Sabendo que
a verdadeira vida é a espiritual, é evidente, portanto, que existam relações
entre os espíritos desencarnados que retornaram à pátria espiritual.
Atualmente
encarnados, pensando e agindo conforme nosso grau de adiantamento, e, ainda
envoltos na materialidade da vida, temos dificuldades em conceber a ideia de
como é essa vida espiritual e suas relações.
Segundo as
instruções dos espíritos, há uma organização entre as diferentes ordens dos
desencarnados, estabelecendo entre elas uma hierarquia de poderes, subordinação
e autoridade, com base na ascendência moral, de uns sobre os outros, diferentemente
do que ocorre na Terra, quando tal hierarquia se dá de acordo com bens, posses
e poderes materiais. No plano espiritual o adiantamento moral exerce uma
hierarquia irresistível entre uns e outros.
Daí então,
entendemos que todos os bens e gozos terrenos que um homem possui na Terra, não
lhe garantirão nenhum privilegio ou poder no mundo espiritual o que coaduna com
as lições do Cristo, quando afirma que os pequenos serão elevados e os grandes
rebaixados. O que realmente vale são as riquezas e os valores espirituais.
Atualmente
vemos uma inversão de valores, onde notamos a procura pela exaltação, pela
chance de e destacar, de sobressair e de se tornar notável, a qualquer custo,
numa sociedade onde cresce, desenfreadamente, a busca por valores materiais.
Os laços
familiares cada dia mais frouxos, o casamento cada dia menos comum, as relações
humanas cada dia mais egoístas e individualistas e o amor ao próximo, cada dia
menos próximo de nosso coração! E os ensinamentos de Jesus que agora temos a
maturidade de compreender, por vezes, caem no esquecimento. Quem quiser ser o
melhor que seja o último e o servidor de todos, orienta Jesus, nisso está o
amor, a bondade e a justiça.
Portanto,
após a morte, levaremos conosco tudo aquilo que somos e fizemos na presente
existência. Assim, como na vida física, nos aproximamos e nos afinizamos com
aqueles que têm as mesmas aspirações que temos. A união no plano espiritual se
dá por simpatias de propósitos, os bons espíritos, pelo desejo de fazer o bem;
os maus, pelo desejo de fazer o mal, pela vergonha de suas faltas e pela
necessidade de se encontrarem ente os seres que são semelhantes a eles.
Estando
encarnados, fingimos, escondidos no corpo físico, mentimos, enganamos,
trapaceamos, agimos com inveja, orgulho e egoísmo diante de fatos e provações
da existência, há no plano espiritual não mais dispomos da matéria, então nos
apresentamos tal qual verdadeiramente somos, como nossas mazelas expostas não
podendo mais passar uma imagem daquilo que realmente não somos!
Levaremos
conosco, no retorno a vida espiritual, o que somos, não mais podendo esconder
no verniz da materialidade, e caso lá cheguemos em uma situação não muito
favorável, provavelmente nos sentiremos extremamente envergonhados e
decepcionados, pois muitas vezes, tivemos a oportunidade de participação na
programação de nossa recente existência, trazendo a proposta de reparação de
alguns erros e não o fizemos.
Somos como
crianças de idade escolar, durante a nossa existência, recebemos a oportunidade
de estudar e de aprender, dispomos do material para isso; o nosso corpo físico.
Porém, assim como na escola, passamos pelas provas em que seremos testados, ou
seja, convivência difícil com um familiar, avareza, paciência, tolerância... e
muitas vezes sucumbimos, não conseguindo passar de ano, sendo reprovados na
escola do progresso espiritual, o que ensejará a necessidade de uma nova
reencarnação.
E não há dor
maior do que o remorso do tempo perdido, da oportunidade desperdiçada, do
desprezo. A nossa consciência nos acusará. Dessa forma, devemos seguir nossa
atual existência com os propósitos de sermos mais tolerantes mais amáveis, mais
pacientes, mais dóceis, mais caridosos... de acordo com os ensinamentos
cristãos.
Se queremos
um mundo melhor, essa mudança deve começar dentro de nós!
Fonte:
Jornal Espiritismo Estudado – julho/2014
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