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domingo, 21 de maio de 2017
sábado, 20 de maio de 2017
INFLUÊNCIA ESPIRITUAL QUE SOFREMOS!
A afinidade
consiste na semelhança, identidade ou conformidade de gostos, interesses,
sentimentos, propósitos, pontos de vista. Por sua vez, a sintonia se estabelece
em virtude da atração e da simpatia que passa a vigorar entre as partes que
mantêm afinidade. E pelos mecanismos da lei de afinidade, a sintonia constitui
lei inderrogável. Quais as implicações, as consequências disso?
Afinidade é
“uma faixa de união” em que nos integramos uns com os outros. Em tudo, vemos
integração, afinidade, sintonia... E de uma coisa não tenhamos dúvida: através
do pensamento, comungamos uns com os outros, em plena vida universal.
Todas as
coisas que existem no Universo vivem em regime de afinidade. Desde o átomo até
os arcanjos tudo é atração e sintonia. Nada que te alcança a existência é
ocasional ou fruto de uma reação sem nexo.
Teu
livre-arbítrio indica com precisão a posição de ocupas no Cosmo, uma vez que
cada indivíduo deve a si mesmo a conjuntura favorável ou adversa em que se
situa no momento atual.
Vieste da
inconsciência – simples e ignorante – e, pela lei da evolução, caminhas para a
consciência escolhendo a estrada a ser percorrida.
Encontrarás
o que busca. Tens a posse daquilo que deste.
Convives com
quem sintonizas. Conhecerás o que aprendeste, mas somente incorporarás na
memória o que vivenciaste.
Avanças ou
retrocedes de acordo com a tua casa mental.
Felicidade
ou infelicidade são subprodutos de teu estado íntimo.
Amigos são
escolhas de longo tempo. Teu círculo doméstico é a materialização de teus
anseios e de tuas necessidades de aprendizagem.
Pelo teu
jeito de ser, conquistarás admiração ou desconsideração.
O que
fizeres contigo hoje refletirá no teu amanhã, visto que o teu ontem decidiu o
teu hoje.
Com teus
pensamentos, atrais, absorves, impulsionas ou rechaças. Com tua vontade,
conferes orientação e rumo, apontando para as mais variadas direções. Disse
Jesus: “Pedi e vos será dado; buscai e achareis; batei e vos será aberto”.
Sintonia é a
base da existência de toda alma imortal. Seja na vida física seja na vida
astral, a lei de afinidade é princípio divino regendo a ti, a todos os outros e
a tudo.
Observa:
viver no drama ou na realidade, na aflição ou na serenidade, na sombra ou na
luz, é postura que está estritamente relacionada com teu modo de sentir, pensar
e agir.
A afinidade
consiste na semelhança, identidade ou conformidade de gostos, interesses,
sentimentos, propósitos, pontos de vista.
Por sua vez,
a sintonia se estabelece em virtude da atração e da simpatia que passa a
vigorar entre as partes que mantêm afinidade.
Podemos
aprender, com os postulados da Doutrina Espírita e sua literatura, que, pelos
dispositivos da lei de afinidade, a sintonia constitui lei inderrogável, ou
seja, que não pode ser abolida, anulada, eliminada, extinta. E qual a
implicação, a consequência disso? Onde colocarmos os pensamentos e os
sentimentos, aí se nos desenvolverá a própria vida, porque vivemos sob a
influência das crenças e valores que alimentamos, das emoções que cultivamos,
das aspirações e dos propósitos que guiam nosso cotidiano.
Sejamos ou
não conscientes dessa responsabilidade, cada um de nós encontra-se,
constantemente, atraindo as circunstâncias e as pessoas que, de uma forma ou de
outra, entram em consonância com o nosso mundo interior. Assim, cada um de nós
conviverá sempre e em toda parte e a todo momento com aqueles com os quais se
afina, efetuando inevitáveis trocas energéticas.
E qualquer
alteração nesse compartilhar dependerá, necessariamente, da transformação de
nossa condição íntima, porque as forças que nos unem uns aos outros são as que,
em primeiro lugar, emitimos de nós. Em essência, somos o que pensamos e
sentimos – e, por conseguinte, o que fazemos –, conectando, de modo automático,
nosso mundo interno ao universo externo, pois estamos com todos e no todo e
tudo está em nós.
Parafraseando
o “dize-me com quem andas e dir-te-ei quem és”, concluiremos que, basta
conhecermos nossas reais motivações e a índole de nossos amigos, para
atestarmos com quem desejamos nos assemelhar. Nesse sentido, o espírito
Emmanuel advoga que, se sintonia é acordo mútuo, “todo aquele coração que
palpita e trabalha no campo dos ensinamentos de Jesus, a Jesus se assemelhará.”
Mentes
comungam com mentes que se lhes assemelham.
Espíritos
sintonizam com espíritos que lhes são afins.
Pessoas
sincronizam com pessoas em quem se comprazem.
E, na grande
romagem, todos somos instrumentos das forças com as quais estamos em sintonia.
