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segunda-feira, 8 de maio de 2017

“ALMAS ANTIGAS”

O intuito deste artigo não é tentar excluir certos grupos de pessoas  ou apelar para um certo tipo de público. O intuito desse artigo é proporcionar conforto e uma sensação de alívio para as pessoas que ficam intimidadas, que são rotuladas e julgadas por não se encaixarem ao resto da sociedade.
Algumas pessoas são apenas almas antigas e precisam ser aceitas como tal. Se você é uma das pessoas que muitas vezes é  chamada de louco(a) por acharem estranho o fato de  que você poder sentir a energia das pessoas, ou o veem como um eremita por você sempre sentir a necessidade de ter um tempo sozinho, ou um ‘esquisito’ por acreditar em coisas alternativas; a melhor coisa que você pode fazer é continuar sendo fiel a si mesmo.
Ser uma alma antiga tentando se adequar a uma sociedade que é  espiritualmente vazia, só vai lhe causar dor e sofrimento. Não deixe que pressões externas te  induzam a trair suas paixões, desejos e estado natural de ser.
Aqui estão 5 coisas que só almas velhas vão entender:
1) A necessidade de reclusão e isolamento:
Toda alma velha sabe a extrema importância de tomar o tempo longe da vida, as pessoas, e obrigação e passar o tempo sozinho em isolamento. A vida pode ser esmagadora, por vezes, e as energias de outras pessoas podem ser desgastantes. Gastar tempo sozinho na natureza, ou sentado sozinho em um banco do parque, ou passar o dia todo no seu quarto são coisas que, muitas vezes,  se tornarão necessárias para a sua saúde espiritual.
Algumas pessoas podem achá-lo um eremita ou dizer que você é um antissocial, mas  só você só sabe o valor de passar um tempo sozinho para sua desintoxicação, reflexão  e cuidado consigo mesmo.
2) O desejo de crescimento:
Mais que  estar feliz e confortável, você quer viver uma vida que estimule o seu crescimento e expansão. Você valoriza o crescimento e experiência tanto que você está disposto a ir em frente, mesmo através da dor, do sofrimento e depressão, a fim de aprender mais sobre si mesmo.
Você assume riscos e quer ir em aventuras que outras pessoas podem achar  insensatas, mas optar sempre pelo seguro é muito chato para você. No final de sua jornada aqui na terra, você gostaria de ter experimentado uma vida cheia de altos e baixos, sofrimento e alegria, e aventuras surpreendentes ao contrário de ter experimentado uma vida pacata e sem desafios.
3) Ser altamente observacional e intuitiva:
Desde tenra idade, você tem sido capaz de obter uma boa leitura sobre as pessoas. Só por  ver alguém interagir por apenas alguns minutos, você já é capaz de identificar as características que a pessoa teria, o estilo de vida que vivem, etc.É quase como se você tivesse um software que te permite olhar ao redor e fazer download das informações sobre outras almas. Isto é porque você já viu o arquétipo dessa pessoa antes em uma vida passada e está familiarizado com o comportamento geral e psicologia desse arquétipo. Você tem interagido com milhares de pessoas em todo o curso de sua história, então não há realmente nenhum arquétipo com o qual você não tenha interagido ainda.
Isso não significa que você é crítico, significa apenas que você está em estado observacional. Você pode encontrar-se em festas ou reuniões sociais, olhar ao redor de vez em quando e verificar as coisas. Observando como  as pessoas interagem, observando as trocas de energia que estão ocorrendo durante a conversa. Você pode até se sentir mais confortável como um observador distante do que como participante. Isso é natural para você.
Ter a capacidade de obter uma boa leitura sobre as pessoas também lhe confere uma boa detecção de mentiras. Quando alguém está mentindo para você, você sabe disso. Você percebe a dissociação em seus olhos, a mudança em seu campo de energia, a mudança na maneira de pronunciar as palavras. Você já passou por este lugar muitas vezes antes, então você não é socialmente ingênuo, mesmo que você não tenha  muita interação social nesta vida. Você sempre foi difícil de manipular porque você pode ver as verdadeiras intenções e desejos de outras pessoas. Você é apenas bom em sentir as pessoas intuitivamente.
Algumas pessoas podem achar que você tem um parafuso a menos,  mas isso vêm naturalmente para você pelos  próprios pensamentos e energias de outras pessoas.
4) A rejeição por qualquer coisa “mainstream”:
A Música atual, para você, é sem coração, sem paixão. A grande mídia está poluída, tendenciosa, e enganosa. O estilo de vida corrente principal é seco, chato e decepcionante. Por sentir assim, você costuma adotar formas “alternativas” de pensar e de viver que pode ser visto com curiosidade e estranheza por outras pessoas.
Pessoalmente, eu ouço muito metal atmosférico e post-rock porque ele me oferece o que eu desejo receber da música espiritual e existencialmente. Eu não suporto o rádio. Lembro-me de algumas pessoas perguntando a música que eu gostava e quando eu respondia eles rebatiam:  “isso não é  música”. Eu tenho certeza que eu não estou sozinho em me sentir excluído por admitir e assumir  minhas  crenças alternativas, gostos e preferências.
5) A apreciação da viagem:
Você aprendeu a confiar e apreciar a viagem. Você não está tentando ser “profundo“, você simplesmente não pode deixar de ser arrebatado(a), por vezes, com sentimentos intensos de gratidão e humildade.
Você compreende que a vida é impermanente e não toma nada como garantido. Outros ao seu redor não entendem por que você gosta de passar tanto tempo em contato com a natureza, por que você medita com tanta frequência, ou porque você olha para as estrelas o tempo todo, mas isso é porque eles estão demasiado distraídos com assuntos mundanos para enxergarem a imensidão.
Se você se identifica com qualquer uma ou todas estas 5 coisas acima, então você pode ter certeza que você está bem além dos seus anos, ou você tem vivido uma vida ou duas neste planeta no passado. A grande maioria da população humana não compreende estas 5 coisas, e realmente tem prazer em ridicularizar aqueles que não parecem se encaixar.
Você não está sendo louco, esquisito, ou ”de um parafuso a menos”. Sua alma está apenas conectada a uma maneira diferente. Não deixe ninguém lhe dizer que você precisa mudar para se adequar às expectativas do mundo ao seu redor. O mundo não precisa de mais cópias de carbono. Ele precisa de mais indivíduos seguindo todas as coisas que fazem suas almas voltarem à vida!

