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sexta-feira, 22 de setembro de 2017

“UNIÃO INFELIZ-CASAMENTO E SEPARAÇÕES. ”

Dolorosa, sem dúvida, a união considerada menos feliz. E, claro, que não existe obrigatoriedade para que alguém suporte, a contragosto, a truculência ou o peso de alguém, ponderando-se que todo espírito é livre no pensamento para definir-se, quanto às próprias resoluções.
Indiscutivelmente, os débitos que abraçamos são anotados na Contabilidade da Vida; todavia, antes que a vida os registre por fora, grava em nós mesmos, em toda a extensão, o montante e os característicos de nossas faltas. A pedra que atiramos no próximo talvez não volte sobre nós em forma de pedra, mas permanece conosco na figura de sofrimento. E, enquanto não se remove a causa da angústia, os efeitos dela perduram sempre, tanto quanto não se extingue a moléstia, em definitivo, se não a eliminamos na origem do mal. Nas ligações terrenas, encontramos as grandes alegrias; no entanto, é também dentro delas que somos habitualmente defrontados pelas mais duras provações. Isso porque, embora não percebamos de imediato, recebemos, quase sempre, no companheiro ou na companheira da vida intima, os reflexos de nós próprios. É natural que todas as conjunções afetivas no mundo se nos figurem como sendo encantados jardins, enaltecidos de beleza e perfume, lembrando livros de educação, cujo prefácio nos enleva com a exaltação dos objetivos por atingir.
A existência física, entretanto, é processo específico de evolução, nas áreas do tempo, e assim como o aluno nenhuma vantagem obterá da escola se não passa dos ornamentos exteriores do educandário em que se matricula, o espírito encarnado nenhum proveito recolheria do casamento, caso pretendesse imobilizar-se no êxtase do noivado. Os princípios cármicos desenovelam-se com as horas. Provas, tentações, crises salvadoras ou situações expiatórias surgem na ocasião exata, na ordem em que se nos recapitulam oportunidades e experiências, qual ocorre à semente que, devidamente plantada, oferece o fruto em tempo certo. O matrimônio pode ser precedido de doçura e esperança, mas isso não impede que os dias subsequentes, em sua marcha incessante, tragam aos cônjuges os resultados das próprias criações que deixaram para trás. A mudança espera todas as criaturas nos caminhos do Universo, a fim de que a renovação nos aprimore. A jovem suave que hoje nos fascina, para a ligação afetiva, em muitos casos será talvez amanhã a mulher transformada, capaz de impor-nos dificuldades enormes para a consecução da felicidade; no entanto, essa mesma jovem suave foi, no passado - em existências já transcorridas -, a vítima de nós mesmos, quando lhe infligimos os golpes de nossa própria deslealdade ou inconsequência, convertendo-a na mulher temperamental ou infiel que nos cabe agora relevar e retificar. O rapaz distinto que atrai presentemente a companheira, para os laços da comunhão mais profunda, bastas vezes será provavelmente depois o homem cruel e desorientado, suscetível de constrangê-la a carregar todo um calvário de aflições, incompatíveis com os anseios de ventura que lhe palpitam na alma. Esse mesmo rapaz distinto, porém, foi no pretérito - em existências que já se foram - a vítima dela própria, quando, desregrada ou caprichosa, lhe desfigurou o caráter, metamorfoseando-o no homem vicioso ou fingido que lhe compete tolerar e reeducar. Toda vez que amamos alguém e nos entregamos a esse alguém, no ajuste sexual, ansiando por não nos desligarmos desse alguém, para depois somente depois - surpreender nesse alguém defeitos e nódoas que antes não víamos, estamos à frente de criatura anteriormente dilapidada por nós, a ferir-nos justamente nos pontos em que a prejudicamos, no passado, não só a cobrar-nos o pagamento de contas certas, mas, sobretudo, a esmolar-nos compreensão e assistência, tolerância e misericórdia, para que se refaça ante as leis do destino. A união suposta infeliz deixa de ser, portanto, um cárcere de lágrimas para ser um educandário bendito, onde o espírito equilibrado e afetuoso, longe de abraçar a deserção, aceita, sempre que possível, o companheiro ou a companheira que mereceu ou de que necessita, a fim de quitar-se com os princípios de causa e efeito, liberando-se das sombras de ontem para elevar-se, em silenciosa vitória sobre si mesmo, para os domínios da luz.