Todos somos
médiuns, dentro do campo mental que nos é próprio, associando-nos às energias
edificantes, se o nosso pensamento flui na direção da vida superior, ou às
forças perturbadoras e deprimentes, se ainda nos escravizamos às sombras da
vida primitivista ou torturada.
Cada
criatura, com os sentimentos que lhe caracterizam a vida íntima, emite raios
específicos e vive na onda espiritual com que se identifica.
Na sua carta
aos hebreus (12:1), o Apóstolo Paulo comenta sobre uma “nuvem de testemunhas” a
nos rodear, advertindo-nos quanto à condição moral dos indivíduos que temos por
companheiros. Todavia, serão eles apenas os que se encontram, materialmente,
participando de nossa rotina familiar, profissional e social?
Segundo os
ensinamentos trazidos por Allan Kardec, organizador e codificador da Doutrina
Espírita, a realidade é muito mais ampla.
Pelo nosso
modo de ser e de agir, não somente escolhemos os amigos e os ambientes de nossa
preferência, como também atraímos os indivíduos que vivem no mundo espiritual –
os espíritos –, tanto quanto somos por eles atraídos, mesmo que não acreditemos
ou sejamos conscientes dessa presença.
Na questão
484, de O LIVRO DOS ESPÍRITOS, temos: “Os Espíritos se afeiçoam de preferência
por certas pessoas?”
Resposta: Os
bons Espíritos simpatizam com os homens de bem, ou suscetíveis de se
melhorarem; os Espíritos inferiores com os homens viciosos ou que possam vir a
sê-los. Daí sua afeição, por causa da semelhança das sensações.
Em outra
oportunidade, Kardec também comentou: “Todas as imperfeições morais são outro
tanto de portas abertas que dão acesso aos maus Espíritos.”
Cada um de
nós constrói, de uma maneira muito particular, sua própria atmosfera moral. As
desarmonias e transtornos existenciais são decorrentes das imperfeições morais,
e que, pelos processos naturais da afinidade e da sintonia, atraem espíritos
igualmente imperfeitos e desequilibrados. E, estes, ao envolverem com seus
pensamentos perturbadores e doentios o indivíduo que se permite sofrer-lhes o
assédio, influenciam negativamente o campo da vontade e do discernimento do
encarnado, podendo empurrá-lo para situações difíceis, complicadoras ou
calamitosas.
No entanto,
o Espírito Joanna de Ângelis explica o ‘reverso da medalha’:
Como não
existem violências contra as Leis universais, nem privilégios para uns
indivíduos em detrimento de outros, quem ora e procura situar-se em equilíbrio
direciona ondas mentais que alcançam as Regiões felizes da Espiritualidade,
despertando amor e interesse dos Guias espirituais, que acorrem pressurosos
para auxiliá-lo. Assim, promovem encontros inesperados, inspirando um e outro a
tomarem o mesmo caminho, de forma que se defrontarão em determinado lugar,
casualmente, embora hajam sido telementalizados na escolha do roteiro.
Noutras
vezes, determinada aspiração ou necessidade que se apresente improvável, porque
a mente se encontra em sintonia com o mundo transcendente, é inspirado a tomar
tal ou qual decisão que terminará por solucionar o desejo.
Repetidamente,
pequenas ocorrências dão-se com naturalidade, propiciando encantamento e
ventura, que enriquecem de esperança e de gratidão aquele que é eleito.
Sintonizar é
estar na mesma frequência mental-emocional de outrem, podendo captar e emitir
pensamentos simultaneamente.
Dessa forma,
sintonizar com os espíritos é colocar-se predisponente ao contato psíquico com
eles de forma consciente ou inconsciente.
Cada
indivíduo assimila as forças superiores ou inferiores com as quais se
identifica. Por isso mesmo, Jesus recomendou a vigilância e a oração como
antídotos contra as sugestões desequilibrantes, oriundas tantos dos encarnados
como dos desencarnados.
Para a
sintonia com os espíritos superiores, devemos desfocar o pensamento e o
sentimento daquilo que esteja nos incomodando ou deixando-nos desassossegados,
de modo a captar outras ideias disponíveis à nossa consciência. Daí a
importância de aprendermos a disciplinar os pensamentos, exercitando a higiene
mental através de reflexões superiores e da oração, pois são estas que nos
permitem a mudança/elevação de nosso estado íntimo.
Todavia,
cultivar bons pensamentos e sentimentos durante a oração não é simplesmente
construir boas idéias no momento em que se queira conectar com os espíritos
desencarnados voltados ao bem, mas, também estabelecer um estilo de vida
pessoal que favoreça naturalmente o surgimento de ambos. Assim, aquele que é
ético e trabalha-se continuamente no exercício de sua amorosidade, obviamente
que tem por testemunha os espíritos do amor e da paz, e que o auxiliam em sua
trajetória evolutiva, pois, se é verdade que cada um somente pode dar conforme
o que tem, torna-se obvio que cada um recebe de acordo com aquilo que dá.
