O entendimento que o Ser Humano tem a
respeito da presença dos Espíritos junto dos encarnados perde-se na noite dos
tempos.
Há aproximadamente dois mil anos,
Paulo de Tarso, o Apóstolo dos Gentios, anotou no primeiro versículo do
capítulo doze de sua Epístola aos Hebreus: “Portanto, também nós, considerando
que estamos rodeados por tão grande nuvem de testemunhas, desembaracemo-nos de
tudo o que nos atrapalha e do pecado que nos envolve, e corramos com
perseverança a corrida que nos está proposta”, como que oficializa a realidade
das companhias espirituais junto a nós outros, aconselhando-nos a nos livrarmos
da conduta repreensível e nos esforçarmos para a reforma a que estamos
propostos na vida corporal.
Buscando em O Livro dos Espíritos,
encontramos no capítulo nove da segunda parte – Intervenção dos Espíritos no
Mundo Corporal – as questões quatrocentos e oitenta e quatro a quatrocentos e
oitenta e sete, que nos esclarecem sobre a afeição dos Espíritos pelas pessoas.
Dizem os Benfeitores Espirituais, que
“Os bons Espíritos simpatizam com os homens de bem ou passíveis de se
melhorarem. Os Espíritos inferiores, com os homens viciosos ou que possam vir a
sê-lo; daí sua afeição por causa da semelhança dos sentimentos”, e que “A
afeição verdadeira não tem nada de carnal; mas, quando um Espírito se liga a
uma pessoa, nem sempre é só por afeição, pode haver lembranças das paixões
humanas.”.
Acrescentam ainda que “Os bons
Espíritos fazem o bem tanto quanto lhes é possível e ficam felizes com todas as
vossas alegrias. Afligem-se com os vossos males quando não os suportais com
resignação, porque nenhum resultado benéfico trazem para vós; sois, então, como
o doente que rejeita o remédio amargo que deve curá-lo”, mas que se afligem por
nós por causa do mal que resulta “Do vosso egoísmo e dureza de coração: daí
deriva tudo. Eles se riem de todos esses males imaginários que nascem do
orgulho e da ambição e se alegram com aqueles que servem para abreviar vosso
tempo de prova”.
Santo Agostinho propõe-nos na tão
comentada questão novecentos e dezenove de O Livro dos Espíritos, o exame de
consciência na análise diária de nosso comportamento junto ao próximo, para
posterior proposição de nova conduta nos dias subsequentes. É regra de ouro.
Encontramos também na mensagem
Afinidade Espiritual (1), ditada pelo Espírito André Luiz ao médium Antônio
Baduy Filho, e que nos permitimos transcrever abaixo, interessante material
para reflexão acerca de nossas companhias espirituais, dada a sua simplicidade
e objetividade:
Examine bem o que você é.
É honesto e vive corretamente?
É caridoso e ajuda o próximo?
É calmo e não se encoleriza?
É benevolente e perdoa a ofensa?
É educado e não faz grosseria?
É solidário e não nega apoio?
É fraterno e entende o irmão?
É diligente e age com honradez?
É modesto e não se exibe?
É humilde e não se impõe?
É otimista e não se aflige à toa?
É confiante e mantém o ânimo?
É resignado e não se revolta?
É amoroso e não odeia?
Se a transformação moral faz parte do
seu caminho, fique certo de que o bem é sua afinidade espiritual, e você está
sempre em boa companhia.
KARDEC RIO PRETO | Antônio Carlos
Navarro
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