Fonte: Spirit Science and Metaphysics – Traduzido e Adaptado por: Equipe de O Segredo

“ESPIRITISMO E TRAIÇÃO”

Como já é de se esperar, a traição é extremamente negativa, tanto para a pessoa que trai mas também por quem é traído. A traição é a essência da quebra de confiança entre duas pessoas. Mas o que tem a ver a traição e o espiritismo? Vamos mostrar alguns exemplos das consequências desses atos.
Antes de tudo é preciso esclarecer que existem diversas formas de traição. É possível trair um marido ou uma esposa, uma namorada, um pai, um filho ou até mesmo um colega de trabalho. Como falamos acima, a traição é a quebra de confiança entre duas pessoas, ou até entre um grupo de pessoas, no caso de um ambiente familiar ou de trabalho. Para este texto, vamos ficar somente no caso da infidelidade conjugal.
Normalmente a pessoa que traí o conjugue considera esse ato um pequeno deslize, um tropeço, mas é muito difícil para a pessoa traída superar este acontecimento.
O Espiritismo, através da literatura, nos apresenta vários de casos de traição que ocasionaram grandes tragédias, perseguições além-túmulo que perduram por muito tempo.
Talvez nenhum ato gere tanto sofrimento quanto a traição. Sei que pode haver traição em qualquer relação; Judas traiu Jesus, Dalila traiu Sansão, Brutus traiu César, Silvério traiu Tiradentes, Hitler traiu Stalin.
Mas eu me refiro à traição conjugal, à quebra de confiança entre duas pessoas que se relacionam amorosamente. Não sei se há maior motivo de mágoa e rancor do que o sentimento gerado pela traição. Vários gêneros musicais retratam a traição; o tango e a música sertaneja são exemplos. Há pessoas que se notabilizam por traírem ou serem traídos.
A traição abala estruturas emocionais frágeis. É um ato que atinge vários pontos fracos de uma vez só. O orgulho ferido, o amor-próprio despedaçado, o sentimento de posse desrespeitado, o sentimento desconsiderado, a decepção com alguém importante e, provavelmente, amado.
Conheci dezenas de casos de traição. Todos eles dolorosos. Poucos os traídos que superam a situação com facilidade, sem dar ao caso mais importância do que realmente tem. Porque se analisarmos friamente, o que mais gera dor é o orgulho, o sentimento de posse e a crença na própria importância.
Quando nos relacionamos seriamente ou nos casamos, nos sentimos de posse da pessoa amada. Queremos seus passos sob controle. Mesmo nas relações onde reina a confiança mútua e onde há mais liberdade, há códigos de proibições. Tem aquelas coisas, lugares, pessoas ou atividades que são proibidas de comum acordo. Uma dessas coisas, quase sempre, é o sexo fora da relação. É proibido. A cultura milenar monogâmica não admite a possibilidade de que uma pessoa estranha à relação possa se envolver, mesmo que só sexualmente, com um dos cônjuges.
Recebo relatos de pessoas que traíram ou foram traídas. Pedem conselhos, orientações. O que dizer, que já não seja dito para todo mundo? Perdoar, pedir perdão, orar, aprender com o erro e não repeti-lo. Não há orientação que resolva os conflitos gerados pela traição. Mesmo que haja o perdão, é difícil manter a relação. Como recobrar a confiança? Como não lembrar?
A traição conjugal deixa claro nossa condição moral precária, nosso acanhamento espiritual. Perdoar é conceder nova chance. Se a distância ou a separação for uma condição para o perdão, talvez não seja perdão verdadeiro…
A traição é um erro dos mais graves e deve ser evitada a qualquer custo. O preço de alguns momentos de prazer (que talvez nem sejam compensadores) é muito alto. É dor para quem trai, para quem é traído e para as demais pessoas envolvidas. No caso de adultério entre pessoas casadas, são famílias inteiras pagando o preço de uma irresponsabilidade nascida de um desejo carnal… Sem contar as consequências futuras. É muito provável que a traição deixe sequelas a serem sanadas depois do desencarne.
A dor da traição é tão forte nas pessoas que ela pode perdurar mais de uma encarnação, gerando prejuízos de longo alcance. A literatura espírita está repleta de casos sobre o assunto, quando a dor e o prejuízo da traição ultrapassa a vida do infiel e impacta sua vida, e a da pessoa que foi traída, nas encarnações que estão por vir.
A chave para superar uma traição é o perdão, seja ele sucedido por uma nova chance ou pelo fim da relação. Perdoar é o primeiro passo para superar e seguir em frente.
Morel Felipe Wilkon-Espírito Imortal             


“QUEM FOI MARIA DE MAGDALA, OU MARIA MADALENA? DISCÍPULA OU ESPOSA DE JESUS. ?UMA OUTRA HISTÓRIA.”

