Inúmeros são
os relatos daqueles que dizem ter visto anjos, santos. Ao longo da história,
alguns desses videntes foram tidos como loucos ou alucinados.
Durante a
Idade Média, eram tidos por bruxos e fogueiras foram alimentadas com seus
corpos, toda vez que insistiam em afirmar a veracidade das suas visões.
Na França do
século XV, uma menina de treze anos passou a ter visões. Chamava-se Joana e
viria a se tornar a heroína da França.
De uma
França destroçada pela ausência de amor patriótico, que ela bem soube reacender
nas almas.
Joana d'Arc
identificava especialmente três dos Espíritos que lhe apareciam como sendo
Santa Catarina, Santa Margarida e São Miguel.
Sabe-se que
São Miguel nunca declarou a ela se chamar assim. É ela que o denomina dessa
forma.
Talvez por
ele lhe aparecer trajado da forma que vira, na igreja de sua infância, onde ia
orar diariamente, a imagem de pedra como sendo dessa personalidade.
Quanto à
Santa Catarina e Santa Margarida, essas são designadas a Joana pelo próprio São
Miguel.
Durante os
interrogatórios a que foi submetida em seu processo de condenação, ela afirmou:
Vi São Miguel e os anjos com os olhos do meu corpo, tão perfeitamente como vos
vejo.
E, quando se
afastavam de mim, eu chorava e bem quisera que me levassem consigo.
Mas ela não
somente vê e ouve maravilhosamente essas criaturas, como também as sente pelo
tato e pelo olfato.
Toquei em
Santa Catarina, que me apareceu visivelmente. E, referindo-se às duas santas,
continua: Abracei-as ambas. Rescendiam perfumes. É bom se saiba que rescendiam
perfumes.
Certa feita,
quando lhe perguntaram se esses santos da igreja lhe apareciam nus, de uma
forma inteligente, ela contra-argumenta:
Por que me
indagais isso? Acreditais que Deus não teria com que vesti-los?
Aqueles que
têm visões se referem a indumentárias simples, desataviadas, como uma grande
veste branca. Outros descrevem com detalhes roupas e adereços, próprios da
época em que viveram os personagens que se lhes apresentam à visão.
Deveria
transcorrer o tempo e revelações da própria Espiritualidade nos serem feitas,
para que pudéssemos entender um pouco mais a respeito desse mundo espiritual,
de onde viemos e para onde retornaremos.
Não existe o
vácuo, o vazio em parte alguma. Tudo está cheio do hálito de Deus, fluido
Universal.
E é desse
fluido que, ao sabor da própria vontade, cada Espírito se serve para reproduzir
as vestes que deseja, sobretudo, quando se mostra à visão mediúnica, a fim de
ser identificado.
Bem tinha
razão a jovem heroína em afirmar que Deus tinha com que vestir os Espíritos.
E, em
palavras simples, nos ensinou que o mundo espiritual é de grande riqueza,
superando em muito as tantas que conhecemos no planeta que habitamos.
É um mundo
de ação, beleza, perfumes. Um mundo que nos cerca e que convive conosco, os que
transitamos pela carne, temporariamente.
Um mundo
povoado de seres que por nós velam e nos protegem.
Redação do
Momento Espírita, com base nos caps. 4 e 11 do livro Joana d’Arc (médium), de
Léon Denis, ed. Feb.
Em
28.04.2011.
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