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segunda-feira, 14 de agosto de 2017

“SUICIDAS MORREM. MORREM... MAS...NÃO DESENCARNAM. ”

No espiritismo costuma se usar o termo “Desencarnar” quando uma pessoa morre, porém no caso do suicídio as coisas ocorrem de forma mais lentas.
Em diversas obras encontramos trechos em que os espíritos afirmam que ficam presos ao corpo até sua completa extinção, Allan  Kardec nos revela isso com propriedade na entrevista publicada na Revista Espírita de  junho de 1858 com o título “ O suicida de Samaritana”
“5. Qual foi o motivo que vos levou ao suicídio? - R. Estou morto?... Não...
Habito meu corpo.... Não sabeis o quanto sofro! ... Eu estufo... Que mão compassiva procure me matar!
13. Que reflexões fizestes no momento em que sentistes a vida se extinguir em vós? - R. Não refleti; senti... Minha vida não está extinta... minha alma está ligada ao meu corpo... Sinto os vermes que me roem. ”
No livro “Depois do Suicídio” de Cleonice Orlandi de Lima, temos o depoimento de Jacinto[1] :  “  Continuei com o corpo morto, mas sem poder me separar do cadáver. Assim paralisado assisti aos funerais, ouvi os lamentos e as recriminações dos presentes pelo meu ato. Horrorizado, vi fecharem o caixão sobre mim.
Fui conduzido, assistindo a tudo e sempre sentindo a dor do ferimento na boca. Carregaram-me ao cemitério, enterraram-me e me deixaram sozinho. Senti a sufocação do fundo da cova, mas não podia fazer o mais leve movimento. Estava colado ao corpo morto! As dores que sentia eram fabulosamente insuportáveis. E, logo a seguir, passei a sentir o cheiro do corpo apodrecendo. Senti a mordedura dos vermes, milhões de mordidas ao mesmo tempo, por todo o corpo. Dores incríveis!
Muito tempo depois a carne foi se separando dos ossos, foi se acabando e eu sempre ali, sentindo as dores e assistindo a tudo. A sede, a fome e o frio me torturavam. A dor do ferimento da boca nunca me abandonou. Jamais tive um único minuto de descanso, em que pudesse dormir.”
Emmanuel no livro  “O Consolador” confirma :
“Suicidas há que continuam experimentando os padecimentos físicos da última hora terrestre, em seu corpo somático, indefinidamente. (...) a pior emoção do suicida é a de acompanhar, minuto a minuto, o processo da decomposição do corpo abandonado no seio da terra, verminado e apodrecido."[2]
Yvone Pereira no livro “Memória de um Suicida” nos traz uma visão do que ocorre quando finalmente o espírito se desliga do corpo contando a história de Camilo Castelo Branco  que desencarnado, foi para o "Vale dos Suicidas", onde  sofreu  horrores, , durante 12 anos até ser resgatado em 1903.
Devemos ainda levar em conta que o suicídio não é só aquele brutal e relativamente rápido, tem também os fumantes, alcoólatras, e/ou viciados de maneira geral.
“O suicídio brutal, violento, é crueldade para com o próprio ser. No entanto, há também o indireto, que ocorre pelo desgastar das forças morais e emocionais, das resistências físicas no jogo das paixões dissolventes, na ingestão de alimentos em excesso, de bebidas alcoólicas, do fumo pernicioso, das drogas adictícias, das reações emocionais rebeldes e agressivas, do comportamento mental extravagante, do sexo em uso exagerado, que geram sobrecargas destrutivas nos equipamentos físicos, psicológicos e psíquicos...”[3]
Kardec  é bem claro sobre a questão do suicídio no Livro dos espíritos entre as questões 944 até 946.
“Na morte violenta as sensações não são precisamente as mesmas. Nenhuma desagregação inicial há começado previamente a separação do perispírito; a vida orgânica em plena exuberância de força é subitamente aniquilada. Nestas condições, o desprendimento se começa depois da morte e não pode completar-se rapidamente. No suicídio, principalmente, excede a toda expectativa. Preso ao corpo por todas as suas fibras, o perispírito faz repercutir na alma todas as sensações daquele.   Com sofrimentos cruciantes.”[4]
Muitos podem questionar se o suicídio pode ser induzido por um obsessor, Yone  Pereira novamente nos brinda com a resposta : “Não obstante, homens comuns ou inferiores poderão cair nos mesmos transes, conviver com entidades espirituais inferiores como eles e retornar obsidiados, predispostos aos maus atos e até inclinados ao homicídio e ao suicídio. Um distúrbio vibratório poderá ter várias causas, e uma delas será o próprio suicídio em passada existência. ”[5]
A doutrina espírita nos ensina que a morte não é o fim; e que de outra forma  a vida continua. Que muitas vezes somos influenciados por obsessores, porem esses só agem devido ao nosso desiquilíbrio, e que precisamos ter consciência do que ocorre, caso desistamos da vida a qual tivemos o privilegio de  através da reencarnação buscar compreender e superar as provas e expiações.
“A certeza da vida futura, com todas as suas consequências, transforma completamente a ordem de suas ideias, fazendo-lhe ver as coisas por outro prisma: é um véu que se ergue e lhe desvenda um horizonte imenso e esplêndido.  Diante da infinidade e da grandeza da vida além da morte, a existência terrena desaparece, como um segundo na contagem dos séculos, como um grão de areia ao lado da montanha. Tudo se torna pequeno e mesquinho e nos admiramos por havermos dado tanta importância às coisas efêmeras e infantis. Daí, em meio às vicissitudes da existência, uma calma e uma tranquilidade que constituem uma felicidade, comparados com as desordens e os tormentos a que nos sujeitamos, ao buscarmos nos elevar acima dos outros; daí, também, ante as vicissitudes e as decepções, uma indiferença, que tira quaisquer motivos de desespero, afasta os mais numerosos casos de loucura e remove, automaticamente, a ideia de suicídio.”[6]
Marcos Paterra
Marcos Paterra (João Pessoa/PB)-é articulista e membro do movimento espírita paraibano,