Maria Madalena, de todas as personagens Bíblicas, talvez seja aquela personagem mais deturpada, encoberta por inverdades divulgadas ao longo dos séculos pela Igreja, pelos textos Bíblicos e por errôneas interpretações. Paralelamente às inverdades, uma outra história tem sido contada de modo sublinear pela arte ao longo de dois mil anos de história Cristã e, também, pelos textos apócrifos.
Recentemente, o livro O Código Da Vinci, de Dan Brown, percorreu o mundo, sendo lido por milhões de pessoas. Em meio a uma história de suspense, o autor insere algumas das verdades, que ao longo do tempo, estavam sendo ocultas. Dan Brown nos chama a observar o quadro da Santa Ceia, de Leonardo da Vinci, onde transparece que uma das imagens dos apóstolos apresenta traços femininos, estando com a mesma cor da roupa de Jesus e interligada a Ele por um grande M formado pela postura física dos dois na pintura, em face da cor vermelha. Segundo a interpretação do autor de O Código Da Vinci, os dois símbolos, a letra M e a cor vermelha, indicariam ser Maria Madalena a personagem ao lado de Jesus.
Vejamos, a seguir, a imagem da Santa Ceia pintada por Leonardo Da Vinci, no ano aproximado de 1495, na Igreja Santa Maria Delle Grazie, em Milão, onde aparece nitidamente o formatado de um M, seguindo-se os contornos da cor vermelha nas roupas de Jesus e de Maria Madalena.
Em sendo esta a interpretação correta, o que Da Vinci pretendia com a mensagem sublinear? Da Vinci, ao que se sabe, pertencia ao Priorado de Sião, sociedade secreta fundada em Jerusalém no ano em 1099 pelo rei Godofredo de Bouillon, com o objetivo de guardar um segredo mantido por sua família desde há época de Jesus. E para ajudar na manutenção e proteção desse segredo foi criada a Ordem dos Cavaleiros Templários. O segredo que se queria, a todo custo resguardar, dizia respeito ao Santo Graal. Da Vinci, de forma oculta na arte, guardou o segredo, mas legando ao futuro a sua descoberta.
O Priorado de Sião, conhecido também como Monastério do Sinai, segundo alguns pesquisadores históricos, constituiu-se em uma sociedade secreta, relacionada à Maçonaria e aos Rosacruzes, criada para proteger a linhagem divina. Além de Da Vinci, participaram dessa sociedade secreta personagens históricos e escritores importantes, tais como, Isaac Newton e Victor Hugo.
Existe uma corrente imensa de pesquisadores que admitem que Jesus e Maria Madalena foram casados e deste casamento pode ter nascido uma filha, que seria a descendência real, o sangue real, o Santo Graal, e que Maria Madalena com sua filha, chamada Sara, foram viver na França. Esse seria o grande segredo, a versão da história guardada há milênios, ou melhor, história que se julgava devidamente sucumbida a partir do Concílio de Nicéia, ocorrido no ano de 327 depois de Cristo.  O Pintor George de la Tour, que viveu nos anos 1593-1652, pintou Maria Madalena grávida, conforme se pode ver na reprodução do quadro a seguir:
Com a descoberta, por volta de 1896 em um mosteiro egípcio, do Evangelho segundo Maria Madalena, descobriu-se uma verdade incontestável: Maria Madalena, muito mais do que está dito na Bíblia, foi, verdadeiramente, uma discípula de Jesus, e, segundo diversos historiadores, o discípulo mais próximo do Mestre, de seus ensinamentos espirituais. Estes ensinamentos estavam inteiramente ligados à espiritualidade interior, sendo o verdadeiro caminho para a evolução espiritual, como vemos no trecho a seguir do Evangelho, segundo Maria Madalena, em que Jesus disse: 
" Todas as espécies, todas as formações, todas as criaturas estão unidas, elas dependem umas das outras, e se separarão novamente em sua própria origem. Pois a essência da matéria somente se separará de novo em sua própria essência. Quem tem ouvidos para ouvir que ouça." 
Unidos estamos todos nós, formando a essência da vida e com Deus dentro de cada um, por isso o caminho é mergulhar em nosso interior, achar a direção de nossa evolução, encontrar o Deus que habita em nós. Na passagem seguinte do Evangelho de Maria Madalena, essa mensagem de Jesus está cristalina, destacando ainda que Ele não deixou normas, pedindo tão somente que levassem em conta o que ele "mostrou" na sua prática de amor incondicional. 
Quando o Filho de Deus assim falou, saudou a todos dizendo: "A Paz esteja convosco. Recebei minha paz. Tomai cuidado para que ninguém vos afaste do caminho, dizendo: 'Por aqui' ou 'Por lá', Pois o Filho do Homem está dentro de vós. Segui-o. Quem o procurar, o encontrará. Prossegui agora, então, pregai o Evangelho do Reino. Não estabeleçais outras regras, além das que vos mostrei, e não instituais como legislador, senão sereis cerceados por elas." Após dizer tudo isto partiu. 
O Evangelho, segundo Tomé, descoberto em 1945, tratou exatamente do mesmo enfoque encontrado no Evangelho de Maria Madalena. Vemos este aspecto no trecho a seguir, escolhido do artigo publicado na revista Super Interessante, na edição de dezembro de 2004: 
O Evangelho de Tomé e outros apócrifos falam ao coração de um continente que não pára de crescer nos tempos atuais: os ávidos por espiritualidade, mas desconfiados da religião. 
Segundo Tomé, neste Evangelho, considerado apócrifo:
O reino está dentro de vós e também em vosso exterior. Quando conseguirdes conhecer a vós mesmos, sereis conhecidos e compreendereis que sóis os filhos do Pai vivo. Mas se não vos conhecerdes, vivereis na pobreza e sereis a pobreza. 
O Evangelho de Maria Madalena apresenta ensinamentos de Jesus, que não foram passados para os outros discípulos ou não compreendidos por eles na fala do Mestre. Que o reino de Deus está dentro de cada pessoa e que é necessário se manter em equilíbrio para não atrair doenças e a morte física. Visão esta plenamente aceita atualmente pela medicina alternativa em todas as correntes. A cura de doenças pela medicina alternativa tem sido realizada através da recomposição do equilíbrio energético. Nas passagens, a seguir, do Evangelho de Maria Madalena, podemos ver essa visão espiritualista de forma inequívoca: 
Pedro lhe disse: “Já que nos explicaste tudo, dize-nos isso também: o que é o pecado do mundo?" Jesus disse: "Não há pecado; sois vós que os criais, quando fazeis coisas da mesma espécie que o adultério, que é chamado 'pecado'. Por isso Deus Pai veio para o meio de vós, para a essência de cada espécie, para conduzi-la a sua origem”. Em seguida disse: "Por isso adoeceis e morreis [...]. Aquele que compreende minhas palavras, que as coloque em prática. A matéria produziu uma paixão sem igual, que se originou de algo contrário à Natureza Divina. A partir daí, todo o corpo se desequilibra. Essa é a razão por que vos digo: tende coragem, e se estiverdes desanimados, procurais força das diferentes manifestações da natureza. Quem tem ouvidos para ouvir que ouça”. 
Nos Evangelhos de Maria Madalena e de Felipe, encontra-se a nítida valorização da mulher, pois em ambos se vê que Jesus fazia revelações privilegiadas a Maria Madalena por ser ela quem mais estava em sintonia com os ensinamentos do Mestre. Mas, a ligação de Jesus e Maria Madalena ia mais além, como se lê no Evangelho de Felipe, no seguinte trecho:
E a companheira do Salvador é Maria Madalena. Cristo amava-a mais do que a todos os discípulos e costumava beijá-la com freqüência na boca. O resto dos discípulos ofendia-se com isso e expressava sua desaprovação. Diziam a ele: Porque tu amas mais do que a nós todos?
Em 1891, um fato veio acender ainda mais as questões envolvendo Maria Madalena. Quando da reforma de uma igreja no sul da França, em Rennes-le-Château, o padre Bérenger Saunière teria encontrado um tesouro, segundo se soube, trazido da Terra Santa e guardado pelos Cavaleiros Templários. Este segredo comprovaria a existência de descendentes diretos de Jesus, ou seja, da linhagem sagrada.
Sabe-se pelos textos apócrifos, que depois da morte de Jesus, os outros discípulos não desejavam ver uma mulher no comando do grupo, o que naturalmente estava acontecendo pelo enorme conhecimento espiritual de Madalena. Pedro por diversas vezes contestava e se atritava com Madalena, pois temia que ela definitivamente se tornasse líder do grupo. A partir dessa luta de poder relativo à liderança do cristianismo e pelo fato de uma mulher contemplar mais conhecimentos que todos os discípulos, foi forjada a história da prostituta, que todos nós, lamentavelmente, conhecemos. 
