Você
acredita que o seu relacionamento pode ser de vidas passadas? Você sente que já
conhecia o seu parceiro (a) antes da existência atual?
Grande parte
dos brasileiros acredita em reencarnação. De acordo com uma pesquisa do
Datafolha, 37% dos brasileiros acredita totalmente em reencarnação. Somando os
que têm certeza e os que apenas admitem a hipótese da reencarnação, esse número
ultrapassa os 50%.
Isso é muita
gente. A maior parte não tem ideia de como se processa a reencarnação. São
pessoas que sentem que tiveram outras vidas e que vão continuar a ter outras
vidas depois dessa. Mas nunca pararam para se questionar como isso acontece, o
que exatamente determina o meio em que nós reencarnamos, as pessoas no meio das
quais nós nos desenvolvemos e com quem, possivelmente, podemos nos relacionar.
Existe uma
farta literatura espiritualista que trabalha com essa ideia de reencarnação de
uma maneira mais popular, mais romântica.
O maior
exemplo, provavelmente, é a Zíbia Gasparetto. O trabalho da Dona Zíbia merece
todo o respeito. Tem espírita que execra os livros dela – não sei porque, já o
que o seu trabalho não é espírita, é espiritualista.
Os livros da
Zíbia são importantes porque dão uma ideia, mesmo que superficial, de alguns
princípios básicos como a reencarnação, a comunicação e influenciação entre os
encarnados e os desencarnados e a Lei de causa e efeito.
Mas esses
romances água com açúcar dão margem a muita fantasia. Temos que considerar que
a maior parte dos leitores desses livros são pessoas que não estudam a Doutrina
– são simpatizantes do Espiritismo, católicos, evangélicos, umbandistas, não
são pessoas versadas na Doutrina Espírita.
E,
principalmente entre os mais jovens, forma-se uma tendência de acreditar em
almas gêmeas, ou de achar que a pessoa com quem se está relacionando é um amor
de outras vidas, ou que é um carma, um relacionamento de resgate.
Muitas
pessoas já me escreveram dizendo-se muito temerosas de terminar um
relacionamento com medo de que terão que voltar de novo com essa mesma pessoa,
porque isso é um carma que elas têm que resgatar.
E muitas
pessoas, inclusive no meio espírita, acham que, se agora é difícil conviver com
essa pessoa, na próxima vida iria ser mais difícil ainda.
É verdade
que nós reencarnamos próximo daqueles com quem nós temos afinidade. Quem são as
pessoas com quem nós temos afinidade? São aquelas pessoas com quem nós temos
vínculos de amor ou de ódio – ou um pouco dos dois.
Então
acontece de nós reencontrarmos alguém com quem nós já convivemos em outra
existência, alguém por quem nós nutrimos afeto ou desafeto.
Mas isso não
é uma regra. A vida é movimento, nós estamos sempre diante de situações novas,
de novos aprendizados e de novos seres em nossa vida.
Nem faria
muito sentido nós circunscrevermos o nosso círculo de convívio e influência aos
mesmos seres de sempre. Nós convivemos com alguns seres que são velhos
conhecidos de outras existências, mas também estamos sempre entrando em contato
com outros seres pela primeira vez.
Hoje nós
vivemos um fenômeno nunca antes experimentado na História da humanidade: Nós
temos a possibilidade de nos relacionar com várias pessoas. É verdade que isso
nem sempre é conveniente – mas não estamos aqui para dar lição de moral.
O sexo
casual numa visão espírita
O fato é que
nós experimentamos muito. E é um equívoco acreditar que todas essas
experimentações são repetições de relacionamentos anteriores.
Algumas
pessoas têm uma sensibilidade especial para reconhecer, até certo ponto, seres
com quem conviveu em outras existências. Mas, de um modo geral, não há como
saber.
E muitas
pessoas (principalmente mulheres) têm uma enorme curiosidade de saber se a pessoa
com quem estão se relacionando é um amor de outras vidas ou não.
Não tem como
saber isso. A pessoa pode especular, pode fazer regressão para tentar lembrar.
Mas temos que respeitar a Lei que rege o nosso plano. Se nós não sabemos, e se
não há motivo para saber, por que se incomodar com isso?
Não há
motivo nenhum apara sabermos se um relacionamento começou nessa existência ou
se ele já existia antes. De que nos serviria isso? Será que iríamos mudar
nossas atitudes por causa disso?
Temos que
agir do modo como sabemos ser o certo, sempre. Se fizermos isso, não há com que
se preocupar. Conhecer alguém é uma oportunidade de aprendizado com esse alguém
e de acrescentar algo na vida desse alguém. Se não está bom, a decisão de
continuar a relação ou terminar a relação vai ter que ser tomada de qualquer
jeito.
Esse medo de
que o relacionamento pode ser um carma não ajuda em nada. A nossa
responsabilidade é a mesma, sempre.
Tem pessoas
que transformam a sua própria vida ou a vida do seu cônjuge num verdadeiro
inferno. E sentem um ódio e uma aversão tão grandes que acham que isso deve ser
de “outras vidas”. Por que teria que ser de outras existências? Todo ódio, toda
aversão começa um dia, não importa em que existência.
Grande parte
dos relacionamentos, talvez a maioria, começa por atração sexual. Simples
desejo. Não tem nada unindo o casal além do desejo. Não tem afinidade de
gostos, de ideais, de pensamentos. Não tem nada a ver com carma.Às vezes pode
haver um planejamento pré-reencarnatório, pode haver alguém no nosso caminho
com quem nós temos muita afinidade – mas nós nos perdemos no meio do caminho
por causa de tesão.
A verdade é
que, se sempre formos corretos, respeitarmos e ajudarmos a pessoa com quem nos
relacionamos, não há o que temer; nós só temos a ganhar – independentemente de
sermos reconhecidos ou correspondidos. O bem que fazemos estamos fazendo, em
primeiro lugar, a nós mesmos.
Morel Felipe
Wilkon-Espírito Imortal
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