colaborador de diversos sites e jornais espíritas marcos.paterra@gmail.com

"RESGATE ESPIRITUAL EM UM ACIDENTE GRAVE."

"Num momento de desespero e dor, vítimas fatais de um terrível acidente são recebidas pelos médiuns e Espíritos socorristas.
As histórias vivenciadas nos trabalhos mediúnicos são reais e revelam o lado solidário da morte que é sempre nova vida."
A mediunidade sempre tem surpresas a oferecer a cada trabalho realizado. A riqueza da vida se faz presente nas histórias que os Espíritos contam. A história a seguir aconteceu em São Paulo, SP, numa noite tranqüila de março. Um caso real de resgate espiritual de vítimas de um acidente. Na reunião, as atividades do grupo mediúnico transcorriam normalmente quando, em certo momento, o médium refletiu claramente a gravídade da situação. Metade do grupo de 12 pessoas, dedicou-se ao caso. Pela psicofonia, o Espírito de uma jovem mulher falou em tom grave:
"Ajudem-nos, pelo amor de Deus. Tem mais gente lá. Alguém segure essa criança para mim!". Luciana Ferraz, a médium, tremia as mãos revelando anseio e aflição. "O que está acontecendo, de onde você vem?'; perguntou Marco Antônio ao Espírito, para compreender melhor a situação.
- "Foi horrível. Estávamos dormindo, já era noite. Repentinamente o ônibus saiu da estrada e mergulhou no rio. Foi tudo muito rápido. Estavam todos caídos uns sobre os outros e a água inundou tudo':
- "Tenha calma, estamos aqui para ajudar!" - disse Sueli, preocupada em acalmar a jovem recém -desencarnada.
- "Mas vocês precisam ir lá, ajudar os que não escaparam" - continuou o Espírito, demonstrando não saber de seu novo estado. Envolvidos na emoção, as vitimas do acidente ali presentes não notaram que estavam todos mortos. - "Muita gente não está conseguindo sair do ônibus'; avisou preocupada.
"Encaminhada por um grupo de Espíritos socorristas,
a moça foi trazida ao contato de um médium para facilitar
o encaminhamento a um hospital do mundo espiritual"
ATENDIMENTO ESPIRITUAL AOS RECÉM-DESENCARNADOS
É muito comum nos trabalhos mediúnicos o atendimento a Espíritos recém-desencarnados. O tempo desde a morte até o momento do atendimento espiritual varia bastante, desde horas até séculos. A distância também é irrelevante, pois os Espíritos se locomovem, ou são trazidos de países longínquos, muito rapidamente. Eles podem viajar na velocidade do pensamento. A rede solidária dos Espíritos socorristas não tem fronteiras nem mede esforços em seu trabalho. (M.S.)
O VIDENTE
Armando, um médium vidente, do outro lado da mesa, observou o terrível acidente. Ao cair, o ônibus virara de lado. Ficou apenas a poucos palmos acima da superfície da água. Algumas pessoas desesperadamente escaparam pelos vidros laterais. Muitos não tiveram tempo suficiente e morreram. Entre elas, o grupo acompanhando o Espírito da jovem mulher, e a criança em seu colo. Mais à frente, o médium observou corpos enfileirados lado a lado, em sua maioria com suas roupas brancas.
Na verdade ela não escapou. Mas desligando-se do corpo físico, sem perceber que morreu, saiu pela janela acompanhando outras vítimas. Orientada por um grupo de Espíritos socorristas, foi trazida ao contato de um médium para facilitar o encaminhamento a um hospital do mundo espiritual.
- "Não se preocupe com os outros. Cada um receberá a ajuda apropriada. Tudo transcorrerá muito bem:' - tranqüilizou Marco, aplicando ao mesmo tempo uma imposição de mãos.
Diversos médiuns ofereciam auxilio fluídico naquele momento de tensão. Quem controlava a complexa situação eram, porém, os invisíveis trabalhadores espirituais. Uma tarefa conjunta entre os dois planos. Aos poucos, o Espírito da moça sentiu-se sonolento. Aceitou a ajuda de enfermeiras, também Espíritos, e seguiram com as outras vítimas.
