Há quem diga
que ser Espírita é muito difícil, que é só para quem já é santo. Allan Kardec,
no entanto, vai dizer que o espírita é reconhecido pelo esforço que faz pela
sua transformação moral e para vencer suas tendências para o mal.
Fazer
esforço é bem diferente de ser santo. Ainda nos falta um longo caminho.
Alguns
companheiros dizem que estão tentando ser espírita. Estes estão em dúvida e
temem assumir a responsabilidade de afirmar: sou espírita. Nosso desafio, porém, é buscar ser hoje,
melhor do que ontem e amanhã melhor do que hoje.
Na natureza
nada dá saltos. Todos nós que estamos hoje ligados à doutrina espírita, já
estivemos no catolicismo, no protestantismo, no budismo entre outras
religiões. Mesmo nessa encarnação foram
poucos que nascemos num lar espírita. Viemos de outros caminhos religiosos, mas
ao encontrar o Espiritismo descobrimos o Consolador prometido por Jesus, que
veio ensinar todas as coisas e fazer compreender o que o Cristo havia dito por
parábolas. Neste porto seguro, encontramos a fé raciocinada, a crença da
imortalidade da alma, a certeza da reencarnação e a da comunicabilidade com os
espíritos.
Que bom que
podemos dizer que somos espíritas, que estamos buscando vencer nossas más
inclinações. É o autoconhecimento e a autotransformação que nos tornam homens e
mulheres melhores. Essa postura vai refletir na família, onde cada um
testemunhará a luz interior, a sua transformação moral, pelo comportamento
equilibrado e amoroso. No trabalho, sendo um exemplo de bom funcionário ou de
bom patrão. Na sociedade, sendo um bom cristão, alguém que é lembrado pelo amor
ao próximo e suas atitudes corretas. Portanto, somos espíritas 24 horas por
dia. Não dá para vestir a capa de humildade, de fraternidade somente quando
estamos no Centro Espírita.
“Espíritas!
Amai-vos, este o primeiro ensinamento; instruí-vos, este o segundo.”
O Espírito
de Verdade nos convida a demonstrarmos quem somos, pelas atitudes de amor, de
fraternidade e caridade. Olhar o outro
como um irmão que devemos aprender a amar, apesar dos defeitos e imperfeições,
que só pela prática das virtudes e da busca constante da iluminação através do
estudo, que iremos nos libertar desse homem velho que ainda trazemos dentro de
nós.
O desafio
não é vencer o outro, ser melhor, mais poderoso, é nos conhecermos, domarmos
nossas imperfeições e “só por hoje” nos aproximarmos de nosso modelo e guia,
que é Jesus.
Para aqueles
que acham que essa postura é difícil, é porque ainda não compreenderam que
somente escolhendo a porta estreita, se libertarão das imperfeições. É esse o caminho para a plenitude e a paz
íntima.
Angela C.
Furiati
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