domingo, 18 de março de 2018

“EXSTEM CASAMENTO OCASIONAL? POR ACASO? OU O CASAMENTO É PLANEJADO ANTES DO NASCIMENTO, PELA ESPIRITUALIDADE? ”

A família é uma organização prevista por Deus para bem dar continuidade à espécie, proporcionando ainda uma estrutura capaz de promover a evolução de seus integrantes. Em pequenas unidades familiares, os componentes do grupo têm oportunidade de fortalecer e construir cada vez mais suas virtudes, bem como avançar na área da inteligência.
Sendo esta uma importantíssima representação da Lei Divina, esperar-se-ia haver famílias organizadas ao acaso, nos tempos modernos?
Nos primórdios de nossa evolução, encarnados na Terra, quando ainda não possuíamos em princípio nenhum vínculo, seja com quem fosse, pois estávamos iniciando o nosso longo processo de crescimento moral e intelectual, as famílias, ou melhor, os grupamentos, pois nos organizávamos em bandos, foram estruturados sem significativos critérios, em razão de todos estarem no início de suas jornadas.
À medida que aconteceram as primeiras interações entre nós, Espíritos, também se iniciaram os primeiros vínculos emocionais ou sentimentais, ainda bem rudimentares, porém começou a se criar gradativamente um ambiente onde os Espíritos começaram a preferir certos Espíritos, passando também, por outro lado, a não desejar conviver com outros Espíritos. Tudo indica que assim deve ter ocorrido.
A Humanidade, avançando cada vez mais, deixou de se agrupar em grandes comunidades e dividiu-se em pequenas famílias, proporcionando um estreitamento dos laços afetivos entre alguns e recrudescimento de animosidades entre outros. Estes primeiros laços sentimentais podem existir até hoje, porquanto foram fortalecidos e multiplicados ao integrarmos diversas famílias, visto que não tínhamos determinantes preferências e ainda nem se justificavam ajustes por parte dos Espíritos mais evoluídos na organização destas unidades familiares.
Partindo do conhecimento de outra Lei de Deus, de que o acaso não existe, ou seja, tudo obedece a uma ordem maior em função das inúmeras leis e princípios a nos reger, todos criados por Deus, conceito totalmente diferente do tudo está escrito, como entender uma família, o elemento fundamental de promoção da evolução da espécie humana, constituída de integrantes reunidos ao acaso ou acidentalmente?
Veja-se algumas citações de Allan Kardec, sobre o acaso:
Que se deve pensar da opinião dos que atribuem a formação primária a uma combinação fortuita da matéria, ou, por outra, ao acaso?
“Outro absurdo! Que homem de bom-senso pode considerar o acaso um ser inteligente? E, demais, que é o acaso? Nada.”(1) (Grifo nosso.)
Se o acaso não é nada, como pode ser o responsável pela união de Espíritos em uma particular família? Avalie-se esta outra questão, em O que é o Espiritismo:
Se as almas são independentes umas das outras, donde vem o amor dos pais pelos filhos e o destes por aqueles?
Os Espíritos se ligam pela simpatia, e o nascimento em tal ou tal família não é um efeito do acaso, mas depende muitas vezes da escolha feita pelo Espírito, que vem juntar-se àqueles a quem amou no Mundo Espiritual ou em suas precedentes existências. […] (2) (Grifo nosso.)
Nesta questão de O que é o Espiritismo, temos a afirmação de que acertos na erraticidade explicam grande parte das uniões, pois sabemos que tanto quanto os filhos, muitos pais também se escolhem frequentemente antes de voltarem. Mas isto não é tudo, ainda temos outras informações:
Os encontros, que costumam dar-se, de algumas pessoas e que comumente se atribuem ao acaso, não serão efeito de uma certa relação de simpatia?
“Entre os seres pensantes há ligação que ainda não conheceis. O magnetismo é o piloto desta ciência, que mais tarde compreendereis melhor.”(3) (Grifo nosso)
Esta pergunta fornece a chave para a compreensão da questão: o magnetismo, anteriormente chamado de simpatia. É esta ainda uma ciência que dá suporte à afirmação de não haver casamento acidental, ou seja, todas as uniões obedecem a uma lei que nos aproxima sem que sequer o saibamos.
Entretanto, há mais subsídios:
Exercem os Espíritos alguma influência nos acontecimentos da vida?
“Certamente, pois que vos aconselham.”
a) — Exercem essa influência por outra forma que não apenas pelos pensamentos que sugerem, isto é, têm ação direta sobre o cumprimento das coisas?
“Sim, mas nunca atuam fora das leis da Natureza.” (4)
Comentário de Allan Kardec à pergunta acima: Imaginamos erradamente que aos Espíritos só caiba manifestar sua ação por fenômenos extraordinários. […] Assim é que, provocando, por exemplo, o encontro de duas pessoas, que suporão encontrar-se por acaso; inspirando a alguém a ideia de passar por determinado lugar; chamando-lhe a atenção para certo ponto, se disso resulta o que tenham em vista, eles obram de tal maneira que o homem, crente de que obedece a um impulso próprio, conserva sempre o seu livre-arbítrio.(5) (Grifo nosso)
Esta nota do mestre lionês, reforça ainda mais a tese, pois os Espíritos podem promover encontros, e assim o fazem, visando o bem dos envolvidos, quando estamos encarnados, sem nosso conhecimento, sem que sequer saibamos.
Um pouco mais à frente, agora na Revista Espírita, O Codificador ratifica o seu comentário:
“Os Espíritos encarnados agem por si mesmos, conforme sejam bons ou maus. Podem agir também sob o estímulo de Espíritos desencarnados, de que se fazem instrumento para o bem ou para o mal, ou para a realização de certos fatos. […] Dessa forma, encontramos alguém que nos leva a fazer ou deixar de fazer alguma coisa; pensamos que é o acaso que no-lo envia, quando, na maioria das vezes são os Espíritos que nos impelem uns para os outros, porque esse encontro deve conduzir a um resultado determinado.” (6) (Grifo nosso.)
É preciso entender que se houvesse acaso, Deus não teria controle sobre a sua própria criação, bem como sobre suas criaturas, entendimento inadmissível, considerando os atributos da onisciência e onipotência caracterizando a Divindade. Além disso, nossa responsabilidade pela evolução da família, de que fazemos parte, seria questionável.
Sendo assim, não imaginemos estarmos casados formalmente ou em regime de parceria, ao acaso, e que, por conta deste alegado “acidente de percurso”, podemos quebrar a união por motivos banais, frívolos e injustos. Longe de entender ser o casamento indissolúvel, pois o conceito de indissolubilidade do casamento é uma lei humana muito contrária à Lei da Natureza, a união, nada obstante, de modo algum aconteceu por acaso.
Autor: Rogério Miguez- Fonte: Agenda Espirita

