Uma das práticas do Espiritismo mais
empregadas é o diálogo com os espíritos. Ela decorre do intercâmbio com o mundo
espiritual. Embora no Velho Testamento encontremos afirmações, proibindo o
diálogo com os espíritos, no Novo Testamento nada há que o descredencie. Ao
contrário, o próprio Jesus nos deu o exemplo, ao dialogar com os espíritos
Elias e Moisés, no Monte Tabor. Se Ele agiu assim, é porque o diálogo com os
chamados ‘mortos’ nada tem de anormal; é facultado ao homem e tem sua
utilidade. Não acreditamos que Jesus iria cometer um simulacro; também não há
nenhuma passagem no Evangelho em que o Mestre tenha reprovado o diálogo com os
desencarnados.
Nós, espíritas, não achamos que
conversar com os espíritos é um desrespeito a eles. Ao contrário, esta prática,
quando conduzida de maneira respeitosa e disciplinada, termina sendo um momento
alegre e de recordações gratificantes.
Ao se comunicar conosco, os espíritos
demonstram que estão ‘vivos’ e dão o testemunho da continuidade da vida.
Podemos dizer que é uma vitória da vida sobre a morte, esta que é tão temida
entre os incrédulos ou entre os que têm a fé vacilante. Para desvendar este
mistério, é importante observar o que diz o Espiritismo.
Kardec pergunta: “O que é o
espírito?” A resposta é encontrada em O Livro dos Espíritos, q. 76: “O espírito
é o ser inteligente da criação”. É, portanto, um ser que pensa, sente e age. É
uma individualidade única. No Planeta não encontramos duas pessoas exatamente
iguais. Esta é mais uma das provas da sabedoria divina.
Kardec pergunta: “O que é a alma?”
A resposta nós a encontramos em O
Livro dos Espíritos, q. 134: “É um espírito encarnado”. A condição de encarnado
confere ao espírito ter que passar por experiências no campo físico,
obrigando-o a ter que trabalhar, para sobreviver. Ao buscar os elementos
necessários à vida, evolui, especializa-se e progride sempre.
Sabemos que nós não estamos
enclausurados na matéria, nem nos mantemos incomunicáveis com espíritos
libertos do corpo físico. Em alguns momentos, através do pensamento, nós nos
comunicamos com eles e trocamos experiências. Quando dormimos, é comum
entrarmos em contato com os que nos precederam no mundo espiritual, reafirmando
laços de amizade ou tentando solucionar antigos conflitos. Por isso a
recomendação dos Benfeitores é para que, antes de dormir, oremos e peçamos a
Deus encontros espirituais que nos ajudem a melhorar.
O espírito pode comunicar-se com o
homem, através da mediunidade? Esta pergunta pode ser respondida com outra
pergunta: O homem livre pode comunicar-se com outro que esteja privado
momentaneamente da liberdade? Se a resposta é sim, por que não admiti-la em
relação àqueles que já partiram para a Pátria Espiritual?
Para dialogar com os espíritos, o
concurso dos médiuns se justifica porque muitos deles ainda se encontram
extremamente ligados às coisas deste mundo; por isso precisam do contato
físico, a fim de despertar para a vida no Além (é como se eles se sentissem
momentaneamente encarnados!).
Segundo O Livro dos Médiuns, o
diálogo com os espíritos, só deve ser praticado com propósitos elevados;
nenhuma prática deve ser feita visando à diversão! Agir desse modo é como
querer ‘brincar com fogo’; pode passar por apuros! E, mais, devemos nos valer
de bons médiuns, médiuns seguros e responsáveis. Kardec nos exemplificou como
dialogar com os espíritos. Foi criterioso. Escolheu bons médiuns. Preparou-se.
Elaborou e fez perguntas consistentes. Ouviu com atenção e pacientemente o que
a Espiritualidade tinha a dizer-lhe. Como resultado, codificou o Espiritismo.
Conversar com os espíritos é uma
arte: exige tato e conhecimento doutrinário.
No diálogo com eles, aprendemos que a
vida não se restringe apenas a uma passagem pela Terra; fica evidente para nós
a imortalidade da alma e seu estado feliz ou infeliz, após a morte do corpo
físico, confirmando-se, assim, o ensino de Jesus: “A cada um segundo suas
obras”.
Um lembrete para aqueles que
conversam com os espíritos: Eles não são iguais nem em conhecimentos nem em
qualidades morais, e que não se deve tomar ao pé da letra tudo o que eles
dizem. Cabe às pessoas sensatas separar o bom do mau. – “O Livro dos
Espíritos”, Introdução, cap. 10.
E para completar o que os Espíritos
nos ensinam na codificação, meditemos no que diz João, Epístola 1ª, cap. 4, v.
1: Meus bem-amados, não creais em qualquer Espírito; antes, provai se eles
procedem de Deus.
Autor: Geraldo Ribeiro da Silva-Grupo Espírita
Batuíra / São Paulo
Muito instrutivo esse texto "CONVERSANDO COM OS ESPÍRITOS", devemos levar muito a sério esse estudo e dar exemplo com amor ao próximo!
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