CHICO XAVIER-EMMANUEL-(Do livro Sexo e Vida)

quinta-feira, 21 de setembro de 2017

“A ORIGEM DO INSTINTO SEXUAL”

Todas as nossas referências a semelhantes peças do trabalho biológico, nos reinos da Natureza, objetivam simplesmente demonstrar que, além da trama de recursos somáticos, a alma guarda a sua individualidade sexual intrínseca, a definir-se na feminilidade ou na masculinidade, conforme os característicos acentuadamente passivos ou claramente ativos que lhe sejam próprios. 
E o instinto sexual, por isso mesmo, traduzindo amor em expansão no tempo, vem das profundezas, para nós ainda inabordáveis, da vida, quando agrupamentos de mônadas celestes se reuniram magneticamente umas às outras para a obra multimilenária da evolução, ao modo de núcleos e eletrões na tessitura dos átomos, ou dos sóis e dos mundos nos sistemas macrocósmicos da Imensidade.
Por ele, as criaturas transitam de caminho a caminho, nos domínios da experimentação multifária, adquirindo as qualidades de que necessitam; com ele, vestem-se da forma física, em condições anômalas, atendendo a sentenças regeneradoras na lei de causa e efeito ou cumprindo instruções especiais com fins de trabalho justo.
O sexo é, portanto, mental em seus impulsos e manifestações, transcendendo quaisquer impositivos da forma em que se exprime, não obstante reconhecermos que a maioria das consciências encarnadas permanecem seguramente ajustadas à sinergia mente-corpo, em marcha para mais vasta complexidade de conhecimento e emoção.
Evolução do Amor:
Entretanto, importa reconhecer que à medida que se nos dilata o afastamento da animalidade quase absoluta, para a integração com a Humanidade, o amor assume dimensões mais elevadas, tanto para os que se verticalizam na virtude como para os que se horizontalizam na inteligência.
Nos primeiros, cujos sentimentos se alteiam para as Esferas Superiores, o amor se ilumina e purifica, mas ainda é instinto sexual nos mais nobres aspectos, imanizando-se às forças com que se afina em radiante ascensão para Deus.
Nos segundos, cujas emoções se complicam, o amor se requinta, transubstanciando-se o instinto sexual em constante exigência de satisfação imoderada do “eu”.
De conformidade com a Psicanálise, que vê na atividade sexual a procura incessante de prazer, concordamos em que uns, na própria sublimação, demandam o prazer da Criação, identificando-se com a Origem Divina do Universo, enquanto que outros se fixam no encalço do prazer desenfreado e egoístico da auto adoração. Os primeiros aprendem a amar com Deus. Os segundos aspiram a ser amados a qualquer preço.
A energia natural do sexo, inerente à própria vida em si, gera cargas magnéticas em todos os seres, pela função criadora de que se reveste, cargas que se caracterizam com potenciais nítidos de atração no sistema psíquico de cada um e que, em se acumulando, invadem todos os campos sensíveis da alma, como que a lhe obliterar os mecanismos outros de ação, qual se estivéssemos diante de usina reclamando controle adequado.
Ao nível dos brutos ou daqueles que lhes renteiam a condição, a descarga de semelhante energia se efetua, indiscriminadamente, através de contatos, quase sempre desregrados e infelizes, que lhes carreiam, em consequência, a exaustão e o sofrimento como processos educativos.
Poligamia e Monogamia:
O instinto sexual, então, a desvairar-se na poligamia, traça para si mesmo largo roteiro de aprendizagem a que não escapará pela matemática do destino que nós mesmos criamos.
Entretanto, quanto mais se integra a alma no plano da responsabilidade moral para com a vida, mais apreende o impositivo da disciplina própria, a fim de estabelecer, com o dom de amar que lhe é intrínseco, novos programas de trabalho que lhe facultem acesso aos planos superiores.
O instinto sexual nessa fase da evolução não encontra alegria completa senão em contato com outro ser que demonstre plena afinidade, porquanto a liberação da energia, que lhe é peculiar, do ponto de vista do governo emotivo, solicita compensação de força igual, na escala das vibrações magnéticas.
Em semelhante eminência, a monogamia é o clima espontâneo do ser humano, de vez que dentro dela realiza, naturalmente, com a alma eleita de suas aspirações a união ideal do raciocínio e do sentimento, com a perfeita associação dos recursos ativos e passivos, na constituição do binário de forças, capaz de criar não apenas formas físicas, para a encarnação de outras almas na Terra, mas também as grandes obras do coração e da inteligência, suscitando a extensão da beleza e do amor, da sabedoria e da glória espiritual que vertem, constantes, da Criação Divina.
