sábado, 3 de março de 2018

"SONHAVA EM SER MÉDICA", PSICOGRAFIA DE UM "ESPÍRITO QUE CONSEGUIU PERDOAR", MESMO TENDO SIDO ESTUPRADA E ASSASSINADA...


A minha alegria por aqueles dias era enorme, afinal após um ano de muito estudo eu consegui passar no vestibular, sentia que todos os meus sonhos começavam a se realizar. Cursaria a faculdade de medicina e já me imaginava trabalhando em hospitais, auxiliando doentes. Desde bem pequena a minha vocação já se fazia notar pela minha família. Adorava brincar com material de curativo, não podia ver um arranhão na mão de minha mãe que lá ia eu com a minha maletinha de “médica” e a minha mãe me chamava brincando: - Venha logo doutora preciso que me examine, sinto-me muito mal. Era tudo uma festa, como gostava de tudo aquilo.
Há três semanas que as aulas já haviam começado e eu me sentia no céu, tudo naquele ambiente me encantava, mesmo sabendo que ainda demoraria para começar a praticar, eu sonhava e sonhava.
Um final de tarde, era verão, um dia lindo e quente, saía da faculdade cantarolando quando fui abordada abruptamente por um homem de aspecto estranho e com um olhar ferino. Me perguntou as horas e onde era o ponto de ônibus mais próximo, eu apesar do medo, mas muito mais a piedade tomou conta de mim, que parei para com toda delicadeza costumeira em mim, responder as perguntas daquele homem.
Nesse instante ele com uma arma escondida de baixo da camisa, apontou para a minha barriga e disse para que ficasse quieta e andasse ao seu lado, senão me mataria ali mesmo, senti que fiquei congelada e um enorme pavor tomou conta de mim, fui caminhando ao lado dele, depois de ter andado um pouco ele me arrastou para um terreno baldio, um verdadeiro matagal.
Que medo senti, fui estuprada e torturada de forma que nem me sinto encorajada a dizer, temo chocar demais aos que lerem essa carta. Enfim foi horrível e pavoroso e fui ali mesmo deixada sem vida.
Fui dada como desaparecida já que não retornei ao lar, meus pais loucos de preocupação começaram então junto com a polícia pelas buscas. Quatro dias depois de muita dor e angustia meu corpo foi encontrado para desespero total da minha família. Meu corpo ainda estava ali naquele local, mas meu espírito já havia sido recolhido dali logo após o desencarne trágico.
Quando acordei rodeada de bons espíritos fui gradativamente tomando consciência do que me houvera acontecido. Quer dor senti, que desespero e um ódio enorme tomou conta do meu coração amoroso e sensível, afinal aquela pessoa destruíra-me o corpo físico e com ele todos os meus sonhos.
Por muito tempo fiquei amargando aquele ódio e andava toda desgrenhada como uma louca sem rumo.
O tempo foi passando e comecei a me lembrar de Deus, dos sonhos que eu tinha de curar enfermos, acabei chegando a conclusão que aquele homem era doente, ninguém poderia ser tão cruel, e como doente deveria ser tratado. Pedia a Deus por mim e por aquela alma cruel que estava muito doente.
Após essa ligação com Deus através da oração fui imediatamente socorrida e levada para um hospital, lá curaram as minhas feridas, me lavaram, me deram roupas limpas e eu comecei a sentir enorme bem-estar. Passei longo tempo sendo tratada, agora sou eu a cuidar dos outros. Não consegui realizar meu sonho de me formar em medicina, mas consegui aqui o prazeroso trabalho de ajudar aos enfermos, principalmente os que aqui chegam como eu cheguei.
O tempo passou e o meu malfeitor desencarnou, hoje ele vive nas trevas, anda como um louco e eu já tendo conseguido perdoa-lhe estou sempre orando e procurando meios de ajuda-lo. Tenho fé que conseguirei. O perdão é a melhor forma de vivermos feliz, sei que é difícil, mas quando se consegue o bem que sentimos e inenarrável.
Obrigada Jesus amigo pelas oportunidades que tenho.
Um espírito que conseguiu perdoar. Muita luz.
Médium: Débora.
Antonio Carlos Piesigilli.
Fonte: Grupo Socorrista Obreiros do Senhor Jerônimo Mendonça Ribeiro

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