A família é uma organização prevista
por Deus para bem dar continuidade à espécie, proporcionando ainda uma
estrutura capaz de promover a evolução de seus integrantes. Em pequenas
unidades familiares, os componentes do grupo têm oportunidade de fortalecer e
construir cada vez mais suas virtudes, bem como avançar na área da
inteligência.
Sendo esta uma importantíssima
representação da Lei Divina, esperar-se-ia haver famílias organizadas ao acaso,
nos tempos modernos?
Nos primórdios de nossa evolução,
encarnados na Terra, quando ainda não possuíamos em princípio nenhum vínculo,
seja com quem fosse, pois estávamos iniciando o nosso longo processo de
crescimento moral e intelectual, as famílias, ou melhor, os grupamentos, pois
nos organizávamos em bandos, foram estruturados sem significativos critérios,
em razão de todos estarem no início de suas jornadas.
À medida que aconteceram as primeiras
interações entre nós, Espíritos, também se iniciaram os primeiros vínculos
emocionais ou sentimentais, ainda bem rudimentares, porém começou a se criar
gradativamente um ambiente onde os Espíritos começaram a preferir certos
Espíritos, passando também, por outro lado, a não desejar conviver com outros
Espíritos. Tudo indica que assim deve ter ocorrido.
A Humanidade, avançando cada vez
mais, deixou de se agrupar em grandes comunidades e dividiu-se em pequenas
famílias, proporcionando um estreitamento dos laços afetivos entre alguns e
recrudescimento de animosidades entre outros. Estes primeiros laços
sentimentais podem existir até hoje, porquanto foram fortalecidos e
multiplicados ao integrarmos diversas famílias, visto que não tínhamos
determinantes preferências e ainda nem se justificavam ajustes por parte dos
Espíritos mais evoluídos na organização destas unidades familiares.
Partindo do conhecimento de outra Lei
de Deus, de que o acaso não existe, ou seja, tudo obedece a uma ordem maior em
função das inúmeras leis e princípios a nos reger, todos criados por Deus,
conceito totalmente diferente do tudo está escrito, como entender uma família,
o elemento fundamental de promoção da evolução da espécie humana, constituída
de integrantes reunidos ao acaso ou acidentalmente?
Veja-se algumas citações de Allan
Kardec, sobre o acaso:
Que se deve pensar da opinião dos que
atribuem a formação primária a uma combinação fortuita da matéria, ou, por
outra, ao acaso?
“Outro absurdo! Que homem de
bom-senso pode considerar o acaso um ser inteligente? E, demais, que é o acaso?
Nada.”(1) (Grifo nosso.)
Se o acaso não é nada, como pode ser
o responsável pela união de Espíritos em uma particular família? Avalie-se esta
outra questão, em O que é o Espiritismo:
Se as almas são independentes umas
das outras, donde vem o amor dos pais pelos filhos e o destes por aqueles?
Os Espíritos se ligam pela simpatia,
e o nascimento em tal ou tal família não é um efeito do acaso, mas depende
muitas vezes da escolha feita pelo Espírito, que vem juntar-se àqueles a quem
amou no Mundo Espiritual ou em suas precedentes existências. […] (2) (Grifo
nosso.)
Nesta questão de O que é o
Espiritismo, temos a afirmação de que acertos na erraticidade explicam grande
parte das uniões, pois sabemos que tanto quanto os filhos, muitos pais também
se escolhem frequentemente antes de voltarem. Mas isto não é tudo, ainda temos
outras informações:
Os encontros, que costumam dar-se, de
algumas pessoas e que comumente se atribuem ao acaso, não serão efeito de uma
certa relação de simpatia?
“Entre os seres pensantes há ligação
que ainda não conheceis. O magnetismo é o piloto desta ciência, que mais tarde
compreendereis melhor.”(3) (Grifo nosso)
Esta pergunta fornece a chave para a
compreensão da questão: o magnetismo, anteriormente chamado de simpatia. É esta
ainda uma ciência que dá suporte à afirmação de não haver casamento acidental,
ou seja, todas as uniões obedecem a uma lei que nos aproxima sem que sequer o
saibamos.
Entretanto, há mais subsídios:
Exercem os Espíritos alguma
influência nos acontecimentos da vida?
“Certamente, pois que vos
aconselham.”
a) — Exercem essa influência por
outra forma que não apenas pelos pensamentos que sugerem, isto é, têm ação
direta sobre o cumprimento das coisas?
