Quem parte
leva saudades de alguém que fica chorando de dor...
Os versos da
canção popular traduzem o que, ainda hoje, acontece no mundo.
A morte
prossegue a ser vista com horror e a vestir-se de negro. O que deveria ser um
momento de reflexão e de prece transforma-se em grandes lamentações.
Há dois mil
anos, um Sublime Mensageiro, nas terras da Galileia, cantou a Imortalidade.
Mais do que
conviver com os Espíritos, falar com eles, amá-los, o que atestam os escritos
dos evangelistas, Ele mesmo retornou após a morte.
Ele dissera
que, se destruído fosse o templo de Seu corpo, em três dias Ele retornaria. E o
fez.
Esteve com
os Seus apóstolos, entrando no cenáculo totalmente fechado. Sou eu, não temais!
Permitiu que
o incrédulo Tomé lhe tocasse a chaga aberta no peito.
Aos
discípulos que seguem a Emaús, igualmente se identifica. Durante quarenta dias,
esteve com eles, intensamente, em variados momentos.
Exortando-os
à coragem, ao trabalho, ao dever.
Amigo
Incondicional, assegurou que onde houvesse duas ou mais pessoas, reunidas em
Seu nome, Ele ali se faria presente.
E assim tem
sido ao longo dos séculos que se dobraram, no tempo.
Ele, o
Mestre, nos deu a lição imortalista, demonstrando que a morte não é o fim.
Vou à
frente, preparar-vos o lugar, também prometeu.
Cabe-nos,
então, reflexionar um tanto mais a respeito desse fenômeno que a todos alcança,
sem exceção alguma: a morte.
A morte que
chega devagar, após enfermidades longas e dolorosas.
A morte que
vem de rompante, levando os nossos amores.
A morte que
não faz diferença entre raça, idade, posição social. A todos ela abraça.
Naturalmente,
que sempre se terá a dor da separação. A partida é a dor da antecipada saudade.
A dor pela ausência de quem parte.
No entanto,
da mesma forma que nos despedimos no aeroporto, na rodoviária, nos lares, dos
afetos que buscam outras terras, em férias, não cabe desespero.
Chora-se
somente pela ausência, pela saudade, sem lamentar, porque guardamos a certeza
de que logo mais voltaremos a nos encontrar.
Da mesma
forma que vamos ao encontro de quem está em férias, depois de um período,
também acontece com a morte.
Um dia,
tornaremos a estar juntos. Quando partirmos, eles estarão nos aguardando na
fronteira da espiritualidade.
Na Terra,
quando estamos distantes, vamos utilizando todas as formas de comunicação de
que dispomos para arrefecer a saudade.
Quando os
amores partem para a pátria espiritual, utilizemos os fios mentais da
recordação dos tempos felizes juntos, e a oração, para conversarmos com eles.
E nos será,
então, bastante comum sonharmos com os amores que se foram e continuam a nos
amar.
Serão
momentos gratificantes de abraços, de reencontros. Momentos que irão envolvendo
a nossa imensa saudade em suaves lembranças.
Um dia,
tornaremos a estar juntos, neste mundo ou no outro.
Somos
imortais, filhos da luz, herdeiros do Universo. Confiemos: ninguém morre. Todos
retornamos à casa do Pai, destino final dos que fomos criados pelo Seu amor
soberanamente justo e bom.
Pensemos
nisso e enxuguemos nossas lágrimas de revolta, de inconformação, deixando que
escorram somente as da saudade, do amor, das lembranças de tantos momentos bem
vividos.
Transformemos
nossos adeuses em até breve!
Redação do
Momento Espírita.
Nenhum comentário:
Postar um comentário