Depois de atender alguns outros casos, o grupo mediúnico debateu e comentou os acontecimentos, trocando experiências e impressões. O trabalho estava encerrado.
NO DIA SEGUINTE
É de manhã, e a luz do sol invade a janela do escritório. Marco apoiou sua mala ao lado da mesa, vestiu a cadeira com seu paletó e antes de sentar-se já ligou seu computador. Tomando um gole de café, abriu a internet para ver as últimas notícias. E neste instante foi tomado de surpresa. Enquanto lia o texto na tela, seus braços arrepiavam de emoção.
A manchete, do site BBCBrasil.com, dizia o seguinte: "Queda de ônibus em rio mata 13 pessoas na Turquia. Equipes de resgate buscam ainda 17 pessoas desaparecidas':
E a notícia informava os detalhes: "Pelo menos 13 pessoas morreram e 11 ficaram feridas depois que um ônibus caiu em um rio na região central da Turquia. Mergulhadores e outros integrantes de serviços de emergência buscam outros 17 passageiros ainda desaparecidos horas depois que a carroceria afundou nas águas do rio Kelkit. O acidente aconteceu à noite, na província de Tokat, 350 quilômetros a leste de Ancara. O ônibus transportava passageiros de Istambul para a cidade de Van, perto da fronteira com o Irã. Há notícias de que um passageiro conseguiu sair do ônibus e seguir a pé até um vilarejo local para pedir socorro, diz a agência de notícias turca Anatolia. Alguns corpos foram encontrados até 20 quilômetros de distância do acidente".
Uma grande coincidência relaciona os fatos com a comunicação mediúnica do dia anterior, refletiu Marco Antonio. Mas algumas dúvidas passaram por sua mente. Será que os detalhes batem? O dia e hora do acidente estariam compatíveis com o trabalho mediúnico? "O acidente aconteceu à noite, na província de Tokat'; dizia a notícia. Fazendo as contas do fuso horário, tudo aconteceu no dia anterior, no final da tarde daqui de São Paulo. Ou seja, horas antes da comunicação mediúnica no centro.
Um tempo depois, outro boletim apresentava mais detalhes numa página de notícias:
"TOKAT, TURQUIA - Já chega a 14 o número de mortos na queda de um ônibus em um rio na província turca de Tokat; outras 11 pessoas ficaram feridas e 18 desaparecidas, segundo a agência de notícias Anatólia. O vice-governador da província, Izzet Ercan, afirmou que as equipes de resgate salvaram 11 passageiros e recuperaram os corpos de outros 14, entre eles o de duas mulheres e uma criança". Duas mulheres e uma criança ... Era mais uma correspondência relacionada com os Espíriitos socorridos na noite anterior.
ANALISANDO O CASO
Na semana seguinte, o grupo mediúnico estava novamente reunido. Na hora dos estudos, Marco comentou a surpresa que teve na semana anterior . Sueli contou que também havia lido a notícia na internet. "É possível que realmente os Espíritos atendidos sejam do acidente na Turquia, mas no trato da mediunidade lidamos com ciência, e certeza absoluta nunca temos, mas sim um hipótese provável': comentou um dos médiuns participantes. "Mas a moça falou em português, e não em turco!", questionou Armando. "Os Espíritos comunicam-se entre si, e também com os médiuns pelo pensamento. Não há problema algum quanto a diferentes idiomas': Explicou Marco Antonio, e continuou: "Veja, estou aqui com o livro do Herminio Miranda, Diversidade de Carismas. Ele escreveu um capítulo para explicar exatamente esse fenômeno':
E então leu o seguinte em voz alta: "Ao se dirigirem ao médium, ser encarnado, não o fazem em francês, inglês, árabe ou grego, mas pela 'língua universal que é a do pensamento'. Convém enfatizar o relevante aspecto dessa informação que nos assegura, em termos inequívocos, que os Espíritos só têm uma linguagem: a do pensamento".
Depois de discutir mais alguns detalhes, todos se prepararam em prece. Começava mais um trabalho mediúnico.
Fontes: Rede Amigo Espirita
Romeu Leonilo Wagner, Belém, Pará.
comunidadeespirita.com.br; por Macedo Sarra;

