Na
manhã nublada do último sábado de janeiro, 27, no Centro Espírita
Léon Denis, em Bento Ribeiro, após a leitura da belíssima página
de preparo intitulada “Suicidas”, do livro Escrínio de Luz, pelo
Espírito Emmanuel, de Francisco Cândido Xavier, o trabalhador
espírita Mário Lamha proferiu uma brilhante palestra acerca do
“Suicídio”, tema das perguntas 943 a 957 do Livro dos Espíritos.
No
clima da orientação consoladora da página de preparo (“Não
condenes as vítimas da loucura e do sofrimento que se retiram do
mundo pelas portas do suicídio”), Mário convida a todos,
entusiasmado, a atentar para um tipo de epidemia que, ao lado da
fome, assola o planeta, mas ainda não mobiliza tanto a sociedade
quanto a febre amarela: o suicídio.
Lamentavelmente,
as estatísticas são “assustadoras” e o próprio orador
exemplifica, lembrando dados da Organização Mundial da Saúde,
segundo os quais “a cada 40 segundos, uma pessoa no mundo se mata”,
ou seja, 85 pessoas podem ter insurgido contra a própria existência
no tempo que durou essa palestra. Isso representa quase 1 milhão de
seres humanos se matando no mundo, principalmente jovens, sacerdotes
e médicos.
“De
onde provém o desgosto da vida que se apodera de alguns indivíduos,
sem motivos plausíveis?” é a primeira pergunta do grupo de
questões do Livro dos Espíritos em que Kardec examina a matéria e,
também, o fio com o qual Lamha conduz os nossos pensamentos nos
próximos minutos.
Dirigindo-se
a um salão lotado, ele declara, em tom bem humorado, que “os
Espíritos da Codificação não são politicamente corretos (...)
eles falam muito claramente que ‘desgosto da vida’ vem da
ociosidade”. Mas explica que “há uma ociosidade que, talvez,
seja muito pior”: a prática de atividades para as quais o
indivíduo não reúne aptidão, focando apenas o dinheiro. “Não
fazer o que gosta é terrível, frustrante”, comenta, ainda que
“essa não utilização das nossas aptidões naturais, a falta de
um sentido da vida seja uma das grandes dificuldades do ser humano”
desde que nos transformamos em Homo sapiens 350 000 anos atrás.
Por
isso, acrescenta que “nós estamos evoluindo”. Tudo está
ajustado à nossa capacidade e o que nos acontece são desafios
evolutivos, estímulos para agir. Logo, se existe vacina para a febre
amarela, também há vacinas para doenças espirituais como o
suicídio, o qual corresponde a uma inadequação à vida, adverte o
conferencista.
E,
emocionado, conclui: “Jesus é para os doentes” e a Doutrina
Espírita é terapia preventiva, oportunidade para evoluir; é
profilaxia para resistir às tentações, sem nos entregar, como
leciona Emmanuel, “ao cansaço ou ao desalento, na solução dos
problemas que te afligem a marcha”.
Nesse
esforço, como defende o confrade Mário Lamha, “a dor faz parte do
processo”. Porque também é educadora.
Por
Vagner Lúcio de Lima | professor e jornalista
Fonte
Correio Espírita
vagnerdelima@gmail.com
*O
Centro Espírita Léon Denis está localizado na rua Abílio dos
Santos, 137, Bento Ribeiro, Rio de Janeiro, RJ.
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