Bons
pensamentos contribuem para a sintonia com Bons Espíritos. Bons sentimentos
fortalecem a ligação do indivíduo com aqueles espíritos, na medida em que foram
construídos com base na bondade e no amor. A amorosidade da pessoa é uma das
formas mais seguras de construir sentimentos superiores.
Na faixa
mental em que você atua, é natural que receba as mensagens com o mesmo teor
vibratório como as envia.
Quem aspira
à elevação moral e espiritual, sintoniza com vibrações superiores, que se fazem
estímulos vigorosos, produzindo harmonia interior e renovação.
(...) Quem
se demora no pessimismo, acalentando insucessos, assimila ondas inferiores, que
carreiam miasmas pestilenciais, fixando-os nos paineis da emoção, que geram
desequilíbrios e enfermidades.
(...) A
felicidade começa no ato de desejá-la.
A desdita se
inicia no instante em que você lhe dá guarida.
Utilize bem
o tempo, tudo fazendo para que o seu momento seguinte seja-lhe sempre mais
promissor e agradável.
O que não
alcance agora, insistindo, conseguirá depois.
Eleja,
portanto, os ideais de engrandecimento humano e não se detenha nunca.
Urge
conscientizarmo-nos de nossa condição de espíritos imortais, e que, como tal,
devem realizar-se através da incorporação dos mais elevados princípios e
valores da moralidade e da amorosidade.
Quando Allan
Kardec, em O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO, por orientação dos Espíritos
Superiores, ressaltou a importância do estudo, não o fez com a propósito de que
nos intelectualizássemos em excesso, sobretudo para demonstrar aos demais a
superioridade de nossa capacidade e inteligência, mas para que, por meio dos
conhecimentos adquiridos, aprendêssemos a selecionar o que verdadeiramente
contribuísse para com o nosso enriquecimento íntimo. A reeducação íntima nos
tira da ociosidade, traz luz ao espírito, harmoniza a mente, bem como possibilita
a aproximação dos espíritos interessados em nossa ventura.
De acordo
com o Espírito André Luiz, nossa alma pode ser comparada a espelho vivo com
qualidades de absorção e exteriorização. Recolhemos a força da vida em ondas de
pensamento e as expressamos através das palavras, dos exemplos, das atitudes.
Procederam
acertadamente aqueles que compararam nosso mundo mental a um espelho.
Refletimos
as imagens que nos cercam e arremessamos na direção dos outros as imagens que
criamos.
E, como não
podemos fugir ao imperativo da atração, somente retrataremos a claridade e a
beleza, se instalarmos a beleza e a claridade no espelho de nossa vida íntima.
Os reflexos
mentais, segundo a sua natureza, favorecem-nos a estagnação ou nos impulsionam
a jornada para a frente, porque cada criatura humana vive no céu ou no inferno
que edificou para si mesma, nas reentrâncias do coração e da consciência,
independentemente do corpo físico, porque, observando a vida em sua essência de
eternidade gloriosa, a morte vale apenas como transição entre dois tipos da
mesma experiência, no “hoje imperecível”.
- 278. Os
Espíritos das diferentes ordens estão misturados? Sim e não; quer dizer, eles
se vêem, mas se distinguem uns dos outros. Eles se evitam ou se aproximam
segundo a analogia ou a simpatia de seus sentimentos como acontece entre vós. É
todo um mundo do qual o vosso é o reflexo obscuro. Os Espíritos da mesma
categoria reúnem-se por uma espécie de afinidade e formam grupos ou famílias de
Espíritos unidos pela simpatia e pelo objetivo a que se propuseram: os bons
pelo desejo de fazer o bem, os maus pelo de fazer o mal, pela vergonha de suas
faltas e pela necessidade de se encontrarem entre os que se lhes assemelham.
Tal uma
grande cidade onde os homens de todas as categorias e de todas as condições se
vêem e encontram sem se confundirem; onde as sociedades se formam pela analogia
dos gostos; onde o vício e a virtude convivem sem se falarem.
Conforme as
informações compiladas por Allan Kardec, no mundo espiritual, os espíritos se
organizam de acordo com seus níveis evolutivos e por semelhança de propósitos e
interesses. À medida que evoluem e mudam de situação, ainda assim, se agrupam
com aqueles que se encontram na mesma faixa de evolução. Na vida material,
também os encarnados se buscam pelas afinidades e, em geral, realizam suas
tarefas de acordo com suas motivações.
Todos temos
um círculo de amizade preferido. São as afinidades resultantes de experiências
vividas em comum: atos de amor compartilhados; feridas abertas por alguns, mas
cicatrizadas pela amizade e pelo cuidado de outros; problemas em comum e que
exigem a união de esforços para serem resolvidos; compromissos de auxílio
recíproco... Para uma existência agradável, é fundamental a convivência com
pessoas que entendam a vida de forma parecida à nossa, que busquem os mesmos
objetivos que os nossos, que professem a mesma religiosidade... Tudo isso é
bastante natural e deve ser cultivado.