Alimento Espiritual:
Há, por isso, consórcios de infinita gradação no Plano Terrestre e no Plano Espiritual, nos quais os elementos sutis de comunhão prevalecem acima das linhas morfológicas do vaso físico, por se ajustarem ao sistema psíquico, antes que às engrenagens da carne, em circuitos substanciais de energia.
Contudo, até que o Espírito consiga purificar as próprias impressões, além da ganga sensorial, em que habitualmente se desregra no narcisismo obcecante, valendo-se de outros seres para satisfazer a volúpia de hipertrofiar-se psiquicamente no prazer de si mesmo, numerosas reencarnações instrutivas e reparadoras se lhe debitam no livro da vida, porque não cogita exclusivamente do próprio prazer sem lesar os outros, e toda vez que lesa alguém abre nova conta resgatável em tempo certo.
Isso ocorre porque o instinto sexual não é apenas agente de reprodução entre as formas superiores, mas, acima de tudo, é o reconstituinte das forças espirituais, pelo qual as criaturas encarnadas ou desencarnadas se alimentam mutuamente, na permuta de raios psíquico-magnéticos que lhes são necessários ao progresso.
Os espíritos santificados, em cuja natureza supere volvida o instinto sexual se diviniza, estão relativamente unidos aos Espíritos Glorificados, em que descobrem as representações de Deus que procuram, recolhendo de semelhantes entidades as cargas magnéticas sublimadas, por eles próprios, liberadas no êxtase espiritual. De outro lado, as almas primitivas comumente lhe gastam a força em excessos que lhes impõem duras lições.
Entre os espíritos santificados e as almas primitivas, milhões de criaturas conscientes, viajando da rude animalidade para a Humanidade enobrecida, em muitas ocasiões se arrojam a experiências menos dignas, privando a companheira ou o companheiro do alimento psíquico a que nos reportamos, interrompendo a comunhão sexual que lhes alentava a euforia, e, se as forças sexuais não se encontram suficientemente controladas por valores morais nas vítimas, surgem, frequentemente, longos processos de desespero ou de delinquência.
Enfermidades do Instinto Sexual:
As cargas magnéticas do instinto, acumuladas e desbordantes na personalidade, à falta de sólido socorro íntimo para que se canalizem na direção do bem, obliteram as faculdades, ainda vacilantes, do discernimento e, à maneira do esfaimado, alheio ao bom senso, a criatura lesada em seu equilíbrio sexual costuma entregar-se à rebelião e à loucura em síndromes espirituais de ciúme ou despeito.
À face das torturas genésicas a que se vê relegada, gera aflitivas contas cármicas a lhe vergastarem a alma no espaço e a lhe retardarem o progresso no tempo.
Daí nascem as psiconeuroses, os colapsos nervosos decorrentes do trauma nas sinergias do corpo espiritual, as fobias numerosas, a “histeria de conversão”, a “histeria de angústia”, os “desvios da libido”, a neurose obsessiva, as psicoses e as fixações mentais diversas que originam na ciência de hoje as indagações e os conceitos da psicologia de profundidade, na esfera da Psicanálise, que identifica as enfermidades ou desajustes do instinto sexual sem oferecer-lhes medicação adequada, porque apenas o conhecimento superior, gravado na própria alma, pode opor barreiras à extensão do conflito existente, traçando caminhos novos à energia criadora do sexo, quando em perigoso desequilíbrio.
Desse modo, por semelhantes rupturas dos sistemas psicossomáticos, harmonizados em permutas de cargas magnéticas afins, no terreno da sexualidade física ou exclusivamente psíquica, é que múltiplos sofrimentos são contraídos por nós todos, no decurso dos séculos, porquanto, se forjamos inquietações e problemas nos outros, com o instinto sexual, é justo venhamos a solucioná-los em ocasião adequada, recebendo por filhos e associados de destino, entre as fronteiras domésticas, todos aqueles que constituímos credores do nosso amor e da nossa renúncia, atravessando, muitas vezes, padecimentos inomináveis para assegurar-lhes o refazimento preciso.
Compreendamos, pois, que o sexo reside na mente, a expressar-se no corpo espiritual, e consequentemente no corpo físico, por santuário criativo de nosso amor perante a vida, e, em razão disso, ninguém escarnecerá dele, desarmonizando-lhe as forças, sem escarnecer e desarmonizar a si mesmo.
Compilado por Vinhas de Luz-Livro: Evolução em Dois Mundos

