Certos
assuntos, em nossas vidas, ainda são encarados com o ranço dos posicionamentos
preconceituosos.
Ideias
alimentadas na ignorância da Idade Média, em especial, passam pelas gerações,
atemorizando as almas.
Existem
pessoas que não podem ouvir falar em morte. Perturbam-se, perdem o sono. E nem
conversam a respeito.
No entanto,
vemos que as novas gerações não apresentam temor, ao contrário, trazem uma
tranquilidade interior.
E foi o que
demonstrou aquela menina, surpreendendo a todos.
Ela tinha um
cachorro pequeno, Pitoco, que era toda a sua alegria. Quando ia para a escola,
fazia questão de despedir-se do amiguinho, dizendo que logo voltaria.
Pois Pitoco
adoeceu e os remédios, receitados pelo veterinário, aliados a cuidados
adicionais recomendados, não faziam efeito algum.
Naquele dia,
enquanto Lia estava na escola, o cachorro piorou e, depois de uma curta agonia,
morreu.
Os pais
ficaram muito apreensivos. Como contariam para a filha que Pitoco morrera? Como
ela se sentiria, sobretudo por não ter estado presente à sua morte?
Indagavam-se
qual seria a reação dela. E, por isso, ensaiaram a melhor maneira de contar o
acontecido.
Quando Lia
chegou em casa, percebeu o clima tenso, pesado. Inteligente, logo imaginou que
o seu amiguinho tivesse piorado e correu para o seu cantinho.
A mãe lhe
cortou o caminho, o pai a olhou preocupado. E, embora os tantos ensaios para a
escolha das melhores palavras, nenhum deles conseguiu dizer nada.
Ela deduziu
e perguntou: Vocês estão com este jeito estranho por que o Pitoco morreu? Meu
cachorrinho se foi?
Ante o
assentimento mudo dos pais, ela foi se encaminhando ao local onde estava o
cadáver do seu amiguinho.
Tadinho do
Pitoco. Mas, como ele estava muito doente, melhor assim. Afinal, todos
morremos, não é mesmo?
Tudo morre:
as plantas, as flores, as árvores. Também os bichos, as pessoas. É a vida.
Os pais se
olharam, surpresos. E descobriram, naquele momento, com as expressões da filha,
que ela tinha uma visão muito mais clara a respeito da vida e da morte do que
eles próprios.
Muita gente
acostumou-se a ver a morte como ponto final de tudo.
Há fantasias
e crendices que penetram a mente das pessoas de tal modo que passam a lhes
minar a segurança íntima, determinando pavores cruéis que maltratam as
criaturas.
Bom seria se
na educação da criança e do jovem, nas conversas entre adultos, e em todos os
meios de comunicação, não se desprezasse a importância desse tema.
Se existe
uma certeza em nossa vida, é a de que morreremos um dia.
Portanto,
estarmos preparados para enfrentar essa realidade seria um grande avanço na
nossa maneira de viver.
Saber que
quem morre é apenas o corpo físico, que somos imortais e conservamos nossas
capacidades cognitivas e emocionais, nos deixaria mais serenos.
Também saber
que reencontraremos nossos amores; que poderemos refazer nossos enganos; que
teremos novos recomeços.
Ter certeza
de que a morte, que nos tolhe a vida física, significa simplesmente que
vencemos mais uma etapa na linha do progresso.
Pensemos
nisso!
Redação do
Momento Espírita, com base no capítulo 20, pt. V,
do livro
Todos precisam de paz na alma, pelo Espírito Benedita Maria,
psicografia de Raul Teixeira, ed. Fráter.
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