Macedo Sarra

domingo, 13 de agosto de 2017

“QUANDO OS FAMILIARES ADOECEM’."

A vida na Terra, caro leitor, não permite muitas reclamações. Uma queixa aqui outra acolá tudo bem. Mas viver reclamando das vicissitudes da existência é contraproducente, perda de tempo e energia.
O melhor é aproveitar os desafios existenciais e tentar resolvê-los.
Se forem, porém, insolúveis, daí resta-nos a resignação.
Já dizia mestre Wanderlei Luxemburgo: Problema sem solução é problema resolvido!
Toda esta introdução é para contar-lhes um fato.
Tenho uma tia que está há 27 anos deitada numa cama sem conseguir mexer qualquer membro. Não fala, não pede, não anda, não gesticula...
Esta tia tem 3 filhos e o marido que se revezam em seus cuidados.
Dão banho, papinha, trocam fralda, ministram remédio e tudo o mais que alguém enfermo necessita.
O pessoal antes reclamava, mas depois de alguns anos, já vencidos pelo cansaço resolveram aceitar a vida como ela é.
Bem, como eu disse, ela não faz nada, mas está vida, ou melhor dizendo, encarnada, coração pulsando e tudo mais.
Em casos assim, é importante lembrarmos que embora o corpo esteja baleado o Espírito está lúcido, vendo tudo o que se passa ao seu redor.
Já pensou que prisão, caro leitor? Nem direito a saidinha ela tem. Corrigindo: tem sim, quando nos momentos do sono de seu corpo físico. Mas observe a prisão que ela vive, 27 anos sem falar, andar, cantar, pular, dançar e, o pior: sem direito a reclamação.
Mas de retorno ao assunto Espírito e reforçando o que dissemos acima: embora o corpo esteja danificado, o seu Espírito sente, ama, emociona-se, pois as emoções residem no espírito.
Você questionará aonde quero chegar com esse papo.
Quero dizer aqui que não obstante as dificuldades e limitações físicas os meus primos a tratam normalmente. Conversam com ela, colocam-na a par das novidades da casa, se haverá reforma ou não, se brigaram com a namorada, se estão enfermos ou com saúde. Enfim, embora ela não se mexa e esteja prostrada em uma cama há quase três décadas, ela presta total atenção no que eles dizem. É óbvio: seu espírito está ativo, sentindo, amando, vivendo...
Cientes da realidade imortal não podemos deixar de tratar familiares doentes – aqui quem os tiver – como se não existissem.
É importante para seu caminhar evolutivo que recebam a atenção que merecem. Ele não responde? E daí? São dificuldades do corpo que serão sanadas com o tempo. Contudo a alma está bem viva e atenta.
Se você tem alguém em casa na situação provisória de invalidez física – invalidez aqui escrita para efeitos de entendimento sem cairmos em digressões filosóficas sobre o tema – não se limite aos cuidados básicos de alimentação e medicação. Vá além. Converse, beije, conte seus problemas, dê-lhe atenção.
Faça o ente querido fazer parte da família. Pode ser que agora ele não responda por conta da limitação física, mas tenha a certeza que no reencontro na Pátria Espiritual, quando liberto e recuperado do mal que o acometeu, o familiar certamente lhe agradecerá por você não tê-lo deixado alheio dos acontecimentos por conta de suas limitações físicas.
Afinal, muito pior do que a dificuldade do corpo é a cegueira que acomete quem não observa os largos horizontes do Espírito imortal.
Pensemos nisso!

