"De maneira geral, pode-se afirmar que os Espíritos
similares se atraem, e que raramente os Espíritos das plêiades elevadas se
comunicam por maus condutores, quando podem dispor de bons aparelhos
mediúnicos, de bons médiuns, numa palavra."
Fumar ou beber não constituem necessidades básicas para o
homem. Antes, são fatores de decadência orgânica e moral, quando o excesso
passa a dominar o que era moderação. O homem que sente a necessidade de um
vício, quando este lhe subtrai cotas de fluidos vitais a troco de uma calma
ilusória ou euforia efêmera, ainda precisa educar-se emocionalmente para
superar as frustrações ou enfrentar situações rotineiras, sem imaginar a fuga
como solução. Diz-se que o mal está no excesso.
Mas o excesso é relativo a cada indivíduo. Para alguns, uma
simples dose é excessiva. Para outros, uma garrafa é suportável. O que toma uma
dose para almoçar, repete o gesto sete vezes por semana, trezentos e sessenta e
cinco dias por ano. Estará tal quantidade alcoólica compatível com os padrões
orgânicos. E quando a droga causa dependência?
E quando deixa no indivíduo fluidos que podem ser
transferidos a outrem? E quando submete certos órgãos a uma sobrecarga de
trabalho? E quando alimenta a morbidez, a violência?
Atrás da afirmativa de que o mal está no excesso, falso
atenuante para amenizar a acusação da consciência, esconde-se o extenso rol de
argumentos que a desmentem na maioria das ocasiões. Explico pelo enfoque
mediúnico, cuja abordagem nos lembra, de imediato, as companhias espirituais
que atraímos e cultivamos pelos pensamentos e ações. Falo do passista, que
poderá inverter o processo curativo, quando, pelo uso do livre-arbítrio, houver
tomado uma única dose no dia do seu trabalho espírita.
Comento pelo trabalhador da mediunidade, a exigir dos
técnicos espirituais extensos labores para higienizá-lo, e pelo tratamento
inadequado ao enfermo carente de fluidos vitais assepsiados, quando os recebe
mesclados de substâncias tóxicas. Interpreto pelo doutrinador, desarmado ante a
ofensiva do obsessor ao lembrá-lo da sua impotência diante do vício. Critico
pela falta de bom senso, quando, conhecendo o suicídio involuntário, tais
usuários de venenos a conta-gotas nada fazem para afastá-las dos roteiros
cármicos a que se vinculam.
Se alguns consideram "chique" tomar uma bebida ou
fazer-se de chaminés ambulantes, é um direito a que podem recorrer. Todavia,
como atrelado a cada direito existe um dever, é útil lembrar o dever da
conservação do corpo, que se desgasta a cada gole ou baforada. O problema é
pois, de conscientização.
Sendo a sala mediúnica local de terapia intensiva, aquele
que não se encontra em condições de nela operar que se abstenha de
contaminá-la. Nesse caso, não atrapalhar já é ajudar. E, se alguém entrar no
recinto eivado de fluidos densos provindos do vício social do tabagismo, do
alcoolismo e do pensar desregrado, que se prepare para enfrentar pesados
débitos contabilizados em seu nome, nublando lhe o futuro, a prenunciar
temporais com acidentes.
Cuide-se o desatento! O tempo, que tece a vida, não costuma
esquecer os infiéis, nem ser ingrato aos que lhe honraram com a fidelidade.
Fonte: A Casa do Espiritismo. Por: Luiz G. Pinheiro
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