O axioma:
Conhece-se a árvore pelos frutos, é célebre.
Ele
significa que, pelos efeitos, se pode aquilatar a qualidade da causa.
Deus é a
inteligência suprema e a causa primária de todas as coisas.
O atual
estágio do desenvolvimento humano impede que se pesquise satisfatoriamente a
respeito da natureza Divina.
Contudo,
mediante o raciocínio, é possível concluir que Deus deve possuir todas as
virtudes em seu grau máximo.
Caso
contrário, poderia ser ultrapassado, em qualquer dessas virtudes, por outro
ser.
Então, esse
ser é que seria Deus, a entidade suprema do Universo.
Mas, se Deus
é infinitamente perfeito, por qual razão sua obra parece tão repleta de falhas?
Ele criou a
Humanidade, mas ela não lhe faz honra, por suas características.
Há tanta
maldade no mundo: violência, corrupção, perfídia...
Haverá
compatibilidade entre a perfeição Divina e a aparente imperfeição de Sua obra?
Há, mas ela
pressupõe considerar a pluralidade dos mundos habitados, ensinamento ministrado
pelo Espiritismo.
Em
determinada passagem do Evangelho, Jesus afirma:
Há muitas
moradas na casa de meu pai.
A casa do
Pai é o Universo.
As
diferentes moradas são os mundos que circulam no espaço infinito.
Tais moradas
possuem características correspondentes ao estado evolutivo dos Espíritos que
nelas habitam.
Se alguém
julgar um país, apenas com base em um hospital, pensará que nele só há doentes.
Se a análise
levar em conta a população de um presídio, a conclusão será de que a nação é
composta por criminosos.
Equívoco
semelhante comete quem julga a Humanidade apenas com base nos habitantes da
Terra.
Os Espíritos
ensinam que há mundos, em diversos estágios evolutivos.
Quanto mais
evoluído o Espírito, melhor o mundo que ele habita.
Há mundos
primitivos, de provas e expiações, de regeneração e paz, ditosos e celestes ou
Divinos.
Nos mundos
primitivos, reinam soberanas as paixões e a vida moral é quase nula.
A Terra da
idade da pedra e períodos subsequentes, é um exemplo desse tipo de mundo.
Atualmente,
o planeta Terra qualifica-se como de provas e expiações.
Os seres que
o habitam, em sua maioria, possuem inteligência desenvolvida.
Contudo, são
muito viciosos, o que evidencia sua imperfeição moral.
Por força
dos vícios de seus habitantes, na Terra o mal predomina.
Os mundos
evoluem de um estágio a outro e os Espíritos não se encontram sempre vinculados
a um planeta.
Isso explica
porque almas nobres e generosas não são comuns em nosso meio.
Quando um
Espírito passa a merecer paz e felicidade, ele é encaminhado a um mundo
compatível.
A partir
daí, somente nasce em locais inferiores em missão de amor.
Assim, a
obra Divina, que se reflete na Humanidade terrena, está em processo de
elaboração.
Com o tempo,
absolutamente todos os Espíritos serão puros, em sabedoria e bondade.
Mas essa
pureza é fruto do esforço próprio.
Assim, se
você quer ser feliz, burile o seu íntimo.
Remova do
seu ser toda causa de violência, discórdia ou crueldade.
Seja um
fator de progresso e harmonia no mundo.
Por uma
questão de justiça, você sempre estará no local mais adequado ao seu
temperamento e aos seus valores.
Pense nisso.
Redação do Momento Espírita, com base no cap. III, do livro O Evangelho segundo o Espiritismo, de Allan Kardec, ed. FEB.
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