No entanto,
nada disso nos impede de estabelecer uma boa relação com os demais, participando
de fatos e ações ao lado deles. Afinal, conviver com as diferenças nos ajuda a
crescer, a desenvolver nossas potencialidades de compreensão e de aceitação
para com aqueles que não cultivam os mesmos gostos, interesses, sentimentos,
propósitos e pontos de vista. Quanta tranquilidade poderíamos usufruir se
apenas aprendêssemos a nos livrar da visão de acharmo-nos o melhor, o sempre
correto, de ser senão o dono da verdade, ao menos o seu melhor intérprete.
Ficaria mais fácil aceitar a nós mesmos e ao outro.
É no lar que
os espíritos renascem juntos por afinidades e, sobretudo, por contingências
expiatórias, em virtude de a família ser o principal organismo depurador de
conflitos do passado. É nela que se reúnem antigos amores e velhos desafetos,
ambiente no qual os espíritos têm a oportunidade de exercitar o perdão e o amor
sob os mais diversos aspectos.
Segundo os
postulados espíritas, pelo fato de os laços de sangue nem sempre reunirem as
almas essencialmente afins, o componente da família que conosco se relaciona e
com o qual não temos afinidade ou mesmo sentimos certa aversão, é sempre alguém
a quem temos de aprender a compreender e aceitar em nosso próprio benefício. E
a aceitação não consiste na concordância com suas inadequadas atitudes, mas na
disposição de ajudá-lo na superação de suas dificuldades, notadamente, as
íntimas.
Na questão
204, de O LIVRO DOS ESPÍRITOS, Allan Kardec questiona a Espiritualidade Maior:
“Uma vez que temos tido várias existências, a parentela remonta além da nossa
existência atual?”
Resposta:
Não pode ser de outra forma. A sucessão das existências corporais estabelece
entre os Espíritos laços que remontam às existências anteriores. Daí, muitas
vezes, decorre as causas da simpatia entre vós e certos Espíritos que vos
parecem estranhos.
E, em O
EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO, o codificador anota:
Os Espíritos
formam, no espaço, grupos ou famílias unidos pela afeição, pela simpatia e pela
semelhança das inclinações; esses Espíritos, felizes por estarem juntos, se
procuram; a encarnação não os separa senão momentaneamente, porque, depois da
sua reentrada na erraticidade, se reencontram, como amigos ao retorno de uma
viagem. Frequentemente mesmo, eles se seguem na encarnação, onde se reúnem numa
mesma família, ou num mesmo círculo, trabalhando em conjunto para seu mútuo
adiantamento. Se uns estão encarnados e outros não o estejam, nem por isso não
estão menos unidos pelo pensamento; os que estão livres velam sobre os que
estão cativos; os mais avançados procuram fazer progredir os retardatários.
Depois de cada existência, deram um passo no caminho da perfeição; cada vez
menos ligados à matéria, sua afeição é mais viva, pelo fato mesmo de ser mais
depurada, não perturbada mais pelo egoísmo, nem pelas nuvens das paixões. Eles
podem, pois, percorrer um número ilimitado de existências corporais, sem que
nenhum prejuízo afete sua mútua afeição.
Entenda-se
que se trata aqui da afeição real de alma a alma, a única que sobrevive à
destruição do corpo, porque os seres que não se unem neste mundo senão pelos
sentidos, não têm nenhum motivo para se procurarem no mundo dos Espíritos. Não
há de duráveis senão as afeições espirituais; as afeições carnais se extinguem
com a causa que as fez nascer; ora, essa causa não existe mais no mundo dos
Espíritos, enquanto que a alma existe sempre. Quanto às pessoas unidas pelo
único móvel do interesse, elas não estão realmente em nada unidas uma à outra:
a morte as separa sobre a Terra e no céu.
A união e a
afeição que existem entre os parentes são indício de simpatia anterior que os
aproximou; também diz-se, falando de uma pessoa cujo caráter, gostos e
inclinações não têm nenhuma semelhança com os de seus parentes, que ela não é
da família.
Dizendo
isso, se enuncia maior verdade do que se crê. Deus permite, nas famílias, essas
encarnações de Espíritos antipáticos ou estranhos, com o duplo objetivo de
servir de prova para alguns e de meio de adiantamento para outros. Os maus se
melhoram pouco a pouco ao contato dos bons e pelos cuidados que dele recebem;
seu caráter se abranda, seus costumes se depuram e suas antipatias se apagam; é
assim que se estabelece a fusão entre as diferentes categorias de Espíritos,
como ocorre na Terra, entre as raças e os povos.
Fazendo um
balanço, através de reflexões, és impelido a renovar conceitos, face à
necessidade de colocar o Senhor em muitas das posições que Lhe competem e que
Lhe tens negado.
Não poucas
vezes, receoso e desiludido, interrogas, concluindo falsamente, qual
registrando resposta infeliz, decorrente da íntima secura que padeces.
Se ainda não
te convenceste da necessidade de sintonizar com Ele, completa os raciocínios,
pondo-O presente e notarás diferenças.
Mencionas
cansaço e desequilíbrio como carga que se sobrepõe, esmagadora, quase te
conduzindo ao fracasso. Todavia: "O fardo é leve!"
