Um dos
princípios básicos do Espiritismo consiste na comunicabilidade dos Espíritos.
Ela se dá
com o concurso dos chamados médiuns.
Trata-se de
homens e mulheres dotados de uma organização física e psíquica especial.
Essa
organização lhes permite entrar em contato com os Espíritos desencarnados.
Os talentos
mediúnicos são os mais diversos.
Eles variam
em espécie, qualidade e intensidade.
Dentre
outros, há os que veem Espíritos e os que os ouvem.
Também
existem os que facultam que os Espíritos falem por suas bocas ou escrevam por
suas mãos.
Por vezes se
argumenta que Moisés proibiu os homens de falarem com os mortos.
Entretanto,
essa proibição precisa ser analisada no contexto em que foi proferida.
Primeiro,
convém salientar que só se proíbe o que é possível.
Ninguém se
ocupa de proibir uma conduta que não pode ser realizada.
Na época, o
intercâmbio com o plano espiritual dava-se em geral sem cuidado e respeito.
O
primitivismo do povo favorecia o contato com Espíritos igualmente carentes de
evolução.
Nesses
contatos, tratava-se de questões comezinhas.
Falava-se de
casamento, heranças, intrigas e bens materiais.
Aliás, na
narrativa bíblica há uma passagem evidenciando que Moisés distinguia as
comunicações sérias das profanas.
Certa feita,
foram-lhe denunciar dois homens que, tomados por Espíritos, estavam a
profetizar.
Moisés não
adotou qualquer providência contra os denunciados e ainda lamentou que outros
não profetizassem do mesmo modo.
Então, a
proibição não era absoluta.
Estava
vedado o comércio vil com o plano espiritual.
Aliás, no
episódio da transfiguração de Jesus, o próprio Moisés, acompanhado de Elias,
apareceu em Espírito.
Caso o
contato entre vivos e mortos fosse errado, não seria protagonizado por seres
tão nobres.
Mas é
interessante notar que apenas Pedro, Tiago e João presenciaram esse encontro
magnífico.
E o Cristo
ainda lhes recomendou que por um tempo guardassem silêncio sobre o que viram.
Após sua
morte física, Jesus apareceu não só para Seus discípulos, mas para inúmeras outras
pessoas.
Já no dia do
Pentecostes, todo o colégio apostólico foi distinguido por dons espirituais.
Há também a
previsão do profeta Joel no sentido de que chegaria um tempo em que as
manifestações espirituais seriam as mais amplas.
Em seu
dizer, os jovens teriam visões e os velhos, sonhos.
Bem se vê
que a interação com o plano espiritual constitui um fenômeno crescente.
Ele
acompanha a evolução moral da Humanidade.
Hoje já se
tem ciência de que os chamados mortos não devem ser importunados para solucionar
questões corriqueiras da vida.
O contato
com eles, sempre possível, pressupõe respeito e cautela.
Antes de nos
lançarmos na empreitada, convém estudar o tema com seriedade.
Pensemos
nisso.
Redação do
Momento Espírita.
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