Wellington Balbo

“AFEIÇÕES NO MUNDO ESPIRITUAL “

Contrariamente ao que muitos pensam, as afeições na terra são apenas uma pálida imagem dos laços belos e permanentes que se estabelecem entre seres que comungam das mesmas inclinações para o bem, em estado semelhante de evolução intelecto-moral. Estando libertos das paixões que os ligam em vida e que fazem os homens agruparem-se em clãs familiares de pendor egoísta, social, de raça… eles se atraem e agrupam em famílias mais alargadas do que na terra, unidos por sentimentos sinceros, tendo em vista o aperfeiçoamento coletivo e alegrando-se, com as conquistas de cada um dos seus entes queridos em cada regresso a casa, após mais uma vida na Terra, plena de lutas e provações experimentadas e ultrapassadas.
“Se uns encarnam e outros não, nem por isso deixam de estar unidos pelo pensamento. Os que se conservam livres velam pelos que se acham em cativeiro. Os mais adiantados se esforçam por fazer que os retardatários progridam. Após cada existência, todos têm avançado um passo na senda do aperfeiçoamento.”
ESE –IV capítulo - item 18
2. Espíritos simpáticos
Muitas vezes, uns precedem os outros na mesma reencarnação, com programações conjuntas e elevadas, lutando pelo bem comum e criando as famílias onde reina a afeição sincera. Estes espíritos simpáticos encontram-se aparentemente “por acaso” e experimentam atração espontânea e imediata, fruto de relações agradáveis vividas em outras eras. Que bela imagem nos transmite o Evangelho segundo o Espiritismo ao afirmar: "… é a atração de dois Espíritos, que se buscam reciprocamente por entre a multidão.“
Daí também ser frequente encontrarmos filhos que se assemelham aos pais, irmãos gémeos de carácter similar, nos seus comportamentos de cariz moral.
São espíritos afins que se juntaram, pelas leis da atração e gostam de estar juntos.
Embora nem todos os espíritos afins tenham necessariamente que se ter conhecido numa vida anterior, pois eles se atraem por inclinações semelhantes, isso frequentemente acontece: “A afeição que existe entre pessoas parentes são um índice da simpatia anterior que as aproximou….” ESE –IV capítulo - item 19
Quando regressam ao mundo espiritual, os espíritos se reconhecem e recordam todos os momentos que já viveram juntos. Se na Terra isso não sucede é porque isso lhes seria mais prejudicial que benéfico.
Há, pois, duas espécies de família:
as famílias unidas pelos laços espirituais e estáveis que se estimam,se fortalecem pela purificação e se perpetuam no mundo dos Espíritos, através das várias migrações da alma.
E as famílias unidas pelos laços corporais, frágeis como a matéria, e que se, mais nada as liga do que as paixões terrenas, se extinguem com o tempo e, muitas vezes, se dissolvem moralmente, já na existência atual.
("O Evangelho Segundo o Espiritismo", cap. XIV, item 8).
"Purificadas as afeições, acima dos laços do sangue, o sagrado instituto da família se perpetua no Infinito, através dos laços imperecíveis do Espírito. "

Emmanuel                    

sábado, 12 de agosto de 2017

"O CONSOLO APÓS A MORTE"