Autor:  André Luiz (Espírito) e Francisco C. Xavier

“CASTIGOS ETERNOS E PENAS IRREMISSÍVEIS NA VISÃO ESPÍRITA”

" SEJA QUAL FOR A DURAÇÃO DO CASTIGO, NA VIDA ESPIRITUAL OU NA VIDA FÍSICA, ONDE QUER QUE SE VERIFIQUE, TEM SEMPRE UM TERMO, PRÓXIMO OU REMOTO. NA REALIDADE, NÃO HÁ PARA O ESPÍRITO MAIS QUE DUAS ALTERNATIVAS: PUNIÇÃO TEMPORÁRIA DE ACORDO COM A CULPA, E RECOMPENSA GRADUADA SEGUNDO O MÉRITO. REPELE O ESPIRITISMO A TERCEIRA ALTERNATIVA; A DA CONDENAÇÃO ETERNA." (ALAN KARDEC, O CÉU E O INFERNO, 1ª PARTE, CAP V, O PURGATÓRIO. QUESTÃO Nº 9.)
Recordando o Evangelho de Jesus, podemos afirmar com absoluta certeza, que o Mestre Divino nunca deixou de nos advertir quanto à responsabilidade que nos será cobrada após a morte, ocasião em que certamente cada um de nós encontrará o resultado de nossas ações, no campo do bem ou do mal.
O Nazareno afirmou categoricamente : "Eu porém vos digo, que todo aquele que sem motivo se irar contra seu irmão de luta, estará sujeito a julgamento; e quem proferir um insulto a seu irmão estará também em julgamento no tribunal; e quem chamar o outro de tolo e desprezível, estará sujeito ao fogo do inferno ."
Jesus nos dá uma ideia clara e insofismável de que, do outro lado da vida, depois do remorso e do arrependimento, iniciaremos um trabalho de ressarcimento de nossas faltas passadas, a fim de diluirmos os nossos erros, com provas e expiações que terão um tempo determinado, mas que nuca serão eternas.
A Doutrina Espírita estabelece conceitos idênticos aos do Evangelho de Jesus. Afirma em sua Codificação que, por mais cruéis que sejam os atos cometidos pelos espíritos, ainda assim, sempre terão o perdão de Deus, a fim de se reajustarem diante das Leis Divinas; mas, para isso, é necessário que os culpados se arrependam e se mostrem interessados na reabilitação.
O Espiritismo descreve com muita precisão, a diversidade e os graus de sofrimento moral que experimentam na vida imortal os espíritos que violam os preceitos da ética e da convivência pacífica com os seus semelhantes.
Menciona, ainda, as provas e expiações, muitas delas dolorosas e de difícil aceitação por parte dos culpados. Não aceita em hipótese alguma, a crença do chamado castigo eterno, dogma na maioria das religiões tradicionais da Terra, em que se afirma que determinados pecados não tem perdão, tirando das pessoas, o direito de se reabilitarem diante da sociedade que aviltaram.
O chamado castigo eterno sem remissão é defendido por religiosos obtusos dos textos bíblicos, que ainda estão apegados à Lei de Moisés, que realmente dava essa ideia de eternidade das penas; mas com o advento de Jesus tudo mudou. Não morrerão mais os filhos pelos pais, e nem os pais pelos filhos, mas cada um morrerá pelo seu próprio pecado.
Disse ainda Jesus que não se deve perdoar sete vezes, mas setenta vezes sete. Deu-nos o exemplo de que o perdão deve ser irrestrito, sem exigências, a fim de provocar no culpado os sentimentos de bondade e de compaixão
Esse castigo definitivo pregado por várias religiões durante séculos, não só para os bons, mas também para os maus, era uma forma de amedrontar aqueles que não professassem as mesmas ideias, sendo considerados hereges, e por isso muitos foram queimados na fogueira da Inquisição.
