As questões
941 e 942 do O Livro dos Espíritos falam sobre a preocupação com morte que
invade o íntimo da criatura. Inclusive os Espíritos colocam na resposta que ela
existe porque o homem não acredita no futuro e também a ideia do Céu e um
Inferno que os atormenta.
Posteriormente
Allan Kardec aprofunda essas respostas na obra O Céu e o Inferno – capítulo 2º
da 1ª parte Temor da Morte.
Causas do Temor da Morte
Este temor é
um efeito da sabedoria divina e uma consequência do instinto de conservação
comum a todos os viventes. Ele é necessário enquanto não se está
suficientemente esclarecido sobre a vida futura - a vida espiritual - assim é
que nos povos primitivos o futuro é uma vaga intuição e esse temor é
providencial.
À proporção
que o homem compreende melhor a vida futura dá-lhe uma compreensão maior e ele
aguarda serenamente esse instante natural para todos nós.
A
compreensão errada da vida futura do que o aguarda no mundo espiritual é o que
mais o apavora. Em primeiro lugar a morte é apresentada como castigo, o fim de
tudo, o quadro apresentado pelas religiões sobre o Inferno e as Penas Eternas,
são realmente difíceis de aceitar, mesmo pelos religiosos. Quanto ir para o
Céu, quase ninguém admite possuir as condições necessárias. Para aqueles que
nada creem percebem aterrorizados que tudo que constituíram laços de família,
sentimentos, afeições, trabalhos, entes querido desaparecem e isso faz com que
o temor da morte aumente com a vinda da velhice.
A doutrina
espírita transforma completamente a perspectiva do futuro. A vida futura deixa
de ser uma hipótese para ser realidade.
O estado das
almas depois da morte não é mais um sistema, porem um resultado de observação.
Ergueu-se o véu; o mundo espiritual aparece-nos na plenitude
da sua realidade prática; não foram os homens que a descobriram pelo esforço de
uma concepção engenhosa, são os próprios habitantes desse mundo
que nos vem descrever a sua situação; aí os vemos de todos os graus da escala
da vida espiritual, em todas as fases da felicidade ou da desgraça,
assistindo enfim, a todas as peripécias da vida de além tumulo. Eis aí porque
os espíritas encaram a morte calmamente e se revestem de
serenidade
nos seus últimos momentos sobre a terra.
Já não é só
a esperança, mas a certeza que o conforta; sabem que a vida futura é a
continuação da vida terrena em melhores condições e aguardam-na com a mesma
confiança que aguardariam o despontar do sol após uma noite de
tempestade. Os motivos desta confiança decorrem, outrossim, dos fatos
testemunhados e da concordância desses fatos com a lógica, com a justiça e
palavra de Deus, correspondendo às íntimas aspirações da humanidade.
Para os
espíritas, a alma não é uma abstração; ela tem um corpo etéreo que a define ao
pensamento, o que muito é para fixar as ideias sobre a sua individualidade,
aptidões e percepções.
As
lembranças dos que nos são caros repousa sobre alguma coisa real. Não se nos
apresentam mais como chamas fugitivas que nada falam ao pensamento, porém sob
uma forma concreta que antes no-los mostra como seres viventes.
Além, disso,
em vez de perdidos nas profundezas do Espaço, estão ao redor de nós; o mundo
corporal e o mundo espiritual identificam-se mutuamente.
Não mais
permissível é a duvida sobre o futuro, desaparece o temor da morte; encara-se a
sua aproximação a sangue frio, como quem aguarda a libertação pela porta da
vida e não do nada.
Trecho do
livro:
“O céu e o
inferno “ de Allan Kardec
Nenhum comentário:
Postar um comentário