Ela fica bem
no centro do cérebro e não é um olho, mas uma glândula, chamada de pineal.
Segundo cientistas, é um potente centro receptor de informações, relacionado a
intuição, espiritualidade e percepção de acontecimentos sutis. Conheça esse
radar que funciona dentro de você. O terceiro olho, como um radar, capta
informações que dependem de outras regiões cerebrais para serem compreendidas.
Essa área, segundo os cientistas, está associada à intuição, à clarividência e
à mediunidade.
Tão pequena
quanto uma ervilha e na forma de pinha – daí o seu nome –, a glândula pineal é
considerada como um terceiro olho, pois tem a mesma estrutura básica de nossos
órgãos visuais. Acreditava-se, até há pouco tempo, que era um órgão atrofiado,
um olho não desenvolvido, de funções indefinidas. Mesmo assim, despertou o
interesse dos cientistas, que descobriram funções relacionadas à física e aos
fenômenos paranormais.
Antena
Parabólica.
Constataram
que, como uma antena, a pineal, também chamada de epífise, é capaz de captar radiações
eletromagnéticas da lua – que regula ciclos menstruais, por exemplo –, as
radiações eletromagnéticas vindas do sol e ainda despertar a produção de certas
substâncias neurotransmissoras, que estimulam a atividade física e mental.
Também é a glândula pineal que ativa a produção de hormônios sexuais no início
da puberdade, iniciando-se assim o ciclo da reprodução humana. Nos animais
(sim, ela também está presente neles), capta os campos eletromagnéticos da
Terra, orientando as migrações das andorinhas ou das tartarugas, por exemplo. E
há ainda funções muito intrigantes relacionadas a esse ponto no centro do
cérebro. “A pineal é capaz de captar campos eletromagnéticos não apenas desta
dimensão, onde vivemos, que é a terceira, mas também de outras dimensões do
Universo, acessando campos espirituais e sutis”, conta Sérgio Felipe de
Oliveira, psiquiatra, mestre em ciências pela Universidade de São Paulo e
diretor-clínico do Instituto Pineal-Mind, de São Paulo. Segundo a Teoria das
Supercordas, da física quântica, existem ao menos 11 dimensões diferentes no
Universo e é possível a comunicação entre elas. Em outras palavras: a pineal é
capaz de detectar dimensões invisíveis aos olhos comuns, e esse pequeno radar
está relacionado a fenômenos como clarividência (vidência de acontecimentos
ainda não ocorridos), telepatia (comunicação por meio do pensamento) e
capacidade de entrar em contato com outras dimensões (mediunidade).
Feito de
cristal.
Após
analisar a composição da glândula pineal, o cientista Sérgio Felipe de Oliveira
detectou na sua estrutura cristais de apatita, mineral também encontrado na
natureza sob a forma de pedras laminadas. Segundo suas pesquisas, esse cristal
capta campos eletromagnéticos. “E o plano espiritual age por meio desses
campos. A interferência divina sempre acontece obedecendo as leis da própria
natureza”, esclarece Sérgio Felipe, que é diretor-presidente da Associação
Médico-Espírita de São Paulo (Amesp). “Os médiuns, pessoas capazes de entrar em
contato com outras dimensões espirituais, apresentam maior quantidade de
cristais de apatita na pineal. Os iogues e místicos, que experimentam estados
de meditação e êxtase profundos, têm menor quantidade”, atesta Sérgio Felipe. E
ninguém pode aumentar ou diminuir essa concentração de cristais, garante o
psiquiatra – ela é uma característica biológica, assim como a cor dos olhos e
cabelos. Sérgio explica que a glândula é um receptor poderoso, mas quem
decodifica as informações recebidas são outras áreas do cérebro, como o córtex
frontal cerebral. “Sem essa interação, as informações recebidas não são
compreendidas. É por isso que os animais não podem decodificá-las: as outras
partes do cérebro deles não têm esse atributo”, conclui.
Onde mora a
alma.
No Ocidente,
a importante função dessa glândula foi descrita no livro A Terceira Visão (ed.
Nova Era), escrito por um inglês que adotou o pseudônimo de Lobsang Rampa. O
filósofo e matemático francês René Descartes (1596-1650) também se curvou ao
fascínio da pineal. Na sua famosa Carte a Mersenne, escrita em 1640, ele
afirmava que existe no cérebro uma glândula que é o local onde a alma se fixa
mais intensamente. As religiões também consideram o terceiro olho como um
centro de percepção espiritual.
Para os
espíritas – A doutora Marlene Nobre, médica e diretora do jornal Folha
Espírita, conta que as funções espirituais e psíquico-espirituais da pequena
glândula eram consideradas pelo fundador do espiritismo, Allan Kardec
(1804-1869), no século 19, e foram descritas no livro Missionários da Luz (ed.
FEB), psicografado pelo médium Francisco Cândido Xavier (1910-2002) e publicado
pela primeira vez em 1958. “Segundo o livro, a melatonina, o hormônio segregado
pela pineal, gera os impulsos para as experiências que promovem seu
desenvolvimento espiritual”, finaliza a médica.
Para os
hindus – Na antiga tradição da Índia, dois chacras, ou centros de energia, são
responsáveis pelo desenvolvimento da espiritualidade: o chacra do terceiro
olho, que fica na testa, um pouco acima da linha das sobrancelhas, e o chacra
coronário, no topo da cabeça. Esses dois centros, que captam e transmitem
energia vital, dizem os indianos, revelam informações espirituais que influem
em nossas ações e escolhas. “O chacra do terceiro olho é responsável pela
clarividência e pela criatividade. O centro coronário nos reabastece de energia
cósmica e nos dá força espiritual”, explica a professora de ioga Alda Biggi, do
Centro Vishnu de Hatha Yoga, em São Paulo. As cores relacionadas ao chacra que
fica no alto da cabeça são o branco, o violeta e o dourado. “Está ligado ao
canal central de energia que passa pela coluna vertebral”, diz a professora.
Ele rege a glândula pineal, que, para os hindus, é o principal órgão do corpo.
“É a representação do céu dentro do homem e está associada às qualidades mais
puras e elevadas que temos dentro de nós”, conta Alda. Já o chacra do terceiro
olho está ligado à tonalidade azul-índigo e à glândula pituitária, que também
fica no cérebro. “Ele influencia todas as formas de expressão,
capacidade
artística e intelectual”, complementa.
Para os
cristãos – “Ela representa o Filho de Deus em nós, nossa consciência espiritual
e amorosa, alimentada pela vontade divina que nos chega dos céus e o amor que
vem do nosso coração”, diz Amarilis de Oliveira, doutora em psicologia e
diretora do Instituto Cisne de Pesquisas, em São Paulo, dedicado a estudos na
área da inteligência espiritual. “Ela é a única glândula do corpo diretamente
ligada à Consciência Superior”, conclui.
Fonte:
Revista Bons Fluidos-Texto: Liane Camargo de Almeida Alves
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