1 – Qual a primeira consequência do suicídio?
A terrível constatação: o suicida não alcançou o seu
intento. Não morreu! Não foi deletado da Vida. Continua a existir, sentir e
sofrer, em outra dimensão, experimentando tormentos mil vezes acentuados. É uma
situação traumática e apavorante, conforme informam suicidas que se manifestam
em reuniões mediúnicas.
2 – Seus sofrimentos são de ordem moral?
Em parte. Há outro aspecto a ser considerado: os estragos no
perispírito, o corpo espiritual. O apóstolo Paulo o denominava corpo celeste.
Um corpo feito de matéria também, mas em essência, numa outra faixa de
vibração, como define Allan Kardec. É o veículo de manifestação do Espírito no
plano em que atua, e intermediário entre ele e o corpo físico, na reencarnação.
3 – Quando o médium vidente diz que está vendo determinado
Espírito, é pelo corpo espiritual que o identifica?
Exatamente. O Espírito não tem morfologia definida, como
acontece com a matéria. É uma luz que irradia. Diríamos, então, que o vidente
vê determinado Espírito em seu corpo espiritual, tanto quanto identificamos um
ser humano pela forma física.
4 – O que acontece com o perispírito no suicídio?
Sendo um corpo sutil, que interage com nossos pensamentos e
ações, é afetado de forma dramática. Se alguém me der um tiro e eu vier a
desencarnar, poderei experimentar algum trauma, mas sem danos perispirituais
mais graves. Porém, se eu for o autor do disparo, buscando a morte, o
perispírito será afetado e retornarei ao Plano Espiritual com um ferimento compatível
com a área atingida no corpo físico. É muito comum o médium vidente observar
suicidas com graves lesões no corpo espiritual, produzidas por instrumento
cortante, revólver ou outro meio violento por ele usado.
5 – Qualquer tipo de suicídio sempre afetará uma área
correspondente no perispírito?
Sim, com tormentos que se estenderão por longo tempo. Dizem
os suicidas que se sentem como se aquele momento terrível de auto aniquilamento
houvesse sido registrado por uma câmera em sua intimidade, a reproduzir sempre
a mesma cena trágica. Imaginemos alguém a esfaquear-se. A diferença é que,
enquanto encarnado, essa autoagressão termina com a morte, enquanto que na vida
espiritual ela se reproduz, insistentemente, em sua mente, sem que o suicida se
aniquile.
6 – Digamos que a pessoa dê um tiro na cabeça…
Sentirá repercutir, indefinidamente, o som do tiro e o
impacto do projétil furando a caixa craniana e dilacerando o cérebro. Um
tormento indescritível, segundo o testemunho dos suicidas. Lembra a fantasia
teológica das chamas do inferno, que queimam sem consumir.
7 – Falando em chamas, e se a pessoa se matou pelo fogo,
desintegrando o corpo?
Vai sentir-se como alguém que sofreu queimaduras
generalizadas. Experimentará dores acerbas e insuportável inquietação. É uma
situação desesperadora, infinitamente pior do que aquela da qual,
impensadamente, pretendeu fugir.
8 – Podemos situar os desajustes perispirituais como
castigos divinos?
Imaginemos um filho que, não obstante advertido pelo pai,
não toma os devidos cuidados ao usar uma faca afiada e se fere, seccionando um
nervo. As dores e transtornos que vai sentir não serão de iniciativa paterna
para castigá-lo. Ele apenas colherá o resultado de sua imprudência. É o que
acontece com o suicida. Seus tormentos relacionam-se com os desajustes que
provocou em si mesmo. Não constituem castigo celeste, mas mera consequência de
desatino terrestre.
Richard Simonetti
Dignificante e esclarecedora mensagem.
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