"Bem
aventurados os que choram, porque serão consolados; bem aventurados os que têm
fome de justiça, porque serão saciados em suas necessidades; bem aventurados os
pobres de espírito, porque verão a Deus; bem aventurados os mansos, porque eles
herdarão a Terra, e bem aventurados os que sofrem perseguições, porque deles é
o Reino de Deus". (Evangelho São Mateus cap. 5; itens 5, 6 e 10)
Todas as vezes que questionamos a respeito das
dores, sofrimentos e reparações, deixamos escapar contra Deus e contra os
irmãos superiores que nos ajudam na vida diária, uma pontinha de decepção e
desilusão, por acharmos que não merecemos esses obstáculos e dificuldades que
chegam até nós, por falta de conhecimento necessário para compreender, e
elucidar o mecanismo da cura física e espiritual do homem, cujos fios
invisíveis escapam à percepção humana; pois quando a dor, o sofrimento e a
aflição nos visita, é porque já foram esgotados todos os outros recursos de
advertência, para que o infrator possa iniciar um trabalho de ressarcimento de
débitos do passado, e, consequentemente, continuar sua evolução no caminho da
luz.
Nos dias atuais, quase todos os filósofos,
pensadores e espiritualistas, são unânimes em afirmar que a dor é um recurso
importante na evolução do homem, principalmente porque estamos num mundo de
provas e expiações. O mecanismo da dor, do sofrimento ou da aflição, é sempre
peculiar e num primeiro instante parece reavivar nossos impulsos egoístas, pois
quando a pessoa está sofrendo procura atrair a atenção de todos, porque de
alguma forma pensa que sua dor pertence a todos, e, quando esta se agrava, o
homem pede o auxílio e se humilha diante dos outros, principalmente daqueles
que têm o poder de cura.
Outro detalhe interessante a respeito da
dor, do sofrimento e da aflição, é que ocorre um despertamento na nossa
humildade escondida e nos coloca em condições de ser ajudados espiritualmente,
chamando atenção de espíritos enobrecidos, que se mantinham afastados, porque
não tínhamos condições vibratórias favoráveis, para receber a ajuda e ter o
equilíbrio orgânico restabelecido.
Depois de muitos sofrimentos, o ser humano
começa a compreender, que não somos apenas nós que sofremos, mas os outros
também, e cada um de forma individual, carregando cada pessoa a sua própria
cruz, que muitas vezes é muito mais pesada que a nossa, e por isso, todas as
vezes que examinarmos com carinho a dor dos outros, ficamos sabendo o que está
por trás dela, e consequentemente, passamos a compreender melhor a nossa dor;
mas não podemos deixar de lembrar que nenhuma dor, sofrimento ou aflição, se
estabelece sem que esteja de acordo com a justiça e a bondade de Deus, e sem
que esteja enquadrada na Lei de Causa e Efeito, que permite que seja
deflagrada, moldada no merecimento para ser atenuada, ou na intensidade faltas
para que seja agravada a situação do infrator.
Devemos reconhecer então que, quando surgem
as tribulações, são bênçãos que descem sobre nós em forma de dores, sofrimentos
e aflições, mas que são temporárias, e às vezes com duração efêmera, com a
única finalidade de nos corrigir diante da vida, de Deus, e dos homens;
constituindo-se na maioria das vezes, em remédios salutares para as mazelas da
alma imortal. Do ponto de vista materialista é natural que a dor seja temida e
compreendida como uma infelicidade; o mesmo ocorrendo com quem está no mundo
espiritual, onde muitos espíritos passam por dores, sofrimentos e aflições,
devido às lesões que provocaram no corpo espiritual, face aos excessos
cometidos quando envergavam uma roupagem carnal.
Nas sessões mediúnicas, em que se comunicam
espíritos por imantação fluídica nos médiuns, são realizadas verdadeiras
cirurgias perispirituais nas entidades comunicantes. E, por motivos ainda pouco
compreendidos pelo homem comum, esses espíritos ressentem-se dessas lesões,
principalmente quando são causadas por acidentes, suicídios ou mortes violentas
de todos os tipos, e o motivo de estarem com essas lesões no corpo fluídico,
está relacionado com a absolvição que o perispírito realiza nas retratações no
campo do bem ou do mal.
Todo o mal ou o bem que realizamos nessa
jornada terrestre fica arquivado na mente, e numa futura reencarnação, o molde
perispiritual sofrerá as sequelas do mal que fizemos, ou terá as benesses do
bem que envidamos enquanto vivos no campo da carne. Os doentes espirituais,
sejam encarnados ou desencarnados, que necessitam de auxílio no campo das
enfermidades físicas ou mentais, só conseguem ser ajudados quando deslocam sua
atenção, para a possível intervenção de irmãos enobrecidos e, humildemente,
oram pelo próprio restabelecimento, apelando para que a dor, o sofrimento ou a
aflição, seja o mecanismo de cura, assim como, possa estabelecer o equilíbrio,
reparando as faltas que, muitos espíritos contraem diante da vida física.
Em casos específicos de dor, sofrimento ou
aflição, em que milhares de pessoas não sabem o que fazer para amenizar os
efeitos da tristeza, do desânimo, da melancolia e da depressão, somente a
terapia do amor pode se expressar e funcionar como um antídoto que se expande e
se irradia, se harmoniza e estabelece a paz, a alegria e a felicidade;
terminando por geral plenitude e renovação íntima, com mudança radical no
íntimo da pessoa, fazendo com ela se sinta forte e determinada, para corrigir
todos os erros, partindo para uma vida nova, cheia de virtudes e de vitórias,
não sobre os outros, mas sobre si mesma. A terapia do amor se manifesta também
pelo intercâmbio afetivo, com o espírito renovado, procurando estabelecer laços
de simpatia e de afetividade; e nesses casos, os indivíduos se completam,
permutando hormônios que relaxam o corpo físico e dinamizam as fontes de
inspiração da alma, impulsionando os seres para o progresso da evolução
infinita, na busca incessante da nossa origem, que é Deus.
Djalma
Santos-Correio Espírita
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