É fato que o ser humano tem muita dificuldade de aceitar a morte. Muitas pessoas me mandam mensagens pedindo um consolo, uma palavra ou mesmo uma psicografia de um ente querido ou amigo já falecido. O sofrimento dessas pessoas pela “perda” de alguém que muito amam parece não ter fim. Por esse motivo, decidi escrever alguns dos principais pontos a respeito da vida após a morte. Essas informações podem ajudar algumas pessoas a enfrentarem com fé e resignação a passagem de pessoas muito queridas.
O primeiro ponto que todos devem entender para se consolarem com a partida de uma pessoa que amamos é a verdade de que a morte, absolutamente, não existe. É preciso que todos saibam que a morte é apenas uma passagem, uma transição de um estado a outro de existência. A morte nada mais é do que a perda do corpo físico. Descartamos o invólucro carnal e passamos a existir apenas numa dimensão mais sutil de realidade. Aquilo que somos lá no fundo e que não depende do corpo físico para existir se conserva e vai ao plano espiritual. A morte é apenas uma mudança de vibração. Costumo comparar a morte a uma espécie de viagem que nossos entes queridos e amigos fizeram. Uma viagem para um lugar distante que nós ainda não podemos ir. Um dia, é certo que vamos encontrar as pessoas falecidas que muito amamos e ninguém deve duvidar disso. Por mais que as impressões materiais possam nos fazer crer que a vida se encerra com a morte, é certo que a vida continua sempre, em muitos níveis, fases, planos e estados da existência universal.
O segundo ponto fala da ausência de sentido caso a morte fosse o fim de tudo. Isso significa que se a alma humana se encerrasse definitivamente com a morte, a vida não teria nenhum sentido. Imagine que vivemos apenas um segundo da eternidade e morremos, para nunca mais voltar, nunca mais existir. Qual seria o sentido da vida se assim fosse? Seria melhor que abraçássemos logo esse fim absoluto, que seria nosso destino inexorável, do que permanecer na Terra apenas para gozar nossa condição material. Portanto, se acreditamos que a vida tem um sentido, jamais podemos aceitar a ideia do fim absoluto do ser. Por outro lado, se a morte representasse a extinção completa de nosso ser, de nossa vida, do nosso eu, essa morte seria o único fim absoluto de alguma coisa em toda a natureza e universo. Isso porque nada que é natural morre de fato, mas ocorre apenas uma mudança de forma. A flor que morre renasce como abudo da terra; a semente que morre no solo nasce como planta; a lagarta morre como lagarta e nasce a borboleta. Como diz Lavoisier, “Nada se perde, tudo se transforma”. Tudo aquilo que morre, renasce em outra forma. Essa é uma lei natural que também vale para a alma humana. O espírito também morre como forma para depois aderir a outra forma. Como dissemos em um de nossos escritos, morremos no plano físico, para renascer no plano espiritual, da mesma forma que o sol “morre” no horizonte num ponto da Terra e “nasce” no outro lado do mundo. Portanto, não há morte… há sempre continuidade da vida.
O terceiro ponto nos informa que a morte existe no nascimento e o nascimento existe na morte e que ambos são parte de um mesmo ciclo da alma. Da mesma forma que a morte de uma pessoa é motivo de lágrimas e saudade para aqueles que permanecem no plano físico, aqueles que permanecem no plano espiritual também sofrem e sentem saudades de nós quando nascemos no plano físico. O contrário também ocorre: quando uma alma nasce na Terra, ela é recebida com alegria e festa. Da mesma forma, quando a alma morre no plano físico, ela é recebida com alegria e festa no plano espiritual. Portanto, assim como não há motivo para tristeza quando uma alma nasce, também não há motivo para tristeza quando ela morre, pois muitos espíritos que a amam ficam muito felizes com sua chegada ao plano espiritual. Aqui reside outro aspecto importante da morte… Sempre acontece da alma que acabou de desencarnar ser recebida no plano espiritual pelos seus entes queridos espirituais, que o recebem com todo o amor e carinho. As pesquisas com “experiências de quase morte” confirmam de forma clara esse ponto. Esses espíritos foram pessoas que a alma amou, ama e conviveu ao longo de sua existência terrena e ao longo de muitas vidas passadas. Por esse motivo, não há qualquer razão para sofrimento, posto que, quando desencarnamos, as pessoas que desencarnaram antes de nós estarão lá para nos receber e regozijar-se com nossa chegada à pátria espiritual. Pessoas que acreditamos termos “perdido” aparecerão nesse sublime momento de nossa chegada ao plano espiritual e nos receberão com todo o amor e carinho.
