gaiola, voa então o vôo da liberdade rumo ao infinito.
Porém, como um pássaro, prisioneiro por tanto tempo, tem dificuldade em recomeçar uma nova vida, assim também, o Espírito não preparado, recém liberto das amarras que o prendiam a matéria, demoram em  entender e aceitar a sua nova condição.
Perdidos num labirinto de semelhanças entre o mundo físico e o mundo Espiritual, ficam totalmente desorientados.
Pelas ruas das grandes cidades, pelos corredores de hospitais, até mesmo em templos religiosos, Espíritos,  confusos, vagueiam à procura de informações, fazendo perguntas sem respostas.
Não crêem estarem  mortos, e realmente não estão. Pois a morte não existe.
- Se morri, porque tenho o mesmo corpo físico, perguntam?
 - Onde está o céu...o inferno de que tanto me falavam?
-Onde está Deus...afinal sempre fui religioso...sempre freqüentei a igreja...quantas missas assisti.!
   -Se não morri, onde estou? Será um sonho? Um pesadelo? -Se não morri, exijo que  meus direitos sejam respeitados, afinal, eu sou  uma pessoa importante, tenho bons relacionamentos...
São horas, dias, meses...muitos passam anos neste tormento.
E quando entendem o que aconteceu  muitos não aceitam sua nova condição.
-Sou Jovem, tinha uma vida inteira pela frente. Não podia ter acontecido isso comigo.
-E eu! Trabalhei tanto para construir meu patrimônio, agora que poderia colher os frutos do meu trabalho...outros, usufruirão do dinheiro que economizei.    
Não entendem que não somos donos de nada. A nossa vida, não nos pertence. Tudo que temos nos foi emprestado e pode ser tirado a qualquer momento. Por isso, temos que fazer bom uso dos bens que nos foi confiado por que um dia teremos que prestar contas a quem confiou em nós.
Disse Jesus: “ Orai e Vigiai porque não sabeis o dia nem a hora”.
Percebemos que nem todos que adentram ao mundo espiritual estão preparados para ganhar a liberdade.
Ninguém muda de caráter, ninguém muda de personalidade após a noite do túmulo.
Se não nos desvencilharmos das amarras do egoísmo, do ódio, da ganância, do orgulho das paixões desenfreadas ainda no corpo físico, dificilmente teremos paz no mundo espiritual.
Só aquele que entendeu o recado do Mestre, que viemos a este mundo para servir e não para sermos servidos.   Só aquele que amou a todos sem distinção de raça, cor, religião, situação sócio econômica, que viu em cada irmão que cruzou o seu caminho, a imagem e semelhança do Cristo; este sim, está preparado para o vôo da liberdade. Este sim, está preparado para voar ao encontro de Deus.
Sabino Rodrigues   



"A SOCIEDADE HUMANA"

A sociedade humana pode ser comparada a imensa floresta de criações mentais, onde cada espírito, em processo de evolução e acrisolamento, encontra os reflexos de si mesmo.
Aí dentro os princípios de ação e reação funciona exatos.
As pátrias, grandes matrizes do progresso, constituem notáveis fulcros da civilização ou expressivos redutos de trabalho, em que vastos grupos de almas se demoram no serviço de autoeducação, mediante o serviço à comunidade, emigrando, muita vez, de um país para outro, conforme se lhes faça precisa essa ou aquela aquisição nas linhas da experiência.
O lar coletivo, definindo afinidades radicais e interesses do clã, é o conjunto das emoções e dos pensamentos daqueles que o povoam.
Entre as fronteiras vibratórias que o definem, por intermédio dos breves aprendizados “berço-túmulo”, que denominamos existências terrestres, transfere-se a alma de posição, conforme os reflexos que haja lançado de si mesma e conforme aqueles que haja assimilado do ambiente em que estagiou.
Atingida a época da aferição dos próprios valores, quando a morte física determina a extinção da força vital corpórea, emprestada ao espírito para a sua excursão de desenvolvimento e serviço, reajuste ou elevação, na esfera da carne, colhemos os resultados de nossa conduta e, bastas vezes, é preciso recomeçar o trabalho para regenerar atitudes e purificar sentimentos, na reconstrução de nossos destinos.
Dessa forma, os corações que hoje oprimem o próximo, a se prevalecerem da galeria social em que se acastelam, na ilusória supremacia do ouro, voltam amanhã ao terreno torturado da carência e do infortúnio, recolhendo, em impactos diretos, os raios de sofrimento que semearam no solo das necessidades alheias,.
E se as vítimas e os verdugos não souberem exercer largamente o perdão recíproco, encontramos no mundo social verdadeiro círculo vicioso em que se entrechocam, constantemente, as ondas da vingança e do ódio, da dissensão e do crime, assegurando clima favorável aos processos da delinqüência.
Sociedades que ontem escravizaram o braço humano são hoje obrigadas a afagar, por filhos do próprio seio, aqueles que elas furtaram à terra em que se lhes situava o degrau evolutivo.
Hordas invasoras que talam os campos de povos humildes e inermes, neles renascem como rebentos do chão conquistado, garantindo o refazimento das instituições que feriram ou depredaram.
Agrupamentos separatistas, que humilham irmãos de cor, voltam na pigmentação que detestam, arrecadando a compensação das próprias obras.
Citadinos aristocratas, insensíveis aos problemas da classe obscura, depois de respirarem o conforto de avenidas suntuosos costumam renascer em bairros atormentados e anônimos, bebendo no cálice do pauperismo os reflexos da crueldade risonha com que assistiram, noutro tempo, à dor e à dificuldade dos filhos do sofrimento.
Em todas as épocas, a sociedade humana é o filtro gigantesco do espírito, em que as almas, nos fios da experiência, na abastança ou na miséria, na direção ou na subalternidade, colhem os frutos da plantação que lhes é própria, retardando o passo na planície vulgar ou acelerando-o para os cimos da vida, em obediência da evolução.


Pelo Espírito Emmanuel - Do livro: Pensamento e Vida, Médium: Francisco Cândido Xavier

𝗖𝗢𝗠𝗢 𝗢𝗦 𝗥𝗘𝗟𝗔𝗖𝗜𝗢𝗡𝗔𝗠𝗘𝗡𝗧𝗢𝗦 𝗙𝗜𝗖𝗔𝗠 𝗔𝗧𝗥𝗘𝗟𝗔𝗗𝗢𝗦 𝗡𝗔𝗦 𝗥𝗘𝗘𝗡𝗖𝗔𝗥𝗡𝗔𝗖̧𝗢̃𝗘𝗦.

Os ajustes dos relacionamentos problemáticos de outras existências. Pelas reencarnações os espíritos têm a oportunidade de reestabelecer os ...