1 - Os Espíritos que reencarnam planejam seu casamento na Terra?
Sim, quando esclarecidos e conscientes de suas necessidades, o que não ocorre com multidões que retornam à carne atendendo ao automatismo reencarnatório.
2 - Não há da parte dos mentores espirituais o cuidado de planejar algo a respeito?
Há sempre um acompanhamento e um empenho de orientação, mas é preciso considerar que planejamento implica em consciência de responsabilidade, que não é o forte dos Espíritos imaturos que habitam nosso planeta de expiação e provas.
3 - Podemos dizer que os casamentos que dão certo são aqueles que foram planejados?
Estes têm melhores chances, mas também podem fracassar. Nossa visão na Espiritualidade é bem mais objetiva. Identificamos com clareza nossas necessidades e o que nos cumpre fazer. Na Terra é frequente prevalecerem nossas paixões, pondo a perder, não raro, planos cuidadosamente elaborados.
4 - Quando o casamento não dá certo, ainda que planejado, é lícito partir para nova experiência afetiva?
O livre-arbítrio outorga-nos a possibilidade de recompor nossa vida nos domínios da afetividade e os próprios mentores espirituais podem nos auxiliar nesse mister. Tudo o que desejam é que tenhamos aprendido algumas lições e não incorramos nos mesmos enganos que determinaram o fracasso anterior.
5 - Como fica nosso compromisso com o cônjuge do qual nos separamos?
Normalmente o casamento objetivo harmonização de Espíritos que se reúnem no lar, consolidando laços de afetividade ou desfazendo nós de animosidade. Se isso não ocorre, fatalmente nos reencontraremos para novas experiências em comum.
6 - Voltaremos à condição de cônjuges?
A misericórdia divina poderá facultar uma mudança de posições nesse relacionamento, ligando-nos por laços de consanguinidade — pai e filha, mãe e filho ou como irmãos — que exercem poderosa influência nessa harmonização.
7 - Há registro de pessoas que colecionam casamentos, em uniões efêmeras. Ao desencarnar, com quem ficarão?
Com a solidão, em estágios depuradores nas regiões umbralinas. Ali terão a oportunidade de refletir sobre tendências inferiores não combatidas que inviabilizaram uma convivência estável e proveitosa.
8 - Como ser feliz no casamento?
Sendo feliz antes dele. A felicidade é uma realização pessoal que pede esforço por entender os objetivos da existência humana e empenho por cumprir os desígnios divinos. Pessoas felizes, que cumprem a vontade de Deus, fazem casamentos felizes.
RICHARD SIMONETTI- Fonte: Espiritbook

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