- Qual a finalidade de médiuns curadores?
Divaldo Franco – A prática do bem, do auxílio aos doentes. O
Apóstolo Paulo já dizia: “Uns falam línguas estrangeiras, outros profetizam,
outros impõem as mãos...”
Como o Espiritismo é o Consolador, a mediunidade, sendo o
campo, a porta por meio da qual os Espíritos Superiores semeiam e agem, a
faculdade curadora é o veículo da Misericórdia para atender a quem padece,
despertando-o para as realidades da Vida Maior, a Vida Verdadeira. Após a
recuperação da saúde, o paciente já não tem o direito de manter dúvidas nem
suposições negativas ante a realidade do que experimentou.
O médium curador é o intermediário para o chamamento aos que
sofrem, para que mudem a direção do pensamento e do comportamento,
integrando-se na esfera do bem.
- É normal que médiuns dessa natureza se utilizem de
instrumental cirúrgico, de indumentária, que os caracterizem como médicos?
Divaldo Franco – Na minha forma de ver, trata-se de
ignorância do espírito comunicante, que deve ser devidamente esclarecido, e de
presunção do médium, que deve ter alguma frustração e se realiza dessa forma,
ou de uma exibição, ou, ainda, para gerar maior aceitação do consulente que,
condicionado pela aparência, fica mais receptivo. Já que os espíritos se podem
utilizar dos médiuns que normalmente não os usam, não vejo porque recorrer à
técnica humana quando eles a possuem superior.
- Quais os cuidados que se deve tomar para que o médium
curador não se apresente como um curandeiro e não esteja enquadrado no Código
Penal, pela prática ilegal da medicina?
Divaldo Franco – Primeiro, que ele estude a Doutrina
Espírita, porque todo e qualquer médium que ignora o Espiritismo é alguém que
caminha em perigo.
Por que é alguém que caminha em perigo? Porque aquele que
ignora os recursos que possui, que se desconhece a si mesmo, é incapaz de
realizar um trabalho em profundidade e com equilíbrio. Se estuda a Doutrina,
fica sabendo que a faculdade de que se encontra revestido é temporária, é o
acréscimo de responsabilidade, também uma provação, na qual ele estará sendo
testado constantemente e deve sempre, em cada exame, lograr um resultado
positivo.
Depois de se dedicar ao estudo da Doutrina, deve se vincular
a um Centro Espírita, porque um dos fatores básicos do nosso comportamento é a
solidariedade, em trabalho de equipe. Estando a trabalhar num Centro Espírita,
ele estará menos vulnerável às agressões das pessoas frívolas, irresponsáveis,
dos interesseiros; terá um programa de ação, em dias e horas adrede
estabelecidos. Então, não ficará à mercê da mediunidade, em função dela, mas
será um cidadão normal, que tem seus momentos de atender, trabalhando para
viver com dignidade e renunciando às suas horas de descanso em favor do ministério
mediúnico.
Para que ele se poupe de ficar incurso no Código Penal, deve
fazer o exercício da mediunidade sem prometer, sem anunciar curas retumbantes,
porque estas não podem ser antecedidas, e a Deus pertencem, e não retire da
mediunidade nenhum proveito imediato, porque o curandeirismo implica em
exploração da ingenuidade do povo, da superstição e da má-fé. Se ele é dotado
de uma faculdade mediúnica, seja qual seja, dentro de uma vida regular e
equilibrada, preservar-se-á a si mesmo. Se, eventualmente, for colhido nas
artimanhas e nas malhas da Lei, isto será consequência da Lei Divina.
Que ele saiba pagar o preço do ministério que executa, que
lhe foi confiado pelo Senhor.
Retirado do livro “Diretrizes de Segurança”
Por Divaldo P. Franco e J. Raul Teixeira
Fonte: Rede Amigos Espírita
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