Um dos livros que inspiraram o autor de O Código Da Vinci foi Maria Madalena e o Santo Graal, da autora Margaret Starbird. Este livro é um de tantos outros que apresentam a ligação do Santo Graal com Maria Madalena e a descendência de Jesus. Margaret Starbird, querendo contestar outros autores sobre a heresia do Graal, que dizia ter sido Jesus casado com Maria Madalena, mergulhou na história européia, nos rituais maçônicos, na arte medieval, no simbolismo, na psicologia, na mitologia e na religião (judaica e cristã). Contudo, acabou, de modo surpreendente, encontrando rastros de enorme evidência de tudo ter sido verdade, oculto e guardado sob várias formas, sobretudo na arte. Todas as evidências levaram a autora concluir que Jesus e Maria Madalena foram realmente casados e que tal casamento ocorreu de modo escondido, pois estavam sendo unidas as famílias de David, filhos de Jessé (Jesus) e de Jônatas, filho de Saul (Maria Madalena). Stargird, no livro citado, p. 24, escreve: 
O casamento foi realizado na casa de Simão, o leproso. Somente alguns amigos íntimos e suas famílias foram convidados. Era necessário manter o fato em segredo para que Herodes Antipas não descobrisse que uma herdeira de Benjamim unira-se em matrimônio a um filho da casa de Davi. 
Daí a confusão que sempre fizeram os discípulos ao ver Madalena tratar Jesus, em público, com carinhos físicos, o que seria inaceitável para uma mulher naquela época, a não ser que ela fosse casada e tivesse tratando assim o seu marido.  Outro importante argumento em prol de ter sido Jesus casado está no livro O Código Da Vinci, página 262: 
Porque Jesus era Judeu (...) e o decoro social daquela época praticamente proibia que um judeu fosse solteiro. De acordo com os costumes judaicos, o celibato era proibido e a obrigação de um pai judeu era encontrar uma esposa adequada para o seu filho. Se Jesus não fosse casado, pelo menos um dos evangelhos da Bíblia teria mencionado isso e dado alguma explicação para o fato de ele ter ficado solteiro. 
Esse casamento representou grande importância dinástica, pondo em risco o governo da época, pois o poder político de Jesus passaria inevitavelmente a incomodar. Este fato pode muito bem ser deduzido pelo tipo de morte sofrida por Jesus, pois a crucificação ocorria para quem fosse insurreto, no caso contra o governo, mas principalmente pela sua dinastia. Tanto assim, que Madalena, precisou fugir para não ser morta, indo se exilar na França.   
No livro O Santo Graal e a Linhagem Sagrada, dos autores Michael Baigent, Richard Leigh Henry Lincoln, o assunto Maria Madalena e seu casamento com Jesus aparece de forma enfática. Sobre o casamento, citamos a passagem encontrada na página 286: 
Se Jesus foi realmente casado com Madalena, poderia tal casamento ter servido a algum propósito? Em outras palavras, poderia ele ter significado algo mais que um casamento convencional? Poderia ter sido uma aliança dinástica de algum tipo, com repercussões e implicações políticas? Em suma, poderia uma estirpe resultante desse casamento ter garantido o nome de “sangue real”? 
Somente o casamento dos dois poderia explicar a presença de Madalena nas viagens de Jesus. No mesmo livro, página 276, lemos: 
O papel desta mulher é singularmente ambíguo nos quatro Evangelhos e parece ter sido deliberadamente obscurecido(...) Na palestina do tempo de Jesus seria impossível que uma mulher não casada viajasse desacompanhada. Mais impensadamente ainda seria viajar desacompanhada e junto com um mestre religioso e seu círculo. Várias tradições parecem ter tomado conhecimento deste fato potencialmente embaraçoso. Pretende-se em alguns casos que Madalena tenha sido casada com um dos discípulos de Jesus. Se este era o caso, entretanto, seu relacionamento especial com Jesus e sua proximidade a ele os teriam tornado ambos sujeitos a suspeitas, se não acusações de adultério.  
É certo que Madalena se apresenta em especial importância na história de Jesus, na história do Cristianismo, como podemos ver no mesmo livro, página 277: 
É evidente que Madalena, no final da carreira de Jesus, tinha se tornando um personagem de imensa importância. Nos três Evangelhos sinópticos, seu nome encabeça consideravelmente a lista mulheres que seguiam Jesus (...) Ela é a primeira testemunha da tumba vazia após a crucificação. Para revelar a ressurreição, Jesus escolheu Madalena entre todos os seus devotos. 
Se por um lado os discípulos masculinos ficaram escondidos, com medo, quando da crucificação de Jesus, Maria Madalena se manteve presente, assistindo, sofrendo, o tempo todo, conforme mencionado nos Evangelhos de Mateus, Marcos e João. Os autores do livro O Santo Graal e a Linhagem Sagrada tecem um importante comentário sobre a validade dos Evangelhos apócrifos, que no trecho a seguir escolhidos (página 323), eles os denominam de Gnósticos: 
À luz dos manuscritos Nag Hammadi, a possibilidade de uma linhagem sanguínea descendente de Jesus nos pareceu mais plausível. Alguns dos chamados Evangelhos Gnósticos eram potencialmente tão verdadeiros e autênticos quanto os livros do Novo Testamento. Como conseqüência, os fatos que eles, explícita ou implicitamente, testemunham – um substituto na cruz, uma disputa entre Pedro e Madalena, um casamento entre Madalena e Jesus, o nascimento de um “filho do Filho do homem” – não poderiam ser desprezados, por mais controvertidos que fossem. Estávamos lidando com história, não com teologia. E a história, no tempo de Jesus, não era menos complexa, multifacetada e orientada para o pragmatismo do que é hoje. 
Inegável se apresenta a ligação especial de Jesus com Maria Madalena. No tempo em que vivemos não cabe mais falar em Madalena como prostituta. No século VI, o Papa retirou o título de penitente dado indevidamente à Maria Madalena, mas isso é pouco para resgatar a grande importância de Madalena no advento de Cristianismo. Além do indevido título de prostituta, tentaram destruir o Evangelho de Madalena, pois nele continha o importante ensinamento transmitido por Jesus de que o caminho não está em seguir esta ou aquela estrada, quiçá esta ou aquela religião, mas na busca interior, na evolução interior a caminho do Deus que habita em todos nós. Mais que rotular indevidamente Madalena, sucumbiram o verdadeiro Cristianismo, aquele praticado por Jesus, que não criou nenhuma religião, nem pregava ou vivia em igrejas, mas praticava, verdadeiramente, o mais puro amor, a mais bela espiritualidade e como Ele mesmo disse:"Não estabeleçais outras regras, além das que vos mostrei, e não instituais como legislador, senão sereis cerceados por elas." 
Se não há prova contundente de que Maria Madalena fora casada com Jesus, certo é que ambos estiveram ligados por um amor especial, espiritual raro. Por informações canalizadas, sabemos que Jesus e Maria Madalena são almas gêmeas, e que, na Palestina, encarnaram para viver e ajudar mutuamente na implantação do cristianismo. No livro A Gruta do Sol, da autora Marisa Varela, auxiliada por mestres de luz, a ligação espiritual de Jesus e Maria Madalena aparece translúcida. Numa das festividades do Sexto Raio, puderam ser vistos os dois juntos, na seguinte passagem (páginas 144/145): 
Seja lá o que o homem do passado, a Igreja e as religiões tenham escondido sobre a personagem Maria Madalena, a sua importância na implantação do Cristianismo foi extremamente vital, ela veio para ajudar Jesus e sua ligação com o Mestre dos Mestres está condignamente reconhecida naturalmente nas esferas espirituais. Aqui na Terra, os artistas do passado conservaram, esconderam (mostrando) a verdade e no tempo em que vivemos, no alvorecer da Nova Era, a verdade se abre, desfralda o seu leque, deixando em letras garrafais a inegável verdade. Já não é apenas questão de ter olhos para ver, trata-se de evidências tão incontestáveis que a verdade está se impondo a todos, queiramos ou não.
Moacir Sader.     Forum Espírita
Livros e revistas pesquisados e citados no artigo acima:

