Por incrível
que pareça, pensamos que viver em um país em guerra seria um carma da
coletividade; que aquelas pessoas estão ali para pagarem por seus erros de
outrora, mas não é só isso.
Primeiro,
temos que lembrar que quem começa uma guerra o faz por sua simples escolha.
Seja o presidente de uma nação, seja o povo que o incita, tudo começou por uma
escolha. E continua, pela execução de novas escolhas.
Essas
escolhas estão intimamente relacionadas a nossa forma de enxergar a vida, aos
nossos conceitos e preconceitos, às nossas crenças. Assim, da mesma forma que
Deus não programou, no pretérito, as guerras mundiais e as guerras santas,
estas e as que existem ainda hoje são um reflexo da nossa humanidade ignorante
que não aceita as diferenças, que não tolera ser contrariada.
Então,
quando a guerra é proclamada, a partir dessa escolha humana, a Providência
Divina agirá para que os reflexos dessa escolha insensata sejam úteis para os
que nela viverem as suas experiências. Daí, começa uma mistura de carmas e
escolhas.
Muitos
poderão pedir para vir neste território em conflito para poderem superar as
mazelas que acreditam ser portadores; muitos poderão vir para enfrentar a si
mesmos e superar os seus traumas; muitos que não necessitam experienciar por
muito tempo a dor da guerra, se verão com coragem para sair daquele território
que já foi o seu lar e buscar conforto no território alheio; muitos se
colocarão como voluntários divinos na tarefa de conscientização e conforto aos
que lá já se encontram.
Mas,
precisamos entender que a guerra em si não modifica ninguém. Ela é somente um
fato que pode impulsionar uma possível mudança, positiva ou negativa, segundo a
vontade daquele ser humano que nela vivencia ou vivenciou as suas dores.
Temos visto
as duas faces da guerra, as duas formas que o povo, a ela submetido, reage:
uma, em que a busca e a conscientização da paz se torna meta de vida e, outra,
onde a vingança é a aplicação da justiça contra os seus algozes. Qualquer uma
dessas metas pode ser absorvida pelo povo em conflito ou mesmo por toda a
humanidade que, num mundo globalizado, acompanha os terríveis reflexos da
guerra alheia.
Porque ainda
existem essas guerras se já passamos por tantos conflitos que deveriam ter
ensinado algo à humanidade? Porque somos pessoas que tem aprendizados únicos e
particulares, e estes nos levam a caminhos únicos e particulares escolhidos por
nós a cada experiência. Lembrando que, hoje, no patamar evolutivo que temos,
poucos são aqueles que são obrigados a reencarnar compulsoriamente, então,
quando ao reencarnarmos, por exemplo, nos colocamos para vivenciarmos um
momento de conflito, temos em nós a vontade de superarmos as nossas tendências
violentas através de uma vivência na violência. Mas, quando estamos na dor,
somente a nós caberá a escolha e a responsabilidade do caminho a percorrer.
Entendamos
que por mais que o nosso planeta esteja no processo de regeneração, ainda
estamos na fase da seleção daqueles que nele ficarão. Então, muitos de nós
estão buscando superar nossos carmas com escolhas melhores a cada dia. Mas, o
que é melhor?! Somente a nós caberá definir.
Adriana
Machado
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