O quarto ponto fala sobre a possibilidade da alma ficar presa a Terra e nos fazer muito mal. Já falamos sobre isso em outro texto, portanto, não nos alongaremos nesse assunto. O que as pessoas precisam saber é que não devem ficar prendendo mentalmente um espírito junto delas, pois nesse caso, ela pode se tornar o que no espiritualismo se chama de um “espírito preso a Terra” e gerar muito mal aos encarnados e a si próprio. É muito comum que uma alma recém desencarnada fique presa a nós por conta de nosso apego. Quando isso ocorre, ela pode sugar nossas energias, assim como nos transmitir toda a sua tristeza, confusão e até fazer com que fiquemos doentes e deprimidos. É necessário permitir que a alma ascenda ao plano espiritual e não fique aprisionada na matéria. Portanto, uma forma eficaz de diminuir nossa dor é permitir a partida do espírito que pode ter ficado preso a Terra. Em outro texto de nossa autoria ensinamos uma técnica que permite ao encarnado encaminhar o recém desencarnado ao plano espiritual. O nome da técnica é “Encaminhando Espíritos”. Ela pode ser encontrada no blog de Hugo Lapa. Pessoas que realizaram essa técnica relataram sentirem-se aliviadas e mais tranquilas após sua realização. Isso se deve ao fato que o desencarnado já não está mais conosco, nos transmitindo sua tristeza e pesar.
O quinto ponto, e muito importante, é que a morte nos ajuda a dissolver os apegos que temos diante de algumas pessoas. Se uma pessoa não consegue viver a sua vida após a morte de outra pessoa, significa que ela se apoiava emocionalmente no outro, o outro era seu sustento psicológico, seu alimento emocional, e ninguém pode ficar dependente assim de outra pessoa. Por exemplo, quando um filho morre e uma mãe não consegue dar continuidade a sua vida, significa que essa mãe era totalmente dependente do seu filho no sentido emocional. Ela estava presa a esse apego e essa dependência emocional do filho. Mas o desenvolvimento espiritual pressupõe o fim de todos os apegos, o fim de qualquer dependência emocional. Pressupõe que sejamos capazes de viver sem nos apoiar no outro, sem descontar no outro nossas carências, sem usar o outro como nosso alimento emocional. Por isso, Deus leva momentaneamente as pessoas que amamos a fim de nos libertar desse apego ao outro. Não vamos confundir amor com apego. O amor mais puro, real, não é apegado, não nos faz estar viciados no outro, necessitando de sua presença conosco. O amor incondicional é aquele que existe mesmo quando a pessoa amada está longe e, mesmo sentindo saudade, aceitamos de bom grado essa condição, pois não estamos presos ao outro. Portanto, conseguem lidar melhor com a morte aqueles que não cultivam nenhum apego. Ao contrário, aqueles que estão muito apegados, praticamente não conseguem mais seguirem suas vidas sem o outro. É preciso amar sem posses, sem se anular pelo outro, sem fazer do outro nossa vida. Dessa forma, a passagem se torna muito menos dolorosa e não nos prejudica.
O sexto ponto nos mostra que nenhuma vida pode ser interrompida antes da hora, como as ilusões do mundo podem nos fazer supor. Vejo muitas mães dizendo que “perderam” seu filho “antes da hora” e que ele ainda tinha muito para viver nessa vida não fosse a causa de sua morte, como um homicídio, um acidente de carro, uma doença que o acometeu, dentre outras causas de sua morte. Queremos declarar aqui a verdade de que ninguém morre antes da hora. Em primeiro lugar, é certo que não há interrupção da vida, posto que a vida sempre continua e jamais se extingue. Em segundo lugar, essa “interrupção” não foi algo que ocorreu ao acaso, por acidente ou pela força das circunstâncias, mas precisava acontecer. Isso porque quando uma alma desencarna, sua missão na Terra já se completou. Mesmo quando uma pessoa é assassinada, ela só desencarnou porque sua hora chegou, caso contrário, o assassino não conseguiria seu intento e algo daria errado. Uma alma só deixa a Terra quando não precisa mais ficar aqui, pois já passou por todas as provas e expiações que necessitava e já cumpriu sua missão. Portanto, mesmo um jovem de 15 anos que foi assassinado, não teve sua vida interrompida pelo assassino. Ele foi embora porque Deus permitiu que ele se libertasse da matéria após o término de sua missão e das provas que precisava suportar para evoluir espiritualmente. Seu tempo terrestre se esgotou e nada mais havia para ele fazer na Terra. Esse é um ponto bem difícil das pessoas compreenderem, mas é verdadeiro e também consolador. Aqueles que tomam consciência de que as pessoas apenas desencarnam quando terminaram suas tarefas terrenas para a vida presente, são mais resignadas e não cultivam dúvida ou raiva de certos acontecimentos que consideramos como a causa da morte. Por outro lado, mesmo pessoas mais jovens, até crianças nos primeiros anos, têm uma missão a cumprir e são úteis ao desenvolvimento espiritual de uma família e em alguns casos até mesmo da coletividade. É o caso de crianças em tenra idade que são violentadas e assassinadas. As almas que passam por essas tragédias, que tocam a sociedade, podem ser espíritos missionários que vêm nos ensinar a importância do amor, do perdão e vem sensibilizar a todos de que é urgente uma transformação em nível global.
