A terra é o
lugar onde se experimentam os elementos e aspectos da condição humana - que não
podem ser vivenciados em nenhum outro lugar.
É um lugar
de crescimento - e crescer não é fácil. A maioria das pessoas vivas hoje está
constantemente pressionada por desafios de sobrevivência.
Somos
bombardeados com preocupações de ordem financeira, profissional, emocional, por
problemas de saúde. Muitas dessas preocupações estão associadas com sentimentos
de autodestruição.
A certa
altura, acreditamos: "Não posso suportar isso!" ou "É melhor
morrer!".
A maioria
das pessoas tem impulsos suicidas, pelo menos uma vez na vida. No entanto, esse
tipo de impulso vem e vai embora, de acordo com a situação.
O tipo de
personalidade obcecada com a ideia de autodestruição - pessoas que fazem várias
tentativas de por fim à vida - pertence, geralmente, a uma das seguintes
categorias :
1. Uma
pessoa com uma personalidade controladora e que de repente perde o controle dos
acontecimentos.
2. Uma
pessoa abalada por uma autoimagem excessivamente negativa. Essa pessoa acha que
não tem valor algum, nem contribui em nada para a sociedade. Ela chega a
acreditar que planeta estaria melhor sem ela.
3. Aqueles
que sofrem de uma enfermidade em estado terminal e não querem suportar mais
sofrimento e dor, até a morte.
4. Aqueles
que estão mentalmente doentes ou que sofrem algum desequilíbrio bioquímico.
É
compreensível que, por conta de determinados sentimentos, circunstâncias e
crenças, alguém encontre uma forte razão para se matar. Entretanto, do ponto de
vista espiritual, isso não está certo.
Cada um de
nós tem um destino para o qual nascemos. Nosso destino cármico pode durar um
mês, apenas, ou trinta e cinco, ou mesmo oitenta anos.
Antes de
retornarmos ao plano terreno, nos imbuímos de um fortíssimo desejo de nascer,
de usufruir da experiência física, e entramos neste mundo com uma espécie de
mecanismo de tempo instalado em nosso complexo psíquico.
Quando a
vida é cortada, nosso corpo deixa de existir, mas restam sempre laços
magnéticos, ainda ativos, de tudo o que deixamos no plano terreno.
Esses laços
completam sua missão apenas quando percorremos integralmente o tempo
predeterminado para nós no plano terreno. Como está escrito: Cada estação tem
seu tempo.
Quando
alguém se mata, uma das primeiras coisas de que se conta é que, na verdade, não
está morto. Persiste na pessoa uma sensação pesada; porque os laços com o plano
terreno continuam, como parte de sua natureza.
De certo
modo, podemos dizer que essa alma não está totalmente livre. A personalidade
mortal se vai, mas não a alma.
A alma
imortal continua existindo, estacionada entre o mundo físico e o espiritual -
viva, mas incapaz de comunicar-se com seus entes queridos ou com qualquer um.
A alma
sente-se culpada, sofre, fica angustiada, depois de pôr fim à vida. Descobre
que seu destino poderia ter sido significativo, que teria muito a dar ao mundo,
se tivesse permanecido viva.
No estado
espiritual, torna-se consciente de que deveria ter passado justamente por
aquelas experiências que acabaram levando-a ao suicídio. E, ainda, pressente a
dor e a raiva que deixou naqueles que ficaram.
O pior de
tudo é que se encontra numa espécie de região do limbo. Não está apta a avançar
para o reino eterno, nem pode retornar para o mundo físico.
Está parada,
imobilizada numa espécie de terra-de-ninguém, atormentada incessantemente pela
lembrança do terrível ato que cometeu. Revê sua morte, vezes sem conta, como se
fosse um filme velho, um filme muito ruim. Está presa numa armadilha, não há
como sair.
Alguns
espíritos de suicidas têm consciência do que fizeram. Mas muitos outros podem
não estar cientes do que ocorreu.
Por isso,
revivem ininterruptamente seu momento de morte, como se fosse um círculo vicioso
- que pode acabar tornando-se um tormento horrível.
Eventualmente,
o espírito acaba por convencer-se de que não pertence mais ao plano terreno.
Postado por ANA
MARIA TEODORO MASSUCI
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