1) Brown, Dan, O Código Da Vinci. Editora Sextante. Rio de Janeiro.2004.
2) Starbird, Margaret. Maria Madalena e o Santo Graal. Editora Sextante. Rio de Janeiro. 2004
3) Baigente, Michael; Leigh, Ricahard; Lincoln, Henry. O Santo Graal e Linhagem Sagrada. 2 ed. Editora Nova Froteira. Rio de Janeiro. 1993.
4) Varela, Marisa. A Gruta do Sol.8 ed. Editora Missão Orion. Rio de Janeiro. 1996.
5) Revista Super Interessante: O Código Da Vinci. Edição 205. Outubro 2004.
6) Revista Super Interessante: Jesus Proibido. Edição 207. Dezembro 2004.  
7) Evangelhos apócrifos segundo Maria Madalena, segundo Tomé e segundo Felipe.



domingo, 7 de maio de 2017

“A VIDA NO OUTRO MUNDO”

Em A Vida no Outro Mundo, seu autor, Cairbar Schutel, combate a ideia de que nada existe após a morte e que se o Espírito não é imortal, (…) a vida é uma farsa que começa no berço e se acaba no túmulo. Como vimos anteriormente, os Espíritos levam consigo, para o Além-Túmulo, as qualidades boas ou más, todos os vícios e costumes e todos os conhecimentos e aptidões.
Os criminosos veem-se mergulhados em profundas trevas e só ouvem os lamentos de suas vítimas. Os suicidas só têm, na mente, o seu ato tresloucado. Allan Kardec, na Revista Espírita de maio de 1862, no capítulo intitulado Uma Paixão de Além-Túmulo, reporta-se ao suicídio, por amor, de um garoto de 12 anos de idade. Perguntado sobre sua situação, o jovem responde:
(. . .) Meu corpo lá estava inerte e frio e eu planava em volta dele; chorava lágrimas quentes. Vocês se admiram das lágrimas de uma alma. Oh! Como são quentes e escaldantes! Sim, eu chorava, porque acabava de reconhecer a enormidade de meu erro e a grandeza de Deus!. . . Entretanto, não tinha certeza de minha morte; pensava que meus olhos se fossem abrir . . .
O sofrimento dos Espíritos desencarnados é proporcional ao tipo de vida que levaram e ao maior ou menor apego que tenham à vida material. Durante a crise da morte, eles lutam para reter a vida corporal que lhes foge, e esse sentimento se prolongará por muito tempo. Aqueles muito ligados à vida material erram pelas vizinhanças do lar e do local do trabalho; julgam-se ainda vivos e pretendem participar dos negócios de que se ocupavam quando encarnados. Os viciados e libertinos continuam a sentir enorme ansiedade e procuram a convivência de devassos que lhes saciem os apetites sexuais e os vícios. O avarento fica em estado de angústia, por não poder impedir que os herdeiros esbanjem a fortuna amealhada durante a vida terrena.
Em Primeiras Impressões de Um Espírito, mensagem transmitida pelo Espírito Delphine de Girardin à médium Sra. Gostel na Sociedade Espírita de Paris, consta, dentro da sua perspectiva, o seguinte: Falarei da estranha mudança que se opera no Espírito após a libertação. Ele se evapora dos despojos que abandona, como uma chama se desprende do foco que a produziu; depois se dá uma grande perturbação e essa dúvida estranha: estou morto ou vivo?
A ausência das sensações primárias produzidas pelo corpo espanta e imobiliza, por assim dizer. Assim como um homem habituado a um fardo pesado, nossa alma, aliviada de repente, não sabe o que fazer de sua liberdade; depois o espaço infinito, as maravilhas sem número dos astros, sucedendo-se num ritmo harmonioso, os Espíritos solícitos, flutuando no ar e deslumbrantes de luz sutil que parece atravessá-los, o sentimento da libertação que inunda, de súbito, a necessidade de lançar-se também, no espaço como pássaros que querem treinar suas asas, tais são as primeiras impressões que todos nós sentimos. (Revista Espírita, de Allan Kardec, novembro de 1860, n° 11)
Temos informações, através de várias mensagens, que, no Além, assim como no Aquém, existem vagabundos, saltimbancos e fanfarrões. Existem, da mesma maneira, aqueles que se propõem a auxiliar os companheiros atrasados e, ainda, os que preferem trabalhar pelo seu próprio aprimoramento. Sócrates e Platão disso já tinham conhecimento e afirmavam:
A alma impura, nesse estado, encontra-se pesada, é novamente arrastada para o mundo visível, pelo horror do que é invisível e imaterial. Ela erra, segundo se diz, ao redor dos monumentos e dos túmulos, juntos dos quais foram vistos, às vezes fantasmas, como devem ser as imagens das almas que deixaram o corpo sem estar inteiramente puras, e que conservam alguma coisa de forma material, o que permite aos nossos olhos percebê-las.
Essas não são as almas dos bons, mas as dos maus, que são forçadas a errar nesses lugares, onde carregam as penas de sua vida passada, e onde continuam a errar, até que os apetites inerentes às suas respectivas formas materiais façam-nas devolver a um corpo. Então, elas retornam, sem dúvida aos mesmos costumes que, durante a vida anterior, eram de sua predileção. (O Evangelho Segundo o Espiritismo, de Allan Kardec)
Como Deus não se compraz com o sofrimento eterno de seus filhos, passada uma fase de depuração dos fluidos mais densos, sobrevêm ao Espírito o sono reparador a que estão sujeitos todos os recém-chegados ao Mundo Espiritual. Nesse momento, Espíritos amigos e familiares recolhem os recém-desencarnados e os levam para as diversas estações de repouso. Ao despertar desse sono que pode variar de horas a séculos, o Espírito desencarnado começa a perceber o que está em sua volta. Surpreende-se ao encontrar um ambiente muito semelhante ao da Terra. Por esse motivo, muitos pensam que ainda estão vivos.
E, só a partir de uma tomada de consciência da realidade em que se encontram, surgirão para eles novas oportunidades: estudos, tarefas, trabalho assistencial, tudo de acordo com o seu adiantamento espiritual, sua capacidade e suas necessidades. Comentando as palestras familiares que estabelece com o Além-Túmulo, Allan Kardec diz a respeito da desencarnação:
Extinguindo-se as forças vitais, o Espírito se desprende do corpo no momento em que cessa a vida orgânica. Mas separação não é brusca ou instantânea. Por vezes começa antes da cessação completa da vida; nem sempre é completada no instante da morte. Sabemos que entre o Espírito e o corpo existe um liame semi-material, que constitui o primeiro envoltório. Este liame não se quebra subitamente. E, enquanto subsiste, fica o Espírito num estado de perturbação comparável ao que acompanha o despertar.
(. . .) ao entrar no mundo dos Espíritos é acolhido pelos amigos que o vêm receber, como se voltasse de penosa viagem. Se a travessia foi feliz, isto é, se o tempo de exílio foi empregado de maneira proveitosa para si e o elevou na hierarquia do mundo dos Espíritos, eles o felicitam. Ali reencontra os conhecidos, mistura-se aos que o amam e com ele simpatizam, e então começa, para ele, verdadeiramente, a sua nova existência. (Revista Espírita, abril de 1959, no 4, de Allan Kardec)
Na erraticidade, o Espírito não adquire, imediatamente, o saber e a virtude; antes, conserva sua inteligência ou ignorância, idéias, concepções, ódios ou afeições. O que se abala com o desligamento do corpo é a memória, e a sua lucidez retornará segundo o nível moral do desencarnado e à medida que se apagam as impressões terrenas. Se o Espírito errante tem bons propósitos, ele progride nos aspectos intelectual, moral e espiritual, podendo trazer-nos, mais tarde, as notícias das Colônias Espirituais onde estagiou, uma vez que, enquanto recebe tratamento no corpo perispiritual, o Espírito desencarnado se instrui.
Devido à diversidade de nossos caracteres, — aptidões, sentimentos, vícios, virtudes e hábitos — as condições de vida no Além são de uma diversidade infinita, daí as diferenças no conteúdo das mensagens. Existem, também, Espíritos tão evoluídos e depurados (Espíritos puros ou perfeitos) sobre os quais a Terra não mais exerce atração. Estes habitam as regiões menos densas e só reencarnam para cumprir missões especiais, como aconteceu com Jesus, Buda e Confúcio, além de outros grandes missionários.
Todavia, há Espíritos que não se incorporam a nenhum movimento nobre; vivem na Terra da Liberdade que é uma região, segundo informam os Espíritos, próxima à crosta terrestre, onde os desencarnados se entregam a mais completa indisciplina. Cada um faz o que quer e age de acordo com o livre-arbítrio, sem quaisquer restrições morais. A tônica de suas vidas é a liberalidade. Muitas vezes, reencarnam sem passar por estágios nas Colônias de recuperação e sem analisarem as vidas anteriores. Nos Mundos Espirituais superiores, os Espíritos continuam a agir dentro do seu livre-arbítrio, porém de acordo com padrões morais elevados.
Segundo Allan Kardec, ao tratar dos Possessos de Morzine: Sendo a Terra um mundo inferior, isto é, pouco adiantado, resulta que a imensa maioria dos Espíritos que a povoam tanto no estado errante, quanto no de encarnados, deve compor-se de Espíritos imperfeitos, que fazem mais mal que bem. Daí a predominância do Mal na Terra.
Ora, sendo a Terra, ao mesmo tempo, um mundo de expiação, é o contato do Mal que torna os homens infelizes, pois se todos os homens fossem bons, todos seriam felizes. E’ um estado ainda não alcançado por nosso globo; e é para tal estado que Deus quer conduzi-lo. Todas as tribulações aqui experimentadas pelos homens de bem, quer da parte dos homens quer da dos Espíritos, são consequências deste estado de inferioridade. Poder-se-ia dizer que a Terra é a Botany-Bay dos mundos: aí se encontram a selvageria primitiva e a civilização, a criminalidade e a expiação. (Revista espírita, de Allan Kardec, n2 12, dezembro de 1862 )
Assim, o fundamental para nós é saber que a Terra nada mais é que um pálido reflexo do Mundo Espiritual e que ambos se encontram na mesma faixa vibratória. Allan Kardec, em mensagem transmitida, após a sua morte, na residência de Miss Anne Blackwell, em Paris, em 14 de setembro de 1869, confirma os ensinamentos que em vida recebeu dos Espíritos em palestras familiares: Sou tão feliz como nem podeis pensar, meus bons amigos, por vos encontrar reunidos. Estou entre vós, numa atmosfera simpática e benevolente, que agrada ao mesmo tempo o meu espírito e o meu coração. Há muito tempo que eu desejava ardentemente o estabelecimento de relações regulares entre a escola francesa e a escola americana.
(… ) O Espíritos conservam no Espaço suas simpatias e seus hábitos terrenos. Os Espíritos dos americanos mortos são ainda americanos, como os desencarnado que viveram na França são ainda franceses no Espaço. Daí as diferenças dos ensinos em alguns centros. Cada grupo de Espíritos, por sua própria natureza, por seu espírito nacional, apropria suas instruções ao caráter, ao gênio especial daqueles que o dirigem. (Revista Espírita, de Allan Kardec, na 6, junho de 1869)
Sendo assim, conclui-se que o processo da morte não é necessariamente doloroso, embora, muitas vezes, os que presenciem o desenlace de algum amigo ou parente observem a luta do moribundo para conservar o Espírito no corpo. Aos olhos físicos a impressão é de a pessoa estar sofrendo intensamente, mas essa se constitui, apenas, uma visão terrena, dos que ainda permanecem do lado de cá. A realidade é bem outra.

