Jesus
assinala a sua passagem pela Terra com o selo constante da mais
augusta caridade e do mais abnegado amor.
Suas parábolas e advertências
estão impregnadas do perfume das verdades eternas e
gloriosas.
A manjedoura e o calvário são lições maravilhosas, cujas
claridades
iluminam os caminhos milenários da humanidade inteira, e
sobretudo
os seus exemplos e atos constituem um roteiro de todas as grandiosas
finalidades, no aperfeiçoamento da vida terrestre. Com esses elementos,
fez uma revolução espiritual que permanece no globo há dois milênios.
Respeitando as leis do mundo, aludindo à efígie de César, ensinou
as criaturas humanas a se elevarem para Deus, na dilatada compreensão
das mais santas verdades da vida. Remodelou todos os conceitos
da vida social, exemplificando a mais pura fraternidade.
Cumprindo
a Lei Antiga, encheu-lhe o organismo de tolerância, de piedade e de amor, com
as suas lições na praça pública, em frente das criaturas desregradas e
infelizes, e somente Ele ensinou o "Amai-vos uns aos outros", vivendo
a situação de quem sabia cumpri-lo.
Os
Espíritos incapacitados de o compreender podem alegar que as suas
fórmulas verbais eram antigas e conhecidas; mas ninguém poderá contestar
que a sua exemplificação foi única, até agora, na face da Terra.
A
maioria dos missionários religiosos da antiguidade se compunha de
príncipes, de sábios ou de grandes iniciados, que saíam da intimidade confortável
dos palácios e dos templos;
Mas o
Senhor da semeadura e da seara era a personificação de toda a sabedoria,
de todo o amor, e o seu único palácio era a tenda humilde de um
carpinteiro, onde fazia questão de ensinar à posteridade que a verdadeira
aristocracia deve ser a do trabalho, lançando a fórmula sagrada,
definida pelo pensamento moderno, como o coletivismo das mãos,
aliado ao individualismo dos corações - síntese social para a qual caminham
as coletividades dos tempos que passam - e que, desprezando
todas as
convenções e honrarias terrestres, preferiu não possuir pedra onde
repousasse o pensamento dolorido, a fim de que aprendessem os seus
irmãos a lição inesquecível do "Caminho, da Verdade e da Vida”.
Chico Xavier. Caminhos da Luz.
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