Esse erro e outros, como o absurdo inferno
imaginado por Dante Alighiere na sua “Divina Comédia”, eram aceitos pela Igreja
até princípios do Século XX. Mas alguns desses ensinos errados ainda são
aceitos até hoje por parte de evangélicos e católicos de pouca instrução, os
quais estão frontalmente contra os postulados cristãos verdadeiros, pois discriminam
e, às vezes, até ofendem quem não comunga com suas ideias religiosas
‘vencidas’, o que é lamentável!
O inferno bíblico´figurado como o é o
Purgatório da Igreja, elogiado por Kardec por ser temporal. De fato não podemos
pecar “eternamente” e, consequentemente, não podemos também pagar
“eternamente”, o que seria injusto. Nós seremos medidos, mas na mesma medida
com que tivermos medido (Mateus 7: 2). E Jesus diz que temos que pagar tudo até
o último centavo (Mateus 5: 26), mas pago o último centavo, estaremos quites
com os nossos pecados, o que joga por terra, totalmente, as tais de “penas
eternas”. A justiça divina é perfeita. E, assim, ninguém paga mais do que deve.
E o pagamento ou carma de sofrimento não é
castigo de Deus, mas disciplina, para que entendamos que, de acordo com essa
lei inexorável de causa e efeito, nós colhemos o que semeamos (Gálatas 6: 7).
Se quisermos, pois, um destino feliz, pratiquemos, então, o bem e o amor
incondicional evangélico, que nos recomenda a prática desse amor até para com
os nossos inimigos. (Mateus 5: 44).
E é só assim que, um dia, poderemos conseguir
passar pela difícil ‘porta estreita’, símbolo de nossa salvação ou libertação
que nos foi dado pelo próprio Mestre dos Mestres que veio, exatamente, para nos
ensinar a verdade que nos liberta, tirando-nos, pois, da nossa atual escravidão
do mal.
As pessoas que ainda vivem o cristianismo
medieval, que, oficialmente, vai até princípios do Século XX, não foram e
não são cristãos verdadeiros, embora os
seus adeptos pensassem e pensem ainda o contrário. E os erros do cristianismo
do passado são justificados pela ignorância e o atraso evolutivo da Humanidade
da época. Mas hoje, não se justificam mais, pois as portas da verdade
esclarecedora do evangelho estão aí escancaradas, e só não entra por elas quem
não quiser!
A crença numa religião exclusivista, ou seja,
aquela que considera como verdadeira e salvadora somente a nossa e que as
outras levam à condenação é completamente errada, pois o que nos salva mesmo é
a prática do amor a Deus sobre tudo e ao nosso semelhante no mesmo grau em que
nos amamos. E esse amor está presente em todas as religiões e é o que nos
ensina com maestria o excelso Mestre: Conhecereis meus discípulos por se amarem
uns aos outros (João 13: 34 e 35), e não, pois, por terem ou deixarem de ter
uma determinada religião, o que lembra a conhecida frase de Kardec: “Fora da
caridade não há salvação”. E Paulo (1 Coríntios 11: 19) até diz que é bom que
haja divisões entre nós, mas é claro, com dignidade, respeito e a caridade
cristã e espírita.
E aqueles que não têm religião até que podem
salvar-se mais facilmente do que os beatos religiosos, mas intolerantes,
briguentos e desarmonizados com seus semelhantes e, por consequência, com Deus!
Autor:
José Reis
Chaves (Belo Horizonte/SP)
estudou para
padre na Congregação dos Redentoristas, é formado em Comunicação e Expressão na
Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. É Escritor, durante vários
anos lecionou Português, Literatura, História, Geografia e Latim. É Teósofo,
parapsicólogo, biblista, e ao longo de toda a sua vida, o autor vem
desenvolvendo pesquisas sobre a Bíblia, as religiões e a Parapsicologia. Por
último, passou a estudar o Espiritismo, Doutrina que assimilou com facilidade, tendo
em vista o seu longo tempo de estudo da Bíblia, da História e da Teologia
Cristãs. Aposentado, atualmente dedica-se ao trabalho de escrever e proferir
palestras na área espiritualista, mas principalmente Espírita, por todo o
Brasil.
É autor dos
livros, entre outros: “A Reencarnação
Segundo a Bíblia e a Ciência”,
“Quando
chega a Verdade” e "A Face Oculta das Religiões.
Nenhum comentário:
Postar um comentário