Fonte: Blog-Verdade e Luz

sábado, 6 de maio de 2017

"MEDIUNIDADE OU BRUXARIA-VISÃO ESPIRITA"

Uma menina de seis anos, que sofria de albinismo, foi encontrada morta e com seus membros cortados no Burundi , na África. Eis aí um caso de assassinato, segundo autoridade policial local, motivado por rituais de feitiçaria. Acredita-se que os órgãos das pessoas com essa desordem genética são usados para fazer poções mágicas, a fim de garantir a juventude, a riqueza e o poder às pessoas que nela creem. Estamos diante da condição, extremamente, primitiva do ser humano que cultua tais crenças.
Anja Ringgren Lovén, ativista dinamarquesa, foi a responsável por salvar Hope, um garotinho africano da Nigéria de dois anos que foi abandonado pela família sob o estigma de ser a encarnação de um “bruxo” (médium!). Depois de passar oito meses morando na rua, Hope foi resgatado por Ringgren e, aos poucos, recuperou-se de um avançado estado de desnutrição. A dinamarquesa fez um magnífico serviço de socorro, sem dúvida, mas analisemos a questão pelo ponto de vista do sortilégio tão temido por diversas família africanas.
Arrastadas de suas casas sem saber ao certo do que estavam sendo acusadas, as “bruxas” eram despidas e submetidas a um criterioso exame em busca das marcas de Satanás. Sardas, verrugas, um mamilo grande, olhos dessemelhantes ou azuis pálidos eram considerados sinais seguros de que a mulher, principal vítima da perseguição, travara contato com as forças do mal. Informada sobre as suspeitas que pesavam sobre ela, a mulher que resistisse às lágrimas ou murmurasse olhando para baixo, seguramente era uma seguidora dos espíritos malignos. Escaldadas em água com cal, suspensas pelos polegares com pesos nos tornozelos, sentadas com os pés sobre brasas ou resistindo ao peso das pedras colocadas sobre suas pernas, as rés não tardavam a gritar aos seus inquisidores que -“sim, era verdade”, que elas sacrificavam animais e criancinhas, evocavam demônios nas noites de lua cheia, e usavam ervas e feitiços para matar e trazer infelicidade aos inimigos.
Instaurada para identificar e punir os hereges e sua doutrina de oposição entre o bem do espírito e o mal do corpo, a inquisição foi oficializada em 1233, no papado de Gregório IX. Do momento em que a Igreja declarou que as antigas religiões pagãs eram uma ameaça hostil ao cristianismo, em 1320, até a última execução judicial, realizada em território polonês no final do século XVIII, milhares de pessoas, 80% mulheres, foram acusadas, investigadas e punidas com base em denúncias da vizinhança.
Na Idade Média, eram santos e santas, quando se afinavam à cartilha religiosa da época, ou então, feiticeiros e bruxas, recomendados à fogueira ou à forca, quando  não se ajustavam aos preconceitos do tempo em que nasceram. O Papa João XXII, em 1326, autorizou a perseguição às bruxas sob o disfarce de heresia. O Concílio de Basileia (1431-1449) apelava à supressão de todos os males que pareciam arruinar a Igreja. Em 1484 o Papa Inocêncio VIII promulgou a bula Summis desiderantes affectibus, confirmando a existência da bruxaria. No mesmo ano foi lançado o livro Malleus Maleficarum, pelos inquisidores Heinrich Kraemer e James Sprenger. Com 28 edições, esse volumoso manual se tornou uma espécie de bíblia da caça às bruxas. Contudo, Benedict Capzov, um fanático luterano, foi responsável pela morte de aproximadamente 20.000 “bruxas”, apoiando-se na “lei” do Êxodo (22,18); “Não deixarás viver a feiticeira”.
No Brasil, no mês de outubro de 1890, foi promulgado o Código Penal da República, que, maliciosamente, associa a prática do Espiritismo aos rituais de magia e adivinhações. O texto dizia o seguinte, no Artigo 157: “É crime praticar o Espiritismo, a magia e seus sortilégios, usar de talismãs e cartomancia (…), inculcar curas de moléstias (…) e subjugar a credulidade pública. Pena: prisão celular de 1 a 6 meses e multa de 100 a 500 $;. Os espíritas reclamaram com Campos Sales, Ministro da Justiça da época, mas nada adiantou. O relator do Código, João Batista Pinheiro, limitou-se a dizer que o texto se referia à prática do “baixo” Espiritismo, como se existissem dois Espiritismos.
Na verdade, os republicanos utilizaram os espíritas como bodes expiatórios para diminuir a oposição católica ao novo regime, causada pelo desatrelamento entre a Igreja e o Estado. Como consequência do Código, vários companheiros foram presos em 1891, no Rio de Janeiro. Preocupado com possíveis focos de resistência ao regime, o Governo autorizou a polícia a invadir reuniões e residências à procura de opositores. Para evitar confusões, muitos centros decidiram fechar, temporariamente.
Paulo de Tarso escreveu aos coríntios, “Acerca dos dons espirituais, não quero, irmãos, que sejais ignorantes. Vós bem sabeis que éreis gentios, levados aos ídolos mudos, conforme éreis guiados. Portanto, vos quero fazer compreender que ninguém que fala pelo Espírito de Deus diz: Jesus é anátema, e ninguém pode dizer que Jesus é o Senhor senão pelo Espírito Santo.
Ora, há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo. E há diversidade de ministérios, mas o Senhor é o mesmo. E há diversidade de operações, mas é o mesmo Deus que opera tudo em todos. Mas a manifestação do Espírito é dada a cada um, para o que for útil. Porque a um pelo Espírito é dada a palavra da sabedoria; e a outro, pelo mesmo Espírito, a palavra da ciência; e a outro, a fé; e a outro, os dons de curar; e a outro a operação de maravilhas; e a outro a profecia; e a outro o dom de discernir os Espíritos; e a outro a variedade de línguas; e a outro, a interpretação das línguas.” [1]
Atualmente há médiuns tidos como (“bruxos”!) de todos os matizes, em largas expressões, a saber: psicógrafos, clarividentes, clariaudientes, curadores, poliglotas, psicofônicos, materializadores, intuitivos etc. Paulo de Tarso foi admirável médium de clarividência e clariaudiência, às portas de Damasco, ao ensejo de seu encontro pessoal com Jesus. Todavia, não podemos esquecer que os subjugados – os doentes mentais e os obsedados de todos os graus – que enxameavam a estrada dos tempos apostólicos, eram também médiuns (“bruxos”!).


