Pergunta intrigante esta não?
Se partimos do principio de só acreditar nas coisas que vemos,
seria difícil acreditar na existência de Deus pois não podemos vê-lo. Mas se
partimos do principio de que não há efeito sem causa, fica mais fácil. Se não
podemos ver Deus podemos ver a sua obra; e se do nada,nada se cria, toda obra
tem que ter um autor. Daí concluímos que Deus é a inteligência suprema, causa
primária de todas as coisas.
Para acreditar em Deus basta lançarmos nossos olhos sobre à sua
criação O universo existe, portanto ele tem uma causa. Duvidar da existência de
Deus seria negar que todo efeito tem uma causa e admitir que o nada pode fazer
alguma coisa.
A Biblia diz que Deus fez o homem a sua imagem e semelhança.
Deduziram-se então que DEUS tinha forma humana. Logo deram forma a ele: Um
senhor barbudo, sentado num trono, dando ordens aos seus súditos. Ridículo,
não? Como se fosse possível dar forma a algo que não podemos ver.
Na bíblia está escrito: "Não farás para ti escultura, nem
imagem alguma daquilo que existe no alto, no céu, ou aqui em baixo, na terra,
ou daquilo que existe debaixo da terra, nas águas. Não te prostrarás diante
delas, nem as servirás." — Êxo. 20:4-6.
Dar forma a Deus seria como dar forma ao vento que sopra nosso
rosto, ao ar que respiramos. Impossível né!!!
Podemos comparar Deus como um fluido universal; invisível aos
nossos olhos mas que está em todos os lugares ao mesmo tempo.
Em cada átomo existente no universo, por menor que seja, Deus esta
presente.
Deus é eterno. Se ele tivesse tido um começo teria saído do nada
ou teria sido criado por um ser anterior. É imutável. Pois se estivesse sujeito
a mudanças as leis que regem o universo não teriam nenhuma estabilidade.
É imaterial. Ou seja. Sua natureza difere de tudo o que chamamos
matéria. De outro modo não seria imutável porque estaria sujeito as
transformações da matéria.
É único. Pois se houvesse vários Deuses não haveria unidade de
desígnios nem unidade
de poder na ordenação do universo.
É todo poderoso porque é único. Se não tivesse o soberano poder
haveria alguma coisa mais ou tão poderosa quanto ele; não teria feito todas as
coisas e as que não tivesse feito seria obra de um outro Deus.
É soberanamente justo e bom. A sabedoria providencial das Leis
divinas se revela nas menores como nas maiores coisas, e essa sabedoria não
permite duvidar de sua justiça e de sua bondade.
A imagem de um Deus vingativo, cruel que manda para o inferno
todos aqueles que não concordam com ele foi criada por Moisés. E ele tinha suas
razões. Moisés era líder de um povo naturalmente turbulento e indisciplinado no
qual tinha que combater os abusos e os preconceitos enraizados adquirido
durante o período de escravidão no Egito. Para dar autoridade as suas Leis, ele
atribuiu-lhes origem divina, assim como o fizeram todos os legisladores dos
povos primitivos. A autoridade do homem precisava se apoiar sobre a autoridade
de Deus. Mas apenas a idéia de um Deus terrível poderia impressionar homens
ignorantes nos quais o sentido moral e o sentimento de uma delicada justiça
ainda estavam pouco desenvolvidos.
A Lei de Moisés é composta por duas partes distintas: A Lei de
Deus recebida no Monte Sinai; que foi o primeiro livro psicografado na historia
da humanidade, e a Lei civil ou disciplinar, estabelecida pelo próprio Moisés.
A Lei de Deus é inalterável; a Lei de Moisés, apropriada aos costume e ao
caráter de cada povo. Pode ser modificada com o tempo.
Jesus não veio destruir a Lei de Moises, mas modificou-a
profundamente . Tanto no conteúdo quanto na forma. Combateu constantemente os
abusos das praticas exteriores e as falsas interpretações, e não lhes podia ter
dado uma reforma mais radical do que reduzindo-as a estas palavras:” Amar a
Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo”. E acrescentou: Está
aí toda a Lei e os profetas.
Deus não um Juiz é um legislador. O Juiz condena o legislador faz
as leis. Quando alguém comete um atentado contra a vida humana é levado a júri
popular. Quem o julga é o conselho de sentença. Quem o condena é o Juiz. Mas
condena baseado em que? Baseado num código de leis feitas por um legislador.
Assim é Deus. Sua leis são imutáveis por toda eternidade, e quem infringir uma
virgula destas leis sofrerá as conseqüências por esta desobediência.
Jesus disse: “Não farás aos outros o que não queres que te faças.
Pois toda ação provoca uma reação. Impossível plantarmos joio e colhermos
trigo...odiarmos alguém e sermos amados...dar um murro numa parede sem ferir a
nossa mão. A parede pode até cair mas a nossa mão ficará ferida .
Portanto, Deus não tem culpa dos nossos sofrimentos. Sofrimentos
que as vezes não encontramos explicação nesta existência. Talvez a explicação
esteja em vidas passadas.
Deus nos fez livres. Deu-nos o livre arbítrio. Podemos seguir o
caminho que quisermos. Mas as vezes tomamos o caminho errado e quando
percebemos já é tarde; só nos resta pagar o preço da nossa ignorância, da nossa
teimosia.
Mas Deus que não é vingativo, que não condena ninguém; está sempre
nos esperando de braços abertos. Sabe que nos criou, não para sermos
eternamente maus, mas para sermos santos. Pode demorar muito tempo. Centenas de
anos talvez. Pode custar-nos muitas encarnações...muitos sofrimentos; mais um
dia compreenderemos o que Deus quer de nós; compreenderemos o significado da
sua criação. E neste dia, como o filho pródigo, arrependido, voltaremos a casa
do Pai; que estará de portas abertas nos esperando e com certeza fará uma
grande festa para nos receber.
Fonte: " O LIVRO DOS ESPIRITOS e O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO"
ALLAN KARDEC
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