A crença cega nos castigos eternos ou no inferno, não é somente impiedosa, como também exclusivista e declaradamente partidária, pois protege e livra desses tormentos apenas os adeptos da religião dominante, que prega esses conceitos.
Durante muitos séculos eles exerceram papel principal para pressionar fiéis. Formaram o nascimento de uma fé cega, sustentada pelo medo da morte, que sem dúvida nenhuma, também foi utilizada para assustar e intimidar, quem não obedecia aos dogmas da religião tradicional.
Por incrível que pareça ainda prevalece nos dias de hoje essa força teológica toda poderosa, usando sempre a intimidação pelo medo; mas, aos poucos, as figuras do diabo e o espectro da morte, as brasas do inferno, os horrores do purgatório, vão ficando para trás, como mitologias antigas, contos de fadas, historias de bruxas e outras lendas tão comuns no folclore brasileiro.
A aberração teológica dos castigos eternos seria para o espírito imortal uma espécie de estagnação dentro da própria eternidade, da qual ele não pode fugir, por estar inserida no seu destino, não importando os anos ou séculos que levará para se corrigir.
O certo é que todos têm o direito de evoluir e crescer para Deus. Esse é o destino de todos os seres humanos, criados por Ele. Não se pode simplesmente lançar no fogo do inferno os ateus, os pecadores ou pagãos ou outros mais que contrariem os dogmas da igreja tradicional, pois demonstra ante o Criador, um sentimento anti-fraternal que amesquinha e diminui o Seu amor pelos Seus filhos..
Deus está sempre disposto a ouvir as lamúrias, choros, ranger de dentes, irresignações e revoltas dos espíritos culpados. Atende a todos, de acordo com a situação mental de cada um, mas nunca deixando de amparar, principalmente os mais necessitados, os deserdados da sorte.
Para a Doutrina Espírita, fica difícil aceitar em sã consciência essa ideia aterradora, retrógrada e obscura, desses religiosos dogmáticos e de fé cega. Nós, ainda imperfeitos na evolução terrena, compadecemo-nos de criminosos perversos e impiedosos, que praticam todo o tipo de mal, de crime, de perversão, chocando muitas vezes milhares de pessoas, tal a hediondez como foram cometidos. Como então poderemos pensar que Deus, sumamente sábio, amoroso e misericordioso, possa execrar seus filhos com penas eternas?
O mais provável é que Ele perdoe infinitamente, que é o que realmente faz. Perdoa não sete vezes como disse Jesus, mas setenta vezes sete, desde que o infrator das suas Leis que regem a vida cósmica, se humilhe diante Dele , obedecendo aos conceitos morais, já inseridos na consciência de cada ser humano em experiência aqui neste Planeta de Provas e Expiações.

Djalma Santos-Correio Espírita

quarta-feira, 20 de setembro de 2017

“UM SÓ REBANHO E UM SÓ PASTOR. ”

 - Tenho ainda outras ovelhas que não são deste aprisco; é preciso que também a essas eu conduza; elas escutarão a minha voz e haverá um só rebanho e um único pastor. (S. João, cap. X, v. 16.)