Referes que
a amizade de amigos transitou da tua para províncias estranhas. Em decorrência
sofres o vazio que ficou na alma, graças à deserção deles. No entanto:
"Aquele que não tomar a sua cruz e seguir-me, não é digno de mim."
Esclareces
que a monotonia das atividades a pouco e pouco mata o ardor do ideal que antes
te abrasava. Tens a sensação de que já não é a mesma a chama da fé, que ardia
em ti. Apesar disso: "O trabalhador da undécima hora faz jus ao salário
daquele da hora primeira."
Informas que
desejarias novos sinais dos Céus, a fim de que se robustecessem as convicções
que parecem esvaziadas de conteúdo, na torpe sociedade de consumo.
Sem embargo,
a lição é simples: "os que não viram e creram."
Minado por
enfermidades insistentes que te roubam a vitalidade, inquires: "Onde o
auxílio divino, na direção das minhas necessidades?" Não obstante, a
resposta está enunciada há quase dois mil anos: "Nem todos foram
curados."
A ronda da
fome aumenta cada vez mais, ampliando as dimensões dos seus domínios, e a
miséria, soberana, governa milhões de destinos. Marejam-se os teus olhos, em
justa compunção. No íntimo, indagas: "Por que o Senhor não solve a
dificuldade?"
Entrementes,
a elucidação já foi dada: "Nem só de pão vive o homem..."
Sim, são
horas de balanço interior, momento de colher o resultado da semeadura.
Cada um
respira emocionalmente o clima da província psíquica em que situa as
aspirações.
O homem
alcança o destino que lhe compraz, e o ideal, nele, tem a vitalidade que o suprimento
de sacrifício lhe dá, através de quem o sustenta.
És parte da
família que constitui o rebanho do Cristo. O Senhor prossegue o mesmo. Faze um
exame racional e honesto, a fim de verificares se a mudança, por acaso, não
terá sido de tua parte.
O rumo que
Ele nos aponta continua indicando liberdade. As amarras foram construídas por
cada qual, para a própria escravidão espiritual.
Diante de
tais considerações, no báratro dos tormentosos dias, convém consultar Jesus,
sem cessar, e, se tiveres ouvidos capazes de escutar-lhe, discernindo,
percebê-lo-ás a repetir: "Eu sou o Caminho: Vinde a mim!"
O Espírito
consciente, no entanto, embora submetido às leis que lhe presidem o destino,
tem consigo a luz da razão que lhe faculta a escolha.
A
inteligência humana, encarnada ou desencarnada, pode contribuir, pelo poder da
vontade, na educação ou na reeducação de si própria, selecionando os recursos
capazes de lhe favorecerem o aperfeiçoamento.
A reflexão
mental no homem pode, assim, crescer em amplitude e sublimar-se em beleza para
absorver em si a projeção do Pensamento Superior.
Tudo
dependerá de nosso propósito e decisão. Enquanto nos comprazemos com a
ignorância ou com a indiferença para com os princípios que nos governam, somos
cercados sem defensiva por pensamentos de todos os tipos, muitas vezes na forma
de monstruosidades e crimes, em quadros vivos que nos assaltam a imaginação ou
em vozes inarticuladas que nos assomam à acústica do espírito, conduzindo-nos
aos mais escuros ângulos da sugestão.
É por isso que
notamos tanta gente ao sabor das circunstâncias, aceitando simultaneamente o
bem e o mal, a verdade e a mentira, a esperança e a dúvida, a certeza e a
negação, à maneira de folha volante na ventania.
Eduquemo-nos,
estudando e meditando, para refletir a Divina Inspiração.
Lembremo-nos
de que o impulso automático do braço que levanta a lâmina homicida pode ser
perfeitamente igual, em movimento, ao daquele que ergue um livro enobrecedor.
A atitude
mental é que faz a diferença. Nosso pensamento tem sede de elevação, a fim de
que a nossa existência se eleve.
Construamos
em nós o equilíbrio e o discernimento.
Rendamos
culto incessante à bondade e à compreensão.
Habitualmente
contemplamos no espelho da alma alheia a nossa própria imagem, e, por esse
motivo, recolhemos dos outros o reflexo de nós mesmos ou então aquela parte dos
outros que se harmoniza com o nosso modo de ser.
Não bastam à
nossa felicidade aquisições unilaterais de virtude ou valores incompletos.
Todos temos
fome de plenitude. O desejo é o imã da vida.
Desejando,
sentimos, e, pelo sentimento, nossa alma assimila o que procura e transmite o
que recebe. Aprendamos, pois, a querer o melhor, para refletir o melhor em
nossa ascensão para Deus.
Fonte:
Espirit book
“MISTÉRIOS DA VIDA APÓS A MORTE”
Há algumas
falsas concepções que convêm abordar desde já, para as destruir quanto antes.