O sétimo ponto e um dos mais importantes é o fato de que a morte nos mostra o quanto esse mundo é transitório, efêmero e ilusório. O ser humano sempre procurou negar a morte, pelo simples fato de que ele é muito apegado ao mundo e seus prazeres. Acreditamos que nós vamos viver eternamente nesse mundo, que o outro vai ficar conosco até a velhice e acabamos esquecendo da imprevisibilidade da morte. Temos a ilusão de que a morte ocorre com os outros, mas nunca conosco. Queremos acreditar que vamos viver 100 anos e que nossa família nunca vai morrer. Essa crença inconsciente vem do irremediável apego que temos diante do mundo das formas, da matéria e dos prazeres. A morte é um instrumento que Deus se serve para ir dissolvendo aos poucos dentro de nós esse apego a matéria e as ilusões do mundo. Por outro lado, a morte nos dá uma noção de que não há tempo a perder, de que tudo que devemos realizar, precisamos fazer imediatamente, sem desvios e sem atraso. Portanto, a morte serve para nos mostrar que essa vida aqui é somente uma passagem e que estamos apenas temporariamente revestidos de matéria. De outro modo, uma pessoa que amamos pode ir embora a qualquer momento e isso é que nos move a dar-lhe o devido valor, a perdoar, a aproveitar sua estada conosco e trata-la com amor e carinho. Ninguém deve permitir que a raiva, as disputas de ego, a soberba, as contrariedades, as rixas pequenas e os problemas passageiros sejam causas de brigas, pois o outro pode ir embora mais rápido do que esperamos e a culpa de te-lo maltratado e não lhe dar valor pode nos torturar por anos.
O oitavo ponto nos deixa claro o quanto a vida mundana, que tanto valorizamos, é insignificante, estéril e sem valor. As mensagens dos espíritos sempre afirmam a verdade de que a vida na matéria é passageira e pequena diante da imensidão, da glória, da harmonia e da felicidade da vida espiritual. A maioria das pessoas se digladia e morre pelas migalhas do mundo perecível. Trocamos facilmente nossa felicidade pelo dinheiro e pelos bens materiais deste mundo. Passamos a vida tensos e angustiados para manter nosso sustento financeiro sempre com medo de tudo perder. Ao desencarnar percebemos a imaturidade de tais atos; nos damos conta do caráter ínfimo, transitório e irrisório de tudo isso. Os espíritos dizem que brigamos por coisas sem nenhuma importância; nos matamos pelas sobras dos ossos debaixo da mesa; perdemos nossa vida alimentando o ilusório ao invés de valorizar o eterno ser espiritual que somos. Tudo isso para depois nada receber; vivemos para tudo conquistar apenas para nos dar conta que depois vamos tudo perder. Sofremos pelas perdas como uma criança chora e se esperneia ao perder sua bola, e quando chega a idade adulta, admite que a perda da bola foi um episódio absolutamente sem valor. Os espíritos descrevem a eterna luz da vida, o infinito sol espiritual que sustenta todas as almas , assim como o sol brilha e dá vida a tudo o que existe na Terra. Mesmo a mais luxuosa mansão, o carro mais sofisticado, as festas mais badaladas, o vinho mais antigo e saboroso, a refeição mais opulenta, as viagens mais refinadas, tudo isso é irrelevante, ilusório, miserável, vazio e sem alma perto da felicidade suprema da vida cósmica. Essa vida de bênçãos infinitas nos aguarda, mas para sentirmos essa inexplicável paz é preciso enfrentar com fé e resignação as lutas da vida humana; é preciso não guerrear contra aqueles que querem a batalha; é preciso acalmar nosso coração diante da mais estrondosa tempestade; é preciso entregar nossa vida a um plano maior que tudo organiza; é preciso abençoar as mazelas, os sofrimentos e as dores encarando-as como provas do infinito para nos elevar. É preciso despertar o amor mesmo por aqueles que nos perseguem, nos caluniam, nos maltratam e nos agridem; é preciso neutralizar o ódio com o amor; o conflito com a paz de espírito; as pragas com a bem aventurança; não se importar de estar nos últimos lugares, de ser o marginalizado, o oprimido, o rejeitado, pois os últimos sempre serão os primeiros; o mais baixo sobre a Terra será o mais elevado no reino do infinito.

(Hugo Lapa)

𝗖𝗢𝗠𝗢 𝗢𝗦 𝗥𝗘𝗟𝗔𝗖𝗜𝗢𝗡𝗔𝗠𝗘𝗡𝗧𝗢𝗦 𝗙𝗜𝗖𝗔𝗠 𝗔𝗧𝗥𝗘𝗟𝗔𝗗𝗢𝗦 𝗡𝗔𝗦 𝗥𝗘𝗘𝗡𝗖𝗔𝗥𝗡𝗔𝗖̧𝗢̃𝗘𝗦.

Os ajustes dos relacionamentos problemáticos de outras existências. Pelas reencarnações os espíritos têm a oportunidade de reestabelecer os ...