Jorge Hessen

“ATÉ QUANDO REENCARNAREMOS? ONDE ACABA O CICLO DE CAUSAS E EFEITOS? ”

Nós partimos do pressuposto de que existe uma razão para reencarnar. De acordo com a Doutrina Espírita, a reencarnação é um processo de aprendizado. Existe a Lei do Progresso, e obedecendo a essa Lei nós reencarnamos quantas vezes forem necessárias para o nosso aprimoramento num determinado plano – no nosso caso, o plano físico do planeta Terra.
Esse é o entendimento da Doutrina Espírita. Há outros entendimentos possíveis.
Os budistas, por exemplo, não acreditam exatamente em reencarnação, mas em renascimento – nós podemos renascer em outros seres, inferiores ou superiores a nós. A vantagem de renascer como humano é a possibilidade de alcançar o Nirvana e acabar com o ciclo de renascimentos.
Os antigos gnósticos acreditavam que o plano material é o produto de uma catástrofe cósmica.
Só pra esclarecer: Em 1945 foi descoberta a chamada Biblioteca de Nag Hammadi, uma série de livros predominantemente gnósticos. O gnosticismo vigorou com força nos séculos II e III. Eles achavam que este mundo em que vivemos é um erro, um erro cósmico, e que nós temos que transcender esse mundo através do conhecimento (gnose é conhecimento, em grego).
Mas a nossa referência quando nós falamos em reencarnação é a Doutrina Espírita.
Allan Kardec tratou a reencarnação como dogma. É o que nós vemos na questão 171 de O Livro dos Espíritos. Temos que considerar que não se trata de um dogma religioso, mas de um dogma filosófico. É um princípio sobre o qual se assenta a Doutrina.
Uma coisa que merece ser dita é que Allan Kardec, mesmo depois da publicação da 1ºedição de O Livro dos Espíritos, continuou com dúvidas a respeito da reencarnação. Ele trata desse tema na Revista Espírita de Novembro de 1958 no artigo Da pluralidade das existências corpóreas.
A 1º edição de O Livro dos Espíritos, de 1857, foi produzida a partir das comunicações de alguns espíritos através de três médiuns adolescentes. É importante lembrar isso porque a maior parte dos espíritas (a quase totalidade) acredita que a chamada codificação, que alguns chamam de “pentateuco kardekiano”, foi elaborada a partir de milhares de comunicações e que passou pelo Controle Universal do Ensino dos Espíritos.
Não foi assim. Allan Kardec estabeleceu o Controle Universal do Ensino dos Espíritos como um meio de avaliação para novos pontos doutrinários, mas ele não seguiu esse método no começo do seu trabalho. E como o dogma da reencarnação aparece já no alvorecer da Doutrina, que é a 1º edição de O Livro dos Espíritos, podemos afirmar categoricamente que a reencarnação, para a Doutrina Espírita, é um dogma filosófico. Allan Kardec acata a teoria da reencarnação como um dogma filosófico, não se importando em comprovar a teoria da reencarnação através do Controle Universal do Ensino dos Espíritos.
Allan Kardec não foi pioneiro no estudo das manifestações dos espíritos. O que Allan Kardec fez de inovador foi a elaboração de um corpo doutrinário, mas quando ele tomou conhecimento das manifestações dos espíritos já havia estudos em andamento conduzidos por cientistas reconhecidos na época.
Um dos grandes nomes da época é o cientista e conselheiro imperial russo Alexandre Aksakof. Aksakof foi o primeiro pesquisador a considerar o animismo presente nas manifestações. Quando falamos em animismo estamos falando da participação mais ou menos inconsciente do espírito do próprio médium na comunicação atribuída a um espírito ou na produção de um fenômeno. Aksakof é o autor do livro Animismo e Espiritismo, um clássico publicado até hoje pela FEB.
O que poucos espíritas sabem é que Alexandre Aksakof foi um crítico contundente de Kardec. Uma das críticas de Aksakof a Kardec é que Kardec pulou a fase da experimentação. Kardec preferiu, desde o começo do seu trabalho, logo depois da publicação da 1ºedição de O Livro dos Espíritos, trabalhar com médiuns escreventes. Nós sabemos hoje, em grande parte por causa de Aksakof, que (nas palavras dele) “médiuns escreventes se deixam levar facilmente pela influência psicológica das ideias preconcebidas”.
Paralelamente ao Espiritismo, e tendo iniciado antes do Espiritismo, existia o espiritualismo inglês, ou espiritualismo anglo-americano. Na Inglaterra, especificamente, onde o espiritualismo era bem desenvolvido, e onde muitas experiências foram realizadas, as comunicações dos espíritos afirmavam que não existe reencarnação. Para Kardec, isso se devia ao preconceito dos americanos e ingleses, que não estavam preparados para receber esse ensinamento.
O fato é que a teoria da reencarnação não era unanimidade entre os espíritos que se comunicavam.
Eu não tenho a menor dúvida de que existe reencarnação. Os estudos do Dr. Ian Stevenson atestam a existência da reencarnação. Hoje, com a internet, nós tomamos conhecimento de muitos casos de crianças que têm lembranças espontâneas de suas existências anteriores e contam detalhes irretorquíveis dessas existências.
Eu jamais coloquei em dúvida a existência da reencarnação.
Por que, então, eu mencionei essa controvérsia em relação a Kardec?
Em primeiro lugar, é preciso dizer que nós não tememos a verdade. Quem tem fé sólida não precisa se apegar a um conjunto de crenças.
É verdade que existe reencarnação, mas também é verdade que a maneira como o Espiritismo trata a reencarnação é fruto de um conjunto de crenças – crenças construídas a partir da argumentação filosófica de Kardec.
A reencarnação é tratada, na literatura espírita, como se fosse condição obrigatória para todos; como se fosse o único meio de alcançar o progresso; e como se existisse um ponto determinado a alcançar, e que para alcançar esse ponto seriam necessárias muitas e muitas reencarnações.
Há muitas fantasias no meio espírita. São teorias que foram lançadas por alguém (geralmente por um espírito carismático, como Emmanuel), essas teorias conquistaram a simpatia dos espíritas, passaram a ser repetidas por outros espíritos encarnados e desencarnados, e hoje se tornaram dogmas de fé – ninguém as questiona.