Uma delas, refere-se à suposição de que no momento da morte a separação do
homem do seu corpo físico possa causar sofrimento. O testemunho das pessoas que
assistem ao passamento, principalmente médicos e enfermeiros, é unânime em
afirmar que quase todos os moribundos expiram placidamente, mesmo os acometidos
de doenças longas e dolorosas, o que não é contradito pelo chamado “estertor
mortal” ou “cirro da morte”, mais ou menos agitado, que sucede segundos antes,
pois que se trata do corpo a deixar de respirar (ou seja, o escoar definitivo
de PRANA para acontecer de imediato a ação mortal, ceifadora de APANA),
apagando-se a vida do corpo que termina o ciclo de animação. De facto, se a
morte é fruto da imprestabilidade ou desgaste definitivo do corpo físico aos
demais veículos ou princípios, o ser, cujas sensações se expressam pelo seu
corpo emocional, só pode sentir-se aliviado ao deixar o corpo tornado inútil.
Esse alívio
extraordinário acompanhado de uma sensação indescritível de leveza, todos o
sentem, tal como todos, uns mais e outros menos, é bem verdade, já têm desde
dias antes da desencarnação uma visão nítida do mundo espiritual e dos seus
habitantes, principalmente daqueles mais chegados (por antigos laços de
parentesco, por exemplo) ao ente prestes a partir, como eles também já
partiram. Com esses, apresentam-se igualmente os Auxiliares Espirituais que
irão ajudar no processo da desencarnação. Tais Auxiliares serão de escala
evolutiva imediatamente superior à do agonizante, e se este tiver sido pessoa
de parca evolução, consequentemente, os seus Assistentes espirituais igualmente
não serão de grande evolução, mesmo que superior à sua. Pelo contrário, o
estudante de Sabedoria Divina, o Iniciado que desencarna tem sempre a apoiá-lo
Seres de tal excelsitude que não raros clarividentes os confundem com o próprio
Cristo, se for no Ocidente, ou então com o Buda ou com Krishna, se for no
Oriente, tal a sua beleza e glória espiritual.
Outro
conceito falso diz respeito à crença de que a morte é a grande igualadora
universal. Esta crença fere substancialmente a Lei do Karma ou da “Causa e
Efeito”, que é uma Lei Universal, válida não- somente para os indivíduos
encarnados mas também para todos os seres e coisas manifestados. A desigualdade
aparente no Mundo Físico, como todos a vemos, persiste no Mundo Astral e mesmo
no Mental Concreto, principalmente naquele após a morte, e engana-se gravemente
quem pensa que em se tirando a vida física dirimem-se os seus sofrimentos;
quanto muito, consegue-se modificar a natureza deles.
Outra ideia
falsa é pensar que a morte conduz indistintamente a consciência de todos a uma
espécie de permanente sono calmo e sem sonhos ou com sonhos agradáveis. Não, o
que se semeou em vida física e ficou impresso na memória mental que sobrevive à
morte cerebral, é que irá determinar a sua vida extrafísica como um paraíso ou
um inferno, rodeado por todas as imagens e pensamentos que criou, atraindo
assim a beleza ou a fealdade de consciências afins. Já o disse no passado: “Faz
de tua vida um céu para não vires a sofrer na morte as penas do teu inferno”…
A aparência
do homem em seu corpo astral, que é o veículo bioplástico das imagens e o mais
imediato, logo, o que mais impressiona ou imprime a forma a que se acostumara
por ser a que tivera na vida orgânica, quase nada difere do que aparentava o
seu corpo físico. A maior diferença, inculcada pela sensação de leveza e
liberdade post-mortem, faz-se sentir no aspecto da idade, pois por norma –
exceptuando aqueles ferreamente agarrados à vida que findou, ficando assim
enfeiados e envelhecidos, quando não mantendo a aparência dos seus últimos dias
terrenos – a aparência que toma o corpo astral é a de ser um tanto mais jovem,
a qual vai tomando o seu corpo fluídico à medida que se desprende do envoltório
carnal.
O momento da
morte, por mais rápido que ela ocorra, não é instantâneo, pois que há sempre um
estado intermediário entre a vida e a morte, à semelhança daqueles breves
instantes em que se passa do estado de vigília ao de sono; é como o apagar de
um bico de gás em que, antes da completa extinção, a chama vai decrescendo…
Esse momento
de transição mais que importante é crucial para o futuro espiritual do ser em
trânsito. Nesses breves instantes, mesmo que a morte seja rápida, o homem vê
passar diante da sua consciência, com muitíssima maior nitidez que um filme de
cinema, o panorama total da sua vida recém-concluída, até aos mínimos detalhes.
Os acontecimentos apresentam-se em ordem inversa, recuando desde esse momento
derradeiro até à infância, assistindo ele a esse desenrolar dos factos como um
observador imparcial e, nessa contemplação, analisa a série infinita de causas
que o fizeram agir, sentir e pensar, desde o nascimento até à morte, e dessa
retrospecção deduz a natureza da vida que terá na futura encarnação. Tudo isso
se passa nos breves instantes em que a chama da vida física vai se apagando…
Tenha-se em mente que o factor Tempo como o conhecemos no Plano em que vivemos,
não é idêntico ao dos demais Planos da Natureza: um segundo no Mundo Físico
equivale a um minuto ou a uma hora no Astral, tal como um minuto ou uma hora
parecem um ano ou um século no Mental. Nisto, quem não terá, em poucos segundos
de sono, sonhado o desenrolar de acontecimentos que, nesse estado, lhe
pareceram durar várias horas ou muito mais?
