Como se
processa a convocação de encarnados para uma desencarnação coletiva? Qual a
explicação espiritual para o fato de pessoas saírem ilesas das catástrofes,
algumas, até mesmo, desistindo da viagem ou, então, perdendo o embarque, em
transportes a serem acidentados? As respostas são baseadas nas premissas de que
o acaso não pode reger fenômenos inteligentes e na certeza da infalibilidade da
Lei Divina, agindo por conta de espíritos prepostos, sob a subordinação das
entidades superiores. “A cada um será dado segundo as suas obras”. Ensinam os
espíritos, mediante comparação simples, mas de forma altamente significativa,
que justiça sem amor é como terra sem água. O pensamento da espiritualidade
superior sobre o tema significa que a justiça é perfeita, porque Deus a fez
assistida pelo amor, para que os endividados não sejam aniquilados.
O Livro dos
Espíritos explica, dentre outras informações a respeito, que “a fatalidade só
existe no tocante à escolha feita pelo Espírito, ao encarnar, de sofrer esta ou
aquela prova; feita a escolha, ele traça, para si mesmo, uma espécie de
destino, que é a própria consequência da posição em que se encontra. Em
verdade, “fatal”, no verdadeiro sentido da palavra, só o instante da morte.
Chegado esse momento, de uma forma ou de outra, a ele não podemos fugir”. Em
chegando a hora de retornar ao Plano Espiritual, nada nos livrará e,
inconscientemente, guardamos em nós o gênero de morte que nos aguarda, pois
isso nos foi revelado quando fizemos a escolha desta ou daquela existência. Não
nos esqueçamos de que somente os acontecimentos importantes, e capazes de influir
nossa evolução moral, são previstos por Deus, porque são úteis à nossa
purificação e à nossa instrução.
Nas mortes
coletivas, como os casos tão dramáticos ocorridos nos recentes desastres
aéreos, somente encontraremos uma justificativa lógica para os respectivos
acontecimentos, se analisarmos, atentamente, as explicações que só a Doutrina
Espírita nos fornece, para confirmar que, até mesmo nesses DESASTRES, a Lei de
Justiça se faz presente, pois, como nos afirma o Codificador, não há efeito sem
que haja uma causa que o justifique.
Todos os
nossos irmãos que pereceram, em desastres aéreos, carregavam, na alma, motivos
para se ajustarem com a Lei Maior, a fim de quitar seus débitos com a Justiça
Divina, que não falha jamais, encontrando, aí, a oportunidade sublime do
resgate libertador. “Salvo exceção, pode-se admitir, como regra geral, que
todos aqueles que têm um compromisso em comum, reunidos numa existência, já
viveram juntos para trabalharem pelo mesmo resultado, e se acharão reunidos
ainda no futuro, até que tenham alcançado o objetivo, quer dizer, expiado o
passado, ou cumprido a missão aceita”.
Vamos
encontrar em o livro Chico Xavier Pede Licença, no capítulo 19, intitulado
“Desencarnações Coletivas”, as sábias explicações para o fenômeno das mortes
coletivas, quando o benfeitor Emmanuel responde pergunta endereçada a ele, por
algumas dezenas de pessoas, em reunião pública, realizada na noite de
22/08/1972, em Uberaba, MG, e que aqui transcrevemos: “Sendo Deus a Bondade
Infinita, por que permite a morte aflitiva de tantas pessoas enclausuradas e
indefesas, como nos casos de incêndios (e de quedas de aeronaves)? Responde
Emmanuel -” Realmente, reconhecemos em Deus o Perfeito Amor, aliado à Justiça
Perfeita. “E o Homem, filho de Deus, crescendo em amor, traz consigo a Justiça
imanente, convertendo-se, em razão disso, em qualquer situação, no mais severo
julgador de si próprio”.
Como se
processa a provação coletiva [resgate]? O mentor do Chico esclarece: “Na
provação coletiva, verifica-se a convocação dos Espíritos encarnados,
participantes do mesmo débito, com referência ao passado delituoso e obscuro. O
mecanismo da justiça, na lei das compensações, funciona, então,
espontaneamente, através dos prepostos do Cristo, que convocam os comparsas da
dívida do pretérito para os resgates em comum, razão porque, muitas vezes,
intitulais “doloroso caso” às circunstâncias que reúnem as criaturas mais
díspares no mesmo acidente, que lhes ocasiona a morte do corpo físico ou as
mais variadas mutilações, no quadro dos seus compromissos individuais”. Diante
de tantos lúcidos esclarecimentos, não mais podemos ter quaisquer dúvidas de
que a Justiça Divina exerce sua ação, exatamente, com todos aqueles que, em
algum momento, contrariaram a harmonia da Lei de Amor e Caridade e, por isso
mesmo, cedo ou tarde, defrontar-se-ão, inexoravelmente, com a Lei de Causa e
Efeito, ou, se preferirem, com a máxima proferida pela sabedoria popular: “A
semeadura é livre, mas, a colheita é obrigatória”.
É importante
destacar que, em O Evangelho Segundo o Espiritismo, o mestre lionês assinala:
"Não se deve crer, entretanto, que todo sofrimento, porque se passa neste
mundo, seja, necessariamente, o indício de uma determinada falta: trata-se, frequentemente,
de simples provas escolhidas pelo Espírito para sua purificação, para acelerar
o seu adiantamento”. Diante do exposto, afirmamos que a função da dor é ampliar
horizontes, para, realmente, vislumbrarmos os concretos caminhos amorosos do
equilíbrio. Por isso, diante dos compromissos “cármicos”, em expiações
coletivas ou individuais, lembremo-nos sempre de que a finalidade da Lei de
Deus é a perfeição do Espírito, e que estamos, a cada dia, caminhando nessa
direção, onde o nosso esforço pessoal e a busca da paz estarão agindo a nosso
favor, minimizando, ao máximo, o peso dos débitos do ontem.
Fonte: Internet
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