- O momento em que Chico começou a apresentar
as Chagas de Cristo
“Chico era
extremamente reservado. Não falava de si, evitando qualquer situação que
pudesse colocá-lo em destaque. Chico estava se locomovendo com maior
dificuldade que nos demais dias. Os seus pés estavam muito inchados e não
cabiam dentro dos sapatos.
Recebendo em
nossa casa, eu e Márcia, a visita do casal amigo Lineu e Elenir Meirelles, de
Niterói, comentamos com eles a nossa preocupação. No dia anterior, ambos haviam
estado com Chico mais reservadamente e, então, nos relataram o que puderam
constatar. Descalçando os sapatos, que estava utilizando como se fossem
chinelos, e tirando as meias, o médium permitiu que Lineu e Elenir lhe
testemunhassem o fenômeno dos estigmas nos pés: sobre o peito de cada um, uma
chaga se havia aberto!
- Esses dias
todos, - explicou-lhes Chico - eu tenho pensado muito em Jesus e, de tanto
pensar nele, no episódio de seu sacrifício na cruz, essas duas feridas
apareceram em meus pés... Peço a vocês não dizerem nada a ninguém. Poucos
seriam capazes de entender. Eu não sou nada...
E desatou a
chorar, enxugando as lágrimas que lhe escorriam do rosto com as golas do
surrado paletó que vestia. Por seu imenso amor a Jesus, à semelhança de outro
Francisco, o de Assis, Chico também fora estigmatizado! E apenas permitiu que
pouquíssimos ficassem sabendo.
Temos
conosco cópia de um depoimento escrito e assinado por Josyan Courté, datado de
9/8/2009, da cidade de Itatiba (SP). Pudemos testemunhar o carinho e o respeito
com que Chico sempre o tratou.
"Na
madrugada de uma terça-feira (...) dia 09/08/1966 - escreveu de próprio punho
-, Francisco Cândido Xavier recebeu a transposição dos sinais dos espinhos da
coroa do Cristo em sua própria cabeça. O fenômeno podemos nomear como
incorporação de sinais e marcas do Cristo (estigmas).
(…) Quando nos
aproximamos da casa do médium, já era manhã muito clara, radiante de sol. (…)
Reparamos que o Chico usava um gorro na cabeça, muito justo, que cobria desde a
testa até a nuca. Naquela manhã não sabíamos ainda o que ele pretendia ocultar.
Os nossos irmãos de fé, João e Lázaro, eram dois velhinhos que habitavam
humilde choupana e que dependiam dos donativos do Chico para sobreviver. Quem
daria trabalho àqueles braços velhos e cansados? Foi para o ancião João que
perguntei se ele sabia desde quando o Chico mantinha coberta a cabeça. Ele
respondeu-nos no linguajar simples e sincero: 'Onte não tava, não...'
(…) Os
estigmas surgiram pela primeira vez naquela data distante para desaparecer em
seguida. Retornariam mais tarde, de forma definitiva, obrigando o médium a
ocultá-los em sigilo absoluto. Muito mais tarde, décadas após, os sinais
surgiriam também nos pés.”
Este
depoimento foi publicado no livro “Chico Xavier: o brasileiro mais importante
da história” de Josyan Courté (GEEM, abril de 2017). Josyan no cap. “Os livros
astros” complementa “(…) Com Chico ocorreu que a coroa de espinhos lhe marcou a
cabeça por inteiro. (…) Esse fenômeno [estigmatização], que tem implicações com
a mediunidade de incorporação, obrigou-o a usar boinas, gorros e, depois,
perucas. Chico procurou de todas as formas ocultar os sinais, somente
observados na velhice, quando não mais podia locomover-se livremente, e foram
enfim, observados pelas caridosas irmãs que banhavam o corpo do médium já muito
debilitado pela idade avançada (…) Após a estigmatização, Chico passou a
exsudar penetrante aroma de rosas até o fim de seus dias.”
Do livro
“Chico Xavier, o médium do pés descalços” de Carlos Baccelli (Vinha de Luz
Editora).
Depoimento
de Adelino da Silveira relatando diálogo com Chico:
- Mandei
chamar você aqui porque lhe quero mostrar uma coisa. Ontem à noite quando fui
deitar-me, estava pensando muito no sofrimento de Jesus quando lhe fincaram os
cravos nos pés (…) De madrugada, senti uma dor muito profunda nos pés (…)
Quando amanheceu, olhei para os meus pés e levei um susto (…)
Quando lhe
retirei os sapatos e as meias, quem levou um susto fui eu. Havia no dorso de
cada pé uma mancha roxa, como se houvessem enfiado ali dois cravos ou pregos
enormes. Então ele me disse:
- Olhe para
as minhas mãos (…)
Havia em
suas mãos as mesmas marcas dos pés, embora em tamanhos menores, sendo que as
das palmas das mãos eram maiores que as do dorso. Entre a emoção e as lágrimas,
daquela hora inesquecível, pude apenas dizer: Chico, você é o único espírito
que conheço que tem as marcas do Cristo.”
No livro
“Nas trilhas da Garça – Chico Xavier nas Minas Gerais”
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