As
conclusões que o homem tira de tudo o que acabou de ver nesses derradeiros
instantes é como se fosse uma visão do seu futuro, porque ela é verdadeiramente
imparcial. Nesse estado, o ser penetra no domínio completo das causas que gerou
durante a vida: é o mundo dos mortos, o reino de YAMA, o mundo dos efeitos.
Antes que se corte definitivamente o laço ou elo vital (o chamado “cordão
prateado” ou o que liga os corpos mental e astral ao físico por intermédio do
etérico, sendo que o “cordão d´ouro” ou Sutratmã é o que une os três aspectos
da Mónada Imortal ou o Homem Verdadeiro) que o liga ao Mundo Físico, pode, por
um supremo esforço de vontade, imprimir ao seu pensamento uma energia
suficiente para determinar, desde esse momento, as condições em que virá a
reencarnar. Eis a importância crucial do último pensamento do moribundo, pois
nele reside o seu bom ou mau futuro espiritual. Sempre aconselhei ao ente prestes
a entrar em trânsito a visualizar aquilo tenha como sendo o mais belo e
grandioso na sua concepção pessoal: o Cristo, o Buda, o Mestre JHS, um Anjo de
Glória, um Templo luminoso, uma Paisagem maravilhosa, a Flor-de-Lis, a
Rosacruz, etc., isto sempre de acordo com a natureza do implicado, e sempre com
a firme certeza de que a seguir Deus virá operar o Milagre da Ressurreição pelo
indiscutível apoio imediato dos seus Santos e Sábios Emissários.
Por tudo
isso, é de importância capital para o discípulo que visa preparar nesta vida as
suas condições futuras (para isso, mister se faz a convicção absoluta na
doutrina do Karma, não de maneira cega mas esclarecida), organizar para si um
ideal superior de ser, meditar constantemente sobre ele e vivê-lo o melhor que
souber e puder, ou seja, capacitando-se a possuir as mais nobres qualidades
morais e espirituais de sabedoria, bondade, tolerância, sacrifício, justiça,
etc., para que, na hora fugaz da sua morte, possa o seu pensamento evocar esse
ideal, modelando assim as condições favoráveis à sua futura encarnação.
Sendo de
importância crucial esse momento de retrospecção em seu trânsito para a vida
espiritual, necessitando o moribundo de toda a atenção e sossego para
concentrar-se nos fenómenos que então se processam em si e em seu torno,
torna-se evidente que um ambiente exterior sossegado, ausente de agitações
emocionais, redundará em benefício enorme para ele. As vibrações intensas dos
choros e lamentações dos entes que o cercam, só podem prejudicá-lo afetando imenso
o seu desprendimento corpóreo, principalmente se ainda for jovem cujos laços
físicos rompidos são muito mais intensos que num idoso.
É, assim,
prova de elevado nível de cultura espiritual quando a família do morto sabe
conservar a devida calma diante do evento dessa natureza, pelo que as
religiões, os médicos e os enfermeiros deveriam ter uma cultura maior nesta
questão da morte do que aparentam ter, para efetivamente intervirem com toda a
eficiência tanto junto do que parte como dos seus entes queridos que ficam.
O costume de
contratar “mulheres chorosas” ou “carpideiras” para assistir ao último suspiro
do moribundo e ao seu enterro, cada uma caprichando mais que a outra no
fingimento de manifestações sofríveis por quem nunca conheceram, é dos piores e
mais desrespeitosos atos que se podem fazer por atingirem dolorosamente a alma
que parte…
Não se deve
comparar o momento da morte com o Dia do Juízo, embora o morto passe naqueles
instantes por uma provação, que é justamente a de rememorar todos os seus atos.
Talvez seja um pequeno juízo, porque o Grande Dia do Juízo Final diz respeito
exclusivamente a um certo momento da evolução da alma através da cadeia de
mundos. Mas o que não se pode negar é o acerto, mesmo que débil em termos de
cultura teosófica, das religiões em dar assistência moral ao moribundo,
ajudando-o nesse instante crucial com preces elevadas.