 - Por essas palavras, Jesus claramente anuncia que os homens um dia se unirão por uma crença única; mas, como poderá efetuar-se essa união? Difícil parecerá isso, tendo-se em vista as diferenças que existem entre as religiões, o antagonismo que elas alimentam entre seus adeptos, a obstinação que manifestam em se acreditarem na posse exclusiva da verdade. Todas querem a unidade, mas cada uma se lisonjeia de que essa unidade se fará em seu proveito e nenhuma admite a possibilidade de fazer qualquer concessão, no que respeita às suas crenças.
Entretanto, a unidade se fará em religião, como já tende a fazer-se socialmente, politicamente, comercialmente, pela queda das barreiras que separam os povos, pela assimilação dos costumes, dos usos, da linguagem (1). Os povos do mundo inteiro já confraternizam, como os das províncias de um mesmo império. Pressente-se essa unidade e todos a desejam. Ela se fará pela força das coisas, porque há de tornar-se uma necessidade, para que se estreitem os laços da fraternidade entre as nações; far-se-á pelo desenvolvimento da razão humana, que se tornará apta a compreender a puerilidade de todas as dissidências; pelo progresso das ciências, a demonstrar cada dia mais os erros materiais sobre que tais dissidências assentam e a destacar pouco a pouco das suas fiadas as pedras estragadas. Demolindo nas religiões o que é obra dos homens e fruto de sua ignorância das leis da Natureza, a Ciência não poderá destruir, mau grado à opinião de alguns, o que é obra de Deus e eterna verdade. Afastando os acessórios, ela prepara as vias para a unidade.
A fim de chegarem a esta, as religiões terão que encontrar-se num terreno neutro, se bem que comum a todas; para isso, todas terão que fazer concessões e sacrifícios mais ou menos importantes, conformemente à multiplicidade dos seus dogmas particulares. Mas, em virtude do processo de imutabilidade que todas professam, a iniciativa das concessões não poderá partir do campo oficial; em lugar de tomarem no alto o ponto de partida, tomá-lo-ão em baixo por iniciativa individual. Desde algum tempo, um movimento se vem operando de descentralização, tendente a adquirir irresistível força. O princípio da imutabilidade, que as religiões hão sempre considerado uma égide conservadora, tornar-se-á elemento de destruição, dado que, imobilizando-se, ao passo que a sociedade caminha para a frente, os cultos serão ultrapassados e depois absorvidos pela corrente das idéias de progressão.
A imobilidade, em vez de ser uma força, torna-se uma causa de fraqueza e de ruína para quem não acompanha o movimento geral; ela quebra a unidade, porque os que querem avançar se separam dos que se obstinam em permanecer parados.
No estado atual da opinião e dos conhecimentos, a religião, que terá de congregar um dia todos os homens sob o mesmo estandarte, será a que melhor satisfaça à razão e às legítimas aspirações do coração e do espírito; que não seja em nenhum ponto desmentida pela ciência positiva; que, em vez de se imobilizar, acompanhe a Humanidade em sua marcha progressiva, sem nunca deixar que a ultrapassem; que não for nem exclusivista, nem intolerante; que for a emancipadora da inteligência, com o não admitir senão a fé racional; aquela cujo código de moral seja o mais puro, o mais lógico, o mais de harmonia com as necessidades sociais, o mais apropriado, enfim, a fundar na Terra o reinado do Bem, pela prática da caridade e da fraternidade universais.
O que alimenta o antagonismo entre as religiões é a ideia, generalizada por todas elas, de que cada uma tem o seu deus particular e a pretensão de que este é o único verdadeiro e o mais poderoso, em luta constante com os deuses dos outros cultos e ocupado em lhes combater a influência. Quando elas se houverem convencido de que só existe um Deus no Universo e que, em definitiva, ele é o mesmo que elas adoram sob os nomes de Jeová, Alá ou Deus; quando se puserem de acordo sobre os atributos essenciais da Divindade, compreenderão que, sendo um único o Ser, uma única tem que ser a vontade suprema; estender-se-ão as mãos umas às outras, como os servidores de um mesmo Mestre e os filhos de um mesmo Pai e, assim, grande passo terão dado para a unidade.

Fonte: 'A Gênese" de Alan Kardec

“UM FOFOQUEIRO NO CENTRO ESPÍRITA”

