Tenho e sempre tive a convicção
de que esta vida aqui
É uma estação de uma longa
viagem de origem e destino desconhecidos.
Mas todas as vidas, a minha, a
sua, a de todos, passam pelo mesmo caminho que leva ao crescimento humano e
espiritual.
Tem quem queira prosseguir a
viagem.
Tem quem queira passar voando
pela estrada.
Tem quem queira interrompê-la
abruptamente.
Tem quem passe alheio a tudo,
até mesmo à vida.
Esse aí não vive na verdade...
passa o tempo inteiro da viagem sentado a beira do caminho.
Sem aprender, sem progredir...
sem crescer.
Não viaja, nem vive... só
sobrevive.
Pra alguns a viagem é curta...
nem chega a desembarcar, embarca de volta.
Pra outros a viagem é
loooooonga!
Há quem leve na bagagem
experiências ruins e aprenda com elas.
N’outras bagagens as
experiências ruins se transformam em peso... pesam muito, viram mágoa e se transformam
em doeça.
Na minha bagagem, as
experiências ruins transformo em aprendizado.
Isso as tornam leves.
Na minha estrada observo cada
pedrinha do caminho.
O sol, a chuva, as folhas, as
plantas, animais.
Sou feliz por viver, por
respirar, andar, enxergar, poder falar, ter corpo perfeito, cérebro que
funciona, mente que trabalha.
Observo especialmente o ser
humano e suas diversas vestes.
Não as do corpo... porque são
irrelevantes.
Mas as da alma.
A veste da cultura pode
encobrir uma personalidade bronca, rude, vazia, egoísta.
O ouro, a riqueza... podem
encobrir a pobreza extrema do espírito.
Em contrapartida a veste da
simplicidade pode encobrir um espírito de um estado de nobreza irretocável, sutil,
de uma elevação indescritível.
Fim de ano é tempo de repensar.
Reavaliar o que foi feito
durante um ano inteiro e sobre o que se pretende mudar.
Ano novo é hora de novos
sonhos, novas auto propostas.
Não adianta sonhar, ter um
reveillon maravilhoso, se não houver um réveillon íntimo.
Roupas não vão vestir nem o
meu, nem o seu futuro.
Não importa se vou passar de
branco, de prata, numa festa em famíia, vendo a queima de fogos... com
champanhe, num lugar chiquérrimo, na montanha, à beira da praia ou num barracãozinho.
Nem o cenário nem o figurino
são essenciais... são meros detalhes.
Não importa se vou virar o ano
dormindo.
Só não posso dormir por mais um
ano.
Fechar os olhos aos meus
objetivos, às minhas metas, ao meu melhoramento.
Se eu fizer isso não será um
ano novo. Não será nada além de “mais um ano velho”.
Fecho o ano agradecendo.
Agradecendo a chance de
existir, de respirar, andar, enxergar.
Ter tido o privilégio de
ser trazida a terra pelos meus anjos: Pai e Mãe.
Ter uma família especial, ter tido
uma infância de sonhos e oportunidade de aprendizado de vida, de valor
imensurável...
Oportunidade de ter saúde
bastante para dar vida à outra vida.
Oportunidade de trabalho, sob
todos os ângulos.
Pela oportunidade da queda que
ensina a levantar... pela oportunidade dos enganos, pra aprimorar escolhas.
Pela tentativa constante e
incansável de manter as mãos e coração limpos. Pela presença de pessoas que me
amam e a quem amo também.
E o presente de amigos “presentes”
, os mais distantes, os de sempre e os que chegaram de surpresa.
Estou pronta pra me revisar...
me reavaliar.
Estou de malas prontas.
Faça as malas você também...
deixe pra traz o que você não conseguiu melhorar.
Melhore-se, melhore a vida de
quem puder... melhore o seu jeito de olhar e agir com o outro, com o mundo.
Siga em frente e boa viagem!
"Magaly Reinaldo"
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