Terminada
essa fase de retrospecção, o homem entra num estado semiconsciente que
corresponde à sua transição através do corpo etérico que deixa para trás ao
mesmo tempo que o cordão da alma recua consigo até ao chakra umbilical do corpo
astral, assim terminando a vida física, tornando-se o PRANA, “vida”, a APANA,
“não-vida”. Com a saída da alma do corpo físico e deixando para trás o corpo
etérico este fica ligado àquele, por ser o seu verdadeiro molde físico, mas já
não o interpenetra, simplesmente fica flutuando sobre o cadáver,
desagregando-se sincronicamente com o veículo físico. Por isso o cemitério
apresenta o desagradável espetáculo dos corpos em decomposição com os seus
moldes etéricos flutuando sobre eles como farrapos…
Isso leva à
questão higiénica da cremação dos corpos advogada por muitos, principalmente no
Oriente. Contudo e atendendo a que o processo de retrospecção e trânsito varia
de alma para alma consoante a evolução alcançada, logo, sendo mais ou menos
rápida a integração nos corpos superiores, deve-se ter muito cuidado em não
queimar ou embalsamar o corpo antes de passarem, no mínimo, três dias depois da
morte. Há aqueles que fazem a retrospecção e depois mantêm-se aferrados à vida
que terminou, assim permanecendo no corpo etérico, e por repercussão acabarão
sentindo os efeitos cirúrgicos de qualquer exame médico post-mortem ou
ferimento provocado no corpo físico inerte. De maneira que, não é demais
repetir, é aconselhável deixarem-se passar três dias antes de proceder a
qualquer cremação, embalsamamento e até enterramento, como também a alguma
autópsia, além de que pode acontecer o fenómeno, não raro, de um estado
cataléptico, com paragem cardíaca temporária, ser confundido com morte
orgânica.
Muitos que
passaram pelo fenómeno cataléptico da “morte temporária”, dizem que nesse
estado “penetraram num túnel luminoso ao fundo do qual havia gente ou paisagem,
ou ambas as coisas”. Isso é fácil de explicar: Trata-se da abertura da visão
suprafísica pela dilatação do chakra frontal, sem a ingerência das sensações
físicas, dando-lhe assim o primeiro vislumbre do panorama do Plano imediato, o
Astral. Quem, acaso, antes de adormecer nunca apercebeu um foco ou uma esfera
luminosa na região frontal?…
Separado
definitivamente do corpo denso, como disse, em geral o duplo etérico fica
flutuando como uma nuvem violeta sobre o cadáver, constituindo aquilo que
geralmente se chama de espectro. Então a consciência penetra num estado de
sono, que perdura até se desprender completamente do mesmo duplo etérico, que
vai de minutos a horas até dias e mesmo semanas, dependendo esse prazo da
evolução consciencial alcançada pelo falecido. Para todos os efeitos, deve-se
respeitar os três dias já assinalados… pois que desses em diante as condições
para a execução das exéquias fúnebres entram em fase de degradação em qualquer
sentido, e se acaso a alma permanecer ligada ao corpo morto através do duplo
etérico em desagregação, então é sinal claro da sua parca evolução e farto
karma, e tal será o seu castigo
“CARIDADE”
Guarda, na
mente, que a caridade em teus atos
deve ser a
luz que vence a sombra.
Enquanto não
compreendas que a caridade é sempre a bênção maior para quem
a realiza,
ligando o benfeitor ao necessitado, estarás na fase primária da
virtude por
excelência.
Poderás
repartir moedas, a mãos-cheias; todavia, se não mantiveres o
sentimento
da amizade em relação ao carente, não terás logrado alcançar a
essência da
caridade.
Repartirás
tecidos e agasalhos com os desnudos; no entanto, se lhes não
ofertares
compreensão e afabilidade, permanecerás na filantropia.
Atenderás
aos enfermos com medicação valiosa; entretanto, se não
adicionares
ao gesto a gentileza fraternal, estarás apenas desincumbindo-se
de um mister
de pequena monta.
Ofertarás o
pão aos esfaimados; contudo, se os não ergueres com palavras
de bondade,
não alcançaste o sentido real da caridade.
Distribuirás
haveres e coisas com os desafortunados do caminho; não
obstante,
sem o calor do teu envolvimento emocional em relação a eles, não
atingiste o
fulcro da virtude superior.
A caridade é
algo maior do que o simples ato de dar.
Certamente,
a doação de qualquer natureza sempre beneficia aquele que lhe
sofre a
falta. Todavia, para que a caridade seja alcançada, é necessário que
o amor se
faça presente, qual combustível que permite o brilho da fé, na
ação
beneficente.
A caridade
material preenche os espaços abertos pela miséria
socioeconômica,
visíveis em toda parte.
Além deles,
há todo um universo de necessidades em outros indivíduos que
renteiam
contigo e esperam pela luz libertadora do teu gesto.
A
indulgência, em relação aos ingratos e agressivos;
a compaixão,
diante dos presunçosos e perversos;
a
tolerância, em favor dos ofensores;
a humildade,
quando desafiado ao duelo da insensatez;
a piedade,
dirigida ao opressor e déspota;
a oração
intercessória, pelo adversário;
a paciência
enobrecida, face às provocações e à irritabilidade dos
outros;
a educação,
que rompe as algemas da estupidez e da maldade que se
agasalham
nas furnas da ignorância gerando a delinquência e a loucura…
A caridade
moral é desafio para toda hora, no lar, na rua, no trabalho.
Exercendo-a,
recorda também da caridade em relação a ti mesmo.
Jesus,
convivendo com os homens, lecionou exemplificando todas as
modalidades
da caridade, permanecendo até hoje como o protótipo mais
perfeito que
se conhece, tornando-a a luz do gesto, que vence a sombra do
mal, através
da ação do amor.
Caridade,
pois, eis a meta.
Divaldo
Franco. Da obra: Vigilância. Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis.
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