Bem-aventurados os
pobres de espírito, porque deles é o Reino dos Céus.
– A incredulidade se diverte com esta máxima:
Bem-aventurados os pobres de espírito, como com muitas outras coisas que não
compreende. Por pobres de espírito, entretanto, Jesus não entende os tolos, mas
os humildes, e diz que o Reino dos Céus é destes e não dos orgulhosos. Os
homens cultos e inteligentes, segundo o mundo, fazem geralmente tão elevada
opinião de si mesmos e de sua própria superioridade, que consideram as coisas
divinas como indignas de sua atenção. Preocupados somente com eles mesmos, não
podem elevar o pensamento a Deus.
Ao dizer que o Reino
dos Céus é para os simples. Jesus ensina que ninguém será nele admitido sem a
simplicidade de coração e a humildade de espírito; que o ignorante que possui
essas qualidades será preferido ao sábio que acreditar mais em si mesmo do que
em Deus.
Mais vale, portanto,
para a felicidade do homem ser pobre de espírito, no sentido mundano, e rico de
qualidades morais.
“A expressão "
pobres de espírito", interpretadas ainda, por muitos, como sendo pessoas
sem inteligência, dentro do contexto das leis divinas, ensinadas e vivenciadas
por Jesus, só podem significar os humildes, os que não buscam demonstrar o que
sabem, não procuram exaltar-se ou exibir o que sabe, considerando,
sinceramente, que muito têm ainda que aprender. " É por isso que a
humildade se tornou cartão de ingresso no Reino dos Céus." A humildade é,
talvez, a virtude da qual menos se fala. Penso que tal acontece por ser ela a
mais difícil de ser desenvolvida em um mundo, cuja humanidade, ainda se prende
muito aos valores e prazeres materiais, onde a competição aguerrida, a luta
pelo sucesso, pelo poder, pelo dinheiro, são ações estimuladas e aplaudidas.
" Os homens cultos e inteligentes, segundo o mundo, fazem, geralmente, tão
elevada opinião de si mesmos e de sua superioridade, que consideram as coisas
divinas, como indignas de sua atenção. Preocupados somente com eles mesmos, não
podem elevar o pensamento a Deus." Na Terra, o orgulho continua sendo
muito estimulado, até mesmo por aqueles que aceitam a existência de Deus, mas
negam a Sua ação providencial sobre todas as coisas, considerando-se capazes de
tudo resolver, com sua inteligência: ' Deus lá e nós aqui. Ele cuida dos planos
espirituais e nós do plano material', sem se aperceber que lá como cá, vivem os
filhos de Deus, subordinados às leis morais ou espirituais, que comandam a
vida, onde ela for exercida. Afirma Kardec que eles negam o mundo invisível e
um poder extra-humano, não porque não podem entendê-lo, "...mas porque o
seu orgulho se revolta à ideia de alguma coisa a que não possam sobrepor-se, e
que os faria descer do seu pedestal." Assim consideram, os orgulhosos,
" pobres de espírito" os que acreditam em coisas além das percebidas
pelos sentidos humanos, os ignorantes, supersticiosos ou, no mínimo, ingênuos.
Daí a necessidade das dores, dos sofrimentos, das desilusões, dos fracassos,
para fazer o homem erguer os olhos para o Mais Alto, reconhecer que existem
outros valores, outros prazeres, para o equilíbrio e a felicidade dos homens na
Terra. E que esses outros valores e prazeres devem ser buscados e desenvolvidos
dentro de cada um, porque o homem, sendo um Espírito encarnado, imortal, foi
criado por Deus, perfectível, para desenvolver todo o seu potencial, dentro das
leis naturais ou divinas, onde não cabe o orgulho. Ninguém consegue penetrar no
Reino dos Céus, sem que tenha desenvolvido as qualificações necessárias dentro
de si, qualificações essas que o levam à humildade, condição básica para o
verdadeiro amor a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo.
Comenta também Kardec, que sendo Deus a justiça perfeita, não pode oferecer o
reino dos Céus, aos que ainda se envolvem no orgulho, desprezando suas leis,
porque esse reino de paz e felicidade só pode ser apreciado por aqueles que têm
em si próprio, "a simplicidade de coração e a humildade de espírito".
Jesus sempre colocou a humildade entre as virtudes que aproximam o homem de
Deus e o orgulho entre os vícios que o afastam dele, porque " a humildade
é uma atitude de submissão a Deus, enquanto o orgulho é a revolta contra
Ele."
Fonte: Grupo Socorrista
Obreiros do Senhor Jerônimo Mendonça Ribeiro
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