Os processos
de despertamento das criaturas de Deus são diversos, como já o dissemos em
variadas oportunidades; não obstante, todos eles nos levam a perfeição. Ainda é
preciso dizer mais: que o Espírito nasce das mãos do Criador com Seus atributos
em estado latente, esperando golpes do tempo pelas mãos do espanco. Leis
vigoram por todos os ângulos da grande vinha do Senhor, inspirando e
movimentando, do protozoário aos maiores benfeitores que dirigem os mundos.
Podemos
comparar a linha evolutiva dos Espíritos, desde a sua formação a angelitude,
como as vidas humanas, desde o berço ao túmulo. As diferenças são enormes entre
os seres humanos, diferenças estas que partem da maturidade, que nunca é igual,
do tempo de vida de cada ser. Os Espíritos, igualmente, são assim: eles se
diferenciam pelo tempo. Certamente, os mais velhos carregam consigo maior
número de experiências, e essas experiências lhes conferem despertamento mais
seguro. Não negamos o livre arbítrio de todas as criaturas de Deus, porém, não
podemos nos esquecer das suas limitações em todas as direções em que foram
chamadas a viver.
Os Espíritos
saem de Deus em forma de energia divina, dotados de todos os poderes, que
pulsam na sua intimidade, como sendo segredos da Divindade, e percorrem todas
as estações de aprendizado. Em cada uma desabrocham valores registrados pela
eternidade, enriquecendo condições para que surja a razão como conquista da sua
trajetória. Essa energia desce, experimentando todos os tipos de opressões ambientais,
se intensificando em uma unidade grandiosa, para depois surgir o milagre da
individualidade.
Esses
processos ainda escapam às pesquisas da ciência dos homens, mas no alvorecer de
um amanhã próximo, poderás ter algumas noticias sobre o Espírito imortal, sua
vida e sua volta ao Criador, na feição do Espírito filho deste mesmo Deus, onde
poderá desfrutar das glórias espirituais com plena consciência de si mesmo. É
nessa descida e subida, nesse esforço permanente do Espírito, que a vida torna
novas dimensões, pelo acervo de luzes acumuladas na sua estrutura mais intima,
como sendo o sol em completa conexão com o sol maior. Nunca podemos dizer que
uns sofrem tormentos dos seus próprios erros e outros não, que o despertamento
de uns se processam sem sacrifícios, enquanto outros foram torturados pelos
seus desequilíbrios, como sendo demônios.
O livre
arbítrio se expressa noutro sentido, de difícil entendimento, mesmo para os
espiritualistas. Os que escolhem o mal são Espíritos aos quais faltam
experiências no campo de ascensão. O que chamamos de mal convida a alma com as
facilidades inerentes as suas ilusórias conquistas, e todos nós passamos pelas
ilusões da vida. Como precisamos da teoria, para que comecemos as práticas,
ninguém toma água, sem primeiro ter a sede, nem come sem apresentar a fome, e
pessoa alguma veste, sem primeiro estar nua. Como não passar pelas
experiências, para depois vivê-las? Ninguém parte de Deus retamente, sem nenhum
problema. As contradições, nós mesmos é que as criamos, para nós mesmos as
resolveremos, assegurando o próprio mérito no coração, como sendo o esforço da
boa luta.
Filosofia
Espírita - Comentário de Miramez sobre a questão 0129 do Livro dos Espíritos.
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