Na Terra,
quando perdemos a companhia de seres amados, ante a visitação da morte
sentimo-nos como se nos arrancassem o coração para que se faça alvejado fora do
peito.
Ânsia de
rever sorrisos que se extinguiram, fome de escutar palavras que emudeceram.
E bastas
vezes tudo o que nos resta no mundo íntimo é um veio de lágrimas estanques, sem
recursos de evasão pelas fontes dos olhos.
Compreendemos,
sim, neste Outro Lado da Vida, o suplício dos que vagueiam entre as paredes do
lar ou se imobilizam no espaço exíguo de um túmulo, indagando porquê...
Se varas
semelhantes sombras de saudade e distância, se o vazio te atormenta o espírito,
asserena-te e ora, como saibas e como possas, desejando a paz e a segurança dos
entes inesquecíveis que te antecederam na Vida Maior.
Lembra a
criatura querida que não mais te compartilha as experiências no Plano Físico,
não por pessoa que desapareceu para sempre e sim à feição de criatura invisível
mas não de todo ausente.
Os que
rumaram para outros caminhos, além das fronteiras que marcam a desencarnação,
também lutam e amam, sofrem e se renovam.
Enfeita-lhes
a memória com as melhores lembranças que consigas enfileirar e busca
tranquilizá-los com o apoio de tua conformidade e de teu amor.
Se te deixas
vencer pela angústia, ao recordar-lhes a imagem, sempre que se vejam em
sintonia mental contigo, ei-los que suportam angústia maior, de vez que passam
a carregar as próprias aflições sobretaxadas com as tuas.
Compadece-te
dos entes amados que te precederam na romagem da Grande Renovação.
Chora,
quando não possas evitar o pranto que se te derrama da alma; no entanto,
converte quanto possível as próprias lágrimas em bênçãos de trabalho e preces
de esperança, porquanto eles todos te ouvem o coração na Vida Superior,
sequiosos de se reunirem contigo para o reencontro no trabalho do próprio
aperfeiçoamento, à procura do amor sem adeus".
(Do livro
“Na Era do Espírito”, Emmanuel, Francisco C. Xavier)
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