Uma reflexão ..
Realizava palestra em determinada cidade do interior de um estado brasileiro qualquer, quando, após a apresentação, um senhor me procura e narra sua experiência:
“Moço, corria o ano de 1977 e eu labutava num centro espírita aqui da cidade. Nesta casa tínhamos um companheiro complicado, sujeito do vinagre, azedo, sua boca era um veneno só. Falava mal de todos, disseminava a fofoca, enfim, homem terrível de conviver. Mas eis que a vida não manda avisar quando a senhora da foice virá buscar e, num certo dia, recebemos a notícia do desencarne daquele indivíduo. Ataque cardíaco, fulminante! Enfim, estávamos livres dele!
Bom... O tempo passou e eu me esqueci completamente daquela pessoa desagradável, até que, no ano de 1997, numa reunião mediúnica, eu, que tenho vidência, vi um homem sorridente vindo em minha direção. Ele, oh! Estava bem, como se fosse uma entidade bem resolvida com seus traumas. Por Deus! Identifiquei a presença daquele fofoqueiro. Era ele. Mas como? Como alguém tão malvado poderia apresentar-se bem no mundo dos Espíritos? Até que o mentor da reunião disse-me: Amigo, admira-se de nosso irmão? Pois bem, e eu me admiro de você... Não percebeu que já se passaram 20 anos? Pelo visto, ele caminhou e você ficou estagnado, a julgar os outros, esquecendo-se de que, com o tempo, seja aqui ou no além, todos crescemos!”
Jesus! Como ficamos presos ao que passou. Não sem motivo, Deus estabeleceu como condição reencarnatória o esquecimento temporário. Claro. É preciso desvencilhar-se do passado e de todos os passados, tanto o nosso quanto o dos outros.
Passado, apenas para agregar experiência, jamais para servir como elemento de condenação. Cada um de nós arca com as consequências de seus atos passados, que repercutem, não raro, de forma dolorosa no presente. Portanto, o que não precisamos é de julgamentos, sentenças, vibrações contrárias, haja vista que responderemos pelos nossos atos.
Todavia, o mais interessante é nossa visão limitada, de rótulos, que estigmatiza este ou aquele pelos seus equívocos do passado.
Sem perceber, sem refletir, condenamos o outro às trevas quando fechamos o caminho para a luz.
Explico-me: O sujeito errou demais. Tenta recomeçar, vai à igreja, ao centro, ou sei lá, e vamos nós: “Você viu o fulano? Fez um monte de besteira na vida e hoje vai ao centro”. Isso é cruel de nossa parte. As pessoas têm o direito de recomeçar suas vidas, de levantar a poeira e dar a volta por cima.
O que devemos fazer? Simples: orar por elas, orar para que prossigam firmes em seus propósitos. Não podemos ser os fiscais da vida alheia, aqueles que tentam impedir o outro de recomeçar. Que bom! Que bom poder reconhecer os erros e procurar uma religião, enfim, mudar de vida.
Deus possibilita-nos todas as chances do mundo. Ninguém está deserdado ao erro, ao equívoco, ao vício.
Irmã Rosália, em “O Evangelho segundo o Espiritismo”, deixa a mensagem de que, não incomodar com as faltas alheias, é caridade moral.
É bem por aí. Caridade moral. Com a mesma ênfase que atendemos o pobre, o necessitado do pão material, precisamos atender aquele que necessita do pão do espírito, ou seja, da compreensão, do carinho, da porta aberta para recolocar as coisas no lugar e seguir adiante. Nada de colocar o outro num balaio, estigmatizar. Quem nesta vida não erra?
Se ainda não conseguimos esquecer nossos erros desta existência, que ao menos não lembremos os dos outros para que eles possam recomeçar. Recomeçar a busca pela felicidade... Afinal, todos temos o direito de prosseguir, e, se não queremos prosseguir, que ao menos não impeçamos os outros de “ajeitar” novos caminhos rumo ao progresso.
Pensemos nisto!

Fonte- Portal do espírito-Por Wellington Balbo

𝗖𝗢𝗠𝗢 𝗢𝗦 𝗥𝗘𝗟𝗔𝗖𝗜𝗢𝗡𝗔𝗠𝗘𝗡𝗧𝗢𝗦 𝗙𝗜𝗖𝗔𝗠 𝗔𝗧𝗥𝗘𝗟𝗔𝗗𝗢𝗦 𝗡𝗔𝗦 𝗥𝗘𝗘𝗡𝗖𝗔𝗥𝗡𝗔𝗖̧𝗢̃𝗘𝗦.

Os ajustes dos relacionamentos problemáticos de outras existências. Pelas reencarnações os espíritos têm a oportunidade de reestabelecer os ...