Kardec
durante a obra da Doutrina Espírita convidou-nos a utilizar a razão em todos os
casos. Utilizando a minha razão,
concebo que não faz sentido nenhum o ritual das "adivinhações". É
importante deixar claro que "cartas de tarô" nada tem a ver com a Doutrina
Espírita. Acho possível a pessoa que
"joga as cartas" ser médium e em raros casos, devido a isso,
"captar" algo. Todavia, uma pessoa que "joga as cartas"
muitas vezes cobra por isso... além disso, se a pessoa acredita que a resposta
está nas cartas e não numa possível mediunidade notamos a falta de
esclarecimento racional... Assim, juntando uma pessoa que cobra pela
mediunidade, bem como sem esclarecimento racional, podemos constatar o nível
dos espíritos afins dela. Vale lembrar
que NENHUM espírito superior faz previsões, muito menos se preocupa com
acontecimentos corriqueiros da vida de cada um. É inegável que o Espiritismo,
essencialmente, como fato natural, como lei da vida, é de todos os tempos,
encontra-se ainda que de modo difuso ou velado no alicerce de todas as crenças
imortalistas, razão por que deve ser concebido não como uma seita particular e
sim como elemento capaz de fortalecer as diversas religiões e abrir caminho
para que elas se encontrem com as várias ciências, levando o homem a cumprir de
maneira integral seu destino neste mundo, através do desenvolvimento tanto das
potencialidades sentimentais quanto intelectivas. Assim sendo, nada impede que um católico, um
teosofista, um amante da umbanda ou do esoterismo seja também espírita, em face
do caráter universalista, cósmico, do Espiritismo, e quem quiser defender esta
posição certamente descobrirá algumas frases de Allan Kardec para se apoiar.
Contudo, somente será espírita em parte, e não de modo completo, pois é
igualmente indiscutível que a verdadeira Doutrina Espírita está no ensino que
os Espíritos deram (“O Livro dos Espíritos”, introdução, item XVII), e tal
ensino é suficientemente claro quando estabelece os fundamentos de uma
filosofia racional (idem, Prolegômenos) que incompatibiliza a teoria e prática
do Espiritismo com tudo aquilo que tem sabor místico e é destituído de conteúdo
lógico. Daí porque ninguém pode ser fiel à causa espírita se deixar de agir com
bom senso.
Segue uma
entrevista com o Dr. Richard Simonetti, a qual ele discorre sobre
astrologia:
01 – Os
astros governam nossa vida?
Apenas no
imaginário popular, sempre propenso a aceitar fantasias sobre os mistérios do
destino humano. Há pessoas especializadas em ler o nosso futuro na borra do
café. Ninguém perde dinheiro apostando na ingenuidade humana.
02 – Mas a
Astrologia é milenariamente cultivada, situada como uma complexa ciência… Para
os sonhadores… Astronomia, esta topafiliados sim, uma ciência, demonstra que os
movimentos dos astros não guardam a mínima relação com o destino das pessoas.
03 – O fato
de nascermos sob determinado signo, uma conjunção de astros no céu, no dia de
nosso nascimento, não influi, de certa forma, em nossa personalidade, em nossa
maneira de ser?
Nossa personalidade é fruto de experiências
pretéritas, em vidas anteriores. Admitir que o indivíduo possa ser manso ou um
troglodita, ter ouvido afinado ou não saber distinguir um fá de um dó, ter
vocação para o estudo ou odiar livros, por influência astrológica é algo tão
extravagante quanto a doutrina das graças, segundo a qual deus teria seus
escolhidos para a salvação. e a justiça, onde fica?
04 – Como explicar o fato de que os horóscopos
definem o perfil psicológico da pessoa, de conformidade com seu signo?
O perfil
psicológico no horóscopo é feito de generalidades. as pessoas sempre se
encaixam em algumas características apresentadas. Se consultarmos os doze
signos do zodíaco verificaremos que em todos há algo de nossa personalidade.
05 – E
quanto ao dia-a-dia?
Há pessoas
que leem diariamente seu horóscopo com boa margem de acertos. Também é feito de
generalidades. Algo como dar tiros no escuro. Alguns atingirão o alvo. Considere,
ainda, que sob influência do horóscopo as pessoas criam condicionamentos.
Digamos que eu leia que o dia não me será favorável; terei dissabores e
contrariedades. Admitindo essa ideia assumirei uma postura negativa que me
levará a ver dissabores e contrariedades nas rotinas diárias e até contribuir
para que aconteçam.
06 – E poderia ser o contrário?
Exatamente.
Se eu me convenço, porque li no horóscopo, de que meu dia será maravilhoso,
assim tenderá, porquanto estarei estimulado a cultivar o bom humor, convicto de
que tudo correrá bem.
07 – Seria
tudo condicionado ao poder de nossa mente?
Isso é elementar. Por isso a recomendação
basilar do oráculo de delfos, não é: “homem, conhece a astrologia”. Recomenda
“homem, conhece-te a ti mesmo”. Na medida em que nos aprofundarmos nesse imenso
universo que é a nossa alma, decifraremos com muito mais propriedade o nosso
destino.
08 – E a
opinião do Espiritismo?
No livro A
Gênese, capítulo 7, Allan Kardec destaca a impropriedade da Astrologia,
abordando fatos científicos. A pá de cal sobre o assunto está na questão 867,
de O Livro dos Espíritos. Pergunta o codificador: Donde vem a expressão: Nascer
sob uma boa estrela? Respondem os espíritos mentores, incisivamente: Antiga
superstição, que prendia às estrelas os destinos dos homens. Alegoria que
algumas pessoas fazem a tolice de tomar ao pé da letra.
Fonte:
Blog-Chico Xavier
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