Narra-se que
um sábio caminhava com os discípulos por uma estrada tortuosa, quando
encontraram um homem piedoso que, ajoelhado, rogava a Deus que o auxiliasse a
tirar seu carro do atoleiro.
Todos
olharam o devoto, sensibilizaram-se e prosseguiram.
Alguns
quilômetros à frente, havia um outro homem que tinha, igualmente, o carro
atolado num lodaçal. Esse, porém, esbravejava reclamando, mas tentava com todo
empenho liberar o veículo.
Comovido, o
sábio propôs aos discípulos ajudá-lo.
Reuniram
todas as forças e conseguiram retirar o transporte do atoleiro. Após os
agradecimentos, o viajante se foi feliz.
Os
aprendizes surpresos, indagaram ao mestre: Senhor, o primeiro homem orava, era
piedoso e não o ajudamos. Este, que era rebelde e até praguejava, recebeu nosso
apoio. Por quê?
Sem
perturbar-se, o nobre professor respondeu: Aquele que orava, aguardava que Deus
viesse fazer a tarefa que a ele competia. O outro, embora desesperado por
ignorância, empenhava-se, merecendo auxílio.
Muitos de
nós costumamos agir como o primeiro viajante. Diante das dificuldades, que nos
parecem insolúveis, acomodamo-nos, esperando que Deus faça a parte que nos cabe
para a solução do problema.
Nós podemos
e devemos empregar esforços para melhorar a situação em que nos encontramos.
Há pessoas
que desejam ver os obstáculos retirados do caminho por mãos invisíveis,
esquecidas de que esses obstáculos, em sua maioria, foram ali colocados por nós
mesmos, cabendo-nos agora, a responsabilidade de retirá-los.
Alguns se
deixam cair no amolentamento, alegando que a situação está difícil e que não
adianta lutar.
Outros não
dispõem de perseverança, abandonando a luta após ligeiros esforços.
Com
propriedade afirma a sabedoria popular que pedra que rola não cria limo,
sugerindo alteração de rota, movimento, dinamismo, realização.
Não basta
pedir ajuda a Deus, é preciso buscar, conforme o ensino de Jesus: Buscai e
achareis, batei e abrir-se-vos-á.
Devemos,
portanto, fazer a nossa parte que Deus nos ajudará no que não estiver ao nosso
alcance resolver.
Seria ideal
que, sem reclamar e pensando corretamente, fizéssemos esforços para retirar do
atoleiro o carro da nossa existência, a fim de seguirmos adiante felizes, com
coragem e disposição. Confiantes de que Deus sustentará as nossas forças para
que possamos triunfar.
Pensemos
nisso!
Redação do
Momento Espírita.
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