Muito se tem dito sobre o significado das palavras do Mestre
Nazareno. No Ocidente, quase a
totalidade das pessoas se dizem cristã. É indiscutível ter sido Jesus o
Espírito mais evoluído de que temos conhecimento, expoente em valores e qualidades
dentre todos os instrutores conhecidos pela nossa humanidade. E nós, cristãos,
conhecemos ou deveríamos compreender os ensinamentos de Jesus e ter seu exemplo
como meta de vida. Vangloriamo-nos
sempre de sermos seus seguidores. Porém a maioria de nossas atitudes, nossas
reações diante das relações que a vida
nos impõe e nosso relacionamento não diferem muito das pessoas ditas não
cristãs. Não estará algo errado? Admitindo-se
que sim, não serão os
ensinamentos de Jesus, mas a maneira de entende-lo ou traduzi-lo na nossa
maneira de viver.
Criamos uma complexidade enorme em nossa
estrutura psíquica, em nosso patrimônio espiritual, ficando repletos de
créditos, de conhecimentos e posições
adquiridas por uma auto-valorização de nossos próprios atos. Não costumamos
gravitar em torno do centro da vida, que é Deus. Com algumas exceções, o centro em torno do
qual gravitamos é o nosso próprio ego. Todos os nossos pensamentos e ações tem o seu próprio
beneficio como fim. Aprendemos a adorar a Deus, o que é muito fácil. Não nos
exige nenhum esforço físico e perda pecuniária. Não sabemos ainda vê-lo e
amá-lo nas suas manifestações. Amá-lo na sua onipresença requer sensibilidade e
visão acurada da realidade dos fatos da vida.
Temos conhecimento, por meios de relatos
de desencarnados, que esse sentimento de ganho e perda nos acompanha após a desencarnação. Institui-se nas
colônias, o bônus hora para que os recém-chegados, condicionados ao ganho, não se sintam desestimulados para o trabalho. O bônus hora é um incentivo ao espírito
ocioso ou, em outras palavras, ao espírito que ainda vive em função da sua
própria pessoa e que ainda não sabe o
valor do bem coletivo. Recebem para que tenham estímulos para trabalhar em seu
beneficio e do bem do seu próximo.
Amar a Deus é tê-lo como centro da
própria vida, vê-lo, senti-lo, ter afeto por ele em todas as suas
manifestações. Jesus disse: “ Senhor,
bem aventurado por ter ocultado isto aos sábios e prudentes e revelados aos
simples e pequeninos”. Sábio não é sinônimo de erudito, daquele que muito
conhece, que tem a qualquer momento de
cor as citações do patrimônio intelectual e religioso da humanidade. Não
condenamos o conhecimento dos livros sacros, eles nos são necessários, mas sim
a maneira como muitos o utilizam.
Eles são meios para que conheçamos a
vivência daqueles que nos antecederam. Esses arquivos proporcionam ao ser
humano a evolução e, interminavelmente, devemos crescer pela mente e pelo
espírito.
Para que esses ensinos façam parte da
nossa vida, é necessário que os exemplos do Divino Mestre sejam compreendidos e
não decorados, como temos feito a quase dois mil anos. Ao compreende-lo, veremos o que Jesus via e vivia, assim já não mais
faremos a sua vontade e sim a nossa, que passa a ser como a dele, porque
veremos como ele o que é falso e o que é verdadeiro.
Disse Jesus aos seus apóstolos: “Ide,
ensinai, curai para que quando os homens virem suas boas obras glorifiquem o Pai que está nos céus.” Quanta simplicidade!
Quanta humildade! Fazer os maiores benefícios à humanidade e esquecer-se não só do ganho
pecuniário como também de qualquer agradecimento ou reconhecimento do
beneficiado. Fazer por amor à vida que se manifesta no necessitado e em si
mesmo. Agir de tal forma que possamos ver em cada ser humano a manifestação de
Deus.
Fonte: “ O VÔO DA GAIVOTA. Vera Lúcia
Marinzeck de Carvalho.
Pelo Espírito:“ Patrícia”.
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