A reencarnação é um fato. Mas o modo como tudo se processa foge ao nosso conhecimento.
– Ah, mas os espíritos disseram!
Os espíritos não sabem tudo. Os espíritos têm suas opiniões formadas, seus preconceitos, suas limitações. Espíritos realmente superiores não conseguem se comunicar conosco.
Além disso, por melhor que seja o médium, ele também tem ideias preconcebidas, limitações e falhas de caráter. Nenhuma mensagem dos espíritos chega até nós com exatamente o mesmo teor com que foi emitida.
Nós temos teorias, nós temos alguns experimentos, nós temos hipóteses de trabalho, nós temos a lógica, e nós temos a intuição – certezas nós as temos poucas.
Mas voltemos à primeira pergunta:
Até quando reencarnaremos?
Uma respostinha padrão seria: “Até quitarmos todos os nossos débitos e aprendermos tudo o que podemos aprender nesse plano físico”.
Será mesmo?          
Por que nós reencarnamos?
Nós reencarnamos por que nossos interesses estão no plano físico. Ainda somos muito animais e pouco espirituais. Nós alimentamos ilusões: ilusões de poder, ilusões de prazer, ilusões afetivas – isso sem falar dos vícios: vício em comida, vício em álcool, vício em drogas, vício em sexo, vício em dinheiro, vício em consumo, vício em jogo, vício em diversão, carência afetiva, doenças… há uma infinidade de coisas que nos prendem ao plano físico.
Buda e Jesus têm um ensinamento em comum: o desapego. O budismo prega o desapego como meio de libertação do ciclo de renascimentos. Jesus ensinou muito sobre o desapego. Esse é um ensino de Jesus que não foi devidamente evidenciado até hoje. Talvez o principal ensino de Jesus seja o desapego, e não o amor, como costumamos pregar.
O mundo material é um mundo de ilusão. Isso eu não acho, isso eu tenho certeza. Nós só nos libertaremos desse mundo de ilusão quando nós pararmos de nos iludir. Falta muito.
Mas isso não quer dizer, necessariamente, que temos uma cota determinada de erros passados a resgatar ou que temos uma cota determinada de aprendizado a assimilar.
E aqui cabe introduzir a segunda pergunta:
Onde acaba o ciclo de causas e efeitos?
Causa e efeito é um fenômeno da mente. A mente é um programa – como um programa de computador. A mente é o programa através do qual nós experimentamos possibilidades. O plano físico é isso: uma experimentação de possibilidades.
Nós programamos a mente e a partir de um determinado momento ela passa a agir sozinha, no piloto automático. Em vez de nos servirmos da mente, então, passamos a ser escravizados pela mente. É a mente que nos mantém escravizados na ilusão.
Se recobrarmos o domínio sobre a mente nós poderemos nos libertar do ciclo de causas e efeitos, por que esse ciclo é produto da mente.
Eu estou falando em “mente”, mas o correto seria falar em “intelecto”. A mente pode ser dividida em duas dimensões: o plano mental superior ou abstrato e o plano mental inferior ou concreto ou, ainda, intelecto. É o intelecto que racionaliza tudo.
O budista que alcança o Nirvana através da meditação ultrapassa o intelecto. Ele se desapegou da ilusão, então não precisa mais renascer, e se libertou do ciclo de causas e efeitos, pois foi além do intelecto.
Nós vemos em Nosso Lar que André Luiz, depois do seu primeiro dia de trabalho nas câmaras de retificação, vai para um aposento para dormir. Quando ele dorme se vê transportado para uma dimensão superior. Ele tem plena consciência de que deixou o seu corpo astral adormecido no aposento – então ele é desdobrado para o plano mental. Lá ele encontra a sua mãe. A mãe de André Luiz já vivia numa dimensão superior – provavelmente o plano mental inferior.
A mãe de André Luiz tinha sido, ao que tudo indica, uma pessoa normal – e vivia em uma dimensão superior.
Ainda em Nosso Lar nós temos o exemplo da Ministra Veneranda, que estava há mil anos supervisionando um grande grupo de espíritos, uma grande família espiritual.
Ela já não precisava mais reencarnar. Podia estar vivendo num plano superior, em grande paz, mas sacrificava a sua paz individual para trabalhar em benefício daqueles pelos quais ela se sentia responsável.
Eu intimamente tenho convicção de que não é assim tão difícil cessar o ciclo reencarnatório. Acontece que nós vivemos numa cultura judaico-cristã. Para um budista ou para um hinduísta não há nada de errado no fato de o indivíduo seguir o seu caminho: abandonar o mundo, as coisas do mundo e as pessoas – e seguir o seu caminho.
Mas, para o cristão, isso pode parecer egoísta. Nós nos questionamos:
– Como pode alguém viver em paz, numa dimensão superior, sabendo que os espíritos que foram seus filhos, seu cônjuge, pais mães, irmãos, continuam aqui sofrendo nesse mundo de ilusão?
É uma questão difícil. Não há dúvida de que a decisão da Ministra Veneranda, de permanecer supervisionando os seus espíritos queridos, é uma decisão meritória, bonita.
Mas eu também não veja nada de errado em cada um seguir o seu caminho. Quem se libertou da ilusão já não tem pena daqueles que ficam – pois essa pena também é uma forma de apego. Ele compreende perfeitamente que tudo isso é passageiro, e que mais cedo ou mais tarde cada um descobre a verdade e também se liberta.
Uma dúvida pode surgir:
– Se alguém conseguir se desapegar de tudo no plano físico ele pode se livrar do ciclo reencarnatório e do ciclo de causas e efeitos mesmo não tendo reparado o mal que fez para os outros?
Quem consegue se desapegar é porque já tem conhecimento suficiente acerca da ilusão do mundo e não tem males significativos a reparar. Uma mente culpada não consegue se desvencilhar da ilusão.

Morel Felipe Wilkon

𝗖𝗢𝗠𝗢 𝗢𝗦 𝗥𝗘𝗟𝗔𝗖𝗜𝗢𝗡𝗔𝗠𝗘𝗡𝗧𝗢𝗦 𝗙𝗜𝗖𝗔𝗠 𝗔𝗧𝗥𝗘𝗟𝗔𝗗𝗢𝗦 𝗡𝗔𝗦 𝗥𝗘𝗘𝗡𝗖𝗔𝗥𝗡𝗔𝗖̧𝗢̃𝗘𝗦.

Os ajustes dos relacionamentos problemáticos de outras existências. Pelas reencarnações os espíritos têm a oportunidade de reestabelecer os ...