“Sim, mas nunca atuam fora das leis
da Natureza.” (4)
Comentário de Allan Kardec à pergunta
acima: Imaginamos erradamente que aos Espíritos só caiba manifestar sua ação
por fenômenos extraordinários. […] Assim é que, provocando, por exemplo, o
encontro de duas pessoas, que suporão encontrar-se por acaso; inspirando a
alguém a ideia de passar por determinado lugar; chamando-lhe a atenção para
certo ponto, se disso resulta o que tenham em vista, eles obram de tal maneira
que o homem, crente de que obedece a um impulso próprio, conserva sempre o seu
livre-arbítrio.(5) (Grifo nosso)
Esta nota do mestre lionês, reforça
ainda mais a tese, pois os Espíritos podem promover encontros, e assim o fazem,
visando o bem dos envolvidos, quando estamos encarnados, sem nosso
conhecimento, sem que sequer saibamos.
Um pouco mais à frente, agora na
Revista Espírita, O Codificador ratifica o seu comentário:
“Os Espíritos encarnados agem por si
mesmos, conforme sejam bons ou maus. Podem agir também sob o estímulo de
Espíritos desencarnados, de que se fazem instrumento para o bem ou para o mal,
ou para a realização de certos fatos. […] Dessa forma, encontramos alguém que
nos leva a fazer ou deixar de fazer alguma coisa; pensamos que é o acaso que
no-lo envia, quando, na maioria das vezes são os Espíritos que nos impelem uns
para os outros, porque esse encontro deve conduzir a um resultado determinado.”
(6) (Grifo nosso.)
É preciso entender que se houvesse
acaso, Deus não teria controle sobre a sua própria criação, bem como sobre suas
criaturas, entendimento inadmissível, considerando os atributos da onisciência
e onipotência caracterizando a Divindade. Além disso, nossa responsabilidade
pela evolução da família, de que fazemos parte, seria questionável.
Sendo assim, não imaginemos estarmos
casados formalmente ou em regime de parceria, ao acaso, e que, por conta deste
alegado “acidente de percurso”, podemos quebrar a união por motivos banais,
frívolos e injustos. Longe de entender ser o casamento indissolúvel, pois o
conceito de indissolubilidade do casamento é uma lei humana muito contrária à
Lei da Natureza, a união, nada obstante, de modo algum aconteceu por acaso.
Autor: Rogério Miguez- Fonte: Agenda
Espirita
1 - Os Espíritos que reencarnam
planejam seu casamento na Terra?
Sim, quando esclarecidos e
conscientes de suas necessidades, o que não ocorre com multidões que retornam à
carne atendendo ao automatismo reencarnatório.
2 - Não há da parte dos mentores
espirituais o cuidado de planejar algo a respeito?
Há sempre um acompanhamento e um
empenho de orientação, mas é preciso considerar que planejamento implica em
consciência de responsabilidade, que não é o forte dos Espíritos imaturos que
habitam nosso planeta de expiação e provas.
3 - Podemos dizer que os casamentos
que dão certo são aqueles que foram planejados?
Estes têm melhores chances, mas
também podem fracassar. Nossa visão na Espiritualidade é bem mais objetiva.
Identificamos com clareza nossas necessidades e o que nos cumpre fazer. Na
Terra é frequente prevalecerem nossas paixões, pondo a perder, não raro, planos
cuidadosamente elaborados.
4 - Quando o casamento não dá certo,
ainda que planejado, é lícito partir para nova experiência afetiva?
O livre-arbítrio outorga-nos a
possibilidade de recompor nossa vida nos domínios da afetividade e os próprios
mentores espirituais podem nos auxiliar nesse mister. Tudo o que desejam é que
tenhamos aprendido algumas lições e não incorramos nos mesmos enganos que
determinaram o fracasso anterior.
5 - Como fica nosso compromisso com o
cônjuge do qual nos separamos?
Normalmente o casamento objetivo
harmonização de Espíritos que se reúnem no lar, consolidando laços de
afetividade ou desfazendo nós de animosidade. Se isso não ocorre, fatalmente
nos reencontraremos para novas experiências em comum.
6 - Voltaremos à condição de
cônjuges?
A misericórdia divina poderá facultar
uma mudança de posições nesse relacionamento, ligando-nos por laços de consanguinidade
— pai e filha, mãe e filho ou como irmãos — que exercem poderosa influência
nessa harmonização.
7 - Há registro de pessoas que
colecionam casamentos, em uniões efêmeras. Ao desencarnar, com quem ficarão?
Com a solidão, em estágios
depuradores nas regiões umbralinas. Ali terão a oportunidade de refletir sobre
tendências inferiores não combatidas que inviabilizaram uma convivência estável
e proveitosa.
8 - Como ser feliz no casamento?
Sendo feliz antes dele. A felicidade
é uma realização pessoal que pede esforço por entender os objetivos da existência
humana e empenho por cumprir os desígnios divinos. Pessoas felizes, que cumprem
a vontade de Deus, fazem casamentos felizes.
RICHARD SIMONETTI- Fonte: Espiritbook
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