“O Ser real
é constituído de corpo, mente e espírito. Dessa forma, uma abordagem
psicológica para ser verdadeiramente eficaz deve ter uma visão holística do
ser, tratando de seu corpo (físico e periespirítico), de sua mente (consciente,
inconsciente e subconsciente) e de seu espírito imortal que traz consigo uma
bagagem de experiências anteriores à presente existência e está caminhando para
a perfeição Divina.”
Nos
transtornos psicóticos profundos, a esquizofrenia destaca-se aterrorizante,
face à alienação que impõe ao paciente, afastando-o o convívio social e
conduzindo-o à vivência da própria incúria, sem a capacidade de discernimento
que se encontra embotada.
Denominada
por Freud como "neurose narcisista", indicada por Kraepelin, que
estabeleceu como sintoma frequente a "indiferença ou embotamento
afetivo", coube a Bleuler assinalar que o paciente é vítima de uma
"desagregação do pensamento", que produz uma certa rigidez com
extrema "dificuldade de exteriorização dos sentimentos", não sendo,
portanto, imune à afetividade. Clinicamente apresenta-se sob três formas,
consideradas clássicas: hebefrenia, catatonia e paranoia. Posteriormente foi
acrescentada uma outra, que ficou denominada como esquizofrenia simples.
Sem dúvida,
fatores hereditários preponderantes impõem o desvio psicótico profundo, graças
às impressões vigorosas registradas nos genes desde os primórdios da concepção.
Essa terrível afecção mental responde pela falta da associação de ideias, pelo
desleixo e abandono do Si em transtorno grave de conduta.
Enfermidades
infectocontagiosas e suas sequelas podem, também, desencadear o processo
esquizofrênico, em razão dos prejuízos que impõem aos neurônios cerebrais e às
suas sinapses, que se desconectam, tornando-se incapazes de enviar as mensagens
corretamente de um ao outro, nessa cadeia complexa de informações que transitam
através de suas delicadas conexões. Fenômenos orgânicos que promovem grande
tensão, como aqueles considerados críticos, tais a puberdade, o catamênio, a
menopausa e a andropausa, são arrolados como responsáveis também pelas
manifestações lentas e contínuas do transtorno esquizofrênico.
Por outro
lado, traumatismos cranianos atingindo o cérebro produzem efeitos equivalentes,
perturbando o raciocínio do paciente e afastando-o do convívio da sociedade.
Outrossim, fatores exógenos que dizem respeito aos eventos da vida, também
respondem pelo transtorno cruel, especialmente nos indivíduos de compleição
moral frágil ou marcados por graves distúrbios familiares, sociais, de
trabalho, de relacionamento afetivo, que os predispõem às fugas espetaculares
para o quase autismo.
Não
obstante, deve-se incluir na psicogênese do transtorno esquizofrênico, a
consciência de culpa das ações vivenciadas em existências anteriores, quando a
delinquência assinalou o desenvolvimento do Self, hedonista e explorador, que
somente utilizou dos amigos e conhecidos para os explorar, tirando-lhes a
confiança ou covardemente distraindo-lhes o corpo em horrorosos crimes que não
foram justiçados, porque passaram desconhecidos ou as circunstâncias legais não
os alcançaram. Não havendo sido liberados pela reparação através dos
cometimentos impostos pela Lei vigilante, insculpiram nas delicadas tecelagens
vibratórias do corpo perispiritual a responsabilidade infeliz, que ora ressurge
como cobrança, necessidade de reparação, impositivo de reequilíbrio, de
recomposição social, familial, humana.
Eis que
nessa, como noutras ocorrências psicopatológicas, a interferência de seres
desencarnados ou de outra dimensão, se assim for mais acessível ao
entendimento, impondo sua vontade dominadora sobre aquele que o infelicitou no
curso da existência anterior, produz a distonia equivalente àquelas que
procedem das psicogêneses internas e externas.
Essa
imposição psíquica frequente e insidiosa afeta os neurotransmissores,
facultando que moléculas - neuropeptídeos - responsáveis pelo equilíbrio das
comunicações, as desconectem, produzindo a alienação. A mente, que não é
física, emite ondas especiais que são captadas por outras equivalentes, que
sincronizem com as emissões que lhe são direcionadas. Há, em todo o Universo,
intercâmbio de mentes, de pensamentos, de vibrações, de campos de energia...
No que diz
respeito às afinidades psíquicas, a sintonia vibratória permite que sejam
decodificadas mensagens mentais por outros cérebros que as captam, conforme os
admiráveis fenômenos parapsicológicos da telepatia, da clarividência, da
precognição, da retrocognição, cujas experiências em laboratório tornaram-nos
cientificamente comprovados, reais.
É natural,
portanto, que não havendo a destruição do Self quando ocorre a morte ou
desencarnação do ser humano, a mente prossiga enviando suas mensagens de acordo
com as construções emocionais de amor ou de ira, de felicidade ou de desdita,
que se fazem captadas por estações mentais ou campos psi, dando curso às
inspirações, às percepções enobrecidas ou perturbadoras, facultando o
surgimento das nefastas obsessões de efeitos calamitosos.
É muito mais
vasto o campo dessas intercorrências espirituais do que se pode imaginar,
sucedendo tão amiúde, que seria de estranhar-se não as encontrar nos
transtornos neuróticos ou psicóticos de qualquer natureza.
O Self,
dessa maneira, desenvolve-se mediante as experiências que o acercam do
Arquétipo Primacial, no qual haure vitalidade e força, transferindo todas as
aquisições nobres ou infelizes para futuros cometimentos, assim ampliando os
primeiros e recuperando-se dos segundos, armazenando todas as experiências que
o conduzirão à individuação plena, ao numinoso ou sintonia com Deus.
Mergulhando,
a princípio, no deus interno, desperta o potencial de sabedoria e de amor que
nele jazem, a fim de poder crescer em amplitude no rumo do Deus Criador do
Universo...
A saúde mental
somente é possível quando o Self, estruturado em valores éticos nobres,
compreende a finalidade precípua da existência humana, direcionando os seus
sentimentos e conhecimentos em favor da ordem, do progresso, do bem-estar de
toda a sociedade.
A liberação
do ego arbitrário, desvestido dos implementos da aparência que se exterioriza
pela persona, permite a integração do ser na vida em caráter de plenitude.
Todas as
terapias acadêmicas procedem, valiosas e oportunas, considerando-se a imensa
variedade de fatores preponderantes e predisponentes, para o atendimento da
esquizofrenia, não sendo também de desconsiderar-se a fluidoterapia, o
esclarecimento do Agente perturbador e o consequente labor de sociabilização do
paciente através de grupos de apoio, de atividades espirituais em núcleos
próprios onde encontrará compreensão, fraternidade e respeito humano, que o
impulsionarão ao encontro com o Si profundo em clima de paz.
Joanna de
Ângelis
Texto de
Joanna de Angelis, no livro "Triunfo Pessoal", psicografado por
Divaldo Franco:
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